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capítulo 2 - Esther

Apesar de tudo eu queria ter uma vida normal e mas tranquila, porém quando se é dona de uma imensa empresa, isso é praticamente impossível.

Semanas atrás minha secretária particular pediu demissão, devido sua filha que estava precisando de sua presença por causa de um momento difícil. No começo achei que poderia manter tudo em ordem sozinha, mas com um mês sem secretaria minha vida virou de cabeça para baixo.

Já faz duas semanas que estou a procura de uma secretária e ninguém tem os requisitos necessários, já estou achando que não vou conseguir achar ninguém para substituir Lara.

Acordei às cinco da manhã, doida para poder ficar na cama, porém não tenho muita escolha. Depois de um longo banho de água morna, vesti uma calça social preta, uma blusa branca de botão colocada para dentro da calça, tênis preto, meu cabelo preso em um coque alto, peguei minha bolsa e as chaves do carro, saio de casa sem tomar café da manhã como de costume e vou para empresa, tentando me preparar psicologicamente para mais um dia cansativo.

Foram mais da metade do meu dia fazendo entrevista, para conseguir apenas uma candidata. Não sei se o problema sou eu ou as candidatas, mas estou finalizando minha parte por aqui.

Saio da minha sala indo em direção a recepção, enquanto resolvo um problema que tive por não poder comparecer em uma reunião.

- Ai- distraída com o celular, acabei esbarrando em alguém e me assustando, acabo derrubando o aparelho no chão.

- meu Deus, me desculpe- não dei muita moral para pessoa, só me abaixei e peguei o celular, sem checar para ver se ele avia quebrado o guardei no bolso.

- eu que devo desculpas- direcionando minha atenção agora para a moça de cabelos claros tenho uma leve surpresa- Mari?

- eu mesma, em carne e osso- eu não sou de abraços, mais pela saudade acabei abraçando - acho que alguém sentiu minha falta em- ela sorriu e devolveu o abraço, como eu senti falta dessa maluca.

- é lógico, ninguém me enche o saco igual você- caímos na risada pelo meu comentário.

- estou de volta e vir para ficar, pelo menos por enquanto- isso foi praticamente música para os meus ouvidos - Vamos que estou faminta e doida para te contar altas fofocas- nos separamos e por um momento o choque de realidade veio contra mim.

- Mari me desculpe, mas não posso agora - o sorriso que estava em seu rosto sumiu por completo- eu tenho uma reunião daqui meia hora e tenho que pegar uma coisa com minha secretária- por seu olhar ela não iria me perdoar tão fácil.

- Esther você trabalha o dia inteiro, não pode deixar essa reunião de lado para dar atenção a sua amiga aqui?— ela dá uma volta, mostrando seu luke. Mariana estava vestida com uma saia social branca bem colada ao seu corpo, um top branco que parecia mais um sutiã e um blazer da mesma cor da saia, um estilo de roupa que eu não usaria para ir em uma empresa.

— Mari eu sou adulta, não posso deixar minhas responsabilidades de lado para me agradar, infelizmente não posso me dar esse luxo — se dando por vencida, ela dá de ombros e sai andando em direção a saída da empresa. Respiro fundo sabendo que depois vou ter que me redimir com ela.

Vou até a recepção peguei o único currículo que avia lá e depois fui em direção ao estacionamento dos funcionários, querendo apenas ir para casa e descansar, porém nem tudo que eu quero eu posso.

Pensei que daria tempo para mim almoçar, mas como o trânsito estava péssimo, tive que ir direto para a outra empresa.

Minhas empresas são divididas por áreas, faço entrevistas e reuniões pequenas na própria loja, acho que assim que teria mais tempo para ver o movimento da loja e não ficaria andando de um lado para o outro que nem uma doida. A segunda é a fábrica, a onde costumo passar a maioria do tempo, devido as grandes reuniões e por que lá é a onde requer mais minha atenção. A terceira é o salão de festas e os cenários, a onde usamos para fazer as propagandas e é a área que eu mais amo, porém quase não estou presente.

Sou formada em várias áreas da administração, tenho cursos de fotógrafo e publicidade e fiz faculdade de direito. Tentei aproveitar meu tempo ao máximo e ao 27 anos eu consegui minha própria empresa, aos 28 eu trabalhava normalmente, ganhava mais que o suficiente e tudo isso fiz sem ajuda de ninguém. Desde os meus 20 anos sou sozinha, não consegui manter um relacionamento com ninguém, então sempre foi eu por mim mesma. Porém isso não quer dizer que não tenho uma vida sexual ativa, mas nada se passa de um momento.

Eu não mistura trabalho com minha vida pessoal. Então, não conto nada sobre meus planos para a empresa aos meus amigos. Minha vida íntima é completamente separada dos meus negócios. Nunca tive relações com algum funcionário ou colega de trabalho, sempre sei separar o profissional do pessoal.

A reunião deve ter durado em média duas horas e sinceramente, eu queria muito colocar fogo em tudo e sumir do mapa.

Saindo da empresa, entrei no meu carro cansada e com muita dor de cabeça, afim apenas de ir para casa, tomar um banho demorado, vestir um conjunto de langeri e me jogar no sofá, talvez assistir um filme ou apenas dormir.

Passei na lanchonete comprei alguns salgados e segui meu caminho.

Antes de tomar banho, coloquei os salgados para esquentar no microondas e fui tomar banho sem me importar, em cinco minutos o salgado ia desligar e não teria risco de queimar e então eu poderia tomar meu banho sem me preocupar.

Devo ter demorado uns quinze minutos no banho, só passei creme e desodorante, coloquei um conjunto Calvin Klein preto e fui para a cozinha.

Fechei todas as janelas já que tem uma vizinha que diz que eu fico exibindo meu corpo para o marido dela, se ela soubesse que nem de homem eu gosto pararia de cuidar da minha vida. Coloquei os salgados em uma tigela de vidro, ainda bem que eu tinha feito suco de laranja ontem e avia sobrado, então só peguei um copo e coloquei o resto do suco dentro dele. Joguei as vasilhas sujas na pia, peguei a tigela e o copo e fui para sala.

Sentada no sofá, começo a procurar um filme bom para assistir, porém não achei nada na Netflix ou na Amazon, então resolvi dar continuidade a série que eu estava assistindo antes.

Quem matou Sara? Uma série de mistério, que o fato principal é um assassinato, porém estou nas últimas temporadas e estou puta da vida. Achei que a garota tava morta e não tava morta porra nem uma, enfim ninguém sabe quem a matou e o irmão dela da comendo a irmã do inimigo dele. Tinha que ser série viu.

Devo ter assistido uns dez capítulos, quando meu celular tocou fazendo meu sono ir embora. Me estiquei até o braço do sofá e o peguei, encarando a tela do celular, respirei fundo, antes de atender me sentei no sofá e por um momento desejei quebrar o celular só para não ter que atender. Antes que a pessoa desista, atendi.

— oi? — não escondo a minha falta de vontade de falar com ela.

— boa noite para você também— sua voz me causou ânsia de vómito.

— Samantha fala logo, não tenho o dia inteiro para você — luto contra minha vontade de desligar a chamada.

— estou com problemas na empresa, a investidores grandes querendo cancelar contratos, preciso da sua ajuda — aí, só que me faltava mesmo.

— não é por que sou sua irmã, que sou obrigada a te ajudar, eu avisei que aquela oferta sem pé e sem cabeça, não ia te ajudar em nada, agora aguenta as consequências — sei que ela precisa da minha ajuda, o caixa reserva da empresa não tem o suficiente nem para passar uma semana, mas não estou afim de ficar mais sobre recarregada.

— Esther a gente acerta depois, pela amor de Deus, você é minha única esperança, estou respondendo um processo e isso está me quebrando — eu joguei foi praga na cruz para merecer uma coisa dessa.

— tá, tá, marca uma reunião para amanhã e a gente conversa, mais não vou dar desconto de nada, em relação ao processo que está respondendo, vou entrar em contato com seu advogado e ver o que posso fazer, mas não atuo na área a mais de anos, então não sei se vou entrar no caso, mais te aviso qualquer coisa — eu sei que vou me arrepender disso, mais ela é minha irmã né.

— eu que aviso assim que marca, muito obrigada, obrigada mesmo — só desliguei a chamada, não aguentava mais a voz dela.

Joguei a porcaria do celular para o outro lado do sofá e pensei, pensei, pensei tornei a pensar e nada vinha em minha mente, nada que eu pudesse fazer para sair daquela situação complicada.

— por que eu? Por que? Será que eu não podia ter uma irmã menos complicada ou menos irresponsável? Meu Deus, eu estou tão cansada... — falei alto, tentando expulsa aquela angústia de mim, mais foi em vão, tudo veio como um flashback em minha mente e por um momento achei que choraria.

Respirei fundo e então lembrei que tinha um pote de sorvete na geladeira, foi então que corri até a cozinha peguei o pote de sorvete e uma colher, me joguei no sofá e fui terminar de assistir a série, queira paz é a única coisas que quero e preciso agora.