webnovel

Entre bebidas e mágoas

A calma música que era quase um clássico, um padrão para as áreas de lazer da alta sociedade, o céu escura destacava a visão da cidade grande, que era proporcionada pelo rooftop.

O bar estava pouco movimentado, e o bar tender aparentava um claro desânimo.

- Desanimado com a vida Chefia? - um homem de estatura média com uma aparência comum, não sendo bonito, mas também não sendo feio, vestindo um terno simples cinza-claro, sentou no balcão puxando conversa com o barman.

- Na verdade, não, Delrie, eu gosto da minha vida como ela está, mas sabe, trabalhar por 12 horas seguidas deixa qualquer um desamimado- o bar tender respondeu enquanto polia constantemente o copo em sua mão.

- 12 horas, por que está trabalhando o dobro da sua carga horária? - os desanimados olhos de Delrie se arregalaram levemente em surpresa.

- O barman que fica no horário da tarde adoeceu, então... - ele soltou um longo suspiro de angústia - bem, sabe como é -.

- Que droga né, parece que não sou o único com um dia de merda, quero dizer, porra minha semana está sendo um completo lixo - Delrie caiu de cabeça na bancada do bar, ele também soltou um suspiro de angústia.

- Cara, hoje é segunda-feira, é a sua semana, já tá uma merda? - ele carregava um olhar cético em sua face.

- Para ver como as coisas estão indo - o tom de Delrie carregava uma angústia muito maior, quase uma caricatura de seu sofrimento.

- putz, o que tá rolando mano? - o bar tender colocou um copo de vidro, e serviu um whisky com uma aparência bem chique.

- em detalhes, ou de uma forma mais curta? - Delrie tomou o primeiro gole do whisky.

- Quero saber os mínimos detalhes.-

- Bem, bem... Vamos lá, tudo começou quando cheguei mais cedo da viagem de negócios.-

...

...

A viagem foi um sucesso total, ao ponto que acabou uma semana antes do planejado, então eu iria mais cedo do que o planejado e com o intuito de fazer uma surpresa para minha esposa, peguei o último voo de domingo que chegaria no início da segunda.

Chegando no meu destino pelas 2 da manhã com o céu ainda escuro, eu considerei chamar o meu motorista, mas pelo horário achei melhor ir caminhando além do porquê, adoro caminhar pelas manhãs.

- Pera, pera, espera um minutinho, você foi para casa caminhando a pé?-

- sim, eu gosto de caminhar.-

- gostar é uma coisa, mas o aeroporto mais próximo da sua casa é no mínimo 4 horas de caminhada.-

- na verdade, são 6 horas de caminhada, mas claro com pausas.-

- você é louco.-

- deixar eu voltar, para o que realmente é relevante.-

Após minha longa caminhada para casa o dia já estava amanhecendo, quando estava me aproximando de casa comecei a ter um péssimo sentimento, mas ignorei e segui em frente.

Quando entrei a casa estava um silêncio total, as luzes estavam todas apagadas e não havia nenhum sinal das empregadas, algo que não deveria ocorrer, afinal, elas devem trabalhar de segunda a sexta e como já era 8 horas elas deveriam estar trabalhando.

- Acho que sei para onde isso tá indo.-

- Bem, desce outro copo.-

- Claro, claro, claro.-

Então... Como não havia ninguém no primeiro andar, pensei que ela pudesse estar no quarto, mas quando eu estava na frente da porta pro quarto tive um péssimo pressentimento, era como se todos os meus órgãos fossem esmagados....

.....

.....

- Beleza, mas o que acontece a seguir? - perguntou o barman perante o silêncio do Delrie.

- Me sirva outro copo.-

- Tá, mas o que você viu ao abrir a porta? - o barman encheu o copo, com o líquido que aliviava a angústia do cliente.

- Bem... Quando eu... - Delrie foi bruscamente interrompida pelo chamado de outro cliente incomodado com a falta de um barman para servir seu atendente.

- Bem, pelo jeito tenho que ir, mas já volto - Delrie voltou a beber freneticamente, terminando o copo em poucos segundos - voltei... - Delrie balançou o copo vazio - cara... Não acha melhor maneirar na bebida?-

- É... Você tem razão..., mas acho que devemos continuar de onde parei, né? - a face de Delrie derreteu em extrema tristeza junto do marejar de seus olhos - quando entrei no quarto, eu vê... Ela estava com outro homem.-

.....

.....

- Bem... deu de bebida, você bebeu demais - o barman tirou o copo da mão de Delrie, que fedia a álcool - me espera aqui, só vou me trocar, é a gente vai em bora junto.-

- Maikon, eu te considero muito - Delrie exalava um forte cheiro de álcool, o seu bafo poderia deixar algum bêbado de tanto que ele tinha bebido - sabe... Preciso tirar água dos joelhos, onde fica o banheiro? -

- No mesmo lugar de sempre - Delrie cambaleou pelo salão se esbarrando nas mesas, chamando a atenção dos poucos clientes que estavam no rooftop.

Delrie sumiu no banheiro, o tempo passou e ele não voltava, até o momento que uma bela moça se dirigiu ao bar - senhor, tem o homem dormindo na porta do banheiro - a bela moça saiu logo após anunciar o local onde Delrie escolheu para tirar um cochilo, após encher a cara.

Maikon soltou um longo e agonizante resmungo, sobre o péssimo hábito de dormir em qualquer lugar que seu amigo possui, que se intensifica quando ele bebe.

.....

.....

O sol escaldante da manhã penetrava sem dificuldade o vidro e a fina cortina branca do quarto, iluminando boa parte do ambiente e eliminando a necessidade de uma lâmpada.

O raio solar foi diretamente no rosto adormecido de Delrie, precisamente, criando um incômodo aos olhos dele, a mesma luz que o incomodava é a luz que ativa um dos seus extintos mais primitivos que resultaram em seu desperta.

A sua cabeça latejava de dor pela grande dose de álcool que ele acabou por consumir, na noite anterior, ainda meio confuso que onde ele estava, o quarto era totalmente diferente de qualquer um que ele lembrasse.

Ele se sentou na cama com uma certa dificuldade proporcionada pela ressaca, e lá ficou por 5 minutos na esperança de diminuir os efeitos de uma noite na pura bebedeira.

----------

A minha cabeça estava latejando, a dor era insuportável como se algum esmagasse meu crânio contra o meu cérebro, a leve tontura atrapalhava totalmente a minha noção de movimento, o meu fígado ardia como se ele estivesse em contato com água fervente.

Quando me levantei as minhas pernas que deveria me dar uma sustentação se torceram, levando o meu corpo ao chão pela falta de força em meus músculos, a dor de ter caído repentinamente percorreu pelo meu corpo com um choque.

Uma repentina vontade de vomitar surgiu, inconscientemente o vômito percorreu minha garganta Junto do gosto horrível que ele carregava, mas não saiu nada mais que um líquido transparente que se assemelha a água.

- Que merda - esfreguei minha garganta levianamente na tentativa de respirar melhor.

A minha visão começou a embaçar pela falta de ar, até que senti algum me puxar pelo braço, olhei para porta sendo aberta e uma figura aparecendo, eu não vejo quem era devido à minha visão, que estava embasada ao ponto de não conseguir visualizar o que estivesse a um palmo a minha frente.

A pergunta que martelava em minha cabeça sobre o que estaria acontecendo, parecia que já tinha uma resposta, mesmo que se eu negasse com todas minhas forças, a verdade era uma e ela estava na minha frente de forma tão clara como o sol que brilhava no sol.

Repentinamente uma forte dor em volta do meu braço.

Senti meu corpo se puxando do chão, meus pés serem arrastados no chão, a paisagem embasada e melancólica se retorcia enquanto me arrastavam.

Sentir a figura me sentar no chão, quando a minha pele tocou no chão e na gélida parede, a minha pele ardeu como se ácido estivesse em um constante contato, o ardimento era insuportável fazendo umidade de lágrimas escorrem pela minha face.

O arde em minha pele era forte ao ponto do meu corpo tentar de algum modo reclamar sobre ela, mas de forma inútil, pois nem uma parte do meu corpo respondia.

A dor lentamente desapareceu, quanto mais a dor sumia junto de qualquer outro sentido, a minha visão se escurecia lentamente.

Eu estava negando com unhas e dentes o que estava bem na minha frente, o inevitável, aquilo que acontecerá com todos chegou sorrateiramente em mim, a morte veio me buscar.

"Eu morri?" Não estava escuro, não existia nada, era apenas o vazio.

...

...

Eu estava esperando que algo acontecesse, como uma falsa tentativa de manter minha sanidade-mental.

.....

.....

Poderia ter uma musiquinha, tipo as de elevador... Cara... Que merda.

.....

.....

Será que consegui desligar meu cérebro? Tipo... Igual dormi, ou entrar num sonho eterno? Se fosse em um sonho eterno... Eu iria conseguir controlar ele?

.....

.....

Oh, uma luz, então essa demora toda era para chegar no céu, e se for valerá a pena?

Puta merda... Outra passagem demorada com esse tempo eu poderia cancelar a minha linha telefônica... Na verdade, não, cancelar ela levaria muito mais tempo.

.....

.....

Isso, isso, isso, isso finalmente cheguei, e agora, porra finalmente.

.....

.....

E onde estou?... Eu esperava um chão branco, com anjos passando e outros que morreram aqui... Mas uma luz ofuscando minha visão, não havia nada nítido à minha vista... Ou a falta dela, era como um borrão branco e amarelado.

Voltei a sentir as partes do meu corpo, e graças a falta deles e conseguir sentir cada músculo, osso, cartilagem, ligamentos, órgãos e o sangue passando pelas veias.

Com a percepção extremamente apurada notei a diferença dos tamanhos entre deles, me sentindo pequeno e frágil, quando tentei falar sentir a minha boca se mexer, mas não saiu nenhum som, apenas um grunhido que se assemelhava a de um bebê, eu não conseguia ouvir direto devido a um chato zumbido que ficava incomodando meu ouvido.

Senti uma mão me segurar e me levantar, o que estranhei mesmo que eu fizesse exercícios físicos, afinal eu ainda era um homem adulto nos seus 25 anos e com 1,90 metros de altura, eu não tinha o conhecimento do meu peso, mesmo assim não era para aparentar ser tão fácil.

A brisa gélida batia diretamente contra a minha pele quente, o arrepio causado pela brisa percorreu meu corpo todo.

Já no ar sentir me enrolarem em forma de casulo, o material era extremamente macio como seda, e quente como lá.

- [][][][][][][][]-

O som que se assemelhava a uma voz, com possíveis palavras desconhecidas que se assemelhava a língua alemã.

- [][][][][][][][]-

- [][][][][][][][]-

- [][][][][][][][]-

- [][][][][][][][]-

As conversavam continuavam a ocorrer, enquanto eu tentava ter qualquer tipo de visão, de algo físico, não só da luz cegante, mas sem sucesso.

Durante o pequeno diálogo, montei três teorias, na primeira eu poderia ter sobrevivido, e estaria em um hospital em coma.

Na minha segunda teoria, eu seguei ao céu e estou no processo de purificação, algo bem improvável.

A terceira sendo a menos provável, eu reencarnei em outro mundo como um recém-nascido, a menos provável, muito menos que o céu.

.....

.....

Senti um leve odor de incenso, o cheiro é dose e agradável.

- [][][][][][][][]-

- [][][][][][][][]-

- [][][][][][][][]-

Me senti pesado, a clássica sensação do sono lentamente tomou conta do meu ser, mesmo lutando para ficar acordado, minha consciência lentamente se esvaziou.

.....

.....

Senti o vento gélido tomar meu rosto, junto de um frio abundante, o meu estômago aclamava por uma refeição, meu corpo não respondia nenhum comando meu e minha visão ainda era inexistente, eu não estava nem ao menos conseguindo falar, o meu ser ao todo estava desabilitado, tudo o que estava acontecendo trouxe um tsunami de sentimentos negativos.

Era muito provável que eu tenha sobrevivido, mas fiquei neste estado.

Senti algo úmido escorrendo pelo meu rosto... Lágrimas, eu estava chorando... Mas por quê? Frustração ou tristeza? Talvez os dois?

Soltei um grunhido junto das minhas lágrimas, que se assemelhavam a de uma criança.

.....

.....

Após algumas horas a fio chorando, escutei o som de algo pesado ser arrastado, logo após ouvi passos se aproximando de mim, muito próximo.

- ()()()()()()()()-

Pode ouvir uma voz feminina falando comigo, em uma língua diferente da que ouvi antes, e com uma semelhança a francês.

Senti mãos me envolver e me levantar no ar, logo após um passar de suave em minha cabeça.

- ()()()()no()()()-

Desta vez entendi um pouco do que ela disse, mas quase nada, talvez pela voz está abafada, posso não está entendendo bem o que ela disse.

- ()()()()()()()()-

Senti braços pegarem em volta do meu corpo e me levantar, me senti calmo, aconchegado e seguro, sem nem uma preocupação, mas a pergunta sobre quem é esse que está a me levantar como se eu fosse um simples bebê... Isso não deveria ser possível, né?

Forcei meus olhos e lentamente abri meus olhos, a minha visão ficou embaçada e lentamente ficou normal.

Me deparei com uma moça de pele branca com sarda que dava um certo charme a ela, seus olhos eram laranjas claros, ela tinha cabelo ruivo e cobre avermelhado.

Ela vestia uma roupa semelhante a de freira, mas sem a parte que fica na cabeça, deixando seu cabelo a vista preso em um rabo de cavalo alto.

Percebi estar sendo carregado pela moça, sem acreditar levei meus braços a frente do meu rosto, para confirmar minha tese, braços e mãos pequenas como as de um bebê, tentei falar e novamente, mas minha "voz" suou como um grunhido que as crianças emitiam, confirmando minha tese.

Reencarnei em outro mundo... Mas que grande merda.

.....

.....

Reencarnar em outro mundo, pode parecer uma boa ideia, mas viver toda a infância novamente não parecia uma ideia atrativa, ir Novamente ao colégio não seria nada agradável.

E pelo momento atual, fui provavelmente deixado em frente a uma igreja, e pelo estilo da igreja, provavelmente voltei no tempo para era medieval ou estou no interior do interior que não largou as velhas práticas de construção.

- ()()()()()()-

- ()()()()()()-

- ()()()()()()-

- ()()()()()()-

Outra voz surgiu, pelo tom da mesma, supus ser de uma mulher de idade elevada.

Uma senhora apareceu na minha visão, ela estava com o uniforme completo de freira, mesmo a idade não parecia esconder a sua beleza, ela me analisava das cabeças aos pés, com seus olhos negros penetrantes.

- ()()()()()()-

Sei falar três línguas fluentemente, francês, alemão e russo, mas realmente não estava entendendo nada, mesmo elas falando um tipo de francês ou derivado do mesmo, o problema era que não estava entendendo porra nem uma, me senti um não falante perante elas.

Entre meus pensamentos a senhora me pegou no colo, ela me colocou em algum lugar e logo começou a me despir, senti um leve frio pelo meu corpo, que rapidamente foi ofuscado pelo calor em meu rosto proporcionada pela vergonha em estar pelado perante duas mulheres que não conheço, mesmo meu corpo sendo de uma criança eu ainda sou um homem adulto.

A minha preocupação com a minha logo em seguida foi deixada de lado, pelo motivo de ser mergulhado numa água tão fria que queimava minha a pele da minha cabeça, depois que ela me tirou da água ela me virou e novamente mergulhou na água, e ela refez o mesmo processo 5 vezes, enquanto murmurava algo baixinho o suficiente para passar despercebidamente.

A moça de antes me pegou e me secou, logo após me enrolou em um coberto quente, não tão quente o anterior e muito menos macio que ele, a qualidade do tecido era óbvia mente inferior.

Ela me levou à igreja adentro, sempre seguindo a velha senhora, os corredores da igreja não eram bem iluminados, talvez pela falta de janelas, mas o demais cômodos eram muito bem iluminados por velas.

.....

.....

Estávamos na cozinha da igreja, a cozinha era simples, tinha fogão a lenha, uma pia com torneira e... Não tem geladeira, bem, sempre tive a dúvida de como eles mantêm a comida não consumida no dia em condições comestíveis.

Ainda bem que tem água encanada.

A velha senhora que possui um estranho cheiro de uva me entregou a moça mais jovem para começar a cozinhar e aparentemente ensinar a bela moça, durante os ensinamentos comecei a sentir minhas pálpebras pesadas e comecei a ceder ao abraço do sono.

L.G.L

DaoistXcnA5Hcreators' thoughts