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Capítulo 49 – Weenny: Os últimos preparativos

Começo arrumar minhas malas, enquanto aproveito esses momentos para tentar digerir todos os questionamentos, quando dou por mim, ou acordo desse estado de meditação, ouço o som da risada da Carol.

— Ei Dulhana, olhe para nós. – Carol grita e acena.

— Há quanto tempo estão aqui? – digo e sorrio envergonhada.

— Tempo suficiente para atender o telefonema do noivo mais apaixonado do mundo! – Dani diz.

— Dê aqui o meu telefone! – exijo e tento pegar o celular, mas eles põem na viva voz.

— Eros? Boa noite...Quero dizer, aí deve ser madrugada, não é? – pergunto.

— Sim, minha Princesa, passa das três da madrugada. Estava distraída? – Eros diz.

— Nahin*...Um pouco talvez. Por que não está dormindo?

— Meu coração tem me mantido acordado... - com um tom de tristeza, Eros diz — Digo isso porque você é a minha vida e o meu alívio, mas neste momento também é a saudade e a minha dor.

Meus olhos marejam, olho discretamente para a chama sagrada.

— Perdoe-me se o meu coração saudoso te acordou, eu desejava ouvir sua voz, mas achei que não deveria ligar. Por favor, descanse e se cuide, em breve nos veremos. – tento me desculpar.

— Não poderia ter dado uma definição mais apropriada. O amor me acordou... – meu noivo diz, certamente refletindo sobre o assunto.

Michele segura a minha mão direita, em uma tentativa de acalentar meu coração.

— Agora me diga como você e nossos amigos estão. – ele pede.

— Estamos bem, mas sentimos falta de alguém muito importante. Como andam os preparativos para o shádi? – Ricardo diz.

— Tudo está detalhadamente pronto para o shádi, não há mais nada para ser resolvido. Agora só me resta esperar que venham logo. – Eros diz, dá para notar que sorri.

— Estamos quase prontos para partir. – digo.

— Ah Baby, não suporto mais essa distância. Vão nos manter afastados por mais cinco dias, não sei se vou suportar. – meu noivo diz.

Sei que ele se refere ao distanciamento necessário durante todo o cerimonial de casamento.

Antes que eu responda, Rafael se antecipa.

— Estamos ouvindo um noivo mais ansioso do que a noiva? – Rafael pergunta e os rapazes riem.

— Vocês só entenderão como eu me sinto se um dia encontrarem a mulher perfeita para vocês, sentirem que precisam fazer com que ela seja sua noiva e esposa o mais rápido possível, para não correr o risco de perde-la, mas depois as circunstâncias os obrigarem a passar um tempo longe dela... Talvez um dia isso aconteça com vocês, espero que apenas a primeira parte, porque se viverem esse distanciamento sofrerão tanto quanto eu e então será a minha vez de rir porque estarão ansiosos com o reencontro. – Eros diz e desta vez notamos sua tristeza.

— Minha Michele é maravilhosa, o entendo perfeitamente, meu amigo. – Ricardo diz, com firmeza.

— Ai anjo! Claro, você também é ótima. - Enzo, depois de ser beliscado por Samara, diz.

Todos riem da espontaneidade do Enzo em sua afirmação.

— Carol é a mulher da minha vida, sei bem como se sente. – Claudio diz e todos nós o elogiamos, adoramos vê-los juntos e apaixonados.

Eles esperaram tanto por isso, merecem toda a felicidade.

— Descanse porque estamos cuidando dessa noiva linda, acalme seu coração, logo a levaremos em segurança para você. – Eduardo diz e os outros rapazes concordam.

Eros agradece.

— Como você está? – Michele pergunta.

— Felicíssimo! Vou realizar o maior sonho da minha vida. São raros os homens que têm o privilégio de amar uma mulher como a Weenny e coroar esse amor com um casamento que fará jus a beleza dela – Eros responde, me fazendo sorrir — Sinto falta de todos vocês, sabem disso.

Todos concordam e revelam sentir o mesmo.

— Bom, sei que precisam de tempo para preparar as malas, não vou me alongar mais. Até breve - Eros diz — Amigos, por favor cuidem da minha noiva e a tragam em segurança para mim.

Todos concordam.

— Cuide-se, minha amada. Não demore para voltar para os meus braços. – Eros pede.

— Anseio por esse momento, Jaan. – digo emocionada.

Nos despedimos e desligamos. Todos os meus amigos comentam e brincam comigo, por causa de toda a saudade expressa em uma ligação tão curta.

Lembro de cumprimentar meus amigos, os abraço e beijo, então sentamos para conversar, há muito assunto para pôr em dia.

Andrea me liga para avisar que tudo está pronto e confirmado para a nossa viagem amanhã, informa todos os detalhes necessários. 

Resolve me deixar a par de outras situações, seiscentos convidados confirmaram a presença no shádi, e seus lugares já estão reservados nos quatro voos que partirão no dia seis, mas os amigos famosos desejam chegar antes, então estão decididos a fretar uma aeronave para eles.

Após essa interrupção, continuamos a conversar.

— Você parece cansada, não tem dormido direito, não é? – Victor parece preocupado ao dizer.

— Estou bem, só agitada. Mas e vocês, como tem passado? – pergunto.

Eles respondem que estão bem, mas a maioria revela estar sofrendo de ansiedade. 

— Você precisa relaxar um pouco, você merece. – Claudio diz.

— Não, não posso, preciso terminar de arrumar as malas, afinal vamos sair de madrugada, lembram disso? – pergunto.

— Ah, é mesmo, tinha esquecido. - Igor diz.

— Então pelo visto vocês nem arrumaram as malas, certo? - Rafael, rindo, pergunta.

— Você pergunta para nós, mas e você já arrumou? - Iara olha para ele e pergunta.

— Xiiii.... Pelo menos não fui só eu. - Rafael ficou envergonhado e diz. 

Os rapazes se despedem rapidamente e voltam para suas suítes, precisam arrumar suas malas enquanto lembram disso, as meninas permanecem na suíte comigo, fazem questão de me ajudar a arrumar minhas coisas.

— Por que você está tão quieta? – Marília pergunta.

— Ela vai casar com um deus e está indo ao encontro dele em outro país, você estaria como? - Iara responde no meu lugar.

Eu rio e elas fazem expressões engraçadas.

— Eu estaria simplesmente louca, ansiosa, desesperada, não sei como você consegue se controlar! – Dani diz.

  — Todas nós, Dani, todas nós! – Michele diz e ri.

Eu continuo quieta porque elas estão agitadas e não me deixam falar.

— Todas nós meras mortais, mas a deusa não. – Vivian diz.

— Lá vem vocês com bobagem! Claro que estou ansiosa, afinal é o meu shádi e tudo será mais grandioso do que fui capaz de sonhar, principalmente o meu Dulhan, não é?

— Mas você merece tudo isso, você tem sido uma grande amiga para mim, que te conheci há tão pouco tempo. Já te vejo como a deusa que eles sempre dizem. – Melissa diz e sorri.

Abraço e beijo o rosto da Melissa em agradecimento. 

Peço que as meninas cuidem de arrumar suas coisas para a viagem, temos pouco tempo para isso, elas se despedem e vão.

Reúno todos os meus pertences sobre a cama da minha suíte. Ligo para a recepção e pergunto se os baús que Eros encomendou já haviam chegado, os funcionários fazem questão de trazê-los o mais rápido possível.

Separo e guardo tudo o que possuo, organizo todos os itens para que eu possa encontrá-los facilmente quando precisar, três horas depois, vejo que restam apenas alguns itens que usarei antes da viagem e levarei na bagagem de mão.

Estou exausta e sento para descansar. 

Percebo a movimentação dos meus amigos, estão vindo para o meu quarto, eles olham para todos os lados e percebem que não há mais nada meu aqui, o pouco que resta está em cima do aparador e no banheiro, noto suas expressões de tristeza.

— Você não vai voltar mais para essa suíte? – Mayara pergunta.

— De lá vamos para a lua de mel, a Star Media diz que manterá essa suíte para mim, mas a tradição indiana manda que eu leve comigo todas as minhas coisas enquanto sou solteira, depois que eu me casar, não levarei nada comigo, para que eu não me lembre da vida que eu tinha antes de conhecer o meu marido. Então, provavelmente, minhas roupas serão dadas a vocês ou à outras pessoas, logo depois do shádi, como presente ou como recordação.

Eles me olham com expressões de surpresa ou espanto, não consigo discernir.

— E que roupas vai usar? – Leonardo pergunta.

— As que ela ganhará e que o marido dela comprará. – Filipe responde.

— Receberei novas roupas como presentes, um novo enxoval, novas joias, tudo para essa nova vida, conforme a tradição. – respondo.

— E você pretende viver de acordo com a tradição indiana? Não era apenas o casamento que seria tradicional? – Vivian pergunta.

Ah se eu pudesse te contar toda a verdade.

— Tenho gostado de tudo o que aprendi e pretendo aplicar na minha vida de casada. – digo meia verdade.

Eles sorriem e vem me abraçar. 

— Vocês têm alguma dúvida sobre o shádi ou qualquer outra coisa? – pergunto.

— Não, só não gosto de vê-la tão cansada assim. – Michele diz.

— Nós prometemos proteger a nossa noiva favorita. - Claudio me abraça e diz.

— Fiquem tranquilos, meus amigos, estou bem e ficarei ainda melhor. Vamos nos preparar e descansar? Viajaremos as quatro da manhã! – pergunto.

Nos despedimos e cada um vai para o seu quarto. 

Vou para a cama, mas não consigo dormir, ouço a campainha e vou atender, estranho ao ver Victor diante de mim, permito que ele entre, mas peço que se acomode na sala de estar.

— Bê, desiste dele por favor? – Victor Gustavo pergunta.

— Guh, você não pode e não deve me pedir isso. – digo.

Mesmo assim ele fica de joelhos diante de mim.

— Eu te amo tanto, não sei viver sem você, não me importa tudo o que aconteceu, apenas quero ter você de volta e faço tudo o que você quiser para isso. – Victor insiste.

— Guh, hoje não sei dizer se o que eu senti por você era realmente amor, mas posso te afirmar com certeza que você me fez sentir muita dor e mágoa. Agora encontrei o amor nos braços do Eros, se você diz que me ama tem que me deixar ir e torcer pela minha felicidade. – peço.

— Sim, Weenny, te amo de todo meu coração e sei que te fiz sofrer, te perdi porque fui burro, você merece ser feliz e ele parece ser a pessoa certa, você tem razão. – as lágrimas correm livremente pelo seu rosto ao dizer. 

— Então nossa conversa termina aqui, vá no meu casamento, aja como nosso amigo e padrinho e procure nos desejar boa sorte. – dou um meio sorriso e digo.

Guh chora e concorda, sai rapidamente.

Volto para a cama. Já que estou sem sono, procuro revisar mentalmente tudo o que eu aprendi.

Fui aconselhada por mulheres indianas mais velhas sábias, esposas do Guru e dos brâmanes, que vieram especialmente para dar as devidas orientações sobre como uma Dulhana e esposa devem se portar, jamais poderei esquecer desses preciosos ensinamentos, isso é parte do que aprendi:

Uma mulher hindu deve reverenciar o seu marido como se fosse um deus; 

O marido sempre estará certo em suas decisões;

A esposa hindu deve sempre manter os olhos do marido presos nela, deve seduzi-lo, manter-se perfumada, limpa e bela, especialmente para ele; 

É obrigação da mulher hindu casada aparecer em público adornada, jamais sem seu mangalsutra, que só será retirado do pescoço quando seu marido morrer;

Sempre que o marido for trocar de roupas, quem deve providenciar tudo é a esposa;

Jamais deixe de alimentar a chama sagrada, que é símbolo do vosso amor;

Jamais use um tom de voz mais alto do que o seu marido, a voz da esposa sempre deve ser mais baixa do que a do marido, isso demonstra a sua submissão;

Deverá sempre usar o Sindur que é, junto com o Mangalsutra, nath e suas bangles, sua diferenciação como mulher hindu casada;

Sempre toque os pés do seu marido, é uma forma de mostrar sua submissão e respeito a ele e receber suas bênçãos, como as recebe dos mais velhos e mais sábios;

Cumpra o Karva Chauth, que são jejuns e rituais, para que seu marido tenha uma vida longa e feliz;

Cumpra e lidere todos os rituais pedindo as bênçãos aos deuses, ensine as mulheres mais novas a fazê-los, assim manterá a honra e tradição de sua família.

Para os hindus não existe o divórcio, o casamento torna o casal uma só pessoa e os liga por sete vidas. Se a esposa abandona o marido e a casa, está arrastando em desgraça e desonra seu marido e toda a família;

Dê filhos ao seu marido e que o primeiro seja homem, para que possa honrá-lo em vida e no momento da morte, afinal apenas o primeiro filho homem poderá acender a pira da cremação do corpo de seu pai e abrir a porta do paraíso para ele;

Toda esposa deve manter a honra e dignidade de seu marido por meio de boas ações e condutas, seja exemplo para que ele seja honrado. São várias coisas que você pode fazer, por exemplo: Evite estar sozinha com homens, leve consigo suas servas, irmãs ou amigas. Faça pujas para que ele tenha dias auspiciosos. Abrande seu coração quando estiver furioso. Seja sábia e nunca tola; 

Aceite que os filhos que tiverem como frutos deste casamento, pertencem a família de seu marido, quando você se casa deixa de pertencer a família de seus pais e passa a pertencer a família de seu marido, sua sogra passa a ser sua mãe e você deve obedecê-la;

Se o seu marido for o filho mais velho e o mantenedor na casa, então você será a responsável por toda a administração e andamento da casa, você deve manter a paz, união e tranquilidade entre todos os membros, mas também deve ser responsável pelos ensinamentos das mulheres e crianças;

Se ficar viúva, aceite o ritual pelo qual deverá passar, é muito doloroso em todos os sentidos, você perderá toda a riqueza que ganhou em seu casamento, perderá seu mangalsutra, suas joias, seus filhos, seus saris coloridos, seus cabelos, o brilho e alegria, é provável que perca também a família e os alimentos, é triste o destino de uma viúva. Que Lord Ganesha se compadeça de você e que a leve antes de seu marido!

Esses conselhos me fazem ver o quanto precisarei ser diferente das mulheres ocidentais agora, aceito esse desafio, vou manter meu casamento com amor, com zelo e protegerei a honra do meu futuro marido.

Cinco de fevereiro.

Rolo na cama e simplesmente não consigo dormir, o sono parece ter me abandonado, cochilo por duas vezes, durante alguns minutos, mas não é o suficiente para descansar.

Decido levantar, olho no relógio e vejo que são duas da manhã, sigo para o banho e me arrumo.

Recolho todos os itens que ainda restam na minha suíte e vou guardá-los, aproveito para verificar toda a bagagem, checo se estão devidamente organizadas e identificadas, vejo se não estou esquecendo de nada que precisa estar na bagagem de mão. Separo tudo o que terei que usar assim que chegarmos na Índia, o sari, as joias de Princesa, a maquiagem e deixo tudo em uma mala especial. 

Paro por um momento e sorrio com uma breve constatação, a partir de agora vou me apropriar da minha posição nesse verdadeiro conto de fadas, assumindo um papel sonhado por todas as meninas, moças e jovens românticas.

Estou levando tudo comigo, como manda a tradição para que eu possa me desfazer, no momento certo, distribuindo para as minhas amigas ou demais mulheres próximas, já que após o meu casamento devo levar apenas as roupas novas, para começar uma vida nova com meu Jagal.

Me recosto em uma poltrona por um momento e penso nele, há alguns dias estamos afastados, sinto falta do seu corpo e de seu perfume, da proteção e segurança que ele me dá, e por mais cinco dias ficaremos afastados, durante todo o cerimonial e rituais do nosso shádi, mas pelo menos poderei admirá-lo de perto, em toda sua beleza e esplendor.

Só então percebo que Andrea já está na minha suíte, ela se movimenta com certo cuidado, certamente pensando que eu poderia estar dormindo, vou até ela e sem querer a assusto, nos cumprimentamos e ela fez questão de me justificar sua entrada em minha suíte, dizendo que está aqui para conferir os últimos detalhes, como a identificação da minha bagagem, documentos e outros, afinal Andrea é nossa secretaria e é de confiança.

Sentamos por um momento para conversar.

— Senhorita Weenny, deixe-me apenas dizer sobre tudo o que tem passado enquanto estava focada em seus aprendizados necessários para o casamento. Toda a equipe foi muito requisitada por vários veículos da imprensa, durante esse período, sobretudo a Senhorita e o Senhor Eros, e os motivos são bem óbvios, a noivado na festa indiana e novo filme geraram muita curiosidade e interesse, o filme tem feito grande sucesso, por isso foram solicitadas muitas entrevistas e sessões de fotos. Já, em relação a confirmação da data e local do casamento, enfim foram inúmeros eventos e eu recusei com cuidado e gentileza, como Senhor Eros havia solicitado, tentei transferir os convites para o grupo e isso os manteve ocupados por um grande tempo.

Ouço atentamente tudo o que nossa tão eficiente secretária diz.

  — Deixou claro que após a lua de mel consideraremos os convites? Os amigos não foram sobrecarregados? Eles aceitaram e gostaram dos trabalhos que fizeram? – questiono.

— Sim, claro e se alegraram ao receber os convites para o casamento e em pensar que os verão em breve. Já os amigos estavam felicíssimos com todo o sucesso e com as muitas atividades. – ela responde.

Agradeço por tudo e ela avisa que vai despachar a minha bagagem agora, já que as dos amigos já estão na van do aeroporto. Ainda se oferece para pedir um bom café da manhã para mim, mas eu recuso por falta de apetite.

— Senhorita Weenny, me permita dizer que o Senhor Eros é muito apaixonado e está tão ansioso como você. Sei que está preocupada com seus pais e irmão, além dos pais de seus amigos, eles todos irão no mesmo voo e embarcarão ainda hoje à tarde. - com expressão zelosa ela me olha e diz.

Eu sorrio agradeço mais uma vez.

— Andrea? – digo assim que a vejo virar as costas.

— Sim? Precisa de alguma coisa?

— Preciso. Preciso dizer que para você eu sou apenas Weenny, você tem sido muito mais do que uma secretária, uma verdadeira amiga. Saiba que Eros vai te dar um cargo na diretoria após o casamento, só pede que você treine alguém para o seu lugar, mas pedimos que encontre uma pessoa tão maravilhosa quanto você. – digo.

Ela sorri e fica emocionada, faço questão de abraçá-la, então ela sai para cuidar do seu serviço.

Vejo um alerta de mensagem no celular, é um e-mail do meu Eros:

"Com o coração ardendo de esperança lhe escrevo,

Oh minha Princesa, que dia auspicioso! Finalmente você vem ao meu encontro! Te mando essa mensagem porque preciso que você saiba que serei obrigado a cumprir o protocolo e infelizmente não terei permissão para ir ao aeroporto para buscá-la, como é o desejo do meu coração.

O que deveria acontecer, segundo manda a tradição, é você ser recebida pela minha família, mas isso também não vai ocorrer porque a segurança dos Imperadores deve ser garantida acima de qualquer protocolo, mais uma vez digo, infelizmente. 

Haverá um comitê de boas-vindas no aeroporto e deverá ser liderado por nobres da corte do Imperador, a frente irão os Sacerdotes e Gurus.

Lembre-se de que você deve ser recebida com todas essas honras e elas serão destinadas apenas a você, que é a Princesa Maratha e futura esposa do Príncipe herdeiro do Império.

Não se preocupe! Soldados serão enviados para fazer a sua escolta e a levarão direto para seu palácio real. Nossos amigos serão recebidos com o devido respeito, porém apenas você receberá a respeitosa reverência.

Ah, o povo indiano já aguarda a sua chegada, é possível que compareçam ao aeroporto para conhecê-la, lembre-se do quão importante é.

Venha logo, minha amada.

Com saudades me despeço, na certeza de vê-la brevemente.

Jagal."

Fico surpresa e ainda mais ansiosa ao ler o e-mail, procuro compreender e lidar com isso controlando minhas emoções, decido escrever a minha resposta:

"Meu querido Príncipe,

A saudade tem me feito companhia nestes dias de sua ausência.

Agradeço por suas explicações e também por sua disposição e empenho, ainda não consigo compreender toda a dimensão desta nova vida e tu bem o sabes, farei de tudo para honrá-lo e jamais decepcioná-lo. 

Em breve estaremos juntos novamente, lembre-se de que a chama sagrada do nosso amor tem sido mantida acesa e brilhante para que bem reflita a força dos nossos sentimentos.

Weenny"

Assim que termino de escrever, levanto e pego a chama sagrada porque desejo leva-la na mão por todo o trajeto, desde que Eros e eu a acendemos, jamais me distanciei dela ou a negligenciei, sempre tive comigo tudo para mantê-la acesa e sempre olho para ela que é um lembrete do que sinto pelo meu noivo.

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