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Castelo de Drettonus

Vektor chega na grande e movimentada Cidade dos Etykirans. Ele leva apenas alguns minutos de caminhada pra se perder completamente. O que faz sentido, ele é um adolescente sozinho no meio da cidade grande. Se aquilo com o Maken não tivesse acontecido, ele estaria sendo guiado agora pelo Kder e as coisas seriam muito mais fáceis...

"Certo, meu objetivo é achar 4 pessoas em específico no meio desta multidão... Beleza, parando pra pensar, isso parece impossível. Bem, sendo assim, primeiramente..."

Nesse momento, o estômago de Vektor começa a roncar.

"Ah, é mesmo, fiquei tão distraído naquilo tudo que me esqueci de comer... A propósito, faz quanto tempo desde que eu cheguei nesta ilha? Minha mochila tem um pouco de comida, mas acho melhor guardar pra uma emergência... Bem, eu tenho dinheiro, eu posso gastar em alguma coisa pra eu comer. Só espero que a comida daqui seja boa..."

No fim das contas, a comida da ilha não é muito diferente do que ele come em suas refeições diárias, o que não é ruim, ele costuma gostar do que sua mãe cozinha. Ele gasta seu dinheiro se alimentando em um restaurante. Agora ele está em perfeitas condições pra seguir em sua jornada, seja lá aonde ele deve ir agora.

Enquanto Vektor caminha desnorteado pelas calçadas, uma garota sorri enquanto o avista de longe:

"...Encontrei, heh."

A garota se aproveita da distração de Vektor e se aproxima dele por trás, ao mesmo tempo que garante que ele é quem ela pensa que é, ao ver a espada guardada em suas costas. Após se aproximar o bastante, ela tenta soar da forma mais ingênua possível enquanto diz:

"Oh...! Essa espada... é a Burning Silver?!"

Vektor se assusta e instantaneamente dá uma meia-volta para ver quem está atrás dele falando isso, e encontra uma entusiasmada garota de cabelo cinza e roupas estilosas, que continua falando:

"Como removeu isso do altar? Você é amigo do Kder?"

"N- Não exatamente..."

"Se esse é o caso, você deve ter um motivo pra estar com isso nas suas costas..."

"P- Pois é... É que eu sou-"

"O aprendiz Drenn... não é mesmo?"

"Sim... Peraí, você me conhece?!"

"Não, esta é a primeira vez que te vejo. Mas é que não é qualquer um que sai andando por aí com uma espada lendária nas costas como se fosse o herói de um algum RPG."

"E- Ei, eu não sou esse tipo de pessoa! Eu só carrego isto nas costas por, sei lá... conveniência?"

"De qualquer forma, eu meio que já sabia que você passaria pela cidade, então fiquei de vigia. Kder me avisou sobre sua chegada há alguns dias."

"(Valeu pela ajuda, Kder! Você me poupou bastante tempo.)

Então, você já sabe a razão pela qual eu vim pra cá, certo?"

"Não sei bem os detalhes, mas você veio procurar os aprendizes Etykirans, certo?"

"É um bom resumo, apesar de estar faltando alguns detalhes."

"Se esse é o caso, meus parabéns, você acabou de encontrar uma dos aprendizes Etykirans. Meu nome é Mitsuko Kageki. Sou a herdeira do Arsenal da Sombra, e a atual aprendiz da família Kageki."

"Isso foi mais fácil do que eu esperava..."

"Bem, daria muito mais trabalho de me encontrar se eu não estivesse esperando pela sua chegada."

"Pois é... Ah, desculpa, esqueci de me apresentar. Eu sou Vektor Drenn, prazer em conhecê-la. Eh... Mitsuko, não é mesmo? Pois bem, eu preciso de uma ajuda pra encontrar os outros aprendizes."

"Olha, eu não conheço cada canto da Ilha de Netern, mas eu pelo menos posso te levar pro castelo. Eu sei que mais uma dos aprendizes mora lá."

"Castelo?"

"Bem, você é da família Drenn, por isso você não deve saber, mas há algumas gerações, a Ilha de Netern tem sido submetida ao reinado da família Sorang."

"Sorang? Essa é outra das famílias Etykiran, certo?"

"Sim. Eles venceram uma guerra contra os Drenn, que eram a família Etykiran mais importante e poderosa da ilha, os expulsaram da Ilha de Netern, e desde então governam a ilha enquanto vivem em seu símbolo de supremacia: o Castelo de Drettonus."

"É, eu realmente não sabia dessa parte de guerra. Essa ilha parece mais conturbada do que eu esperava..."

"Bem, pelo menos agora podemos dizer que isso é só coisa do passado, por isso não tem pra quê pensar muito nisso agora."

"Então quer dizer que a aprendiz Sorang está nesse castelo?"

"Exato. Ela é a princesa desta ilha, então é óbvio que ela mora no castelo. Seu nome é Reiko Sorang, mas é conhecida por aqui como Princesa Reiko. Pessoalmente, eu não gosto de chegar perto dela, e ela deixa claro que a recíproca é verdadeira. Só tome cuidado, pois ela deve te odiar ainda mais. Pelo que eu saiba, os Sorang possuem um profundo desgosto natural pelos Drenn."

"Tá dizendo que ela me odeia sem nunca ter me conhecido?!"

"Exatamente."

"Bem que eu achei que tava tudo muito fácil..."

"Quer que eu te leve logo pro castelo?"

"Sim, por favor."

"Sendo assim..."

Mitsuko coloca sua mão no ombro de Vektor, e no mesmo instante, os dois são engolidos pelas suas próprias sombras, desaparecendo do meio da cidade e reaparecendo diante do portão da frente do castelo. Vektor fica mudo por alguns segundos de tão confuso, e olha para seus arredores sem entender nada:

"Eh...? Onde... Onde estamos? O que aconteceu...?"

"Eu nos teletransportei pro castelo. Essa é minha habilidade Etykiran."

"Sua habilidade...?

(Isso possui o mesmo efeito do Cristal de Sombra?! Como assim?!)"

"Você realmente não conhece as outras famílias Etykirans, não é mesmo?"

"Nada além do que eu li.

(Ou seja, apenas os sobrenomes.)"

"Se é assim, acho melhor você me visitar quando tiver terminado seus negócios no castelo. Vou ter que te ensinar pelo menos o básico."

"Ué, você não vir comigo?"

"Pra ter que ver a princesa? Não, obrigada. Eu só vou até aqui mesmo, o resto é por sua conta. Não tem erro, é só seguir direto até o quarto da princesa, você não deve precisar da minha ajuda pra isso. É possível que ela também tenha sido avisada pelo Kder."

"Entendo... Obrigado pela ajuda."

"Não foi nada demais. Então, até mais, Vektor. Te espero no Arsenal da Sombra."

"Até a próxima."

Mitsuko se teletransporta de volta para o Arsenal da Sombra enquanto Vektor entra no jardim do Castelo de Drettonus, onde é barrado pelos guardas reais ainda nos primeiros passos. Instantaneamente, ele levanta os braços, sem saber o que fazer a seguir. Ele tem apenas duas opções: correr pra fora do castelo sem destino, ou correr pra dentro do castelo enquanto foge dos guardas... ou ele pode simplesmente explicar a situação:

"Ehm... Eu sou..."

"Não queremos saber, garoto! Aqui não é lugar pra você ficar andando! Vá pra casa!"

Vektor é então salvo pela aparição de um homem de terno, cabelo preto e olhos azuis, que diz:

"Parem agora mesmo!"

Todos os guardas respondem:

"Claro, Vossa Majestade!"

O homem de terno caminha até Vektor, que começa a suar de nervosismo:

"(Eles acabaram de dizer 'Majestade'?! Quer dizer que...)"

"Prazer em conhecê-lo, Vektor Drenn. Eu sou o mestre Etykiran da família Sorang, e rei da Ilha de Netern."

"(Eu sabia!)

A- Ah... É um prazer conhecê-lo também, senhor rei."

"Soube da sua chegada pelas câmeras de segurança. Não é comum ver um Drenn entrar neste castelo com tanta naturalidade... Veio ver a Reiko, estou certo?"

"S- Sim... Desculpe aparecer assim do nada, mas é que preciso da ajuda dela para algo...

(Acho que acabei de falar algo do jeito errado.)"

"Entendo... Por favor, me siga. Irei levá-lo até o quarto da princesa."

"(Pera, o quê?)"

O rei da ilha caminha até o quarto de sua filha, enquanto Vektor o segue silenciosamente e ouve ele dizer:

"Muita coisa pode ter acontecido no passado, mas hoje os Drenn são bem-vindos neste castelo. Não precisa se preocupar muito com formalidades conosco. No entanto, para evitar futuros problemas, devemos garantir sua submissão aos membros da família real Sorang. Por isso, em troca da colaboração de minha filha, você deverá realizar dois desejos dela. Espero ter a sua colaboração. Enquanto conversamos, as câmeras internas captam nossas vozes e Reiko pode ouvi-las de seu quarto..."

"...

(Desejos... Garantir minha submissão... Eu pressinto que o que virá a seguir não vá ser tão agradável... Melhor ficar calado, estou sendo completamente monitorado aqui dentro, afinal...)"

"...Enfim, chegamos."