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Cavalo de Tróia

O pânico se instaura na casa,a senhora Lagertha guia sua filha para o sofá chamando por seu marido enquanto o senhor Guillermo corre para o socorro de sua filha.

Guillermo: O que aconteceu?!

Ele exclama,suas mãos estavam tomadas por um brilho verde claro que ele passava nas feridas de Astrid e Gabriel fazia o mesmo com V.

V: A culpa é minha,estavam atrás de mim,a Astrid só ficou no meio do fogo cruzado.

Guillermo: Eu sabia! Sabia que você só iria trazer problemas!

Astrid: Pai,para! O V não teve culpa!

Guillermo: Não teve culpa?! Dois dias com ele e você já perdeu um olho! Como isso não é culpa dele?!

Astrid: Eu escolhi ajudar ele,escolhi estar ao lado dele mesmo que custasse minha vida,e é o que eu vou fazer!

Guillermo: Estar ao lado dele? Quer dizer...

Astrid: Pai,mãe.../ Ela diz segurando a mão de V e entrelaçando seus dedos nos dele.

Astrid: O V e eu estamos namorando.

O pânico cessou e o choque é instantâneo,os pais de Astrid tinham suas abertas em um perfeito "o" e Gabriel apenas observava tudo com uma grande tensão. De repente,o silêncio é quebrado por uma alta gargalhada vinda de Lagertha.

Lagertha: Então aqueles barulhos ontem à noite eram vocês tendo sua primeira vez?

Era a vez de Gabriel e Astrid rirem descontroladamente do comentário de sua mãe e da vermelhidão extrema no rosto que V tentava esconder com as mãos.

Guillermo: Lagertha,agora não é hora pra isso! Astrid,você conheceu esse garoto literalmente ontem! Como você decide que já quer namorar?!

Lagertha: Deixa disso Guillermo,nossa filha tá naquela idade de ficar indo pra balada pra pegar os "novinhos" e ao invés disso preferiu namorar.

Guillermo: Isso é o de menos,tem assassinos atrás dele e eles vão voltar!

V: Eu tenho uma ideia./ Todos olham para ele com curiosidade.

V: Tenho algo que eles querem,vou entregar pra eles assim vão nos deixar em paz.

Gabriel: O que eles poderiam querer de um ex-príncipe?

V: Uma arma.

Astrid: Uma arma? Você vai...

V: Vou entregar Orenmir pra eles.

Astrid: Não pode fazer isso! Eles vão usar contra os tecelões!

V: Se isso fizer eles nos deixarem em paz,então que se danem os tecelões!

Astrid: Pelo amor de Odin V! Vai colocar centenas de pessoas em risco só pra me proteger?

V: Você se arriscou por mim duas vezes,tá na hora de retribuir.

V dá as costas e começa a caminhar em direção à saída,mas Gabriel se coloca à sua frente,bloqueando a porta.

Gabriel: Ela tem razão,está fora de si se acha que vamos te deixar sair!/ V para por alguns segundos e então atravessa Gabriel.

Astrid: Pai,mãe,vocês tem que parar ele!/ Ela tenta segui-lo mas sua mãe a segura.

Lagertha: Ele já se decidiu,deixe ele ir.

V: Você ainda não consegue enxergar com esse olho né? Um pouco de magia de cura vai resolver isso,por favor,cuidem dela.

Ele diz se virando para trás uma última vez antes de sair e fechar a porta atrás dele com Astrid implorando para que ele não fosse.

Perdão ter que mentir assim,mas o que eu vou fazer é arriscado demais pra você me acompanhar. Ele pensava enquanto caminhava em passos lentos de volta ao local onde a luta havia se iniciado.

Chegando lá,ele avista um dos louva-deuses amarrado e amordaçado em uma cadeira com seda mágica. Quando V se aproxima,o pânico do louva-deus é instantâneo e ele começa a se debater e gritar.

V: Pare de fazer escândalo,eu vou te soltar,mas você vai fazer algo pra mim primeiro.

V diz tirando sua máscara e olhando no fundo dos olhos assustados de seu prisioneiro e,sem aviso,arancando a mordaça de sua boca com força.

V: Primeiro,você vai me levar até eles.

Louva-Deus prisioneiro: Nunca! Eu jamais vou te levar até meus lordes!

V: Quem disse que eu quero ir até eles? Não,eu quero que me leve até os espadachins de jade.

Louva-Deus prisioneiro: Os espadachins? Eu não faço ideia de onde eles estão.

V: Então não tem porque eu te deixar vivo./ Ele diz se posicionando em suas costas e criando uma corda com o intuito de sufocá-lo.

Louva-Deus prisioneiro: Espera!/ V para,decidindo ouvi-lo.

Louva-Deus prisioneiro: Eu não sei onde ele estão hoje,mas sei que amanhã eles terão uma missão de assassinato em Manhattan.

V: Sabe quem é o alvo?

Louva-Deus prisioneiro: Uma empresária,seu o nome é Sra. Bright.

V: É o bastante,mas ainda quero que faça uma coisa,você vai dizer aos seus lordes que a missão foi cumprida mas seu líder fugiu o que acabou matando todo o resto da sua equipe.

Louva-Deus prisioneiro: Está louco?! Sabe o que eles farão se descobrirem que eu menti vão me matar!

V: Prefere que descubram que você se deixou ser capturado por mim? Que seus aliados morreram por causa do seu erro?

O louva-deus fica em silêncio,e perceberá que a mentira seria sua única opção se quisesse viver por mais um tempo.

Louva-Deus prisioneiro: Mas e o Garren? Ele ainda está vivo,quando ele descobrir que eu sujei seu nome ele vai tentar desmentir tudo.

V: Você vai ter uma prova da minha morte.

V estende o braço direito à frente do corpo e Orenmir se levanta de dentro do chão lentamente. Ele segura a espada,e tira uma runa nórdica do bolso.

V: Eternal.

Ele sussura para a runa antes de quebrá-la em sua mão,logo depois ele levanta Orenmir e com um rápido movimento,corta a própria cabeça fazendo-a rolar pelo chão,o pânico toma conta do Louva-Deus,mas como num passe de mágica,uma nova cabeça estava no lugar.

V: Vai levar essa cabeça com você,e usá-la como prova de que eu morri.

Louva-Deus prisioneiro: Como... Você fez isso?

V: Você não precisa saber./ Ele usa sua espada para cortar a teia que o prendia.

V: Agora vá. E lembre-se.../ As íris vermelhas de V começam a brilhar e os olhos do Louva-Deus brilham também da mesma cor.

V: ...Eu posso ver e ouvir tudo.

Sem dizer mais nada,V vai pra dentro do chão e desaparece,deixando o Louva-Deus. Sozinho para processar o que acabara de acontecer.

Mais tarde...

V havia voltado para a casa,as luzes estavam apagadas e a porta estava trancada,claro que isso não impediu V que simplesmente atravessa a parede que dava até o quarto de Astrid. Ela dormia profundamente,ou pelo menos fingia estar,ele chega por trás dela e apoia a mão em seu ombro.

V: Astrid?/ Sem resposta.

V: Eu sei que você tá acordada,já são duas da manhã,por que ainda tá de pé?

Astrid: Como eu não ficaria? Quando meu namorado sai dizendo que queria condenar uma raça inteira?

V: Não exagera Astrid.

Astrid: Exagero?! Você disse que não se importava se isso fizesse eles nos deixarem em paz!

V: Astrid,me escuta!

Astrid: Não! Eu não vou ficar sentada vendo você colocar vidas em risco!

Ela se levanta rapidamente e agarra V pelos pulsos juntando seus dois pares de braços e o prendendo na cama.

V: O que tá fazendo?! Me solta,tá me machucando!

Astrid: Mesmo que as pessoas me considerem uma namorada abusiva eu vou te parar,nem que pra isso eu tenha que te prender em casa!

V: Astrid me escuta!

Astrid: Não! Eu não vou escutar suas desculpas!

Astrid pretendia mesmo prendê-lo? V não queria esperar para saber,em um ato de desespero,ele sela os lábios de sua namorada em um selinho a surpreendendo. Ela finalmente percebe o que estava fazendo,suas mãos apertavam os pulsos dele com força e seus olhos estavam marejados,prestes a soltar lágrimas de dor e medo.

V: Por favor,me escuta...

Sua voz chorosa foi o toque final para fazer seu coração se apertar,ela o solta e a vergonha faz com que não conseguisse encará-lo nos olhos.

Astrid: Desculpa,eu não... Eu não sei o que deu em mim...

V: Tudo bem,olha pra mim.

Ele diz envolvendo seu rosto com as mãos e a trazendo para olhar em seus olhos,as lágrimas tomavam conta dos dois agora.

V: Eu menti,não vou entregar a espada pros lordes,vou dar ela pros Espadachins de Jade.

Astrid: O grupo do Garren?

V: Sim,são mercenários,eles não tem nenhuma afiliação com os Louva-Deuses ou com qualquer outra afiliação e vão manter Orenmir longe deles.

Astrid: E por que mentir? Eu te ajudaria.

V: Foi exatamente por isso que eu menti,não queria que viesse junto,você tinha perdido um olho e teria perdido esse novo também se seu pai não tivesse te curado.

Astrid: Eu consigo me virar V.

V: Eu sei,mas não quero mas que se machuque por mim,posso não ter falado com os Espadachins de Jade ainda,mas tem que me prometer que quando eu for amanhã você vai ficar aqui.

Astrid: Não posso prometer isso,não consigo sequer pensar em te deixar sozinho com dois mercenários perigosos,ainda mais com o Garren ainda estando vivo.

V: Por favor Astrid,não seja teimosa,eu dei um jeito pra que nem ele e nem os Louva-Deuses possam nos incomodar.

Astrid: E o que foi que você fez?

O semblante de V muda para um sério de repente e seus olhos começam a brilhar.

V: Usei um Cavalo de Tróia...

Ele tem um vislumbre de seu prisioneiro,ele se ajoelhava perante à duas figuras encapuzadas cobertas pela escuridão.

Lorde ???: A missão foi cumprida?/ A figura da esquerda pergunta.

Cavalo de Tróia: Sim meus lordes,mas minha equipe inteira foi dizimada.

Lorde ???: Até mesmo Garren dos Espadachins de Jade?

Cavalo de Tróia: Não meu senhor,ele fugiu depois de ser gravemente ferido.../ Ele faz uma pausa para olhar as figuras.

Cavalo de Tróia: Ele é um traidor meus lordes,nos deixou para morrer.

Lordes ???: Tudo que fez até agora foi falar,queremos provas do seu sucesso,tem alguma?

Cavalo de Tróia: Claro meus lordes./ Ele pega um saco que havia trazido com ele e o abre,a cabeça falsa de V rola pelo chão.

Lordes ???: Muito bem,seu sucesso será recompensado e a traição de Garren será punida de acordo,você está dispensado.

Um sorriso cresce nos lábios de V ao ver que seu plano havia dado certo e termina de observar.

Astrid: V? Tudo bem? Você deu uma congelada.

V: Eu tô bem,mas como eu disse antes,agora não é hora de ser teimosa,só preciso entregar a Orenmir pros espadachins e vamos poder ficar em paz.

Astrid: Ai tá bom! Mas depois que ficarmos em paz vamos estar lado-a-lado,entendeu?

V: Como quiser. 

Astrid: Bem,acho que tá na hora de dormir né?

V: Sim,foi um dia e uma noite longa,vamos descansar agora.

Os dois se deitam e ali dormem se abraçando,em um dia de sua relação eles já enfrentaram diversos desafios e machucaram um ao outro tanto física quanto mentalmente,mas agora era hora de descansar e se preparar para o que a vida jogaria contra eles.