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Capítulo 3: Mar Habitado

Algumas semanas depois…

— Deruzi, quando irei aprender feitiços mais avançados? — Exclama, animado por ter o melhor mago como seu professor.

— Minha criança, porque você gostaria de aprender feitiços maiores que esses que lhe ensinei? Lembre-se que todos conseguem usar o elemento água, saber feitiços poderosos não vai te fazer mais forte que ninguém.

— Então como poderei me tornar um mago poderoso assim como o senhor?

— Primeiramente, domine seu elemento. Por conta da possibilidade de manipulações diversificadas, muitos magos se preocupam mais em aprender a maior quantidade de feitiços possível e se esquecem de dominar o elemento em si.

— Mas masterizar um elemento muda em algo?

— Claro que sim, quanto maior a proficiência mais eficiente será para lançar os feitiços e mais controle você terá sobre ele!

— Tá bom, mas o senhor vai me ensinar como controlar água, né?

— Se quer uma dica, é simples: sente-se na beira do rio e "sinta" a água; sinta seu fluxo, os seres que ali ficam, como se movem... sinta-os, compreenda-os e conseguirá controlar a água como bem quiser.

Will caminha em direção ao rio mais próximo e, como ele sugeriu, se senta na beira e toca na água. Após alguns minutos, ele percebeu que aquilo não estava funcionando. Mostrando determinação, ele resolve se dedicar mais indo um pouco mais fundo, sentando-se no leito do rio até o nível do peito e ali fica por um tempo que, devido ao transe, horas se passam como Will nessa situação.

Oito horas depois….

— Já estou aqui a horas, aquele velho deve estar louco, ficou gagá com a idade, sei lá.

Já era noite e, por conta do tempo, Deruzi começa a se perguntar se Will havia cumprido seu objetivo. Até que decide ir até o lago que o garoto estava que, ao chegar lá, ele vê o garoto claramente irritado por algo.

— O que aconteceu, jovem Will? — Questiona, já sabendo o que poderia ter acontecido

— Ou seu velho, eu tô a oito horas aqui e nada mudou — Exclama, estando claramente zangado com situação

— Você não conseguiu mesmo? Acho que você não tem afinidade com a água — Responde, parecendo querer provocar o garoto.

— Você fica nessa de fazer piadinha agora me deixando plantado aqui com a desculpinha ESFARRAPADA de que eu tenho que sentir a água....

Enquanto Will reclamava, parecia que a água do rio começava a reagir aos seus sentimentos e flutuar ao seu entorno. Vendo aquilo, Daruzi dá uma risadinha de canto de boca e que, quando o garoto vê o semblante de seu mestre, o deixa mais furioso.

— Ah não, você ainda está rindo de mim!

— Jovens… Sempre impacientes, jovem Will olhe ao seu redor.

Ao deixar o "choro" de lado, Will começa a olhar a sua volta e uma grande quantidade de água estava ali, flutuando ao seu redor como se esperasse somente um pequeno comando ou um pensamento para que atacasse com tudo o motivo de seu aborrecimento; ver aquilo, toda aquela água a sua volta, não parecia real, Will não conseguia crer que aquilo tava sendo algo feito por ele.

— Mestre, fui eu mesmo que fiz isso? — Questiona, muito emocionado. Aquilo estava fazendo com que Will reacendesse a esperança de ser grande mago.

— Claro que foi, jovem Will, a água é maleável, adaptável, ela sempre vai reagir a sua força de vontade e seus sentimentos. Nunca ouviu falar que magos com grandes objetivos são mais poderosos?

Os olhos de Will, se enchendo de brilho, ali percebia que sim, a esperança ainda estava viva. Já voltando para a pequena casa de Deruzi, tudo que ele queria era um lugar pra escorar e relaxar para que o cansaço não o atrapalhasse em seu treinamento. No dia seguinte, lá estava ele entusiasmado e pronto para continuar o que viria ser uma rotina durante um tempo; naquele dia, Will já conseguia perceber uma pequena melhora, significando que agora seus esforços não estavam sendo em vão e daí para frente seu dia era meditar no rio e saindo de lá apenas para comer e dormir.

Meses depois…

— Mestre, creio que eu já consiga dominar a água, já estou pronto para o próximo passo?

— Isso é você que vai me dizer.

Will já sabia o que aquelas palavras eram, significava que seu mestre iria testá-lo e, antes que percebesse, os dois já se viam em meio a floresta devido a um feitiço de teletransporte que seu mestre usou. O garoto ao olhar ao seu redor, percebe que aquela era a mesma clareira que eles tinham se encontrado.

— Olhe Will, aquele será seu adversário. Prove-me que já domina a água.

O garoto olha e vê que seu adversário seria um grande urso pardo que estava tomando água no riacho que ficava no meio da clareira. Will respira bem fundo, fixa seu olhar no urso e vai com tudo para cima da criatura. Sabendo que não conhecia algum feitiço, decide usar a água ao seu favor e, assim, neutralizar o urso que estava com duas patas dentro do rio. Iniciando o combate, Will começa a manipular a água de forma que ela formasse um tipo de algemas e prendendo o urso naquela posição já o urso, percebendo sua situação, começa a se debater para tentar se libertar das amarras. Aproximando do urso, Will manipula e molda uma bolha de água que flutuava ali próximo, como se o rio e seus pensamentos já estivessem se sincronia, até formar algo parecido com uma espada e parte para cima da criatura brandindo-a e cortando-a superficialmente.

— Will ficou mais forte, entretanto só isso não é suficiente para vencer. – diz Daruzi observando a situação atentamente.

O urso, em um ataque de fúria, usa toda sua força, assim quebrando as correntes. Então o grande besta vai com tudo na direção de Will, mas já prevendo sua reação, ele arremessa a espada, acertando o olho o urso. Não sendo o bastante para pará-lo, ele torna a reutilizar as correntes até conseguir imobilizá-lo novamente. Com isso a besta é derrubada e Will corre para aproveitar e finalizá-lo, sacando a espada que estava no olho do urso, ele pula em cima do urso e a enfia direto na garganta do animal, finalizando ali o teste.

— É, você está pronto.