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Sei o que vais sonhar (Português)

Cuidadosamente e sem fazer barulho foi até à parte lateral da casa. O vento soprava, mas as árvores continuavam quietas. Pelo caminho, Cátia volta a ver algo vermelho. Os seus joelhos vão até ao chão, fazendo-a ter uma visão melhor, mas logo a seguir uma necessidade de sair do local invadiu-a. Ela tocou na poça, para ter a certeza que aquilo era o que ela pensava ser, e as suspeitas confirmaram-se. SANGUE. Mas agora a questão era. De quem?

chiisai_bunny · Fantasia
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Capítulo 1 - Parte 1

As únicas coisas que me queria lembrar durante os meus 17 anos de vida eram os momentos felizes que vivi, mas não e o caso. - Cátia Silva

Era um dia de verão igual aos outros. O Sol aquecia tudo o que estava ao seu alcance, as árvores e os prédios eram as únicas coisas que conseguiam fazer sombra, protegendo assim varias pessoas das possíveis doenças que podiam chegar a ter, mas é estranho pois mesmo com tanto sol ainda existiam vários seres expostos, e entre esses seres destacavam -se as crianças.

É pelo verão que todas elas esperam pois só no verão as mães deixavam-nas ir à piscina, passear pelos parque, acordar tarde, conviver com a família, mas o que as crianças gostavam mesmo nas férias era, sem dúvida, os baloiços. Quando se passa pelos baloiços, no verão, conseguimos notar a presença de várias crianças, todas com idade ideal para lá andar, acompanhados pelas mães, irmãos, primos, tios...

O caso de Cátia não era diferente. Ela e a sua melhor amiga, Edy, estavam a passear com a Lola, avó de Cátia.

Era Lola que passava metade do tempo com a neta, que a levava a passear, que lhe dava o lanche, isso deixava-a contente mas ao mesmo tempo triste. Helena e Carlos, pais de Cátia, eram pessoas muito ocupadas, mas ninguém sabia o que eles faziam, nunca tinham tempo para a filha, chegavam sempre tarde a casa normalmente à hora em que Cátia já estava a dormir. Mesmo assim Helena sempre foi uma mãe que tentava dar o exemplo, e conseguia, ela fazia de tudo para aproveitar os momentos com a filha, não como aqueles pais que, para fazer um filho feliz, compram algo que queiram, esses pais não sabem como se educa uma criança. Todos nós sabemos que uma pessoa fica feliz se tiver amor, amor é a palavra-chave para tudo, se tiveres amor e fores sincero, serás feliz.

Era nos baloiços que Cátia gostava de passar o tempo, a deslizar naquele escorrega, a conhecer novas crianças que, num futuro muito próximo, poderão fazer parte da mesma turma que ela, mas o que a deixava mais feliz por estar lá era ter a presença da sua melhor amiga, Edy.

Elas, desde que se conheceram na praia, ficaram amigas. Depois a junção das duas na mesma turma só as foi aproximando e, agora, estão aqui, as duas juntas com apenas os seus 6 anos, com Cátia sendo a mais velha.

As duas brincavam no escorrega, enquanto Lola assistia às palhaçadas das duas.

- Sabes Edy. - Cátia começou fazendo com que a atenção da amiga voltasse-se para ela. - Eu sempre tive o sonho de ter magia, poderes e proteger o Bem do Mal.

Edy sentou-se na areia acompanhada de Cátia.

- Já pensei nisso, mas ia ser muito mau, quer dizer, és uma criança e os maus normalmente são adultos.

- Não, tens o Zac, ele é mau, não para de chatear as nossas colegas.

Nesse momento a barriga de Cátia começa a roncar, Edy olha para ela e ambas caiem na gargalhada.

- Vamos embora, já está na hora de comer e eu estou cheia de fome, ainda mais hoje os meus pais chegam cedo a casa.

Saíram as duas a correr em direção a Lola.

A medida que Cátia corria, olhava para a passagem que de tanto ver já conhecia. Aqueles baloiços eram situados num parque, o mesmo tinha muitas árvores de cada lado que dava um ar misterioso, tinha bancos espalhados pelos mesmos em cada uma das bordas do passeio, quase encostadas às árvores. O chão era feito de cimento, o mesmo tinha desenhos de ondas. Os baloiços, por sua vez, situavam-se no centro do parque e tinham uma grade para separar o cimento da areia. Tudo o que uma criança precisa.

Mal ela chegou ao pé da sua avó, sentou-se no banco.

- Avó, vamos para casa, estou com fome. – Disse Cátia tocando na mão da mesma enquanto olhava para a beleza dela, a única coisa que Cátia e Lola tinham em comum era a cor do cabelo, castanho.

A mesma sorriu e levantou-se do banco.

- Vamos levar primeiro a Edy a casa e depois vamos comer, está bem?

Cátia fez sinal positivo com a cabeça e começou a andar com a Edy em direção a casa da mesma.

O caminho era normal, passeio de cimento, com casas dos dois lados da estrada, era raro passar lá carros, não tinha muitas árvores, mas as que tinham eram suficientes.

Mal chegaram a casa de Edy, despediram-se e foram para casa. Sendo que Cátia vive apenas a alguns condomínios de distância em relação à amiga, a paisagem continuava a ser praticamente igual.

Mal viram a casa ao longe, a pequena menina correu em direção a mesma com tanta velocidade que acaba por cair. Ao assistir à sua queda, Lola vai em passos rápidos até à mesma.

- Estás bem pequena? - Perguntou Lola baixando-se ao nível.

- Estou ótima avó, só tenho fome.- Cátia levantou-se.

Lola ri-se com a atitude da neta. Ambas entram em casa e como sempre não encontram ninguém na sala.