Ela está morta!

Seus gritos são ouvidos a distância.

— Quem esse bastardo pensa que é para me fazer esperar. Eu sou a dona da porra dessa empresa. Minha adorada filha enfim morreu, e nada mais justo do que eu assumir toda a sua fortuna que é minha por direito. Anda sua inútil, saia daqui sua incompetente.

— Que baderna é essa?— Matheo bate a mão na mesa da sua secretária, que está nervosa sem saber o que fazer, os seus olhos castanhos ficam todo avermelhado pelas lágrimas que ardem neles, com o barulho alto da batida, faz todos tremerem, e até quem estava nos seus escritos, saírem para ver o que estava acontecendo.— Onde pensa que está para falar assim com a Lia?

— E você quem pensa que é para gritar dentro da minha empresa.— Lucy fala e Matheo solta uma risada sem humor.

Ana segura ele para que não faça nenhuma besteira, ela conhece Matheo des que tinha 16 anos e sabe o quanto ele odeia essa mulher por ter abandonado Alexia.

— Você não tem nada aqui, nem a poeira que trouxe com você te pertence, essa empresa é da Alexia, e na sua ausência eu estou no comando, faça um favor pra si, e vai embora, antes que eu esponha a porra de mulher que você é.

Matheo aperta firme os blocos de notas que estava na mesa, e a imagem da Alexia chorando com 13 anos não sai da sua cabeça, esse foi o pior dia naquela enorme mansão, ela havia encontrado a carta que Lucy tinha deixado, quando a abandonou, e todos os seus sonhos de que um dia, a mãe iria busca-la, e que ouvisse pela primeira vez que ela a amava, se tornaram os seus piores pesadelos daquele dia em diante, fazendo Alexia a cada noite sonhar com a sua mãe, uma mulher que na sua cabeça, imagina ser igual a ela, lendo aquelas palavras como se ouvisse sair da boa de Lucy, que para uma criança é duro de ouvir.

— Você é só um empregadinho que se contenta com a miséria de um salário, por ser segurança daquela bastarda, fique sabendo que ela não vai voltar, ela morreu e vocês nunca mais irão ver aquela arrogante novamente, muito menos aquele bastardo que ela carregava.— Um único tapa fez todos arregalarem os olhos, Lucy não conseguiu ver nem de onde veio.

— Nunca mais repita isso, minha amiga está vida, e nós vamos encontra-la.— Laila que estava num canto ouvindo tudo não se controla e sem avisar da sua presença, fala dando mais um tapa na Lucy, mas dessa vez ainda mais forte.— Se voltar a falar da Alexia nesses termos eu juro que vou esquecer da idade avançada que tem e lhe quebro todinha.— Ana e Matheo começam a rir e a incentivar que ela faça isso.

— Seguranças retirem essa senhora daqui, ela está atrapalhando o nosso trabalho.— Virando para as outras pessoas que estavam no corredor ele espanta todos de la.— E vocês? Não é porque a Alexia não está aqui, que vão relaxar, voltem ao trabalho. Quando ela voltar, pois, ela vai voltar, quero que encontre tudo como deixou.

Laila, com os olhos cheios de raiva, encara Lucy enquanto todos aguardam sua próxima ação. A sala fica em silêncio, tenso e carregado de emoções.

Lucy, desorientada pelo tapa e pelas palavras de Laila, tenta se recompor e solta uma risada forçada. Ela olha ao redor em busca de algum apoio, mas percebe que todos estão ao lado de Matheo e Laila.

— Vocês são todos uns loucos! Acham mesmo que vão encontrar aquela desgraçada? Ela está morta!

Matheo se aproxima lentamente de Lucy, seu olhar carregado de ódio e dor. Ele segura firme o que restou dos blocos de notas e o abre bruscamente em frente ao rosto da mulher.

— Você não faz ideia do que a Alexia representa para nós. Ela é a luz, a esperança. Mesmo quando tudo parece estar desmoronando, é ela quem nos motiva a seguir em frente. Ela é minha família e nunca vou deixar você falar essas bobagens sobre ela!

As palavras de Matheo ecoam pela sala, deixando todos emocionados. O amor deles por Alexia é evidente e palpável. Lucy, no entanto, permanece arrogante e indiferente.

— Família, é? Eu não preciso de família. O dinheiro é a única coisa que importa para mim. E eu vou conseguir tudo o que é meu por direito!

Laila, tomada pela fúria, avança em direção a Lucy, mas é contida por Matheo. Ele pede calma e se aproxima novamente da mulher.

— Lucy, saia daqui antes que eu tome medidas legais contra você. Se quiser brigar pelo que você acha que é seu, faça isso nos tribunais. Mas não ouse tocar novamente no nome da Alexia.

Lucy pondera por um momento, olhando em volta e percebendo que sua posição ali é insustentável. Os seguranças tiram Lucy quase arrastada para fora, ela sai com a certeza de que vai se vingar. Entrando no carro ela para na clínica onde Dirah mãe de Matheo está internada, sua saúde está debilitada, já com a idade mais avançada, ao notar a presença da mulher que ela odiou por tanto tempo, os seus aparelhos começam a se alarmar.

— Horas, vejo que ainda lembra de mim.

— Como esquecer uma coisa ruim igual a você?— Dirah fala com dificuldades, a sua voz doce já não tem tanta força como antes.— O que quer aqui?

— Você acha mesmo que me atinge com essas palavras? Esqueceu quem eu sou?

— Nunca vou esquecer o mal que você fez a minha menina.