No lado de fora da floresta.
A movimentação dos aventureiros continua bem intensa.
Envolta da floresta, mas mantendo uma grande distância dela, há várias carroças que vendem diversos produtos de consumo e de uso.
Uma carroça chegou humildemente, estacionando no lugar que ele tinha alugado.
O homem jovem e empreendedor, de belos olhos castanhos, pele clara, sem muito pelo. Ele usa roupas vermelhas simples, calça escura, típicas de um vendedor ambulante.
Mesmo após a longa viagem, seu corpo e roupa continua limpo e arrumado, quem olhasse para esse belo homem diria que é um elfo, mas infelizmente as suas orelhas denunciam que sua raça é humana.
O belo vendedor desceu da carroça, indo alimentar o seu jumentinho.
Ele olha para a multidão de aventureiros e depois para seu jumentinho.
-É hoje que começamos.
Seu nervosismo é um pouco claro.
-…
O jumentinho relincha encorajando seu dono.
Ele respirou fundo.
-(Coragem homem).
O vendedor abriu a cortina da parte de trás de sua carroça.
-Olhem essas armas!
-Baratas e de boa qualidade!
-Venham!!!
-Não percam essa chance!!
Criando coragem, ele anuncia seus produtos e vários aventureiros se aproximam da loja.
Dentro da carroça, os aventureiros podiam ver várias armas realmente de boa qualidade sendo vendidas, como espadas, escudos, lanças, adagas, facas e etc.
Os olhos de muitos brilhavam ao ver armas tão boas sendo vendidas por um preço desse.
Um aventureiro apressou-se em tirar suas moedas de prata.
-Me vê três espadas!!
Outro tira suas moedas de ouro.
-Me atenda primeiro!
Outro tirou suas moedas de cobre e mostrou para o vendedor.
-Aqui! Me venda aquele escudo!
-Não! O escudo será meu!
-Dou trinta moedas de prata por aquele escudo!
Um aventureiro mostrou uma poção de restauração de mana para o vendedor.
-Não tenho moedas agora, mas você aceita trocas?
O vendedor olhou para o aventureiro.
-É claro meu nobre senhor!
E depois para a multidão.
-Aceito todo tipo de forma de pagamento!
-Dinheiro, poções, materiais, pele de monstros, armas, pulseiras, braceletes, comidas, o que você puder trocar que tenha um valor equivalente pelos meus produtos é aceito!
Os aventureiros ficaram calados por um momento, outros aventureiros que passaram em volta escutaram o vendedor e pararam de andar, o local ficou por uns instantes em silêncio total.
Vendedor.
-???
-...
-!!!
Logo, o vendedor viu multidões correndo em sua direção, com suas mãos levantando itens para realizar a troca.
O jovem vendedor vê uma fila se formar à sua frente.
Ao ver a fila, seu sorriso se estendeu de orelha a orelha, estampando o rosto.
Ele faz movimentos de mãos para acalmar a multidão.
Não muito longe do jovem vendedor.
Filas quilométricas se formam em frente às carroças que vendem armas, poções e medicamentos.
Um pouco longe da área de estacionamento, onde os carroceiros têm que alugar seu lugar se quiserem vender suas mercadorias.
Mas bem perto da floresta, onde não existe aluguel.
Uma velha carroça que não tem nenhum cliente.
Dentro dela, tinha várias poções penduradas em todo canto, junto com vários caixotes.
Dois homens da raça élfica estão conversando, um deles de meia idade e o outro, um jovem, que deve estar na sua adolescência.
Ambos parecem bem de saúde, mas visualmente dizendo, parecem mendigos, suas peles são da cor clara, mas por causa da poeira e sol diário, ficaram da cor morena, suas roupas são da cor marrom e muito desgastadas, junto com calças verde descoradas.
Contradizendo totalmente com a aparência bela de elfo que as pessoas têm em mente.
As únicas coisas que pode se dizer que eles são elfos são seus olhos tipicamente verdes, orelha pontuda e alongada que só elfos tem.
Seu velho cavalo de carga, que parece estar chegando no fim de sua vida, relincha um pouco.
Os elfos olham para fora da carroça, sabendo o que esse relincho significa.
Alguns aventureiros que estão saindo da floresta se aproximam da carroça, o elfo mais velho percebe o estado que estão os aventureiros.
Ele sorri e diz para o mais novo.
-Então é assim que se vende, observe.
O elfo mais velho se mostrou para os aventureiros.
-Vinte moedas de prata pela poção de cura comum!
As pessoas que estão saindo da floresta, estão todos machucados e feridos.
O líder do grupo olha para o elfo.
-O que!?
Um de seus colegas.
-Vinte moedas de prata!? Que absurdo isso!
Um aventureiro se aproxima do elfo apontando o dedo.
-O preço de uma porção desse tipo é de 4 moedas de prata!
Os outros colegas do grupo se manifestam.
-É!
-Isso mesmo!
-Você está querendo nos roubar!? Isso é 5 vezes mais caro!
Todo o grupo reclama do preço, mas o elfo só coça a orelha com o dedo mindinho e assopra.
-É este o preço, é pegar ou largar.
O líder olha seu grupo ferido e as carroças de poções estão lotadas de aventureiros, até que eles sejam atendidos, um de seus companheiros pode até morrer.
Todo o grupo fez cara feio.
-Ta! Nos vende aí 22 porções.
O elfo deu um largo sorriso ganancioso. Vendeu as poções para o grupo, agradecendo a eles pela preferência, o grupo saiu enfurecido e com seus bolsos vazios.
Dentro da carroça, o elfo conta a pilha de moedas de prata que conseguiu pelas poções, enquanto o mais novo observava.
-Que cruel...
O mais velho olha para ele e depois olha para sua pilha de moedas.
-Fazer o que.
O mais velho fecha um dos olhos e levanta uma moeda de prata.
-As pessoas que vêm para este lugar costumam sair quase mortas, então vender as poções de cura com um alto preço é o melhor a se ganhar.
Limpa a moeda na roupa.
-Hó, é uma moeda de ouro! Só estava suja, que sorte, nhe, réh, réh, réh, réh.
O jovem ficou enojado ao escutar logo cedo essa risada feia.
-Mas mesmo assim...
O elfo mais velho olha para o jovem.
-Sem mais nem menos, agora, vai!
-Vai trabalhar.
-Venda aquele caixote ali de poções.
O jovem vê aquele caixote no canto da carroça enfeitado com teias de aranha.
-Mas... mas chefe, aquelas poções estão fora da validade e...
O elfo mais velho franziu a testa.
-Só as venda, não vão se importar se estão fora ou dentro da validade, ainda mais se algum colega deles está à beira da morte, você sabe que eu sou até bem generoso em não vendê-las por moedas de ouro.
Sem poder contrariar seu chefe, tirou as teias de aranha e poeira, pegou o caixote e saiu da carroça vendendo por aí.
Não muito longe dos dois elfos, mais equipes de aventureiros saem da floresta bem machucados, extremamente feridos, outros com marcas de queimaduras severas, alguns estão até com membros do corpo faltando, como braços e pernas, já outros estão saindo da floresta com expressões tristes, pois algumas pessoas de seu grupo não poderão mais voltar, choro e tristeza pode ser ouvido, alguns aventureiros se sensibilizaram e confortaram esses grupos.
Saíram da floresta mais um grupo com suas armas e armaduras quebradas e leves ferimentos no corpo, algumas pessoas se aproximaram deles, são a outra parte do grupo que não tinha ido para a floresta.
Os dois grupos se encontraram.
O líder do grupo que saiu da floresta toca no ombro do líder do outro grupo.
-Agora é com vocês.
O outro balança a cabeça concordando e rapidamente eles foram entrando na floresta, enquanto a outra parte saiu.
Mais um bando de aventureiros feridos saíram da floresta, mas estes tiraram de seus anéis de armazenamento medicamentos e poções.
Muitos aventureiros que não tinham poções ou medicamentos suficientes estão indo em direção às carroças que as vendem, aumentando ainda mais as filas infindáveis.
Dá para escutar as pessoas reclamando dos preços, mas infelizmente tiveram que comprá-las, muitos vendedores aproveitam que os aventureiros precisam de remédios e poções, e as aumentam em preços exorbitantes, são poucos que vendem com o preço justo.
Não muito longe das carroças que vendem produtos, têm as carroças de viagem, aventureiros estão indo em direção a essas carroças para irem às vilas, cidades ou reinos mais próximos.
Ao longe, aventureiros podiam ver carroças chiques se aproximando. Essas carroças que se aproximam têm um brasão em forma de escudo, que dentro do escudo, no lado direito, uma espada e no esquerdo uma caneta, que estão cruzados e atrás da espada e da caneta, mas dentro do brasão, tem o desenho de um pergaminho.
As carroças estacionaram no lugar de costume.
Dentro das carroças, saíram pessoas descarregando os caixotes e os pondo no chão.
-As encomendas chegaram!!
Um desses carroceiros grita e muitos aventureiros que esperavam nas filas de poções e de medicamentos, e os que estavam se preparando para entrar na floresta, se aproximaram rapidamente dessas carroças, eles pegavam as poções e outras encomendas que fizeram, e muitos outros aventureiros que não fizeram nenhuma encomenda, pagaram pelas poções que tinham disponíveis.
Deixando as filas quilométricas das carroças significativamente menores, os carroceiros viam que essas carroças chegaram, não deixaram de fazer cara feia e resmungar um pouco.
Mas infelizmente, aqueles que não têm dinheiro terão que implorar para as pessoas cederem alguma poção, e outros que não têm muitos ferimentos, terão que se arrastar para ir até as vilas mais próximas e comprarem poções ou medicamentos mais baratos.
Outros grupos de aventureiros estão se preparando para entrar na floresta, homens fera vestindo suas armaduras pesadas, onis se equipamentando e fadas pegando suas armas e fazendo breves orações, ambos os três grupos mantêm-se distantes, mas ficam se encarando como se tivessem prestes a começar uma luta.
Mas os fadas e os onis são os que mais estão se olhando, e quanto mais tempo eles ficaram ali, parece que a intenção assassina dos dois grupos aumentava.
Todos em volta dos três grupos estão um pouco tensos com esses dois grupos.
Os vampiros estão se escondendo dentro das tendas ou carroças esperando a noite chegar, os humanos e alguns poucos elfos estão também se preparando para entrar na floresta, os homens sombras estão esperando o dia entardecer.
Humildemente alguém se aproxima, um homem da raça humana sem nenhum equipamento apropriado entra na floresta, alguns aventureiros apenas olham para ele que está entrando na floresta, mas voltaram a fazer o que estavam fazendo.
Além de aventureiros, há também muitas pessoas que vêm para esse lugar sem preparo, alguns por falta de informações, outros por perderem tudo e desesperados, tentam ganhar dinheiro, já que qualquer recurso natural que saia dessa floresta tem um valor muito alto do que em outras florestas, mas ainda há alguns que vem para a floresta querendo somente desbravar o lugar, testar sua força com os monstros, um bom exemplo dessas pessoas são as quase extintas raças dos Golias e Asuras.
Ao longe, a equipe de Rixas saiu da floresta se escorando um no outro.
Se separaram.
Maria.
-Rixas! Eu te disse que deveríamos ter virado à esquerda! A esquerda!!
Rixas.
-Sim, sim, já escutei Maria.
Maria.
-Se tivesse escutado de verdade, então porque foi para a direita!?
Matheus a segura.
-C-calma Maria, sabe que na hora não dava para ficar pensando em qual caminho ir.
Maria solta um longo suspiro e se afasta um pouco.
-Rum! Tá!
Rixas.
-(Ufa, ainda bem que ele acalmou a fera).
Ricardo olha para seu manto queimado na lateral.
-Meu deus, já não basta termos encarado a morte lá no pântano, depois disso fomos emboscados por ifrits.
Camila também com suas roupas um pouco rasgadas e queimadas.
-(Preciso de roupas novas). Não deveria ter vestido roupas brancas para ir em um pântano.
Nossa equipe escapou relativamente sem nenhuma perda, porque felizmente não perdemos nenhum membro do corpo e ninguém morreu, apesar de algumas feridas e machucados ali e aqui, mas tudo foi muito bem, conseguimos pegar bastante material do nosso objetivo e de quebra conseguimos ter chifres de ifrits.
Um material muito bem visto pelos estudiosos e ferreiros, é uma pena que não deu para pegar os ifrits mortos por completo, só conseguimos pegar seis pares de chifres, devido eles estarem em grande grupo.
Rixas sorri gananciosamente.
-(É uma pena mesmo, quem sabe se na próxima vez conseguiremos pegar mais chifres ou quem sabe o corpo todo). Nhe, réh, réh, réh, réh.
Camila percebe e balança a cabeça em desaprovação.
-Aí pai...
Maria.
-Rixas, isso não foi um lucro!
Percebo os olhares delas, mas sério? Isso que conseguimos é um lucro e dos bons, e ainda por cima sem nenhuma perda, porque não enxergam isso?
Ricardo.
-Ei. Matheus, eu não te agradeci o suficiente lá.
Matheus.
-Não precisa Ricardo, sei que faria o mesmo.
Ricardo.
-Mas mesmo assim, pretendo pagar uma bebida um dia desses.
Maria e Camila.
-Pra mim também.
-Eu também.
Ricardo olha meio assustado.
-Ei, aí não né? Se vocês virem juntas vão me falir.
Camila.
-O que? Eu não faria isso, mas não tenho certeza dela ali...
Maria.
-Ei! Mas pelo menos não sou eu que caí de cara no chão de tanto beber.
Camila.
-Rum!
Eu olho para a minha equipe com um sorriso no rosto, e elas continuaram a discutir... como de costume, mas espera aí... Maria acabou de dizer que minha filha bebe muito?!
Quando chegarmos em uma cidade, terei uma conversa com minha filha, mas voltando para o assunto, agora estamos indo comprar mais poções, que as nossas acabaram, fomos até a área das carroças comerciais, para nossa sorte, vimos que o clã dos carroceiros com aquele brasão único tinha chegado bem no momento que saímos da floresta.
Rixas.
-(Que sorte, assim não precisaremos comprar as poções caríssimas, vou pegar minhas encomendas que tinha feito).
Fomos nos arrastando até eles.
Rixas mostrou seu cartão da guilda.
-Chegaram as minhas encomendas?
Logo o homem foi olhando para meu cartão e olhando o papel na mão.
-Senhor Rixas, não é?
Rixas.
-Isso mesmo.
O carroceiro apontou o dedo para o descarregamento.
-Sim senhor, sua encomenda de poções de cura está logo ali, já vou buscar.
Ele foi até um canto da carroça e me entrega uma pequena caixa. Depois de recebê- las, já fui abrindo a caixa e fui dando as poções para meu grupo, sei que ninguém se machucou gravemente, mas é melhor prevenir do que remediar.
Maria.
-Valeu Rixas.
Ricardo.
-Opa, esta poção é de boa qualidade, dá para ver pela sua cor azulada escuro.
Todos tomaram as poções, e fomos indo para a carroças de viagem, para irmos a cidade mais próxima passar a noite.
Nos aproximamos de uma velha carroça conhecida.
Rixas.
-Ei vovô! Como está passando!?
O velhinho logo se vira para nós, com seus cabelos brancos e barba de monge.
Vovô.
-Ó, Rixas? É você?
Rixas.
-Sim vô.
Vovô.
-Não acredito que são vocês, quanto tempo não os vejo, acho que desde o ataque de Silencioso na cidade Wiley.
Rixas.
-Sim é verdade, sabe como é né? Houve alguns problemas, que nos impediram de avisar ao senhor, mas o senhor está bem não é?
Vovô.
-Ah filho, sabe como é, uma dor aqui outra lá, um ano mais velho... Não tenho mais aquela juventude de antes, mas, tirando tudo isso, estou bem.
Rixas.
-Ah, sim.
Continuava a falar, dizendo como sentiu nossa falta, e tal, eu respeito muito ele, quando eu era um aventureiro iniciante, vovô me ajudou muito. Além de que foi ele que deu umas dicas de como ser um aventureiro e me ajudou a melhorar minhas técnicas de luta, já que vô era um aventureiro rank C no passado. Poucas pessoas sabem deste seu passado de aventureiro.
Rixas.
-Então vô...
Vovô.
-Não diga mais nada, querem ir para a cidade mais próxima, correto?
Rixas.
-Ah, isso mesmo, nossa, você me conhece tanto assim.
Vovô.
-Ah, ah, ah, ah, ah, já sei de tudo. Vamos, subam, iria custar uma moeda de ouro, mas para vocês vai ser só cinco moedas de prata.
Rixas.
-Obrigado vovô (Gente fina esse meu chegado).
Subimos na carroceria e a carroça começou a se mover.
Ricardo.
-Ei vô, como estão indo as namoradas?
Vovô.
-Ah, ah, ah. Que namoradas? Não conheço ninguém que queira ficar com esse velho aqui.
Ricardo.
-Sei que tem sim, me lembro muito bem daquela senhora lá, daquele dia que não parava de olhar para você.
Matheus.
-Ah, é mesmo, lembro dela, é aquela que cuida das plantas não é? Que pediu uma carona para o senhor.
Ricardo.
-Isso mesmo, e o senhor não cobrou nada para ela.
Vovô.
-Bem, em minha defesa, ela só pediu para ir até a casa dela e não era muito longe então...
Ricardo.
-Ah, deixa disso, vai me dizer que não é um bom partido, hem? hem? hem?
Maria.
-Deixe ele em paz.
Camila.
-É, se ele não quiser falar, então não o forcem.
Ricardo.
-Sim, sei, mas acho que ele quer nos dizer, não é Matheus?
Matheus.
-Hã?!... Sim, isso mesmo...
Ricardo.
-Viu? ele concorda, mas agora diz aí vô, você gosta dela?
E continuaram conversando, enquanto eu observava tudo, admito que o vovô deveria ter uma companheira ou namorada, já que vive sozinho.
Ricardo bate a mão nas costas de Matheus.
-Mas falando Matheus, você fez bem em carregar Camila em seus braços.
Uma repentina aura negra emanava de Rixas.
Ricardo.
-Deve ter treinado muito em como carregar mulheres no braço? Ah, ah, ah, ah, ah.
Uma repentina aura negra emanava de Maria, enquanto Ricardo demonstrava um satisfeito sorriso no rosto, e Matheus suando a camisa.
Matheus olha mortalmente para Ricardo.
-(Maldito...)
Sorte que o vovô percebeu o clima, salvando Matheus.
-Agora que percebo, cadê Camila é Britânia?
Rixas.
-Britânia, infelizmente está muito ferida, devido ela ter participado da briga contra Silencioso e Camila está bem aqui.
Logo após dizer que minha filha está aqui, vovô abriu seus olhos, tinha até esquecido que ele quase sempre está com os olhos fechados, queria saber como ele consegue dirigir a carroça com os olhos fechados.
Vovô.
-Que? Esta é aquela Camila? Nossa, como cresceu, só cinco meses se passaram e você está quase irreconhecível.
Camila tem um sorriso meio sem jeito, como se estivesse sendo apresentada para algum parente que não vê há anos.
Camila.
-Ah que isto, não tô assim tão diferente.
Maria.
-Tá sim, acho que, se me lembro bem, você dispensou seu namorado meses atrás, não?
Rixas.
-O que? Filha, você dispensou ele? Mas você disse que queria casar com ele.
Camila.
-Maria, você prometeu que não falaria nada.
Maria contendo o riso.
-Ops, escapuliu...
Enquanto isso, Matheus olha para o Vovô abaixando a cabeça, como se estivesse agradecendo, e o vovô faz o mesmo. Mas foram rapidamente chamados.
Maria.
-Não pense que eu esqueci, quero saber sobre aquele pedido de "escolta".
Rapidamente Matheus suar novamente.
-Aaaah, então... então... foi um pedido de uma senhorita pobre... ela não tinha muito dinheiro para fazer um pedido formal na guilda e... (como eu escapo dessa?).
Ricardo.
-Camila, você deveria aprender magias de melhoramento físico.
Camila.
-Sim, eu sei, mas quero mais é melhorar as minhas magias de cura.
Rixas.
-Sabemos disso, minha filha, mas se você quiser, eu posso te ensinar a fortificação e aceleração, são bem fáceis de aprender, creio que em duas ou quatro semanas você já aprende.
A conversa e a gritaria não pararam de acontecer dentro da carroça, Matheus se explicando para Maria, Rixas pedindo um pouco de atenção da filha, Marcos falando novamente da senhorinha para o vovô.
....
...
..
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Na biblioteca...
Nagaro fechou um livro.
-Hum… que estranho estes livros…
Quanto mais eu leio, mais eu tenho a sensação que os livros estão me escondendo alguma coisa, como se tivessem "vivos" e "decidindo" o que querem me mostrar ou não.
Mais uma vez fechei o livro, e fechei meus olhos tentando ver a mana que rodeia o livro, mas eu não consigo ver corretamente a mana que rodeia-o, esta energia misteriosa para mim é praticamente invisível.
Abri meus olhos.
-(Mas uma coisa é certa, esta energia misteriosa usa a mana para se manter)
-(Então por agora, pelas minhas deduções, se a mana daqui acabar a "magia" destes livros acabará também.)
Nagaro fechou os olhos percebendo a quantidade massiva de mana que tem à sua volta, desde a parede até o teto estão cobertos de grossas camadas de mana, que se deslocam de um lado para o outro com extrema velocidade, é tanta mana, que se olhar por tanto tempo pode até deixar alguém zonzo.
Abri meus olhos.
-...
-(A questão de mana, pelo visto não será nunca o problema)
Nagaro olha para o livro em sua mão.
-(Então vamos tentar uma coisa).
Sentido que o livro fechado retornou a um estado de antes, apesar que visualmente não mudou nada e também não sei como eu sinto que o livro está de volta ao seu estado original.
-...
Deixei o livro em posição para abri-lo rapidamente na página do meio. Usando bastante de minha velocidade, abri o livro o mais rápido possível, meus olhos viram por uns instantes, as letras se tornando outras letras.
-É isto!
-O livro realmente está me escondendo algo!
Tentei abri-lo mais rápido ainda, mas o resultado é o mesmo, eu consigo ver a mudança de palavras, mas não dá tempo de ler as palavras anteriores.
Fiquei pensando em jeitos de conseguir burlar isso.
-...
Uma ideia veio à mente.
-(Semelhante ao portão, por que eu não coloco mana no livro? Quem sabe ele reaja e me revele os textos)
Fiz isso, coloco minha mão em cima do livro e ponho mana, mas assim que a mana deixa minha mão, o livro rapidamente recusa a mana, devolvendo-a para mim.
-...
-(Meio que eu já esperava por isto).
Não sei o porque, tenho a sensação que tudo neste lugar, de alguma forma, não me quer aqui, mas ao mesmo tempo, me permite ficar aqui.
Eu ignoro essa sensação e volto a analisar os livros, descobrindo mais coisas sobre esta energia.
-Eu posso tocar nos livros sem que virem pó, já sei que está relacionado com essa energia misteriosa. Pelo que posso entender, essa energia que sinto pode tanto me machucar, como no caso das armadilhas da sala anterior.
Nagaro jogou o livro para cima e deu um soco no livro enquanto estava no ar, mas o livro caiu verticalmente no chão sem parecer que foi socado.
-Como também dar resistência e durabilidade ilógicas para as coisas.
Nagaro pegou o livro no chão e o pôs na estante.
-(Também me leva a pensar que a energia pode ser usada em várias formas, porque o livro não me machucou, mas as armadilhas quase me mataram, então posso afirmar que, o que essa energia de alguma forma é manipulável, mas não sei como).
Nagaro pega outro livro.
-(Mesmo que as palavras mudem, de alguma forma eu consigo entender estas escrituras).
-(Os livros me escondem algumas coisas, mas isso não significa que as palavras que vejo não significam nada).
Mais uma descoberta, não só entendo as linguagem de dragões, como também sei a caligrafia de elfos, então provavelmente eu consigo ler e entender qualquer tipo de língua deste mundo, isso será bem útil para o meu sonho de explorar esse mundo.
Provavelmente qualquer outro acharia que são rabiscos ou algo do tipo que está escrito nesses livros, mas para mim estão tão claros quanto uma água cristalina.
Fechei o livro em minhas mãos e fui andando em volta, mas não achei nada que pudesse ser útil de verdade, para saber o que houve com a vila ter sido destruída e muito menos sobre meus poderes ou sobre essa energia misteriosa que envolve essa casa.
Tem bastante livros aqui de magia e da história de Elfonia, sim isso mesmo, essa vila se chama Elfonia, da vontade de rir, mas você sabe né?
Respeito é sempre bem vindo, mas também sinto que não iria rir nem se estivesse sob efeito do gás do riso.
E Nagaro continuou a olhar em volta e ler um pouco mais dos livros.
....
...
..
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Mais um livro foi fechado e coloco no lugar.
-(Já olhei tudo, mas nada que possa ser relevante).
Dobrei uma quina de livros, e vi mais livros na parede.
Aproximei deles e comecei a lê-los.
-(Não me impressionaria que em uma sala secreta, tenha outra sala secreta).
Depois de pôr o livro no lugar, me encostei na parede, quando a encostei, uma parte dela afunda um pouco, rapidamente me desencostei da parede e já preparado, minhas mãos, estão prontas para usar minhas habilidades, mas para minha surpresa a estante de livros que estavam no centro da parede se abriu no meio com se fosse uma porta.
Comecei então a me aproximar da nova entrada, vendo que é mais uma sala escura, não hesitei em entrar nela. Ao entrar na sala, repentinas luzes de velas se acendem nas laterais das paredes mostrando um caminho que leva até uma mesa e uma cadeira, onde eu vejo alguém sentado nela, de costas para mim, mas ele não se mexia.
Eu caminho até a figura sentada, mas vejo que nas laterais junto com as velas, tem muitos tesouros? Há muitas jóias, colares, pérolas, rubis, cristais, diamantes, ouro, baús e peças feitas de ouro e tudo brilhava chamando minha atenção.
Os olhos de Nagaro brilhavam ao ver todo aquele tesouro, seus pés que caminhavam até o homem sentado, desviaram para o tesouro.
Seus olhos se fixaram totalmente no tesouro, o tesouro sussurrava para que Nagaro venha.
Ele está a poucos centímetros do tesouro, se aproximando cada vez mais...
Um sussurro.
-Estique sua mão...
Nagaro esticou sua mão e...
Nagaro.
-Atchim!!!
Tapou a boca e o nariz.
-Aí...
Abanou a mão com se estivesse com calor.
-Bom, bom.
-Boa tentativa, mas hipnose não funciona em mim.
Nagaro fechou os olhos por um segundo e depois os abriu e todo o tesouro sumiu como se nunca existissem.
No lugar do tesouro, Nagaro vê uma massa preta e gosmenta, que se move como ondas do mar.
Quanto mais tempo vendo essa massa preta, todo meu corpo treme e sua, uma sensação estranha que mesmo após ter passado por tantas coisas, sinto um frio estranho na barriga que gela meu corpo.
Parei de olhar aquilo, não querendo nem pensar no que pode ser isso e voltei a caminhar, me aproximo dele, percebo que a figura sentado na cadeira não era bem uma pessoa com eu já havia desconfiado, é um esqueleto, e como também esperado, muito bem conservado.
Eu observei o esqueleto, percebi que uma de suas mãos está em cima de um livro, que está em cima da mesa e do lado do livro tem uma pena e tinta, deve ser a caneta.
-(Será que devo pegar o livro?)
Estou um pouco em dúvida se deveria pegá-lo. Olhei o livro em todos os ângulos, não notando nenhuma armadilha.
-Não seria nada impressionante se no momento que eu pegasse o livro, uma armadilha única fosse ativada.
Mas pode ser que nele tenha as respostas para o que procuro, então eu tirei o livro da mão do esqueleto com todo cuidado, e logo em seguida retirei o esqueleto da cadeira para que eu possa sentar nela.
Abri o livro, percebendo que na verdade é um diário.
Comecei a lê-lo.
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Meu pai, Ex-rei de Elfonia, conseguiu ter boas relações com o rei dragão Gwyn, após muitas batalhas travadas que meu pai e os guerreiros de meu reino tiveram com Blan, o rei antecessor de Gwyn.
Mesmo que sejamos a raça mais forte dos elfos, nosso poder não era suficientemente forte para combater os dragões, muito menos os dragões de Dragonia, mas tínhamos algo que eles não tinham, a árvore da vida, que é praticamente o centro de energia da floresta, a árvore mais velha do mundo, o primeiro ser vivente que veio a existir, seus frutos dava- nos para nós elfos força e vitalidade que supera as dos dragões, mas o preço por ter tal poder é o encurtamento da vida, isso só acontece, porque os corpos não suportam corretamente o imenso poder de sua fruta.
Felizmente a guerra terminou e meu pai fez um acordo de paz com Gwyn, que veio a durar até o meu reinado, infelizmente, meu pai morreu, me deixando responsável pelo Reino, sou muito jovem tendo apenas 30 anos, sei que me falta sabedoria e experiência, mas irei honrar e seguir os passos de meu antecessores.
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Eu e alguns dos meus amigos puderam ver duas figuras familiares voando do céu, dois imperadores dragões vieram e trouxeram uma mensagem nos portões do meu reino.
O novo e futuro rei de Dragonia nasceu, o filho de Gwyn, será o herdeiro, seu nome é Grys, outro Dragão branco. Como forma de felicidade, escrevi uma carta dando meus parabéns e um presente para a criança que nasceu, não sei se será útil para ela, nunca vi um dragão filhote para saber seu tamanho.
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Um dia fomos convidados por Gwyn para visitar seu reino, essa foi a primeira vez que elfos, ou melhor dizendo, qualquer outra raça não draconiana, que pisou em Dragonia.
Esse dia foi para que víssemos o seu filho, mas também para reforçar a paz entre nossos dois reinos que irá permanecer, isso me traz alívio em saber.
Quem sabe podemos até termos uma troca de culturas ou algo do tipo, seria bom se meu povo pudesse colocar os pés em Dragonia, mas só o tempo dirá.
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Uma notícia terrível foi me dada, Gwyn e sua esposa desapareceram misteriosamente, por conta disso seu filho agora é o rei.
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Grys foi derrotado e morto por algum Dragão verde, essa notícia me chocou, pensei que dragões brancos, mesmo sendo tão jovens, eram imbatíveis.
Não o conheço mas espero que não haja problemas em nosso acordo de paz, eu sei através do meu falecido pai como funciona a hierarquia draconiana, mas nunca pensei que era tão brutais, ele realmente matou o jovem Grys?
Amanhã irei conhecer o novo rei, por via das dúvidas, meus guardas mais fortes virão comigo para esse encontro.
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Como esperado, ele é terrível, assim que nos viu, começamos o confronto, tivemos que recuar porque dois dos quatro imperadores estavam lá.
Enquanto recuamos, ele disse que terá guerra se não entregarmos tudo para ele, meu Reino, meu povo e inclusive a árvore da vida, não posso entregar a árvore e nem deixá-lo escravizar meu povo, eu já estava preparado para isso acontecer, meu pai sempre me dizia para se manter alerta e vigilante com os dragões.
Não queria que isso chegasse a este ponto, mas o jeito é ter que se preparar para o pior.
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Nossa adoração à árvore ficou ainda mais forte e ela nos fornece cada vez mais frutos.
Muitos de seus frutos ficam armazenadas para dias de guerra e agora é o momento de usá-las tanto em nós como também nas armas.
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Algo está errado com a selva em volta, plantas crescendo sem parar, muito mais monstros do que o normal impedindo a nossa saída, mas em compensação, impedindo que os dragões avancem imprudentemente até nós.
Acho estranho, foi anunciado guerra para nosso povo, mas até hoje nenhum dragão veio nos atacar.
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Minha população está começando a sofrer com a falta de água e comida, estes monstros estranhos e esta mata que cresce repentinamente em volta de nós, impedem de sairmos, percebendo a urgência que tenho que resolver mais este problema, mandamos equipes de exploração com o poder do fruto, mas nenhuma delas retornou.
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A fome e a sede estão matando meu povo, este será o fim? Não, eu devo fazer de tudo para salvar meu povo, nem que eu tenha que morrer por eles.
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Alguém escutou meus pedidos, um elfo de cartola, vestido de preto veio nos ajudar, disse que nos ajudaria se déssemos um fruto da árvore da vida para ele.
Eu hesitei em dá-la, mas minha população está morrendo, então eu cedi e dei para ele.
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Fui idiota… Deveria ter escutado o conselho dos elfos e dos anciões. Dei uma fruta para ele e ele sumiu, sinto um grande ódio por ele, mas não adianta guardar rancor.
Agora eu devo enfrentar as consequências, e pedir desculpa aos anciões pela minha petulância.
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Mesmo com aquele maldito ter desaparecido com o fruto, eu e meus colegas não ficamos parados, conseguimos achar jeitos de amenizar a fome e sede do reino, após estudos nas bibliotecas, conversa com os anciãos, orações para árvore, treinamento cada vez mais rigorosos, planejamento e preparo, conseguimos andar pela floresta e melhorar nossa forma de agricultura e reeducação alimentar, além de servir como preparo para a guerra.
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Nossos vigias detectaram movimentação dos dragões, mas eles estão com certa dificuldade em transpassar a floresta modificada, por conta disso mandei soldados para impedir o avanço deles.
O resultado?
Só posso definir como Esplêndido! Vitória total!
Mas não vamos comemorar antes da hora, isso só foi uma batalha.
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A guerra chegou!
Nossos olhos se deparam com centenas de dragões voando em nossa direção.
Dois dos quatro imperadores lideravam os dragões para a guerra. Todos os guardiões dragões estão aqui, sendo eles a linha de frente do ataque.
Qualquer outra raça que estivesse vendo o que a gente vê, já teria ajoelhado, chorando e desistindo de lutar, mas nós não!
Nós, Elfos, que carregamos a honra de proteger a árvore da vida, que já enfrentamos no passado, os dragões a muitas e muitas gerações, esta visão só nos dar a força para lutarmos.
Eu apontei meu cajado para os dragões, minha ordem fez muitos guerreiros avançarem sem medo.
Todo aquele que é homem ou mulher, jovem ou velho que estivesse disposto e que seja capaz de lutar, foi para a guerra.
Não podemos recuar, nunca foi cogitável a ideia de deixar nossos lares e a árvore.
Lutaremos seja com quem for.
Mas uma coisa é notável, o imperador dragão Turti, não está aqui na guerra, ele não apareceu em nenhum confronto desde que o rei anunciou guerra.
Também o segundo imperador dragão, não se fez presente em nenhum confronto.
Não sei o que se passa ou o que estão tramando, mas se estes dois imperadores aparecerem repentinamente, com certeza mudarão o rumo da guerra.
E isso é o que eu temo.
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Explosões e estrondos faziam o céu e terra tremer.
Os dragões com sua força esmagadora e intelecto elevado nas batalhas, mas nós temos a nossa própria força elevada e intelecto acumulado por inúmeras gerações de elfos, além do apoio da árvore.
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Não sei quantos anos estamos nessa guerra.
O céu passava por fortes chuvas, mas não uma chuva normal, era chuva venenosa, depois que a floresta mudou, nunca mais houve chuvas normais.
Em vários lugares da floresta, não vemos mais raios solares devido ao tamanho das árvores.
Mas para nós que vimos a floresta mudar tanto em primeira mão, não faz diferença.
Os nossos olhos e corpos cansados viam os dragões.
Que também não estão em melhor estado.
Mas eu pude levantar um largo sorriso no rosto, ao ver um imperador dragão caído no chão, perfurado por todos os cantos do corpo, pelas nossas armas aprimoradas com o fruto.
Antes que ele fizesse algum movimento final, eu finalizei sua vida cortando a cabeça fora.
Os olhos de muitos dragões estão espantados ao ver a cena, o outro imperador dragão que está ferido, nos olha com muito ódio.
Mais uma vez, fervorosamente a guerra se intensificou.
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Não importa onde você olhe, rastro de sangue e morte nos rodeia, tantos corpos de irmãos e dragões espalhados no campo de batalha.
Os olhos sem vida de uma jovem, me fazem vacilar. Tampei minha boca para não vomitar.
Mas guerra é isso, queria saber como meu pai e alguns dos anciãos daquela época conseguiram se manter tão sãs.
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Muitos de nós se juntam em volta da árvore da vida.
Lágrimas escorrem de nossos rostos ao ver caixões passando e sendo enterrados perto da árvore da vida.
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A guerra foi sangrenta, muitos dos nossos foram mortos e feridos, mas em compensação, muitos dos dragões também foram mortos e feridos, e conseguimos matar um imperador.
Mas uma coisa devo ressaltar, foi também graças a falta de organização dos dragões que permitiu maiores chances de vermos a vitória.
Não sei o porque, mas sinto que alguns dragões não queriam ir à batalha, como se… como se tivessem sido obrigados a irem à guerra ou algo do tipo.
Não sei o que pensar, antes de tudo devo pensar no bem do meu povo.
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Dias se passaram e nem sinal dos dragões, a guerra não acabou, isso é semelhante a uma calmaria antes da tempestade.
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Sons de explosões me surpreenderam.
Quando eu vejo.
A barreira do meu Reino foi quebrada, mas não foi pelos dragões, mas pelos monstros novos da floresta.
"O que está havendo? Porque tem monstros?"
No meio do caos repentino vejo o dragão verde, dois imperadores dragões e alguns poucos dragões, eles estão matando meu povo, avancei até eles com os meus soldados.
Foi uma luta que só posso definir como... bárbara.
Eu estou caído no chão sangrando muito, não consigo me mexer, vejo meu reino e meu povo queimarem bem na minha frente, porque isso está acontecendo? O que eu fiz de errado?... Se meu pai estivesse aqui, seria diferente...
Tudo está queimando e eu não posso fazer nada além de morrer aqui.
Desculpe pai, eu falhei.
O que é aquilo?
É aquele homem de cartola, não… espera, ele está se aproximando de mim? Ele não é um elfo, é um humano!?
Não parece ser humano, mas o que ele está fazendo aqui e agora? Ele se aproximou de mim fazendo uma leve reverência, escutando o que ele disse enquanto olhava para mim.
-Que pena que você confiou em mim, fazer o que. A vida é assim, mas não se preocupe, a fruta que você me deu foi de grande ajuda.
Ele estendeu uma bengala até meu coração e a afunda lentamente.
-Só para que saiba. Fui eu o responsável por mudar a estrutura de crescimento da floresta.
Então foi ele, mas como? E por que?
Mas não pude perguntar, ele me mata perfurando meu coração. Estou perdendo a consciência, estou cansado, minha visão embaçando, vendo aquele sorriso perverso no seu rosto.
Ele está se afastando de mim, mas consigo escutar um pouco da conversa dele com o dragão verde.
-Então é isso, como prometido.
-Você é o rei e eu fico com as frutas.
-Estamos quites então.
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Dia 1.
Eu estou morto, mas graças a habilidade mágica que é passada de geração a geração por minha família, minha consciência ainda reside neste corpo, essa habilidade é semelhante a da árvore da vida, que é uma capacidade de persistir após a morte, eu costumava usá-la para me dar uma extrema força e velocidade temporariamente, mas seu real uso e poder vão além do que meramente isso.
Infelizmente eu não tive tempo suficiente para poder desenvolvê-la… Não! Eu… Eu odeio isso, queria poder dar essa desculpa que foi por "falta de tempo", mas a verdade é que eu negligenciei meu potencial.
Não fui forte o suficiente para defender o reino, se eu tivesse escutado quando mais jovem o que meu pai ensinava a como controlar esse poder, poderia ter salvado pelo menos alguns dos elfos, me arrependo muito por não ter prestado atenção aos seus ensinamentos.
Mas infelizmente quando percebi o quão importante era o que meu pai falava, já era tarde demais, ele morreu e desde esse dia jurei seguir com seu legado e me esforçando cada dia mais para proteger o que é mais importante para ele e para mim, que era o povo e a árvore... Mas eu falhei...
Meu pai deve estar olhando para mim decepcionado por eu não ter cumprido meu papel e agora estou aqui, escrevendo minhas lamúrias.
Em breve minha alma sairá do corpo e definitivamente morrerei, só posso agora enterrar meus soldados e população sem poder sair daqui.
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-(Então é por isso que tem marcações no chão perto da árvore e perto das casas).
Virei a página.
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Dia 5.
Eu enterrei toda a população que consegui, agora devo montar a biblioteca para salvar nossa história e cultura, se caso haja algum sobrevivente do meu povo, para que ele(s) possa(m) voltar.
Montarei armadilhas e magias banhadas com o restante das frutas.
Também peguei algumas das frutas que aquele maldito homem de cartola não coseguiu encotrar e as escodi aqui na biblioteca.
Para que somente os descendentes do meu povo possam achar esse lugar, herdarem os tesouros e ler meu diário para saberem o que houve com o nosso Reino.
Eu só posso pedir desculpas para vocês, mas sei que os erros que cometi são imperdoáveis, mas peço que por favor, mantenha nossa história.
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Dia 12.
Esta é minha última anotação.
A árvore da vida desde o desastre parou de produzir os frutos, mas ela ainda se mantém imponente e viva.
Armazenei os frutos em lugares na biblioteca onde somente vocês meus descendentes poderão achá-las, mas por segurança máxima, mesmo que encontrem as áreas onde estão os frutos, haverá um teste, então tomem cuidado.
Não tenho mais nada a dizer, terminei tudo que dava para terminar, fiz tudo o que restava para fazer.
... Adeus meus descendentes e peço mais uma vez desculpas...
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Nagaro está lendo as últimas anotações do homem.
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Enxuguei uma gota de água que saíam dos olhos e fechei o livro deixando- o no mesmo lugar.
Continuei a andar para frente da mesa.
As últimas anotações que li no fim do livro, eram de como sair da biblioteca.
No diário disse especificamente para dar dez passos para frente e empurra uma alavanca invisível, Nagaro ao empurrar a alavanca, sons de engrenagem foram ouvidos, e uma porta se materializou na sua frente.
Nagaro indo até a porta, estava prestes a sair, mas olhou para trás decidido fazer uma coisa.
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Nagaro está agora do lado de fora da biblioteca, enterrando- o perto da árvore da vida. Fez uma reverência respeitosa, e foi em direção a barreira do reino.
Fora do reino.
-(Então foi isso que aconteceu aqui, os dragões inicialmente guerrearam, mas no final quem realmente destruiu o reino foram os monstros).
-Lembrarei desta história...
-(Agora sei do porquê as armadilhas daquele labirinto serem tão mortais e os livros armazenados na biblioteca serem tão estranhos e resistentes).
-(Um fruto era utilizado para os dois casos, creio eu que também deve haver alguma relação com a escuridão que tinha lá na sala de armadilhas e com o "Contra Dano" dela).
Fiquei andando bem pensativo, tentando descobrir o porquê eu consegui achar aquele lugar sendo que só os descendentes de Elfonia que achariam a biblioteca.
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-(Talvez eu achei esta biblioteca porque a magia está muito velha, igual a barreira que protege o reino).
Isso é só uma hipótese, mas pode ser que seja verdade, já que eu não fui guiado até o lugar, foi na sorte e sofrimento que eu a encontrei.
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-...
-Mas isso me faz pensar...
Também houve alguns fatores que me fizeram chegar lá na biblioteca, lembro claramente de ter visto vultos de elfos. Penso que fui guiado por algo, mas não sei ao certo. Pois bem, já descobri o que queria saber e que também não tem relacionamento com meu poder especial.
Nagaro não levou nenhum livro com ele, porque se levasse para fora do reino, poderia ter uma chance de ser destruído, só basta ver as roupas rasgadas de Nagaro para ter noção das coisas.
-(O que será que aquele homem de cartola fez com as frutas que obteve?)
-(Acho que ele já deve está morto agora).
O que aconteceu com Elfonia foi a muito tempo, se pensar bem o homem até já pode ter morrido, só vou saber mais disso, mais à frente mesmo... eu acho.
Mas também não é uma coisa em que eu deva me envolver.
-Bom, mas agora não pense mais nisso.
Continuei seguindo meu caminho, até que parei de andar, sinto alguma presença que me desagrada. Dei uma olhada para traz e vejo no chão um rato vermelho com a calda faiscando. Seus olhos pequenos e sinceros só me dão uma pequena vontade de congelá-lo.
Não deu para Nagaro fazer nada, o rato explodiu destruindo tudo e mandando ele para centenas e milhares de metros de distância, destruindo todas as árvores e pedras no caminho.
Mas em compensação, Nagaro não parece muito machucado.
-(Pelo menos eu não preciso andar).
-Até mais meus... sei lá para quem eu estou me despedindo, para começo de conversa, porque estou me despedindo?
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