Enquanto recebia somente os tiros dos canhões das aeronaves, Premonar permaneceu imóvel se defendendo com o seu escudo mágico, mas quando os mísseis foram disparados ele foi obrigado a desviar e teve que soltar os dois arcanjos.
─ Se eu ficar me defendendo destas armas poderosas o meu poder vai enfraquecer rapidamente! ─ ele diz após defender com o seu escudo mágico, vários poderosos mísseis atirados contra ele de algumas das aeronaves. Ele voa pela rota de fuga levando todas as suas esferas de energia, que agora vão circulando o seu próprio corpo, pega bastante distância das aeronaves e espera elas chegarem próximas.
─ É a nossa chance! ─ Felipe, ao ver o monstro se distanciar deles, ele está segurando sua amiga que está exausta.
─ Não, não posso deixar que ele mate os pilotos! ─ ela energiza o seu corpo novamente e tenta proteger com escudos as aeronaves.
─ Você não entende, eles nos deram a oportunidade de manter o plano. Lembre-se que este monstro é imortal, temos que fazê-lo nos seguir até um lugar onde você esteja pronta para usar o seu grito poderoso! É a nossa única chance, se ficarmos aqui a Terra vai cair! ─ Felipe puxa a sua mão, até que ela deixa de usar os seus poderes e vai com ele em direção ao Cristo Redentor.
─ Se vocês querem morrer, então vocês vão morrer! ─ Premonar lança todas as suas esferas de energia contra as aeronaves que vão sendo destruídas uma a uma, mas os pilotos são muito bons e vão tentando fugir, o máximo que conseguem, fazendo manobras extraordinárias, dando alguns minutos preciosos aos dois jovens.
O último a ser abatido foi o general. Como um louco ele fazia manobras ousadas que poucos pilotos conseguem fazer, escapando de ser atingido por centímetros por algumas vezes, mesmo tendo a sua asa atingida ele ainda conseguiu levar a aeronave direto contra o monstro antes de ejetar. A nave dele explodiu na criatura, que nada sofreu.
O combate com os pilotos levou pouco mais de um minuto. Todas as aeronaves foram destruídas pelo monstro, mas todos os pilotos conseguiram ejetar e caem de paraquedas no belo céu carioca, com a sua maravilhosa paisagem da Baía de Guanabara.
Na base central das forças armadas.
─ General, todas as aeronaves foram abatidas! ─ um sargento ao ver as imagens. ─ Nossos homens ejetaram.
─ Sim, mas os anjos estão tramando algo, talvez uma armadilha para o inimigo. Avisem ao comando do Leste para se aproximarem do local, mas não chegar muito perto. Só vamos entrar em ação se for necessário. Não podemos pôr em risco os turistas que se encontram no Cristo.
─ Gostei da criatividade! ─ Premonar, referindo-se aos paraquedas usados pelos pilotos. Ele achou que todos morreriam nas explosões. Ele segue voando para onde está Patrícia e Felipe.
─ Lá vem ele, prepare-se Felipe! ─ Patrícia começa a se concentrar, após observar o seu amigo se esconder atrás da estátua gigantesca.
─ Então é aqui que você quer morrer, não é? ─ ele fala mentalmente enquanto vai se aproximando, energizando o seu corpo.
─ Se eu vou morrer que seja nos braços dele, então! ─ ela fecha os olhos, abre os braços ficando igual à representação da estátua, e agora aparecem vários símbolos a sua volta, dentro de um círculo mágico de energia pura, como se desenhados no ar na altura dos seus pés. Atrás dela, está a maravilhosa imagem do Cristo Redentor, um dos pontos turísticos mais visitados do Rio de Janeiro.
O Cristo está lotado de pessoas, a maioria de religiosos, acreditando que seja o fim do mundo, e todos observam o confronto dos dois de joelhos. Em meio a todas as pessoas que ali estão, dá para ver o círculo mágico de Patrícia desenhado no chão, ele que dá forças para a evocação que ela está fazendo.
─ Nada que você tente, pode me parar! ─ ele dispara um raio vermelho direto do seu dedo indicador, que atravessa a barriga dela.
─ Argh! ─ o sangue jorra na hora, devido ao ferimento que se abriu. ─ Necksa, Necksa, Necksa me ajude! AHHHHHHHHHH… ─ Patrícia usa o seu poderoso grito agudo, direcionado ao inimigo com a ajuda de suas duas mãos, para não afetar muito os humanos que estão abaixo dela.
─ Que barulho dos infernos! ─ os ouvidos do monstro sangram imediatamente, ele se contorce de dor por alguns segundos e ao ter os seus ouvidos destruídos, continua vindo lentamente para cima dela.
─ Droga! Ele se recuperou muito rápido! ─ Felipe mesmo escondido, está com a espada em punho esperando a oportunidade de dar um golpe fatal.
─ Um ser evoluído como eu, não precisa de ouvidos. ─ ele não parece sofrer mais nenhum efeito do grito mágico.
De repente surge uma névoa por detrás de Patrícia e lentamente ela vai ficando mais densa, até que dois braços com mãos femininas, unhas negras vão subindo por entre suas coxas, alisando-as, passando por sua barriga, dá para ver a calda da poderosa sereia aparecendo por debaixo da névoa.
─ O que será isso?! ─ o monstro para de repente curioso com o que está para acontecer.
─ O que não. Quem será?! ─ Patrícia com um leve sorriso no rosto enquanto coloca suas duas mãos no local do ferimento, para tentar estancar um pouco o sangramento.
Necksa apoia as suas duas mãos nos ombros dela e se ergue por completo, a partir de suas costas, imediatamente ela canta uma maravilhosa canção, que entra direto na mente do inimigo, o enlouquecendo completamente.
─ FELIPE AGORAAAAAAAAAAAAAAA! ─ ela grita para o seu amigo que já estava voando disparado contra ele.
─ RAAAAAAAA! ─ ele dá um corte lateral no seu pescoço, no momento em que ele olhava para o alto agonizando, flutuando no céu. A cabeça foi separada do corpo, mas o corpo continua se movendo.
─ Obrigado Necksa, você nos ajudou a salvar a Terra! ─ ela agradece a poderosa rainha elemental das águas.
Necksa entra na névoa densa, desaparecendo por completo com o seu lindo corpo e calda brilhante, hora azulada e hora esverdeada.
─ Vamos Patrícia, pegue o corpo dele. ─ ele está segurando a cabeça e aponta para baixo. No meio da multidão que abriu uma clareira, onde está o corpo da criatura. As pessoas rezam muito, agradecendo a Deus pela sua queda.
─ Obrigado a todos, sua reza nos deu mais forças para lutar! Muito obrigado! ─ ela pega o corpo e dispara em direção ao espaço, seguindo o seu amigo.
─ Temos que ir rápido, seu corpo está buscando a sua cabeça, veja! ─ ela diminui a velocidade e mostra a Felipe o corpo se enchendo de tentáculos, que ficam apontando para a cabeça dele, como se quisessem se esticar até ela.
─ Isso aí não é nada, veja isso! ─ ele para e mostra a cabeça, que está cheia de tentáculos saindo do pescoço.
─ Vamos logo, estamos perto agora. ─ ela voa em disparada em direção ao planeta gelado Plutão, eles já podem vê-lo ao longe bem pequenino.
Chegando lá, os dois jovens descem até uma distância segura da atmosfera gelada, isso cada um de um lado dele, para que as partes do corpo fiquem sepultadas em separado. Eles arremessam a cabeça e o corpo que ao se aproximarem do planeta já viraram cristais de gelo puro instantaneamente.
─ Conseguimos! ─ os dois após se reencontrarem no espaço, eles se abraçam, mas Felipe parece avistar algo no abismo do espaço, para além de Plutão.
─ O que é aquilo?! ─ totalmente perplexo
─ Aquilo o quê? ─ ela vira-se. ─ Seria uma estrela?
─ Não pode ser, está se movendo tremendamente rápido, não pode ser uma estrela! ─ muito preocupado.
─ Diz que aquilo não é o Nibiru dos Sumérios! ─ ela põe a mão direita na testa por instinto.
─ A ASA reconheceu que existe um corpo celeste gigante próximo ou dentro do nosso sistema solar, possivelmente um planeta.
─ Um planeta é uma coisa, mas se isto for o que parece a Terra está perdida!
─ Vamos lá dar uma olhada de perto Patrícia, pode ser a nossa única oportunidade.
─ Eu perdi muito sangue e apesar de ter fechado o ferimento com meus poderes, me sinto fraca, e o magnetismo daquilo parece ser devastador. Talvez devido a algum tipo de minério que compõe a sua estrutura.
─ Vamos voltar, pegar o Joshua e com a ajuda dele veremos o que vamos fazer. ─ Felipe segura a sua amiga pela mão e voa com ela a toda velocidade em direção ao Sol.
Chegando a Lua…
─ Não podemos trazê-lo por estes portais! ─ Felipe voando em direção ao Portal da Última Sombra, enquanto Patrícia desce na lua.
─ Tem razão, vou tentar reabrir este portal na Terra. Se minhas suspeitas estiverem certas, pode ser que dê certo. ─ ela aponta a sua mão direita para o círculo, onde estão desenhados os símbolos do portal usado pelo inimigo após ele ressuscitar e retornar a lua, e dispara um raio branco, que aparentemente copiou todos os símbolos como uma espécie de foto que ficou suspensa como um holograma, até que ela fechou a sua mão.
─ Minha nossa! ─ Felipe após olhar dentro do gigantesco portal, que continua a crescer. ─ A sensação que eu tenho é a de que o próprio Inferno irá atravessar!
─ Vamos Felipe, após pegar o meu irmão, o fechamos. ─ ela vai em direção ao planeta.
─ Me espera. ─ ele a segue.