[POV Feli]
Acordei animada esta manhã.
Realmente era muito mais agradável despertar no nível quatorze, onde a vista da minha janela era uma cidade de cores claras e azuladas, além é claro da visão maravilhosa dos córregos que eram conectados com o castelo e cortavam a cidade até o mar.
Me aprontei devidamente, vesti uma roupa confortável com a ajuda do sistema e em seguida desci para tomar meu café da manhã. No caminho, alguns companheiros de guilda me cumprimentaram com expressões amistosas.
A Royal é dividida em algumas patentes, sendo elas:
Comandante.
Vice comandante.
Capitão.
Os conselheiros (estes estão mais ou menos no mesmo nível de um capitão, mas sendo mais utilizados nas partes de organização da guilda. Eles também auxiliam o comandante nas decisões.)
Líder de divisão.
Soldado.
E os recrutas, que estão na fila de espera para entrar em alguma divisão.
Eu sou a capitã do setor A, o grupo da Royal especializado em enfrentamento na linha de frente contra o próprio jogo, ou seja, descobrir a localização, derrotar os chefes e procurar por missões principais.
- Oh! Bom dia, Feli! - A moça de cabelos pintados de púrpura me cumprimentou.
Essa era Angel, a capitã do setor B, especializado em descobrir spots bem adequados para a caça, estudar os monstros e seus padrões e também encontrar e completar missões gerais.
- E aí, o que está achando da nova casa? – Fui perguntada pelo rapaz ao lado dela. Ele tem cabelos loiros e médios, com uma pequena parte em sua franja pintada de verde.
Este aí é o Feng, capitão do setor C, que tem como função o treinamento dos recrutas para se adaptarem corretamente ao jogo, também são especialistas em estratégias de batalha e são os primeiros à serem chamados quando há algum problema com outros jogadores. É como se fossem a polícia militar da Royal.
- Não vou mentir, está sendo muito bom – respondi.
- Não é?! Haha! Esse palácio é demais! – Angel concordou comigo.
- Feli, soube que você e o comandante cuidaram do tal Espadachim da Meia-Noite – Feng me disse.
- Você quis dizer o "Farsante da Meia-Noite", né? Aquele cara era um idiota aproveitador.
- Por que será que o comandante Kyros é tão aficionado com essa história, hein? – Angel indagou. – Quer dizer... não passa de uma invenção pra dar alguma esperança para as crianças que estão aqui.
- Toda história tem que vir de algum lugar, certo? – Feng levou um pedaço de pão à boca enquanto sugeria isso.
- De qualquer forma, nós precisamos é nos concentrar em terminar esse jogo maluco. Não podemos sentar e esperar que um herói de capa misterioso zere isso. A Royal é quem vai terminar AWO – afirmei.
- É... além disso, o próprio comandante é um monstro – Feng me fez lembrar o quanto Kyros era poderoso. Ele continuou: - E também, tem você, que evoluiu sua classe, Feli. Somos a única guilda do jogo com dois assim.
- Será mesmo? – Questionei.
- É o que parece. A Axion só tem o Astor – Feng lembrou.
- Quem são os outros mesmo? – Angel perguntou.
- Além de mim, do comandante e do Sr. Astor, tem um tal de Ander que ninguém sabe quem é, e uma invocadora jovem que se chama Sally.
- Temos cinco monstros em AWO - Feng apoiou o queixo em suas mãos entrelaçadas. – Ugh... só de pensar naquele inferno que você me contou, tenho arrepios.
- Haha, eu também não gosto de lembrar – confessei.
Um rapaz passou por nossa mesa e nos deixou o Jornal Mundial, além disso, falou algumas palavras:
- É, pessoal, acho que vocês estão errados.
- Hm? Como assim, Sanzin? – Angel pegou o jornal em suas mãos e o abriu rapidamente, logo em seguida, vi ela se espantar e arregalar os olhos para o papel. – Quê?!!
- O que foi?! – Peguei da mão dela, Feng levantou-se e veio ao lado para analisar comigo.
A notícia era bombástica. Havia mais um entre nós:
"Parabéns ao jogador Jhin, que evoluiu para a classe de: 'Mestre das Lâminas!"
[Pov Jhin]
- Ugh...
Abri os olhos devagar; a luz que bateu neles me incomodou um pouco. Rapidamente, processei a situação em que me encontrava e lembrei de tudo que passei há pouco naquela quest.
Mesmo que tenha durado só vinte minutos, pra mim pareceu ser uma semana inteira de tão exaustivo que foi.
Olhei o horário no menu e percebi que já começava a escurecer, eu dormi muito tempo, mas felizmente recuperei um pouco do HP, além disso, estou bem seguro neste quarto da pousada.
Também aumentei três níveis. Matar centenas de monstros poderosos rende muita experiência.
Jhin – Nv. 65
Então, uma aba apareceu para mim:
"Parabéns! Você concluiu: Quest de Evolução de classe"
Recompensas:
Espada Divina do Arcanjo
Quinze Pontos de Atributos
"Parabéns! Você adquiriu a classe: Mestre das Lâminas"
Habilidade desbloqueada: Estilo de Duas Espadas.
Você agora pode participar dos seguintes eventos:
"Guerra Divina Pt. I: A História do Arcanjo Caído"
"Guerra Divina Pt. II: Os Itens Sagrados dos Arcanjos de Haraman"
M-meu Deus... é muita coisa para processar.
O que diabos é essa tal 'Guerra Divina'?
Bom, que se dane. O importante agora é analisar o item que consegui, é melhor que seja uma espada mais poderosa do que a Aurora, ou terei um prejuízo gigantesco.
Retirei-a de meu inventário e segurei em minhas mãos. De fato era um item bem bonito, o seu vermelho bem polido e brilhoso me encantou imediatamente, e também era mais leve do que aparentava ser. Analisei com cuidado:
Espada Divina do Arcanjo
Nível necessário: 50
Dano: 320-400
"A espada anciã de um Arcanjo que emite uma poderosa aura divina"
+22 Força
+14 Agilidade
+10 Defesa
+5 Energia
*Aumenta sua regeneração de mana em 2%
Raridade: S
Há... é... parece que consegui uma coisa interessante, é muito melhor do que a Aurora. Pode pensar que é sorte, mas a verdade é que eu passei literalmente pelo inferno pra isso. Na verdade, se a morte acontecesse lá, muito provavelmente eu teria perdido por não ficar tão solto.
Acho que pela primeira vez, mesmo sofrendo muito, consegui me divertir genuinamente sem medo de morrer.
De qualquer forma, a coisa mais interessante aqui foi saber que é possível usar duas espadas nesse jogo. Então, alguém que evoluiu sua classe de espadachim comum para 'Mestre das Lâminas' é capacitado em usar duas espadas. Interessante.
Eu não sou tonto, sei que apesar do jogo agora me permitir empunhar duas armas, muito provavelmente vou precisar aprimorar minha técnica. Uso espadas com o braço esquerdo quase tão bem quanto com o direito, mas a realidade é que duas ao mesmo tempo muda completamente a história. É preciso ficar bem afiado no ritmo para que não perca sua característica.
Enfim, o que quero dizer é: posso ter uma nova classe agora, mas se um espadachim de agilidade perde sua agilidade por conta do peso de mais uma arma, o que ele tem de especial?
Acho que vou precisar me adaptar.
Ai, ai... as coisas vão ser complicadas. Se já não bastasse aquela conversa de Espadachim da Meia-Noite, agora meu nome tá no Jornal Mundial, e considerando que eu dormi quase o dia todo, as coisas neste momento devem estar uma loucura.
Prevejo líderes de guilda vindo atrás de mim... No entanto, eu sou bom em me esgueirar. Acho que por enquanto vou ficar um pouco abaixo dos radares.
Droga... agora que parei para pensar, aquela voz me irritou de novo...
[Pov Feli]
Eu me encaminhei até a sala do comandante para conversar sobre o mais novo acontecimento que estava na boca não só da guilda, mas de todos os jogadores de AWO.
- Comandante – o saudei -, viu o que aconteceu?
- Um outro Mestre das Lâminas finalmente apareceu. Acho que você ganhou um rival, Feli.
- Parece que seu nome é Jhin – lembrei-o. – Por acaso já viu alguém chamado assim?
- Nunca.
- Será que ele conseguiu a...?
- Isso te frustraria, garota?
- Claro que não, estou muito feliz. Mas já que o senhor conseguiu o Cajado Divino do Arcanjo e o Sr. Astor a Lança Divina do Arcanjo, imaginei que eu também teria uma arma.
- Hahaha, você tá reclamando de barriga cheia, moleca! Uma espada rara a gente consegue por ai, já uma coisa assim é praticamente impossível!
- Mas o que adianta se eu não posso usar livremente?
- Se acalma, Feli, é para o seu próprio bem. Imagine quantos ladrões e guildas não ficariam interessados nisso? Pense bem! Tem alguns aqui que são a escória da humanidade – ele me sorriu, estava sendo sincero em suas palavras. – Detestaria que brutamontes desprovidos de civilidade perseguissem minha querida capitã.
- Acho que eu poderia dar conta de todos.
- Haha, cuidado, este é um jogo traiçoeiro... – o comandante cruzou as mãos e apoiou seu queixo, tinha a expressão descontraída de sempre, acho que ainda estava fantasiado com seu castelo. – Ei, ei, ei, posso ver mais uma vez?
- Hm?
- Eu não me canso, Feli! É sensacional! Esse é o tesouro da Royal!
- Ah, tá.. – abri meu inventário e convoquei o item do qual o comandante falara com tanto apreço: em minhas costas, grandes penas azuis surgiram em um brilho resplendoroso. Senti como se ganhasse membros a mais, eram como músculos que balançavam tanto consciente quanto inconscientemente.
Aquilo era uma sensação estranha, ainda não havia me acostumado, mas toda vez que a colocava, me sentia poderosa e bem confiante.
- Magistral... É muito lindo! É sensacional, Feli! – O comandante chegou até mesmo a bater palmas leves, o que me deixou um pouco sem jeito.
- O... o senhor não precisa disso tudo, eu fico com um pouco de vergonha...
- Eu realmente penso que, atualmente, você pode ser a única em AWO com uma dessas! É incrível!
- É... haha...
"Asas Divinas do Arcanjo"
Esse Jhin, hein? Mesmo que ele evite, não consegue fugir das atenções!
Com seu nome estampado no Jornal Mundial, a tendência é que muita gente venha tirá-lo da sua zona de conforto.
Quanto à nossa querida Feli, e não é que ela tem uma asa?! Espero que a imaginação de vocês tenha feito este item tão bonito quanto a minha fez, é mesmo uma visão de tirar o fôlego!
Conhecemos também um pouco mais da guilda Royal, isso será importante para o futuro!
Os itens divinos parecem ser bem interessantes, assim como possuem sua temática própria.
Qual será o mistério por trás deles, huh?
E você? Iria preferir a espada ou a asa?
Comente e interaja com a obra, seria legal saber seu feedback! Vamos com tudo com esse próximo volume! Não se esqueça de seguir e votar se você curtiu, obrigado!