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O Recomeço em um mundo de RPG

Sofrer por causa do erro de outras pessoas, isso resume bem a vida de um jovem garoto, mas mesmo com tudo e todos conspirando contra ele conseguiu sobreviver. Quem iria imaginar que alguém que sobreviveu a praticamente tudo morreria de um jeito tão normal, um dia quando estava em mais uma de suas fugas foi atropelado, morte instantânea, mas algo ainda tinha sido reservado para ele, isso era... uma segunda chance. Ele acorda em uma sala, com o auto intitulado deus estagiário, ele tem a escolha de recomeçar em um novo mundo, cheio de magia e coisas maravilhosas, mas que também irá trazer grandes perigos. Essa é uma história inspirada nos isekais japoneses, nosso protagonista viverá em um mundo de magia e monstros perigosos, conseguirá ele sobreviver nesse mundo assim como fazia em sua antiga vida? (Se bem que ele morreu). Isekai de acordo com a Wikipédia: Isekai (異世界 lit."mundo diferente") é um subgênero de light novels, mangás, animes e jogos eletrônicos de fantasia caracterizado por um protagonista normal (geralmente um habitante contemporâneo da Terra) sendo transportado ou preso em um universo paralelo.

RenCmps · Fantasia
Classificações insuficientes
60 Chs

Capítulo 27 - A dupla e a novata

~Pov Ioan~

Seguíamos caminho pela estrada quando comecei a sentir um cheiro, um pouco de saliva se acumula em minha boca.

— Sinto cheiro de sangue — falo.

— Humano? — Alícia pergunta?

— Sim, temos que correr. — Tiro Alícia de cima dos meus ombros e faço ela se agarrar nas minhas costas — Consegue se segurar?

— Yep.

Coloquei o máximo de velocidade que poderia. O cheiro de sangue estava ficando cada vez mais forte, depois de um minuto chegamos perto o suficiente para ver a cena. Vários trolls estavam ao redor, corpos humanos no chão e uma garota de joelhos.

— Venha atrás de mim, não se preocupe com os corpos dos monstros, apague eles. — Solto Alícia no chão e caminho na frente.

Consigo ouvir alguém falando bem baixo, não consigo identificar o que, mas vem da garota no chão.

Corro em sua direção, entre nós estava um troll, ele parecia muito machucado, não posso derrubar com apenas um golpe, mas... Há algum tempo atrás fiz Alícia carregar comida com ela para emergências, por isso ela acabou me obrigando a fazer o mesmo. Quem iria imaginar que seria útil desta forma? Peguei um frasco de sangue na mochila e o bebi, em seguida joguei o que carregava em um arbusto.

Minha habilidade com a magia de vento está cada vez melhor, agora consigo ver os resultados. A adaga, coberta por magia de vento acerta o troll, que é derrubado com apenas um golpe.

— Ioan?! — Ouço a voz de surpresa de Alícia atrás de mim.

Olho para frente e vejo uma garota, ela parecia ter algo entorno de dezoito anos, cabelo ruivo, um pouco cacheado. Usava uma roupa padrão de aventureira, porém com uma túnica em cima. Esta túnica tinha um capuz, era aquela mesma pessoa de antes.

— Alícia, proteja ela — falo.

— |Muro de terra| — diz Alícia.

Um muro apareceu do lado da garota e parou o ataque de um troll.

Corro para a esquerda, haviam dois trolls no caminho, desvio de seus golpes enquanto contra ataco. Alícia andava calmamente em direção a garota, parecia ter toda a calma do mundo, criava muros de terra para se defender dos ataques de trolls. Enquanto isso meus ataques acertavam pontos vitais dos monstros, pescoço, olho e joelhos eram meus alvos principais.

Depois que dois caíram achei que iríamos vencer facilmente, grande engano, mais eles chegavam um atrás do outro. Alícia, vendo que eu conseguia lidar com os monstros, decidiu ficar protegendo a garota, mas mesmo assim ainda me dava algum suporte, parando golpes e atacando quando eu precisava.

Cerca de vinte minutos depois mais de uma dezena de trolls estava morta.

— Mais algum por perto? — pergunta Alícia.

— Não consigo sentir nada — falo após me concentrar em meu olfato.

A garota não parava de chorar. Talvez por eu e Alícia já termos passado por muita coisa decidimos não falar nada. Sabemos o quão doloroso é ver as pessoas sentindo pena de você, dizem que sabem como é ruim, mas alguém que não passou pela a situação não tem o direito de falar algo assim. Ficamos apenas calados e deixamos apenas ficamos calados ela extravasar.

Depois de algum tempo ela para de chorar, apesar de não ter mais perigos acho melhor tirá-la daqui, vários cadáveres estão ao nosso redor, inclusive ao de seus antigos parceiros.

— Acho melhor sairmos daqui.

Ela apenas balança a cabeça em sinal de concordância. Então fomos para fora da floresta, do local onde estávamos era mais fácil seguir em frente para as planícies do que voltar todo o caminho.

— Ioan ficou mais forte? — Alícia pergunta depois enquanto andávamos.

— Por que acha isso?

— Ioan derrubou o primeiro Troll com apenas um golpe — responde.

— Ah, aquele estava bem machucado — pego minha adaga. — Mas também é por causa disso.

Coloco um pouco de magia de vento nela, sua lâmina brilha um pouco com uma cor verde.

— Habilidade? — Ela pergutna.

— Isso é magia.

Sua reação foi uma expressão de dúvida.

— É bem simples — falo. — Ao invés de atirar a magia como se faz normalmente a coloquei ao redor de minha adaga.

— Simples? — Agora a expressão de dúvida se transforma em choque.

— O que foi?

Depois disso me foi explicado. Lançar magia é relativamente fácil desde que você aprenda o básico, porém dar forma à magia é bem mais difícil, por exemplo, a bola de fogo é bem mais fácil do que a flecha de fogo, moldar magia é uma habilidade muito avançada.

— Ioan entendeu? — pergunta.

Sinto que ela estava com um pouco de raiva.

— Entendi, mas eu sempre consegui fazer isso.

— Hack.

Depois de uma não tão longa caminhada chegamos às planícies. Busquei várias madeiras e fiz uma fogueira enquanto Alícia usou o muro de pedra pra fazer um abrigo. Nos sentamos perto da fogueira, neste momento a garota que estava calada até o momento vem até nós.

— Desculpe por ter ficado calada até agora — diz baixo. — Me chamo Bianca, obrigado por terem me salvado. — Termina abaixando a cabeça.

— Não se preocupe com isso, meu nome é Ioan Ilie e está é...

— Alícia.

Nos apresentamos.

— Então, você quer que nós te ajuda para voltar para vila amanhã? — pergunto.

— Na verdade se possível... — Dá uma pequena pausa e corta o contato visual. — Eu não gostaria de voltar para aquela vila.

Parece que teve um passado complicado ou apenas não quer ser a única a voltar, mas não importa muito o que seja, não vou forçar alguém a dizer algo que não quer.

— Entendo, nós estamos seguindo para a próxima vila, se quiser pode vir conosco — falo enquanto me levanto.

— Se não for muito incômodo — responde baixo.

— Por enquanto... — Alícia diz enquanto mexe em sua mochila procurando algo. — Comer — Tira as carnes secas.

Elas dormiram juntos na tenda. Alícia já desistiu de tentar dividir a vigia comigo, agora ela costuma apagar logo que se deita. Bianca disse que poderia dividir a vigia comigo, mas ainda não posso confiar nela, apesar de não achar que irá fazer algo nós acabamos de nos conhecer, além disso posso passar alguns dias sem dormir.

~No dia seguinte~

Seguimos o caminho logo pela manhã. As duas haviam comido mais um pouco da comida que trouxemos. Assim como no dia anterior Bianca caminhava um pouco mais atrás de mim calada, nesse tempo fiquei conversando com Alícia.

— Eu percebi isso antes — Quebro o silêncio. — Alícia não é do Reino, certo?

— Não, Alícia vem do Império, uma das outras forças no continente.

Então é como havia imaginado, desde que cheguei no continente a maioria das pessoas que vi tinham traços parecidos com o equivalente ao ocidente do meu antigo mundo, porém Alícia tem traços orientais. Juntando com o que aprendi com Lucio neste continente a parte mais ao norte é ocidental e a do Sul oriental.

— Ioan também é estranho — diz Alícia cortando minha linha de pensamento.

— Por que?

— Ioan tem cabelos negros, normalmente vampiros originais não tem — responde.

Meu parâmetro para comparação é muito pequeno, apesar de ter vivido alguns meses no Reino Vampírico não conheci muitos vampiros originais. Acho que apenas Ruby e um dos generais do exército, os outros pareciam nunca estar.

— Nunca tinha pensado nisso.

Sinto cheiro de monstros por perto, paro no mesmo instante, as outras seguem meu exemplo, embora Bianca tenha notado um pouco tarde e esbarrado em meu braço esquerdo. Uma dor passa pelo meu corpo, não falo nada, mas provavelmente pode ver que senti pela minha expressão.

— Desculpa — fala baixo.

— Foi culpa minha... — Olho para as faixas em meu braço, talvez eu tenha que parar de fazer isso. — Tem monstros aqui perto.

Assim que termino de falar três kobolds aparecem em nosso campo de visão. Foi a primeira vez que vi um, mas já os conhecia das aulas e jogos em minha vida anterior. Metade do tamanho de um humano normal, seu rosto parecia com o de um cachorro, a diferença era os dois pequenos chifres que saíam de sua testa. Normalmente eles atacam em grandes grupos por costumarem ser fracos.

Olho para Alícia, posso ver a corrente em seu pescoço, era o colocar que esconde sua presença, vampiros também escondem sua presença naturalmente. Eles devem pensar que somos fracos.

— Vou pegar um. — Tiro a adaga de seu coldre. — Alícia, cuide do resto.

— Yep — Ela responde levantando sua mão para os monstros.

Acelero em direção à eles. Estavam segurando lanças, que são apontadas em minha direção quando me movo, apesar de serem fracos têm uma velocidade considerável. Se tivéssemos que lidar com vários estaríamos com problemas, mas são apenas três. Pego um kobold pela cabeça, apesar de serem rápidos eu sou mais. Paro à dez metros de distância dos outros dois.

— Muito rápido — Bianca diz abrindo a boca.

— Bola de fogo — diz Alícia.

Os outros dois são instantaneamente evaporados, a magia da garota tinha quase um metro de diâmetro.

— Sem um canalizador? — A sacerdote fala quase gritando agora.

Entendo sua surpresa. Normalmente para uma magia ficar mais forte o mago usaria um canalizador, por isso costumam andar com cajados, são feitos para serem poderosos canalizadores. Alícia não precisa de algo assim.

— Bom trabalho. — Mato o que estava em minhas mãos esmagando sua cabeça.

~Ganho de 480 xp~

Infelizmente eu tenho que matar mais deles para poder calcular o tanto de xp que eles dão, bebo o sangue do kobolt em minhas mãos.

— Quem são vocês? — diz um pouco amedrontada. — Já sabia que eram fortes por ter derrotado os orcs, mas... — a garota fica sem palavras.