Após o almoço, as duas famílias se reunem na sala para continuar a conversa sobre o casamento arranjado entre Natália e Felipe.
Os adultos riam e se alegavam, empolgados pelo casamento dos filhos.
Natália estava conversando com Kelly sobre várias coisas. Natália não queria de jeito nenhum conversar com o seu noivo, nada nele lhe interessou.
Enquanto conversava com a sua irmã mais nova, ambas as irmãs foram interrompidas pela voz do Rei Henrique.
— Kelly, deixe a sua irmã levar o noivo dela até o quarto, para eles se conhecerem melhor antes do casamento. — Henrique fala, olhando para as filhas.
— Ah... claro pai. — Kelly fala olhando para a irmã mais velha.
Natália Suspira e sobe para o seu quarto, acompanhada por Felipe, que a seguia atentamente e animado.
Ao entrarem, Felipe agarra a cintura definida de Natália e a beija com intensidade, surpreendendo a princesa.
Natália, logo que volta a sua consciência, empurra o príncipe, fazendo o beijo se romper.
— Você está maluco?! Por que você me beijou?
— Porque somos noivos! Eu tenho o direito de te beijar não? — Felipe olha meio irritado para Natália pelo beijo interrompido.
— Desculpa te decepcionar mas, eu só irei casar-me com você pelo meu reino e obrigação! Saiba que eu não te amo.
— Por que você é tão chata? — Felipe olha para ela irritado.
Antes de qualquer palavra, Natália sente seus olhos aderem novamente e pisca algumas vezes na tentativa de que a ardência parece.
Ao abrir os olhos, Natália se assusta ao ver o rosto do príncipe deformado e, uma grande sombra negra atrás do noivo.
Seu rosto demonstrava surpresa e medo pelo que estava vendo, até a princesa se lembrar das palavras daquela moça Misteriosa.
A princesa se acalma e começa a ouvir a voz daquela mulher novamente, quase em um sussurro.
— Essa é a realidade, e você está em perigo por isso. Vá para o lago dos desejos, minha criança. Eu estarei lhe esperando lá.
Sem compreender a Misteriosa voz que ouvia, Natália Suspira e olha para o príncipe que ainda estava com o seu rosto deformado e aquela grande sombra negra atrás de si.
— Olha, Felipe... — Com receio e medo, Natália começa a falar — Eu... eu vou no banheiro, tá bom? Comer muita carne de porco não me fez tão bem haha...
— Claro... e, quando você voltar, vamos continuar certo? — Felipe pergunta enquanto babava pela boca deformada.
— C-Claro... — Natália segura a ânsia de vômito que sentia e sai do quarto rapidamente.
Enquanto Natália caminhava no castelo, ela não reconhecia seu próprio lar. As paredes estavam com rachaduras e cheias de fungos e cipó. O cheiro era forte, o que dava enjoou a Natália, que andava o mais rápido que conseguia.
Ao chegar a sala, onde o resto das pessoas estavam, Natália faz o possível para passar despercebida.
Quando finalmente sai do castelo, Natália corre para muito longe, apenas observando o castelo onde mora, totalmente diferente de como se era a minutos atrás.
Correndo de medo e desespero, Natália finalmente chega ao lago dos desejos e vê, sentada ao lado de uma das pequenas cachoeiras, a mulher Misteriosa que havia a alertado.
— Você de novo... — Natália fala enquanto ofegava por ter corrido — O que está acontecendo? Por que tudo está tão... horrível e medonho?
— Essa é a realidade, minha criança. Eu apenas lhe mostrei para alertá-la. Sinto muito se te assustou. — A mulher se levanta e caminha até Natália.
— Quem é você... — Natália pergunta enquanto a mulher se aproximava.
— Eu me chamo Hanna, muito prazer cara princesa. — A Mulher Sorri e se curva.
— Prazer... mas, pulando essa parte de nós conhecermos, o que está acontecendo? Como assim essa é a realidade do lugar que eu vivi a minha vida inteira?
— Sei que está cheia de dúvidas, e eu irei lhe explicar agora mesmo criança. — Hann pega na mão da princesa e a leva para se aproximar do lago dos Desejos.
Sem entender nada, Natália apenas caminha junto com Hanna até o lago, e se senta junto com ela na beira dele.
Hanna começa a falar e o lago começa a refletir as suas palavras, surpreendendo a princesa Natália.
— Bom, essa nem sempre foi a realidade deste mundo. Ele se tornou assim a dez anos atrás, quando uma bruna maligna veio atormentar todos desse reino.
Enquanto Hanna falava, sua mao movimentava o lago que refletia suas palavras, que se transformavam em cenas do passado.
— Todos os reinos tentaram impedi-la e matá-la, mas ela era mais forte que todos. Então, este mundo foi amaldiçoado e todos não se lembram da guerra que ocorreu contra aquela mulher.
— Se todos estão deformados, por que eu continuo normal? — Natália pergunta ainda observando o lago.
— Porque você foi a única que foi protegida pelos seus pais, em um baú encantado para te proteger da maldição. — Hanna respo de a pergunta meio cabisbaixa.
— Meu Deus... — Natália estava boqueaberta, e olha para Hanna, com mais outra pergunta — E por que eu estou em perigo?
— Porque aquela bruxa está atrás de você, e ela é a mãe do príncipe Felipe. Por isso eu tive que lhe tirar de lá, e te levar para um lugar mais seguro possível!
— Lugar seguro? Onde seria esse lugar seguro?
Hanna Sorri sem graça e olha para o lago, parecia com receio de respondê-la. Porém, logo a mulher solta um suspiro e começa a falar.
— Meu mundo não é o melhor lugar mas, a bruxa não consegue te alcançar lá. — Hanna fala sorrindo para a princesa.
— Espera, como assim o seu mundo? Você não é daqui? — Natália olha para Hanna surpresa.
— Uhum, eu não sou daqui. Eu sou uma bruxa que viaja pelo multiverso. Quando eu descobri sobre você, quis te ajudar. — Hanna sorri para a princesa.
— E como eu iria para o seu mundo!? E eu não quero deixar os meus pais... A minha irmãzinha!
— Prometo que logo buscarei a sua irmã Kelly, mas os seus pais não tem salvação.
Natália olha para Hanna com lágrimas nos olhos. Iria deixar tudo que conhecia, e nem sabia se o outro mundo seria mais seguro do que o seu.
Natália sente a mão de Hanna nas suas costas e olha para a mulher.
— Não se preocupe, estarei com você no meu mundo e te ajudarei com tudo. — Hanna sorri parra a princesa, na tentativa de confortar Natália.
Antes de qualquer reação ou ato, Natália sente Hanna a empurrar no lago dos desejos.
A princesa entra em desespero pois não sabia nadar. A mesma sente seu corpo pesar para o fundo do lago, sendo levada cada vez mais para o fundo do lago dos Desejos.
Natália estava desesperada, seu ar estava acabando e sua visão estava escurecendo, até ver Hanna ao seu lado, sorrindo para si.
Logo a princesa percebe que pode respirar debaixo d'água.
— O que está acontecendo?! — Natália diz observando a sua volta, apenas vendo peixes e algas.
— Não está óbvio? Estamos a caminho do meu mundo pequena criança. — Hanna ri da cara que Natália fazia.
— Isso é seguro?!
— Claro que é! Não se preocupe, logo chegaremos.
— Logo? Tão rápido assim? — A princesa olha para a mulher que Sorria.
— Por falar nisso, prenda a respiração agora tá bom? Neste final não tem oxigênio, já que vamos ficar alguns segundos no espaço.
— Espaço?! — Natália ficou ainda mais espantada.
— Sim! Agora segure a respiração!
Ambos prendem a respiração e ligo caem no espaço, cheio de galáxias de diferentes formas, tamanhos e cores.
Natália admirava tido aquilo, até sentir Hanna segurar a sua mão e a levando até uma galáxia específica.
Ao adentrarem, tudo começa a girar rapidamente e ambas começam a cair em algum lugar que Natália não conhecia.
— Agora você pode respirar! — Hanna fala para a princesa, que logo começa a gritar de medo e aperta mais ainda a mão da mulher.
Hanna ria do medo da mais nova, ambas estavam caindo.
Natália abre os olhos e vê construções que nunca havia visto em toda a vida. Algumas era bem altas e outras meio baixas e pareciam serem feitas de ferro.
Logo Natália percebe que ia bater de cara no teto de uma dessas construções e fecha os olhos, pronta para morrer, até sentir sue corpo bater em algo fofo e macio.
Quando a princesa abre os olhos, ela vê que havia caído em uma cama. Surpresa, ela olha para os lados e percebe estar dentro de um quarto.
— Como eu vim parar aqui?
— Magia, minha cara criança. — Hanna responde a pergunta de Natália, enquanto estava em pé, ao lado da cama que a princesa estava.
— Meu Deus, Hanna! Eu achei que a gente ia morrer!
— Claro que não, fofa. Eu teletransportei nós duas para a minha casa.
— Ah... — Natália se senta na cama e olha em volta.
Hanna pega na mão da princesa e caminha com ela até a janela, jogando as cortinas para o lado e mostrando a vista.
— Bem vinda ao meu mundo! — Hanna fala entusiasmada, mostrando a grande cidade de Seul.
— Onde estamos?
— Planeta terra, país da Coreia do Sul, na cidade de Seul. Onde eu atualmente moro!
Natália admirava aquela cidade com um brilho nos olhos, o lugar era tão belo que a deixou impinotizado.