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Capítulo 47 – Weenny: A última aula

Acordo as cinco, tomo um banho rápido, me arrumo e como um lanche, vou direto para a praia onde fazemos o treino da arte de luta com espadas, passo aproximadamente quatro horas com o mestre, ele diz que está surpreso com o meu desempenho, me elogia ao me comparar com um guerreiro Maratha.

Sigo para as aulas de dança com a Senhora Sharma, esposa do Brâmane, ela pede que eu cante e dance os mujras e me avalia.

Horas depois, vou para a aula de culinária indiana, preparo um verdadeiro banquete para que todos vejam se sou capaz de fazer os principais pratos indianos, incluindo os pratos favoritos do meu Dulhan, desta vez as mulheres apenas me avaliam, deixando que eu providencie absolutamente tudo, receio errar e checo tudo muitas vezes, experimento e comemoro ao ver que consigo acertar todos os temperos e sabores.

Vamos ao templo e fazemos oferendas aos deuses, monto os altares, entoo as pujas, canções e mantras, mais uma vez isso é um teste e consigo bons resultados, segundo os meus mentores.

Passamos cerca de cinco horas no treino do hindi, escrita e fluência, consigo manter uma longa conversação com meus mestres, o que os deixa satisfeitos. Começam a conversar e fazer as explicações apenas em hindi, pedem que eu avise se eu não entender algo que dizem.

Hoje está sendo um dia bem intenso, estou exausta, sou dispensada da aula pouco antes das onze da noite, retorno ao hotel e vou direto para a minha suíte. Não tenho ânimo para me alimentar, tomo banho e vou para a cama.

 

Os Amigos POV:

Acordam mais cedo e tentam ir até a suíte da Weenny, mas não encontram, supõe que ela esteja nas aulas com a equipe do Guru.

Tomam o café da manhã no restaurante e seguem para a sala de aula. 

— Namastê. Vamos continuar o sexto dia do shádi, agora falaremos sobre o Vivaha, que é a cerimônia de casamento propriamente dita. Prontos para começar?

Eles afirmam que sim, enquanto preparam tudo o que julgam necessário.

— O Vivaha começará com os noivos sentados frente a frente, o irmão da Dulhana dará nas mãos dela grãos de arroz para que a Dulhana possa fazer uma oferenda ao Agni assim que o Dulhan pedir. Terá início o ritual panigrahana, que é o momento no qual o Dulhan segura a mão direita da Dulhana e se responsabiliza pela felicidade e bem-estar dela, logo depois o sacerdote dará mais três nós entre a dupatta do Dulhan e o sari da Dulhana simbolizando essa união sagrada. Em seguida acontecerá o ritual asmarohana, o Dulhan pedirá para a Dulhana subir em uma pedra, que geralmente é o granito, essa pedra é colocada ao lado norte do altar, deve ser uma pedra dura que simboliza a firmeza do relacionamento, cujos alicerces são a fidelidade, a confiança, o respeito e a devoção mútuos. Será neste momento que o Dulhan fará o juramento de fidelidade e porá um anel representando o compromisso de casamento, essa é a primeira aliança, lembram que falei desse anel nos pés da Dulhana?

Todos concordam, eles lembram.

— Primeira aliança? Quantas são? – Michele, surpresa, pergunta.

— Vou detalhar isso mais a seguir. – Guru diz.

— Por que ele terá que jurar fidelidade? Quando a Dulhana fará o mesmo juramento? – Guilherme está irritado ao perguntar.

— Apenas o homem deve jurar fidelidade! É dever do homem casado estar presente na vida da esposa hindu, se a esposa trocar o marido por outro homem, não será culpa da esposa, mas do próprio marido que não cumpriu o juramento feito nesse momento da cerimônia, ele não estava presente. – o mestre explica.

As amigas comemoram as palavras do Guru, enquanto a maioria dos homens fica escandalizado por poder ser culpado caso a esposa o traia.

Guru tem que acalmar os ânimos e ser um pouco mais convincente na explicação deste assunto, para poder prosseguir com a aula.

— O ritual na continuação do Vivaha será o Agni Pradakshina, que é a circunvolução em torno do fogo sagrado. Os noivos farão uma oferenda ao agni e vão se preparar para dar as voltas em torno do fogo sagrado, eles estarão unidos entrelaçando os dedos mínimos, as sete voltas serão dadas em sentido horário. É um passeio ritual em torno do fogo que equivale a uma jornada simbólica em torno do sol, representando o ciclo de suas próprias vidas que viverão juntos a partir desse momento. Normalmente as três primeiras voltas são feitas pelo Dulhan, em cada volta eles invocarão uma benção ou uma responsabilidade para essa nova vida, na quarta volta a Dulhana é permitida a ir na frente.

A equipe mostra fotos desse momento e exemplificam o tipo de desejo ou responsabilidades assumidas neste momento.

— O vivaha continua com mais um importante ritual que é o Saptapadi ou sete passos, representam os primeiros passos como um novo casal, uma nova família, os passos são na direção norte. A cada passo, os noivos fazem sete juramentos relacionados ao bem-estar, felicidade do casamento e dessa nova vida, esses juramentos podem ser feitos pelo Dulhan ou pela Dulhana.

Os detalhes deste cerimonial são discutidos.

— A conclusão do vivaha se dará ao fim do saptapadi, o Dulhan pedirá que a Dulhana fique ao seu lado esquerdo, esse gesto simboliza, para todos os que estarão presentes na cerimônia, que ele irá defendê-la sempre que for preciso usando seu braço direito. Essa posição da Dulhana tem um outro importante significado, ela fica à esquerda de seu Dulhan para que esteja próxima ao coração dele. Pandith abençoará o casal e os declarará casados concluindo então o vivaha. Alguns outros rituais deverão acontecer após esse momento, o primeiro é a aspersão de água que o sacerdote fará sobre a Dulhana a fim de purificá-la e aniquilar os karmas resultantes de toda ação errada que ela possa ter cometido no passado. 

Carol, Mayara e Samara lembram de todo o sofrimento da Weenny no passado, do quanto seu coração foi partido.

— Logo depois o Dulhan deverá fazer uma declaração de aceitação e aplicará o sindur na divisão dos cabelos de sua Dulhana, para que finalmente ela receba essa marca de uma mulher casada e logo depois ela receberá o colar de casamento, o mangalsutra. A troca de alianças acontecerá na sequência. Esse momento terminará com uma oração especial da esposa pedindo uma vida longa ao seu marido.

Estranhamente todos ficam em silêncio, estão imaginando esses últimos momentos do cerimonial do shádi, realmente parece muito bonito isso tudo.

— Os noivos serão cumprimentados e abençoados por suas famílias, esse momento é conhecido como airshwaad. As mulheres das duas famílias sussurram suas bênçãos nos ouvidos da Dulhana. O casal se curvará diante do Pandith e dos membros mais velhos das famílias e de seus pais e recebem as bênçãos finais. As famílias e padrinhos reunidos jogam flores sobre os recém-casados para abençoá-los. Os noivos deverão fazer a primeira refeição como casados, a mãe da Dulhana oferecerá a eles um doce chamado Kansar e eles comerão juntos enquanto as mulheres entoam canções indianas de amor e de alegria. O sacerdote entregará ao casal a chama sagrada que é uma espécie de vela, que deve ser alimentada e sempre deverá estar acesa, já que ela representa o amor e o relacionamento entre o casal, da mesma forma que deverão se empenhar no cuidado com o relacionamento o farão também com essa chama, não devem se descuidar disso. Todo o cerimonial do shádi será concluído neste momento deixando os recém-casados livres para que os convidados possam cumprimentá-los, devo dizer que os recém-casados ficarão sentados em cadeiras especiais e os convidados se aproximarão deles para entregar presentes e felicita-los, nós hindus costumamos dar doces na boca dos noivos como um bom desejo, o desejo de uma vida feliz e doce. Vamos encerrar a aula por hoje, quero tirar as dúvidas de vocês.

Algumas dúvidas surgem, usam o tempo restante para treinar algumas canções e danças que serão homenagens aos noivos.

A aula termina pontualmente às quatro da tarde, alguns dos amigos ligam para a Dulhana, mas ela não atende, deixaram mensagens dizendo que estão saudosos e querem vê-la.

Ficam preocupados com a Dulhana porque não a veem há dias, sempre que vão à sua suíte nunca a encontram, mesmo indo em diferentes horários, perguntam na recepção e ficam sabendo que ela tem saído muito cedo e retorna muito tarde.

Procuram descansar o restante do dia, alguns continuam a preparar a bagagem ou vão comprar itens para a viagem que está próxima.

Eles acordam cedo, se arrumam e vão direto para o restaurante, que tem sido o novo ponto de encontro deles, fazem a refeição e vão para a aula. 

Entram na sala, cumprimentam o Guru e toda a equipe, que está cada vez menor, e se acomodam.

— Vamos finalizar o assunto sobre o casamento e tirar as dúvidas de vocês hoje. Todos prontos?

Eles afirmam que sim e prepararam os gravadores.

— Depois da conclusão do vivaha ainda acontecerão outros rituais, como a troca de sal entre as famílias no momento do banquete, nós indianos acreditamos que assim como o sal se mistura com os alimentos e perde sua própria identidade, mas dá a eles o seu sabor, da mesma forma ao trocar o sal entre as famílias, consagram de maneira sutil uma união que transcende o relacionamento entre os noivos e se estende aos outros membros de ambas as famílias. Geralmente a Dulhana sai por um momento para colocar mais joias, dentre elas o nath, já que agora é uma mulher casada.

Guru interrompe sua fala para ter certeza de que todos estão acompanhando seu raciocínio.

— Há algo que quero explicar por que não tenho certeza se acontecerá neste shádi. Normalmente ocorre um desafio que é o duelo com espadas, tem a finalidade de testar se o Dulhan é realmente corajoso e estará disposto a defender a nova família. Como sabemos que Eros e Weenny são brasileiros, e que provavelmente jamais tiveram contato com lutas ou duelos, dificilmente esse desafio ocorrerá, mas é comum para o povo indiano.

— Isso é necessário? Duelo em meio a uma festa de casamento, parece estranho. – Victor diz.

— Que risco desnecessário, para que uma ignorância dessas? – Samara, aterrorizada, pergunta.

— Isso é um costume na Índia, muitos povos têm seus guerreiros e é uma honra ter um casamento com um homem destemido e que está pronto para defender a sua família. Fiquem tranquilos, só quis informá-los de que isso acontece em um shádi tradicional. Agora deixe-me dizer que após a festa os noivos sairão para a noite de núpcias, mas a festa se estenderá por toda a noite e madrugada e também pelo dia seguinte. 

— É verdade o que vimos nas novelas? Existem realmente brincadeiras com os noivos? – Carol pergunta.

— Sim, depois do shádi é normal que façam brincadeiras com os noivos. Os amigos e a nova família podem pedir que a Dulhana pronuncie o nome de seu Dulhan, porque uma esposa hindu jamais deverá falar o nome de seu marido em público novamente, isso é um costume e é muito respeitado no hinduísmo. Na manhã do dia quatorze de fevereiro acontecerá o último ritual, o Vidaai, que é a despedida da Dulhana, ela dirá adeus aos pais e a sua família, é auspicioso que chorem demonstrando a dor dessa quebra de vínculo, o choro da família representa o quão importante e preciosa a Dulhana é para a sua família de origem. 

— Isso tudo é estranho, mas parece curioso. – Melissa diz o que todos pensam.

— E sobre as brincadeiras com os noivos, o que mais podemos fazer? – Iara pergunta.

— São vários momentos, vamos a eles. A irmã do Dulhan pode esconder o sapato dele, enquanto o noivo está se arrumando, antes da saída do cortejo e só aceitará devolvê-lo quando o Dulhan lhe der um presente e dinheiro. Vocês podem brincar com eles após terminar a parte séria da cerimônia Haldi, lançando sobre eles pó colorido, mas devem estar prontos para o revide deles. Quando acontece o banho da purificação e a massagem com os óleos aromáticos, a família e os padrinhos costumam brincar dizendo, por exemplo, que a Dulhana não vai amá-lo, que ela não sabe o sabor da casa e que não vai cozinhar para ele, mas um outro membro da família desmente a informação quando vê o Dulhan querer desistir de casar, assim fazem com a Dulhana também, dizendo que ele nunca comprará joias para ela, que é avarento ou feio e ela também finge querer desistir de casar com ele. Há também a possibilidade de vigiar os noivos em sua noite de núpcias, logo após eles entrarem no quarto, é comum que as mulheres da família os sigam e espiem pelo buraco da fechadura com a intenção de ver se o casal está se entendendo.

Os amigos gostam dessas opções e sorriem deixando claro que pretendem aplicar isso, pedem maiores explicações, para que saibam como colocar em prática e da melhor forma possível.

Recebem outras instruções e a aula termina no mesmo horário, mas desta vez todos se reúnem na suíte do Ricardo para revisar tudo o que tem aprendido.

Todos acordam eufóricos e ansiosos, vão para a aula sem ao menos ter tomado o café da manhã. 

— Bom dia, sejam todos bem-vindos a última aula preparatória para padrinhos e madrinhas. Hoje, vamos treinar todas as danças e tirar as dúvidas que restarem, estão prontos?

Eles estão agitados, mas não querem demonstrar, ficam em pé e tiram os sapatos.

A aula é totalmente dedicada ao aprendizado das músicas e coreografias que são tipicamente usadas em casamentos. 

Então assim a última aula termina, mas eles decidem ir para a academia e passam o restante do dia treinando as danças todo o restante que os padrinhos e madrinhas acham necessário.

Weenny Alves POV:

As duas últimas aulas são dedicadas aos aconselhamentos finais, sobre o comportamento ideal para uma noiva e esposa hindu, sobre a postura, conduta, deveres e leis.

Recebo questionamentos de todo o tipo, para que todo o aprendizado que tive durante todo esse tempo seja testado. Por fim, Guru e sua equipe vem para o meu lado e se sentam.

  — Meree pyaaree mangetar, meree baat suno, meree betee, hamaare paas jitane bhee chhaatr hain, unamen se aap sabase achchhe hain, ham aapake pradarshan ke lie khush hain aur ab main aapako bahut garv ke saath aapakee manjil tak pahunchaata hoon kyonki mujhe pata hai ki aap pooree tarah se taiyaar hain aur main us parivaar par garv hoga jo aapako praapt karega aapako vishvaas hoga ki aap bhaarateey hain. bhagavaan ganesh aur lakshmee aapake raaste mein aane vaalee sabhee eershya se aapakee raksha karen, aapako buree najar se bachaen aur aapako hamesha khush rakhen, meree betee. (Minha querida noiva, me escute, minha filha, de todas as alunas que tivemos você é a melhor, estamos felizes por seu desempenho e agora eu te entrego para seu destino com muito orgulho porque sei que está integralmente pronta e há de ser um orgulho para a família que te receberá, acreditarão que és indiana. Que Lord Ganesha e Lakshmi te protejam de toda a inveja ao longo do seu caminho, te protejam do mau olhado e te faça sempre feliz, minha filha.) 

— Os senhores virão ao meu casamento, não é? – pergunto e eles confirmam, fazendo com que eu me sinta aliviada.

Sorrio e me curvo buscando as bênçãos dos sacerdotes, toda a equipe me abençoa e dá presentes, felizmente todos eles irão ao shádi. Nos despedimos, saio da sala de aula ao som do choro das esposas do Guru e dos Brâmanes.

Entro no taxi, durante o retorno para o hotel, fico pensando que desde que meu Príncipe retornou para a Índia nós não nos falamos, estou distante até mesmo dos meus amigos nestes últimos dias, devido ao longo período dedicado a preparação para o shádi.

Ah, como eles me fazem falta!

Chego as seis da tarde, subo direto para a minha suíte, peço um lanche e o como na suíte mesmo, tomo banho e deito na minha cama. 

Olho para a chama sagrada do nosso amor, aquela que acendi com meu noivo e muitas coisas me vem à cabeça.

Dúvidas tomam conta de mim talvez pela proximidade do casamento, nervosismo ou ansiedade. Quem passa pelo dilema de ter um noivo Príncipe, sucessor do trono do Império e precisar guardar o segredo dos amigos mais íntimos? 

E quanto a mim? Até agora fui uma mulher pobre e comum, agora descobrem que na verdade sou uma Princesa Maratha sem trono, ainda não digeri toda essa história mirabolante, mas é certo que isso facilita meu relacionamento com meu Er...Jagal, o que faz com que eu fique conformada.

E tem os meus pais, acredito que eles também estão passando por um curso pré shádi, precisarão disso, já que serão tratados como reis, assim que pisarem em solo indiano.

Apesar de tudo, isso ainda parece surreal, tudo aconteceu rápido demais.

Luto todos esses dias para aprender a me portar como esposa hindu, mas não pude pedir abertamente para que me ensinassem a me portar como Princesa, e agora, o que devo fazer? 

Meus pais e eu carregamos o peso do segredo do Eros, na verdade o segredo do Jagal, o que nos envolve em toda essa condenável omissão, que me fez sofrer e terminar meu relacionamento. Agora somos obrigados a guardar esse segredo em segurança até que o Imperador decida revelá-lo publicamente.

E como poderei esconder a verdade dos meus amigos se estarão tão próximos de nós? 

Até mesmo os saris que eu terei que usar enquanto sou solteira denunciam a minha posição, deixando-me diferente de todas as mulheres, sejam elas solteiras ou casadas, os saris de Princesas são sempre mais luxuosos do que o de mulheres casadas comuns, já pesquisei sobre isso.

Será que nossos amigos aprenderam tudo o que é necessário para as cerimônias? Qual será a reação deles ao ver o Vagdanam e Vivaha acontecerem no Forte Agra e Taj Mahal? Isso será surpresa para todos, inclusive nossas famílias, amigos, convidados e imprensa, só saberão quando entrarem nesses locais, porque serão guiados sempre pelos tradutores e cerimonialistas.

Como será quando eu finalmente for conhecer meus sogros, como eles me receberão? Será que pessoalmente eu também poderei causar boa impressão? E se eles me virem e se arrependerem de ter dado a permissão para o casamento por amor?

São tantos os questionamentos do meu coração, essas dúvidas me angustiam cada vez mais.

Eu tomei a minha decisão e não vou voltar atrás, agora eu escolho vencer os meus temores e seguir o meu destino.

 

Eros Myron POV: 

Assim que retornei para Hindustan, vesti as roupas de Príncipe e deixei que meu povo me reconhecesse, todos souberam da minha presença e o motivo para o meu retorno, vieram me reverenciar, não foi difícil me reconhecer, afinal minha aparência é muito semelhante à da minha mãe, a Imperatriz, seríamos iguais se não fosse um detalhe, os olhos, os dela são castanhos enquanto que os meus oscilam entre o verde e azul. 

Meu povo festejou a minha chegada, com escolta de soldados Imperiais, fui levado imediatamente ao Forte Agra. Meu pai, o Imperador, decidiu colocar escolta armada por onde quer que eu andasse, ele jamais aceitaria que eu corresse mais algum risco.

Quando um bebê nasce é traçado o mapa astral para ele, o meu foi muito divulgado por causa da minha posição, desde então todo o povo espera de mim muito mais do que julgo ser capaz de cumprir, meu destino é muito exigente e sei que terei que o enfrentar e cumprir todo o meu dever quando for chegada a hora de receber a coroa. Neste momento o meu retorno é apenas para o shádi. 

Em todos esses dias em meu país e em minha verdadeira casa, senti falta do Brasil, minha segunda casa e o lugar que me deu proteção e segurança. Acima de tudo sinto a saudade me consumir e me desafiar, sei que minha Weenny está estudando o dia todo e não ligo para ela para evitar interromper sua preparação ou nos angustiar alimentando a nossa saudade.

No decorrer destes dias cuidei pessoalmente de todos os preparativos do shádi, escolhi os rangolis que serão desenhados, observei pessoalmente tudo o que podia, vi prepararem o palácio da minha Dulhana. Treinei luta, tiro, duelo com espadas até a exaustão, meu corpo parece em forma, mas e o meu coração?

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