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Pássaro Místico

Uma hora já se passou desde o começo da caminhada. Vektor e Hisami estão seguindo por uma trilha pela floresta até o Templo Ancestral. Os dois são forçados a enfrentar vários monstros selvagens pelo caminho. Algo que Vektor percebe é que Hisami é bastante habilidosa em combate corporal ou com armas brancas, de forma semelhante a ele, talvez até superior em alguns aspectos.

Os dois enfim chegam na entrada do Templo Ancestral. Devido aos monstros, no entanto, eles levaram uma hora a mais do que o planejado. Eles decidem fazer uma pausa para descansar enquanto se preparam para o desconhecido perigo que se esconde no templo.Durante essa pausa, eles acabam comendo todos os suprimentos que o pai de Hisami havia guardado na mochila, mochila essa que Vektor entrega para Hisami enquanto diz:"Aqui, leva contigo. Só tem acessórios dentro agora, e eu não sei usar nenhuma dessas coisas que seu pai me deu, mas talvez sejam úteis pra você, então acho melhor você levar.""Certo...""Vai dar problema se lutarmos de barriga cheia, então vamos descansar mais um pouco.""Você não tinha um tempo limite ou algo assim? Cadê aquela sua impaciência de ontem?""Ei, não me entenda mal. Eu posso estar com pressa, mas eu também sei que meu tempo limite não vai significar nada se eu morrer aqui."Os dois passam então cerca de meia hora nesse intervalo pós-caminhada. Depois de alguns minutos de puro silêncio, Hisami decide começar uma conversa antes de retomar a jornada:"Então... Como esta vai ser meio que nossa última conversa pelo menos por agora... posso te fazer algumas perguntas?""Oh, claro, pergunte o que quiser.""É que, bem... Eu não faço a mínima ideia de como deve ser a vida de um Etykiran...""Eu diria que é bem normal... No meu caso, eu nem mesmo moro na Ilha de Netern.""Como assim? As 5 famílias não deveriam viver todas na mesma ilha?""Bem, quando eu nasci, meus pais já haviam se mudado pra um continente, longe das outras 4 famílias. Pelo que eu entendi, houve uma guerra ou algo do tipo, mas minha mãe nunca chegou a me contar essa história direito, e eu também nunca me importei de perguntar.""Hmm, talvez eles tenham sido exilados ou tenham se desentendido com as outras famílias...""Acho isso meio difícil. Da última vez que eu visitei a ilha, todo mundo lá me tratou com respeito.""E quanto ao seu cotidiano? Você faz algo escondido das outras pessoas que só um Etykiran pode fazer? Coisas como rituais ou costumes?""Nah, eu só jogo e assisto anime como todo mundo da minha idade, nada de especial.""...Você é bem decepcionante.""Foi mal aí por ser só um adolescente comum, não queria ter quebrado suas expectativas. Se for servir de consolo, minha mãe tem feitiçaria como hobby, eu acho isso bem incomum.""Então sua família se apega às tradições... Pode me falar mais sobre eles?""Bem, não tenho muito o que falar, eu só moro com a minha mãe. De acordo com ela, meu pai morreu numa viagem quando eu ainda era muito pequeno.""Oh... Sinto muito... por te fazer lembrar disso, não foi minha intenção...""Não esquenta, eu acabei de falar que foi há muito tempo. Eu nem sequer lembro do rosto do meu pai, e eu não consigo sentir nada quanto tento pensar nele.""Como assim não consegue?! Isso não é nada natural!""Você acha? Bem, eu sempre tive fama de criança estranha, então não vou tentar me defender.""Se seu pai morreu, então...!""Não, eu não sou o Mestre Drenn. Esse é o meu irmão, pelo menos oficialmente.""Oh, você tem um irmão?""De acordo com a minha mãe, sim. Mas de novo, eu não lembro nada sobre ele, então não faço ideia de quem seja. Pelo que eu saiba, ele está desaparecido há anos, mas muito provavelmente está vivo.""Então você continuará um aprendiz até encontrarem ele?""Bem, eu posso me tornar um mestre se eu ter dominado meus poderes por completo e fazer 18 anos antes dele ser encontrado.""Então é por isso que você está aqui?""Não. Como eu disse ontem, minha mãe foi pega de refém. Eu não sou muito do tipo de sair por aí indo pra todo tipo de lugar sem um motivo bom o bastante.""Entendo...""Mais uma vez, me desculpa por quebrar suas expectativas. Aposto que você gostaria de ouvir sobre grandes aventuras ou coisas do tipo.""Não, tudo bem, eu precisava disso. De um certo modo, estou até aliviada. E pensar que esse tempo todo, os seres lendários que eu tanto esperei conhecer, no fim eram seres humanos que nem eu... Obrigada, Vektor.""Eu não sei direito o que eu fiz, mas... de nada.""Bem, que tal prosseguirmos agora? Não podemos deixar sua mãe esperando.""Tem razão, descansamos bastante. A partir de agora, vamos seguir com tudo até o fim! ...Quer dizer, primeiro temos que pensar em como vamos abrir esse portão enorme... Eu não acho que consigo quebrar isso.""Pelo que meu pai me ensinou, apenas Etykirans são capazes de abrir.""Ah é, lembrei, o templo abre em resposta à minha energia... Certo...!"Ao tocar no portão com ambas as suas mãos, Vektor se sente como se inexplicavelmente sua energia estivesse sendo puxada para fora de seu corpo através de seus braços, uma sensação semelhante a quando ele usa sua espada, porém desta vez é involuntário e instantâneo ao invés de voluntário e constante.Após poucos segundos de contato, a energia de Vektor causa a reação do portão, que lentamente se abre."Okay, prepare-se. É aqui que nosso verdadeiro desafio começa."Vektor e Hisami enfim entram no Templo Ancestral. O local consiste apenas de uma grande sala com 5 portas, cada uma tendo o símbolo de uma das 5 famílias Etykirans desenhado em cima. No entanto, apenas uma porta está aberta: aquela com o desenho da Tulipa Escarlate, o símbolo da família Drenn.Vektor dá seus primeiros passos em direção à porta aberta, até ser impedido por Hisami, que segura seu ombro o dizendo:"Espere...! Tenha cuidado, estou sentindo que algo muito poderoso está nos esperando naquela sala.""Que papo é esse? Está com medo logo agora? Já vou avisando que é meio tarde pra fugir agora que chegamos tão longe.""Estou falando sério! Eu consigo detectar qualquer ser vivo nesta ilha, além de sentir a energia vital de cada ser.""Ué, você tinha um poder desses e só foi me falar disso agora?""Isso não é nenhum poder, é só minha habilidade especial!""(Não, isso com certeza é um tipo de poder.)

Então, você é uma Única? Eu tenho amigos no meu mundo com habilidades assim."

"Como assim, o que tem de 'Único' nisso? Todo mundo nesta ilha tem uma habilidade dessas, só muda o tipo.""Oh, entendo...

(Uma ilha habitada por apenas Únicos? É a primeira vez que eu ouço falar sobre algo assim.)"

"Talvez essas portas estejam selando as presenças deste templo, mas ao se abrir, esta porta...!""Então basicamente tem um boss nos esperando logo adiante... Pois bem, vamos nos preparar o máximo possível. Pode me dizer quais acessórios estão nessa mochila?"Hisami vasculha dentro da mochila e encontra:"Um atirador de flechas, uma bomba de fumaça, um repelente contra monstros, e uma adaga.""Hmm...

(Tirando as flechas, eu conseguiria usar tudo isso sem problema, o pai dela foi bem esperto. Só que...)

Eu não acho que conseguirei coordenar o uso disso enquanto luto..."

"Certo. Então, eu te darei suporte e você só cuida da ofensiva. Desse jeito, ninguém se sentirá sobrecarregado. O que acha?""Parece um bom plano. Então, não vamos mais perder tempo...""Vamos entrar!"Após os dois entrarem na sala, a porta se fecha automaticamente, e eles então encontram um grande monstro dormente, que desperta poucos segundos depois. O monstro em questão é um pássaro gigante com a estatura física de um dragão medieval. Porém, apesar de ter asas, por algum motivo o monstro é incapaz de voar.Ao despertar de seu longo sono, o monstro lentamente olha ao seu redor até encontrar Vektor e Hisami, que estão se posicionando para a batalha. Sem perder tempo pensando, o monstro também se posiciona para uma investida."...Está vindo!"No exato momento em que Vektor diz isso, o monstro solta um feroz rugido e rapidamente corre na direção dos dois invasores, que correm em direções opostas. O monstro então ataca o vácuo com suas grandes e afiadas garras, e de alguma forma a parede mais próxima é arranhada sem ter sido atingida, deixando marcas de garra na porta que também recebe parte do ataque.Devido ao fato dos dois estarem em diferentes pontos, o monstro possui a escolha de atacar quando um dos dois a qualquer momento. Sabendo disso, Vektor rapidamente empunha a Slasher Platinum e usa seu poder na lâmina na intenção de chamar a atenção do monstro. O plano funciona, e Vektor se torna o alvo da próxima investida, porém ele consegue se esquivar do primeiro ataque e usar a Slasher Platinum para se defender dos contínuos ataques sucedendo o primeiro.Aproveitando esse momento de distração, Hisami atira o vidro de repelente, que quebra nas costas do monstro, que se irrita com o cheiro e dá uma abertura para Vektor escapar da investida. O monstro então se descontrola e começa a atacar em todas as direções enquanto corre sem rumo.Hisami atira uma flecha no peito do monstro, que grita de dor e para de correr e atacar para arrancar a flecha, abrindo sua guarda por completo. É finalmente hora do contra-ataque. Hisami não desperdiça tempo e joga uma bomba de fumaça perto do monstro para deixá-lo desorientado. Vektor então avança contra o monstro enquanto usa seu poder na Slasher Platinum e pula na direção do peito do monstro na intenção de desferir um corte fatal.Após arrancar fora a flecha cravada em seu peito, o monstro prontamente dissipa a fumaça com a força de seus braços. Mas é tarde demais. Vektor já está diante dele, pronto para desferir seu golpe final, um poderoso corte flamejante com toda a força que seu braço esquerdo pode aplicar.Sem dar tempo do inimigo reagir, Vektor ataca...!..."...Q-Quebrou...? A Slasher Platinum... A lendária espada dos Drenn, que durou por gerações, Slasher Platinum... quebrou?!"