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Paris: the tragedy

W A R N I N G !

GENTE

SÓ TENHO ALGO A DIZER:

S.E. P.R.E.P.A.R.E.M.!

ESSE CAPITULO TEM MAIS DE 5,5K DE PALAVRAS, E ESTÁ DESESPERADOR! (ao menos fiquei desesperado comigo mesmo escrevendo ksjskjsksjd)

QUERO SABER O QUE ACHARAM, ENTÃO, POR FAVOR, INTERAJAM COMIGO!

KISSES!

~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~

Harry's P.O.V.

- Hey, Lou... Acorda! - Balanço o ômega calmamente para acordá-lo. - Amor, já chegamos!

- Hm... Já?

- Sim. A viagem é bem rápida.

- Rápida até demais... - Sussurra, coçando os olhos.

- Você devia estar muito cansado, né? Dormiu a viagem toda. - Rio.

O de olhos azuis sorri enquanto coça os olhos preguiçosamente e se levanta. Eu o ajudo, apenas para que ele não faça muito esforço.

- Harry, eu estou grávido, não doente! - Fala quando pego todas as bolsas sozinho.

- Se dependesse de mim você não faria mais nada sozinho! - Murmuro. Ele revira os olhos, mas se dá por vencido.

É verdade que Louis sempre foi muito forte, mais do que eu imaginei que seria quando o conheci. Eu não daria nada pelo pequeno ômega ingênuo dos belos olhos azuis, porém ele me surpreendeu. Mas, mesmo sendo tão forte, ele ainda é frágil e precisa de mim!

Ainda mais por estar grávido e por não termos a mínima noção da situação atual dele e do bebê!

- Amor, sabe o que eu estava pensando?

- O quê? - Me olha.

- Nós precisamos saber qual é a situação da sua gravidez. - Já perdi as contas de quantas vezes toquei nesse assunto, mas Louis sempre se esquivou, apenas adiando.

- É verdade... - Sorri.

Não, espera...

Ele concordou?

LOUIS CONCORDOU?

LOUIS WILLIAM TOMLINSON CONCORDOU EM IR AO MÉDICO?!

- É? - O olho, abismado por ele ter concordado com tanta facilidade.

- Sim! Sabe, quase quatro meses, e a única vez que fui ao médico foi no dia em que descobri estar grávido. - Diz calmamente enquanto sorri, como se essa fosse a primeira vez que tocamos no assunto.

Juro que perdi meu queixo em algum lugar do chão! Fico tão atônito que paro no meio do corredor. O mais novo continua andando, mas logo nota que parei.

- Harry, por que você está parado? - Sem querer acabo interrompendo a passagem, mas é inevitável!

- Eu só... Estou um pouco surpreso... - Sussurro, me recuperando. Um senhor me lança um olhar fulminante, quase como "quando você pretende sair da frente, idiota?". - Oh, me desculpe...

Pode ser exagero meu, mas, ainda assim, é inevitável ficar surpreso. Meses fugindo, se esquivando, sequer querendo falar sobre gravidez ou crianças, pra, de repente, levar tudo tão bem?!

Quem é esse ser humano lindo na minha frente e o que ele fez com meu namorado?

- Quem é você e o que fez com o Louis? - Murmuro, encarando o de olhos azuis.

Tomlinson me lança um olhar confuso, porém ri e balança a cabeça. Ele não diz mais nada até estarmos fora do aeroporto.

Andamos um pouco, pegamos nossas malas, fazemos uma pequena pausa para encontrar nossos amigos...

E, por fim... Paris!

- É tão bonito! - Cameron parece fascinado. Na verdade ele não é o único fascinado pelas luzes da bela cidade.

- Sim, isso aqui é lindo! - Zayn abraça a Payne, deixando um beijinho em sua bochecha.

- É uma pena termos apenas três dias pra aproveitar... - Ashton nos lembra.

Olho para Luke e Josh, e os mesmos já estão olhando para mim. O bom de ter anos de experiência a vivência, além de laços, é o fato de que não é preciso uma palavra sequer para que possamos nos entender. É fato que pretendemos nos divertir bastante, para isso viemos todos juntos, mas não posso esquecer o real motivo d'eu estar aqui!

Na última vez que fiz contato com o informante, ele me garantiu que suas informações são úteis. Ele não brincaria com isso, ainda mais sabendo que posso matá-lo facilmente. Estou enferrujado, claro, mas continuo sendo Harry Styles! Não nos falamos muito, apenas para evitar que sejamos detectados, sendo dito somente o necessário. Por mais que tudo seja feito entre as sombras, movimento demais pode atrair atenção indesejada!

Desde que recebi o trabalho de... Bem... Matar o Louis... Muitas coisas mudaram. Não só em minha vida pessoal, como também em meu "trabalho". Não recebi mais nehum pedido e isso, por mais que seja ótimo, me preocupa. Isso significa que talvez minha moral no ramo da morte esteja deliberadamente baixa. Isso é " bom". Bom porque logo serei esquecido e estarei fora, por mais que alguns clientes mais fiéis não me esqueçam. Porém isso também significa que meus inimigos em potencial vão achar que estou vulnerável e vão tentar me atacar, e essa parte não é nada boa.

Nada boa!

- Para onde vamos agora, Harry? - Yuma indaga.

- Estão muito cansados? - Olho meu relógio para verificar se não está tão tarde.

Exatamente oito da noite. Perfeito!

- Bom, eu não estou. - O irlandês loiro dá de ombros.

- Nós também não. - Michael, que agora está com os cabelos roxos, diz, se recostando em Calum.

- É! - Todos quase gritam em uníssono, assustando as pessoas envolta, o que me faz rir.

Eu não as julgo. Afinal somos um grupo de quatorze garotos, todos parados no meio da calçada em frente a um aeroporto às oito da noite. Nada muito fora do normal.

- O que você tem em mente? - Meu irmão mais novo olha para mim de maneira desconfiada.

- Logo você verá, meu caro Hemmings!

Em questão de segundos uma gloriosa sprinter estaciona ao nosso lado. O vidro da van se abaixa, revelando Jean Marchal, um velho amigo e subordinado aqui de Paris. O homem sorri ao me ver e acena para nós de forma alegre, típico do francês.

- Sua carona chegou, Styles. - Diz, descendo do veículo.

- JEAN! - Josh corre para abraçar o moreno. Luke o segue.

- Jean? O nome dele é Jean? - Boyce solta gritinhos agudos e pula, chacoalhando Jamie, este que apenas revira os olhos e cruza os braços.

- Sim, menino das sardas. Jean Marchal. É um prazer conhecer os amigos do grandioso Styles! - Lhe lanço um olhar desesperado, mas é tarde.

- Styles? Quem é esse? - O'brien pergunta. Juro, eu sempre amei meu cunhado, mas nunca quis tanto matá-lo como quero agora.

- Jean, não... - Tento interrompê-lo, mas ele dispara igual uma matraca.

- Como, "quem"? Harry! Harry Styles! - Aponta para mim como se fosse óbvio. Bato em minha testa, completamente frustrado.

Sempre esqueço que ele é língua solta...

No mesmo instante todos me olham, até mesmo Louis, Luke e Josh. A única diferença é que esses três cretinos riem da minha desgraça.

- McCants...? - Tyler sibila lentamente o nome, como se quisesse uma explicação.

Respiro fundo antes de começar a falar, apenas para ter tempo de bolar alguma desculpa convincente.

- Bom... É uma longa história, mas... Meu nome não é esse. É Harry Edward Styles. - Confesso.

- E por que...

- Porque Harry não gosta de seu nome de nascença. - Josh intercede, em meu socorro.

- Ele sempre odiou esse nome por causa dos pais biológicos, o faz lembrar deles. - O alfa loiro dá de ombros. Suas vozes soam o mais verdadeiro possível, e surpreendentemente todos parecem acreditar, o que me faz suspirar aliviado.

Nota mental: agradecer à eles mais tarde!

- Combina mais com você do que " McCants". - Payne dá um tapinha em meu ombro.

- É. E, me desculpe, mas McCants parece nome de fazendeiro. - Calum ri, e todos riem também.

Ainda bem que eles acreditaram!

Nota mental número dois: Conversar seriamente com Jean sobre essa mania de soltar a língua!

- E aí? Para onde vamos, Styles? Onde devo levar vocês primeiro? - O garoto questiona, puxando alguns fios de seu cabelo. Mania horrível!

- Vamos para a torre! - Anuncio.

- Eiffel?! - Tomlinson se anima.

- Sim, ômega! - O beijo.

- Sendo assim... Vamos! - Marchal fala, alegremente.

- VAMOS! - Eles gritam.

Por fim todos entramos na grande van. O cacheado dá a partida e logo estamos andando pelas ruas da cidade.

Não é a toa que Paris é chamada de "cidade das luzes". É tudo simplesmente fabuloso! Seria hipocrisia da minha parte se eu dissesse que não é! Tantos prédios e grandes construções, tantos restaurantes, bares, todos tão bem decorados e iluminados... É esplêndido! Ver tudo isso, todas as pessoas animadas andando pelas ruas, me fez notar algo muito importante: Antes, quando vim aqui pela primeira vez, eu não enxergava o mundo da mesma maneira que agora. Não via nada com os mesmos olhos que vejo hoje! É como se meu mundo fosse literalmente preto e branco, sem nada que me levasse à apreciá-lo com suas inúmeras belezas...

E tudo isso mudou depois que ele apareceu!

Sinto o ômega apertar minha mão suavemente, e isso faz meu coração disparar. Olho para o mais novo e o vejo olhando pelas janelas enquanto um pequeno sorriso se mantém em seus lábios. Seus olhos brilhando de forma graciosa por refletirem as luzes da grande Paris é mais lindo do que as luzes em si! Sorrio também. Meu coração acelera ainda mais. A beleza de Louis é tão simples, e ao mesmo tempo tão complexa. Tão comum mas, ao mesmo tempo, tão única!

Louis é tão, tão único! Notar isso faz meu peito queimar como se a qualquer momento eu fosse morrem em uma grande explosão de fogos de artifício!

(...)

- Harry... - Luke me chama, chegando perto com Devine em seu encalço.

Depois de irmos para a Torre Eiffel ver suas grandiosas luzes, todos fomos jantar e viemos para o hotel em que reservei os quartos. Nada luxuoso, porém grande e confortável o suficiente para agradar a todos.

Agora já passam das três da manhã, porém não consigo dormir de jeito nenhum! Minha mente não para de trabalhar nem por um segundo, e saber que na noite de amanhã terei algo que poderá me deixar à um passo do Ametista Negra não melhora minha situação. Como não consegui dormir, decidi vir para o grande bar que há no hotel, apenas para beber algo e tentar relaxar.

E pelo visto não fui o único que teve problemas com o sono...

- E aí... - Sorrio fraco para meus irmãos.

- Como você está? - O de cabelos pretos questiona.

- Cansado, porém muito, muito feliz! - Garanto.

Os meninos sorriem. Eles se sentam, um em cada lado meu, e deitam suas cabeças em meus ombros. Meu sorriso aumenta um pouco mais quando eles seguram minhas mãos, entrelaçando nossos dedos de forma carinhosa.

- Já pararam pra pensar que se fosse há cinco meses atrás nós nunca estaríamos sentados dessa maneira? - Devine ri com seu próprio pensamento, mas não posso deixar de concordar.

- É verdade! Nós mudamos muito de um tempo pra cá. - Luke murmura.

- Não fomos nós que mudamos, irmãozinho. Foram eles que nos mudaram! - Afirmo.

- Realmente... Tudo mudou completamente desde que eles entraram em nossas vidas...

- E nós temos que agradecer muito ao Ametista por ter me contratado para eliminar o Lou. Se não fosse por isso talvez eu nunca teria conhecido ele, nem você teria conhecido o Ashton, e muito menos o Josh teria conhecido o Niall. - Esse pensamento me faz ter arrepios.

- Creio que não, irmão. Eu acredito em destino, e creio que, cedo ou tarde, teríamos eles ao nosso lado. - Devine dá de ombros.

- Eu não consigo mais me imaginar sem o Ashton! - Noto certo desespero na voz de meu irmão, e isso me faz olhar para ele, assim como Josh. - As vezes eu fico tão preocupado...

- Por quê? - Questiono.

- Porque eu sinto que vivemos numa farça tão grande, mas aí ele vem e me faz lembrar de que o que sinto é real. Todos os dias ele me faz lembrar de que eu o amo! Isso me deixa louco porque, querendo ou não, nós estamos pondo todos eles em risco! É só uma questão de tempo, e vocês sabem disso! - Sua voz soa embargada.

Um silêncio perturbador se instala entre nós. É como se o peso das palavras de Luke tivesse despencado sobre nós três, derrubando toda a verdade assustadora diante de nossos pés. Por um instante eu me sinto culpado. Culpado, principalmente, por não dizer toda a verdade para Louis, e não só para ele como para todos eles! É de certa forma triste saber que meus irmãos se sentem como eu. Me sinto culpado por oferecer risco a vida das pessoas que mais amo nesse mundo. Já foram várias as vezes que pensei em ir embora, mas não teria coragem. Eu não poderia deixá-lo! Ainda mais pelo fato de a cada dia estar mais conectado, não só a Tomlinson, como a todos os meus amigos.

E, assim como o loiro não pode ficar sem seu ômega, eu não posso ficar sem o meu!

- Vocês dois, podem parar! - Josh ralha de repente. Seus olhos lacrimejam, e isso parte meu coração. - Tudo o que o Luke disse pode ser verdade, e eu sei bem o que você está pensando, Harry. Eu também pensava assim, mas isso não muda nada! Porra, nós amamos eles, não amamos? Se nós amamos esses ômegas, vamos protegê-los do que for preciso. Vamos proteger a todos eles! Eles são nossa família agora!

- Josh está certo. Somos fortes! Robin e Anne nos ensinaram a ser assim, e tenho certeza de que eles estão orgulhosos de nós. Vamos proteger nossa família com tudo o que tivermos até que enfim estejamos seguros. O que pode nunca acontecer... Mas sempre estaremos prontos! - A forma como Hemmings nos encoraja mesmo estando inseguro faz um sorriso surgir em meus lábios, contudo logo ele some.

- Eu estou com tanto medo, meninos... Medo de não ser forte o suficiente. Estou com medo de não conseguir proteger nenhum deles... - Confesso. Fecho meus olhos com força para afastar as lágrimas, mas é inútil.

- Harry, todos nós estamos com medo... - O mais novo assente.

- Eles são nossa única fraqueza, e todos que querem nos atingir sabem disso. Mas eles também sabem bem com quem estão se metendo! E se eles encostarem um dedo em algum dos nossos amigos ou em nossos ômegas o bagulho vai ficar doido! - Josh cerra seu punho no ar como se estivesse prestes a socar a cara de alguém.

- Não vamos deixar isso acontecer. Nunca! Sempre estaremos prontos, e nós vamos conseguir! Amanhã iremos encontrar o cara, e logo esse tal de Ametista estará ajoelhado clamando por misericórdia! - Garante.

Luke e Josh me abraçam, e ficamos assim por um tempo. Realmente se fosse há alguns meses atrás nós nunca estaríamos abraçados dessa forma, mas agora parece que nada disso importa mais.

- Obrigado por sempre estarem ao meu lado... - Sussurro. A está altura eu já não consigo mais conter minhas lágrimas, assim como nenhum dos dois.

- Nós sempre estaremos aqui, irmão. Nós somos sua família!

- É, e antes mesmo de termos os meninos, nós tínhamos você. Lembra? Sempre fomos apenas nós! - Devine completa as falas do loiro. - Você sempre foi o maior. Sempre foi o mais forte. Sempre foi o mais esperto. Você sempre nos protegeu, Harry. Até mesmo quando parecia impossível, você estava lá para nos salvar!

- Sim, é verdade! Se lembra da vez que estávamos na Índia? - O alfa mais novo pergunta, e eu aceno positivamente.

- É impossível esquecer disso, vocês dois foram sequestrados. - Rio enquanto seco uma lágrima solitária em minha bochecha.

- Sim, e aqueles caras iam nos matar. Nós realmente achamos que seria nosso fim. Você estava à quilômetros de distância, não tínhamos como nos comunicar, mas, ainda assim, você nos encontrou e matou quinze caras com uma faca de cozinha. Sozinho! Você foi incrível!

- E é por isso que você merece ser feliz, irmão. Não sei se notou, mas foi a sua felicidade que nos trouxe as nossas. - Devine ri. - Você logo terá um filho, precisa de paz, e é por isso que vamos te ajudar a acabar com a raça desse maluco que está atrás do Lou.

- Nós estaremos juntos até o fim, Harry!

Mais uma vez lágrimas rolam por meus olhos. Não apenas pelos meus, mas pelos de meus irmãos também. Nós nunca, em toda a nossa vida, tínhamos conversado tão abertamente como agora. Isso me deixa tão, tão feliz! Eu também sinto que nós nunca tinhamos estado tão próximos um do outro como agora.

Felicidade. Meu peito se enche de pura e genuína felicidade!

- Deus, como eu amo vocês dois! - Passo meus braços por seus ombros, os puxando para mais perto, se é que é possível.

- Eu também amo vocês. - Josh chora horrores. Sempre foi o mais sentimental.

- Eu me orgulho muito de ter dois irmãos mais velhos como vocês! - Hemmings fala, e nós três rimos.

(...)

Depois da conversa que tive com meus irmãos eu tomei uma grande decisão. Decidi contar toda a verdade de uma vez para Louis. Ele merece saber quem eu sou de verdade, sobre meu passado, e tudo o que ele quiser saber de mim. Pela primeira vez eu notei que é, de certa forma, injusto com ele, já que eu sei praticamente tudo sobre si enquanto ele não sabe nada sobre mim.

E é por isso que irei lhe contar tudo!

Volto para o quarto tentando fazer o mínimo de barulho possível, apenas para não acordar o mais novo, mas quando abro a porta dou de cara com Tomlinson calçando seus chinelos enquanto se agarra a seu roupão por conta do frio. Quando ele me vê sorri e parece aliviado, mas, assim que o vejo, sinto certa inquietação.

- Louis, o que houve? - Questiono quando ele corre até mim e se agarra ao meu pescoço.

O de olhos azuis começa a choramingar como um pequeno e manhoso filhotinho de lobo. Fico preocupado. Num movimento rápido eu o pego no colo, fazendo com que suas pernas se enrolem em minha cintura, e caminho com ele assim até a cama, onde me sento. Tento afastá-lo pouco para poder olhar seu rosto, porém ele se prende a mim. Louis me abraça com tanta força que quase me deixa sem ar.

- Amor, o que foi? - Afago suas costas e ouço um soluço.

- Você está triste. E-Eu senti você triste. Eu acordei, mas v-você não estava aqui. Eu estava indo até você! - Chora.

- Eu estou bem, Boo... Não precisa chorar... - Digo.

Louis me olha nos olhos. Suas belas orbes que geralmente estão em um tom de azul vívido, agora estão em uma cor escura e avermelhados por conta do choro. Eu odeio vê-lo tão frágil assim! Me sinto impotente por não poder evitar que ele chore, e me sinto pior ainda por saber que eu sou o motivo de seu choro.

- Mas você não estava aqui... Eu precisei de você aqui, mas você não estava aqui! - O mais novo parece tão magoado, e isso me deixa confuso.

- Precisou de mim? - Indago.

- Sim! Eu... E-Eu passei mal e acabei vomitando muito, mas agora estou bem. - Dá de ombros. - Eu tomei um banho, e enquanto escovava os dentes senti você triste. Você estava chorando, Harry! Eu fiquei preocupado!

- Meu pequeno, me desculpe, por favor! - O abraço. Enterro meu rosto na dobra de deu pescoço e aspiro fundo o perfume adocicado do de olhos azuis. - Desculpe por não estar aqui pra te ajudar. E me desculpe por te preocupar! Eu só não... Não queria...

Acabo chorando também...

De novo...

O clima no quarto está tão estranho. Como se o ar estivesse causando um turbilhão de sentimentos ao mesmo tempo. Eu me sinto triste, com raiva, feliz, emocionado... Tudo ao mesmo tempo! Será que é algum tipo de feromônio que Louis está liberando por causa da gravidez? Será que é assim que ele está se sentindo, e eu estou sentindo também?

- Tudo bem, Hazz... Está tudo bem... - O ômega acaricia meu rosto suavemente com suas mãos macias. Instintivamente eu fecho os olhos para apreciar seu carinho.

- Meu lindo ômega... Me desculpe! Você sentiu minha tristeza, chorou minhas lágrimas, e eu não pude nem estar aqui pra você quando precisou de mim... - Sussurro tristemente.

Ainda de olhos fechados, sinto Louis colar seus lábios aos meus. Um beijo calmo, singelo, carregado de sentimentos que eu não consigo compreender. Mas um deles entendo muito bem, e é o amor. O amor que sinto por esse pequeno ômega de olhos azuis é tanto que as vezes acho que não cabe mais em mim. As vezes penso ser impossível amar a Louis ainda mais, mas aí vem ele e me mostra que eu estou errado. Eu me apaixono por esse garoto a cada segundo mais! Me apaixono por seu jeito de falar, de agir, por suas manias, por sua voz, por seu corpo... Eu me apaixono por tudo o que ele é!

- Eu te amo... Eu te amo muito, muito mesmo! - Digo em voz baixa, como se fosse um segredo. O sinto sorrir contra meus lábios.

Lentamente tudo vai voltando ao normal. Todos os sentimentos vão se ordenando, até sobrar apenas este. Essas borboletas na estômago, esse calor, essa vontade de gritar aos sete ventos o quanto amo Louis Willian Tomlinson!

- Eu também te amo, Hazz! Muito, muito, muito! Tanto que sinto vontade de cantar! - Ri, e acabo rindo com ele.

- Então cante! Eu amo ouvir sua voz! Cante para mim, meu lindo ômega! - Peço. O mais novo cora, mas assente com um sorriso.

Louis respira fundo, e falha algumas vezes quando ao invés de cantar acaba rindo. Uma cena tão linda que parece até mesmo sonho!

"Se eu pudesse ser assim

Só metade do que pensa de mim

Qualquer coisa eu poderia fazer

Até aprender a amar...

Quando te vejo agir

Como se não fosse me deixar ir

Qualquer coisa eu poderia fazer

Até aprender a amar...

Como você..."

Sorrio imensamente. Louis, além de aparência, tem uma voz angelical. Doce e suave, assim como ele.

- Essa música é de Steven Universo! - Rio.

- Em minha defesa eu posso dizer que ela é linda e expressa muito bem o que eu sinto. - Dá de ombros.

Deus, se eu sorrir mais um pouco sinto que minhas mandíbulas vão se partir!

"Sempre pensei que era ruim

Mas agora eu sei

Pois você é tão bom

E eu não chego aos seus pés!

Olhe pra si

Como eu te adoro

Queria saber...

Porque me acha especial..."

Ele sorri quando eu continuo a música. Surpreendentemente essa parte expressa o que eu sinto. Louis é tão bom, as vezes sinto como se não fosse digno de ter alguém tão maravilhoso quanto ele ao meu lado. Todas as minhas inseguranças e fantasmas do passado me fazem pensar que eu não deveria, nem de longe, tê-lo comigo.

"Se eu pudesse te mostrar

Algo que vai lhe agradar

Qualquer coisa poderia fazer

Até aprender a amar..."

Eu não me sinto digno de ter seu amor. Não me sinto digno de ser pai de seu filho! Mas, ainda assim, ele faz questão de me amar...

Será que ainda me amaria se soubesse quem eu sou?

"Quando te vejo me olhar

Feliz por me ver voltar

Qualquer coisa eu poderia fazer

Até aprender a amar...

Como você..."

Amar a mim como você...

~*~

Narrador's P.O.V.

A noite em Paris estava mais sombria do que o normal. Ou talvez fosse a mente de Harry lhe pregando peças por conta de sua ansiedade. Mas, de fato, tudo estava mais... Sombrio...

O lugar marcado para o encontro entre os garotos e o informante que se apelidava de "Bob" era o famoso cemitério Père Lachaise, um dos mais importantes pontos turísticos da cidade. Harry não via muito sentido, mas logo entendeu o motivo daquele ser o local escolhido. Por mais que fosse um ponto de grande movimento, naquele horário era totalmente vazio. Não havia ninguém ali além dele, Luke e Josh.

Já se passavam das duas da manhã quando os meninos chegaram ao local. O ar gélido da madrugada fazia as narinas dos alfas arderem conforme respiravam. Por mais que seus corpos fossem naturalmente resistentes ao frio, aquilo já se tornava ridículo de tão gelado! As sombras e sons do cemitério assustariam a qualquer um que estivesse em seus lugares, porém nada daquilo importava para eles. Nada os amedrontava. Eles apenas queriam terminar logo aquilo para poderem voltar para o lado de seus ômegas.

Harry sentia a ansiedade corroer seus ossos e jogar com sua mente. Normalmente ele não estaria tão, digamos... Instável... Como estava naquele momento. Normalmente ele seria frio e calculista, elevando sua calma ao máximo para que tudo ocorresse dentro dos conformes. Porém aquela situação era diferente. O que quer que fosse dito ali, seria importante pois a vida de seu namorado estava em risco. Harry teria que lutar contra um "fantasma" apenas para proteger a quem ama, e ele estava disposto a isso. Sem dúvidas ele daria seu melhor! Porém sabia que tudo o que envolvia a Louis o deixava, de certa forma, mais fraco...

Por isso não podia vacilar!

Quanto mais se aproximava do local exato, mais sentia-se nervoso. Por mais frio que estivesse, suas mãos soavam de maneira frenética por debaixo das luvas de couro negro que usava. Luke notou a ansiedade do irmão. Enquanto caminhavam o mais novo pôs sua mão no ombro de Styles, o que fez a atenção do outro cair sobre si. O alfa sorriu de maneira confiante, o que, de certa forma, fez os nervos do de olhos verdes se acalmarem. Ao menos por alguns instantes.

Por fim, bem ao longe, eles avistaram uma silhueta. Um homem. Estava com um sobretudo preto, chapéu de mesma cor, e olhava para uma das lápides como se estivesse ali para visitá-la. Ele foi rápido em notar a presença dos três alfas, porém apenas ergueu seu olhar quando se aproximaram o suficiente.

- Chegaram bem na hora. - Bob disse com um sorriso em seus lábios.

- Somos conhecidos por nossa pontualidade. - Hemmings falou, observando o homem de expressão cansada. Bob aparentava estar por volta dos quarenta anos, mas era bem bonito, por sinal.

- Não apenas por isso, não é? Os grande Hemmings-Styles-Devine, os melhores no ramo do assassinato, herdeiros e sucessores de Robin e Anne. Vocês sabem que são bem famosos no submundo, não sabem? Principalmente você, Harry Styles. Todos tem medo de você! - Sibila, olhando para o cacheado.

- Isso não importa, Bob. Vamos direto ao ponto. - Styles pediu, sem emoção alguma em sua voz. Queria apenas terminar logo aquilo.

- Tudo bem, tudo bem... Mas antes, posso lhe fazer uma pergunta?

- Diga! - Os meninos começaram a ficar impacientes.

- É verdade que você saiu por causa de um ômega? - Ao ouvir a pergunta do homem, Harry sentiu seu peito pesar.

Então realmente todos do submundo já tinham conhecimento de Louis.

- E se for esse o caso? O que lhe importa? - Devine grunhiu, fazendo o beta levantar as mãos em rendição.

- Não precisa ser tão agressivo, Josh. Somos todos amigos! - Sorriu, mas seu sorriso sumiu ao ver que os outros três se mantém sérios. - Ok, vamos ao que interessa.

- Já era hora... - O loiro revirou os olhos.

- Diga-me tudo o que sabe sobre o Ametista Negra, Bob!

Aquilo estava começando a demorar demais...

Será que o homem queria pegá-los em uma armadilha?

Bom, nenhum dos irmãos descartou a hipótese, e por isso se mantinham atentos.

- Vejamos... O que posso lhe dizer? Ele basicamente não existe. - Deu de ombros, mas continuou a falar. - Porém, se há um nome, mesmo que não seja verdadeiro, há alguém por trás. Mesmo que seja um grupo, há sempre um líder por trás! Eu também tenho bastante interesse nesse tal de Ametista, e com isso passei a pesquisar bastante. Levei cerca de dois anos mas finalmente consegui uma prova de que ele existe.

- O que você conseguiu? - Josh questionou.

- Passei um tempo vigiando um cara que poderia estar envolvido com o Ametista. Por meses pareceu que era uma perda de tempo, mas um dia eu consegui detectar uma movimentação bancária para uma conta fantasma que só aparece quando é utilizada. Eu tentei rastrear, mas quando estava quase lá ela simplesmente desapareceu. Tudo o que consegui foram as informações do cheque, mas ele estava preenchido no nome "Ametista Negra". Fiquei meio frustrado, mas alguns dias depois notei algo muito importante. Eu apenas deveria procurar a origem da ameti... - Um som de gatilho chegou ao ouvido do mais velho, o que lhe fez arregalar os olhos.

- Fomos seguidos! - O cacheado entrou em alarde total quando notou que, na verdade, eles não estavam tão sozinhos quanto pensavam estar.

Em uma questão de segundos um disparo foi ouvido. Styles, ao olhar para Bob, ficou chocado por ver que o beta tinha uma perfuração bem no meio de sua testa. O corpo do homem caiu no chão com tudo, sem nenhum resquício de vida. Os meninos instintivamente correram para se abrigar.

- Puta que pariu! - Devine pareceu aterrorizado. Ele era bom, muito bom, porém o campo de batalha nunca fora seu ponto forte.

- Fiquem calmos e procurem o atirador. - Luke disse, olhando para o cadáver que por ironia do destino havia caído com o olhar direcionado bem para onde ele estava. Parecia que os olhos mortos de Bob o observavam, e isso lhe causou arrepios.

- Meninos, não vamos nos desesperar... - Uma voz desconhecida soou pelo cemitério.

Os garotos se mantiveram em silêncio. Algo havia dado errado, e eles não sabiam quem teria os seguido, então tinham que agir com extrema cautela. Os três alfas se entreolharam como se tentassem transmitir uma mensagem. Harry então se pronunciou.

- Quem são vocês? - Perguntou.

- Como sabe que não sou apenas eu? - O dono da voz misteriosa pareceu surpreso.

- Nós podemos ouvir a todos vocês. - De fato Harry, de alguma forma, conseguia ouvir a respiração de todos os homens e o som de suas armas. Ele e seus irmãos estavam cercados por cerca de seis a oito atiradores.

- Ah, eu não esperaria menos de Harry Styles e seus irmãos. Os três alfas, filhos de Robin. Sua fama é bem grande, garoto. - Disse. Um homem surgiu das sombras, e ao mesmo tempo todos os atiradores se mostram.

Styles, Hemmings e Devine observaram os homens. Nove no total, todos encapuzados, cada um com uma pistola simples, como as suas. Apenas um tinha uma submetralhadora empunhada, apontada justamente para o mais velho dos três irmãos.

- É, eu tô sabendo. - Murmurou enquanto observava o cara mascarado se aproximar.

Luke deveria pensar em algo rápido. Ele sabia que precisava agir! Sempre fora o estrategista perfeito, então essa parte ficava sob seu encargo. Mas o que ele poderia fazer? Ele e seus irmãos tinham apenas pistolas e facas. Combate corpo a corpo seria um problema, visto grande desvantagem numérica.

O que ele iria fazer?

Precisava de tempo para pensar!

- O que querem conosco? - Josh questionou.

- Bom, notamos uma movimentação meio estranha esses dias. Bob estava sob nossa supervisão, mas ele saiu dos trilhos e acabou falando demais. Não foi para isso que ele veio? Dar informações? - O dono da voz se aproximou de Styles, ficando frente a frente com o alfa mais velho.

- Não sabemos do que está falando. - Disse.

- Não se faça de desentendido, Styles. Não é legal mentir! O Ametista sabe que você está atrás dele. Sabe, ele nunca deu as caras, mas o próprio me pediu pessoalmente para te dar um recado. - O homem se aproximou perigosamente até estar perto o suficiente para poder sussurrar ao ouvido do de olhos azuis. - Ele disse que, mesmo que você tente, nunca poderá salvar Louis. Ele vai matá-lo, você querendo ou não!

Naquele momento o peito de Harry se encheu de ódio. Num movimento rápido ele deu uma forte joelhada no estômago do mascarado, o que o fez cair de joelhos, porém isso também fez com que todos se preparem para atirar.

- AGORA! - Hemmings gritou e rapidamente pegou uma de suas facas, a atirando com extrema precisão no pescoço de um dos homens.

Uma chuva de projéteis voou na direção dos três irmãos, e novamente eles correram para se proteger. Todos, lado a lado, se abrigam atrás de um enorme mausoléu enquanto disparos e mais disparos eram feitos em sua direção.

- O que vamos fazer? - Devine perguntou enquanto sacava sua calibre 38.

- Vamos matá-los. Todos eles! - Decretou. Os meninos olharam para Styles e acenaram, decididos a fazer exatamente o que o mais velho ordenara.

Os garotos se dispersam, correndo um para cada lado. Eles revidaram os tiros e, rapidamente, conseguiram abater quatro dos nove homens. Todos atirando com extrema precisão e cautela, derrubando um a um. Mas, num momento de descuido, Luke foi atingido no peito e acabou batendo com a cabeça em uma lápide. Foi tudo rápido demais. Hemmings não se movia, e isso fez seus irmãos se desesperarem.

- LUKE! - Devine berrou quando se deparou com o irmão inconsciente e sangrando.

Naquele momento o tempo, para Harry, pareceu correr mais devagar. Seus olhos se encheram de lágrimas, e seu peito se encheu de ódio. O alfa loiro não esboçava nenhuma reação, e sangrava tanto pelo ferimento em seu peito como pelo em sua cabeça que era uma questão de tempo para que o pior pudesse acontecer. Styles sentiu seu coração se partir em milhões de pedaços. Seu corpo começou a reagir. Garras cresceram, presas surgiram, ossos estalaram e se expandiram...

E então um rosnado alto foi ouvido. Tão alto que fez o chão do cemitério tremer. Um rugido grutal, primitivo, longe de ser algo humano!

O alfa cacheado não parecia mais ele mesmo. Era Harry ali, mas não era como ele. Seu corpo havia adquirido tantas feições lupinas que seria impossível dizer que era um simples alfa irado. O garoto se sentia fora de si. O cheiro do sangue de seu irmão invadiu suas naridas, e isso fez seu ódio aumentar ainda mais. Lágrimas espessas correriam por seus olhos, mas mesmo embaçando sua visão, tudo era tão nítido quanto nunca havia sido antes!

Ele queria matar aqueles desgraçados...

E ele iria matar a cada um deles!

Sem se importar com os disparos sendo efetuados em sua direção, o alfa correu até os homens de maneira despreocupada. Seu corpo exalava nada além de fúria e ódio! Sua velocidade era incrível, realmente sobre humana, tanto que em questão de segundos ele acabou com a distância de pouco mais de cinquenta metros que estava entre ele e os atiradores, alcançando seu objetivo. Harry rasgou, mordeu, dilacerou a carne de todos eles com suas próprias garras e presas.

Rapidamente todos os cinco atiradores que haviam sobrado estavam mortos.

Mortos pelas mãos de Harry Styles!

O alfa se virou para seus irmãos. Josh, agachado, estava com Luke em seu colo tentando a todo custo estancar sangue que saia pelos ferimentos. O menino chorava descontroladamente enquanto se agarrava ao corpo pálido e inerte de seu irmão caçula.

Mais uma vez Harry sentiu seu coração se partir...

E aí? O que acharam?

O capítulo não ia tomar esse rumo, mas enquanto eu estava escrevendo fui deixando fluir, e esse foi o resultado final. Mas, sim, o destino do Luke seria o mesmo.

TÔ CHOROSO!

Bom, espero que tenham gostado, e até o próximo!

Kisses!

PS: A música que Harry e Louis cantam se chama "Amar Como Você" e eu super recomendo! Ela realmente é de Steven Universo e realmente é muito linda! Ouçam!

Afrodielcreators' thoughts