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Livres

Depois da nuvem negra envolver os arredores, uma enorme bola de fogo alcança o local, essa mesma que envolve todos ali em seu abraço, os queimando até as cinzas...

"Esses deviam ser os últimos ratos que moravam aqui."

Diz o homem de olhos escarlates, que faz um sinal com a mão para a moça de olhos claro que estava do lado de fora da barreira.

"Desfaçam a barreira!"

Grita a jovem para um grupo de pessoas vestidos com seus robes em vermelho com preto.

Ouvindo a ordem eles soltam um suspiro de alívio e finalmente desfazem a barreira, que ao ser liberada espalha para todos os lados a gigante fumaça negra que estava contida lá dentro, porém por alguma força desconhecida a névoa apenas é levada para outra direção.

"Bom trabalho, meu senhor!"

Exclama a moça enquanto se aproxima do mesmo.

"Obrigado, finalmente esses ratos irão parar de se meter com meus negócios"

Diz o homem mostrando um sorriso encantador, que até o fazia parecer não ter sido o monstro que havia queimado várias pessoas há momentos atrás.

"Devo trazer a carruagem?"

Pergunta a jovem mulher de baixa estatura.

"Sim, e também prepare uma muda de roupas."

Diz o homem, tirando seu casaco de aparência extremamente cara.

Após a mulher sair para chamar a carruagem e preparar a muda de roupas para o homem. O homem observa a destruição que ele acaba de causar naquele lugar. Em meio ao êxtase que ele estava sentindo, o homem de repente sente alguma coisa...

"Energia Humana"

É oque ele diz ao se familiarizar com essa sensação. E ele estava sentindo isso vindo da mesma direção em que os últimos ratos foram transformados em pó. Significava que alguém ainda estava vivo, e esse alguém parecia ter uma quantidade enorme de "Energia humana" ao ponto de conseguir surpreender até mesmo este homem.

O homem fica curioso e se aproxima para checar, e então em meio a dois esqueletos e a mistura de cinzas ele encontra um garoto pequeno, de cabelos encaracolados e coloração branca, ele estava cheio de queimaduras pelo corpo e suas roupas estavam quase totalmente queimadas, deste se tratava o irmão mais novo.

"Essa 'energia humana' no ar, só pode significar que ele despertou recentemente. Só que... tem algo muito errado com essa quantidade, não deveria existir alguém além de mim com tanta... Parece que encontrei um belo tesouro no lixo."

Diz o homem com um sorriso, que não tirava os olhos do garoto em estado de choque...

Quando a moça volta ela fica muito surpresa, pois de dentro da carruagem ela já podia sentir aquela enorme quantidade de "energia humana" no ar. Ao sair da carruagem ela vê, seu mestre estava ao lado de uma criança de cabelos brancos e encaracolados, porém o mais surpreendente era que a abundante "energia humana" que estava sendo emanada vinha do garoto.

"Meu senhor?"

Pergunta a moça se aproximando chocada com a situação.

"Traga algumas roupas para ele, lhe dê uma poção para curar essas queimaduras, e depois o mande para a minha mansão."

Diz o homem enquanto entrava na carruagem sem explicar mais nada a jovem…

"Sim, mestre!"

Diz a moça se curvando. Logo em seguida a carruagem parte, sumindo no horizonte, e a moça pensa.

'Você tem sorte, despertou sua "energia humana" no momento certo. Se fosse depois, você estaria como os outros agora, apenas pó. Porém, o mais chocante é a quantidade que seu corpo possui, se não fosse por isso o mestre provavelmente nem se interessaria por você.'

No momento em que a moça chega mais perto para poder carregar o garoto, ela acaba falando em voz alta.

"Seu rosto é muito bonito... Rivaliza até com o do mestre"

Sem conseguir tirar seus olhos do rosto do garoto, a moça vai se aproximando dele, até sentir um certo cheiro.

"Mas, vai precisar de um bom banho quando voltarmos."

A moça pega o garoto e o leva embora dali para cumprir a missão dada por seu mestre.

Porém, havia algo que nem o homem dos olhos escarlates tinha percebido ali. Naquele momento outro monstro também havia nascido daquele lixão...

***

'Que sentimento estranho, mas que é tão... aconchegante...'

Eu me encontrava sem meus sentidos, parecia que minha vida havia chegado ao fim... O sentimento não era tão ruim quanto imaginei que seria, eu até me sentia solitário de um lado. Mas aquele sentimento... ele me fazia sentir tão bem...

Isso não durou muito embora, logo o desespero foi batendo forte.

'Meu irmão! Ele morreu também?!'

Era o que eu me perguntava desesperadamente, eu queria que pelo menos ele estivesse vivo, meu irmão era muito jovem para morrer dessa forma...

Pensando nessa situação, a raiva que estava submersa nas partes mais profundas do meu ser, começaram a transbordar. Eu não sabia o que fazer, quero dizer, existia algo que eu poderia sequer fazer agora?

Em meio a esses pensamentos conflitantes, percebi meus sentidos voltando. Instintivamente eu percebi, ainda não era minha hora.

***

Uma sensação de ardência inundou minha pele, incomodado com isso, minhas sobrancelhas fecham em uma carranca, minhas pálpebras aos poucos se levantam e meus olhos se encontram diretamente com a luz ofuscante do sol.

Rapidamente fecho os olhos por não estarem acostumados à luz que surge de repente, porém isso não dura muito, pois eu lentamente os abro novamente, dessa vez os acostumando aos poucos com a luz.

Finalmente conseguindo ver com clareza, percebo o céu azul acima de mim. Ou era isso que eu via até que uma sombra se sobrepôs no meu rosto. Ao dar uma olhada melhor eu consigo ver a figura me olhando de cima.

A figura abriu sua boca e uma voz rouca reverberou em minha cabeça bruscamente.

"Ufa, eu estava... começando... preocupado... você demorou bastante..."

O que ele estava dizendo, eu não entendia... Meus sentidos ainda não estavam plenos, ainda pareciam entorpecidos.

"Q– Quem é você?" Com alguma dificuldade decidi perguntar, naquela situação eu não conseguia ver o rosto da pessoa. Apenas sua silhueta era visível, um contorno grande e arrendando, porém, só isso não era suficiente para identificar o indivíduo.

A figura misteriosa parece entender o meu questionamento, a pessoa surpreendentemente se afasta, me dando espaço para levantar. Ao me levantar fiz apenas meu torso subir, não precisei mais que isso para poder ver claramente a figura...

Ao descansar meus olhos na figura, rapidamente memórias inundaram minha mente. 'Eu me lembro dele' pensei, era o velho que aquela mulher se encontrava ocasionalmente. 'Até onde me lembro, ele que fornecia água e comida em troca daquelas pedras estranhas.'

Uma sensação de tranquilidade inundou meu ser, ver alguém conhecido naquela situação era muito tranquilizador.

Enquanto eu caia em pensamentos profundos, o velho decidiu abrir a boca mais uma vez.

"Parece que você ainda se lembra de mim, isso é bom. Eu estava preocupado de que você poderia ter sequelas do que aconteceu. Mas parece que está tudo bem, embora você esteja um caco."

Ouvindo as palavras repentinas dele, eu comecei a olhar para mim mesmo, embora eu não pudesse ver todo meu corpo no momento, eu podia imaginar a bagunça que estava.

Olhando ao redor eu percebi que estávamos num lugar estranho, todo o local estava colorido em diversos tons de cinza.

"Onde estamos?"

"Percebe-se que você não reconhece esse lugar... Essa é a sua casa... Ou o que sobrou dela."

"..."

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