Retribuindo o Favor com Gratidão (1)

Adrienne não se importava se acabasse se tornando uma valentona como eles - pelo menos ela não estava predando os inocentes. Ela sabia o que estava fazendo não era certo, já que essas meninas ainda eram jovens, e elas ainda podiam se arrepender e mudar. Mas, na opinião dela, usar a idade para escapar do castigo era um pouco demais.

Essas meninas não saberiam o que é ser intimidadas até que elas mesmas passassem por isso, mas ela duvidava se elas mudariam seus comportamentos após este encontro. Se Adrienne soubesse que Samantha estava sofrendo assim, ela deveria ter procurado a menina assim que teve a chance. Ela não deveria ter esperado uma semana antes de tomar uma atitude para encontrá-la.

"Por favor... Por favor, nos deixe ir... nós vamos embora... Vamos deixar Samantha em paz a partir de agora. Nós nem sabíamos que ela tinha uma irmã como você." A menina suplicou a Adrienne em lágrimas. Ela estava em pânico e seu coração batia mais rápido. Sua tez se tornou pálida enquanto ela olhava para Adrienne.

"Quando Samantha implorou para vocês pararem de bater nela, vocês ouviram?" Adrienne zombou. "Mesmo que ela não tenha uma irmã como eu, vocês ainda não têm o direito de prejudicá-la. Vocês acham que porque alguém é pobre, vocês devem maltratá-los? Se vocês nascessem no lugar da Samantha, gostariam de experimentar viver como se estivessem no inferno a cada momento de suas vidas?"

A menina não pôde responder de medo e só podia olhar enquanto Adrienne levantava uma mão em direção à sua bochecha antes de passar seus dedos finos pelo cabelo grosso dela. Ela podia ver a frieza nos olhos de Adrienne e congelou, sem ousar se mexer. Ela gritou quando Adrienne agarrou um punhado de seu cabelo e a puxou para mais perto. Suas amigas que estavam observando ao lado sentiram calafrios percorrendo suas espinhas mais uma vez.

"Vocês não devem esquecer o que aconteceu esta noite, ok, irmãzinha? Se eu descobrir que vocês estão intimidando outros estudantes além da Samantha, eu vou visitar vocês e dar-lhes outra lição que nunca esquecerão", disse Adrienne antes de soltar a menina medrosa. Ela manteve o cano de metal em sua mão e olhou para todas elas. Ela era uma mulher de trinta e um anos presa no corpo de uma jovem de dezoito anos. Claro, ela nunca permitiria que essas crianças a intimidassem.

"Não se preocupem, irmãzinha. Como agradecimento por disciplinar minha irmã mais nova, eu devo retribuir com gratidão", acrescentou ela em um tom dominador. "Este não será nosso último encontro. Nos veremos novamente com seus pais e responsáveis em breve. Nosso advogado certamente gostaria de ouvir o lado de vocês da história antes de processarmos suas famílias por negligência infantil. Estão preparadas para perder tudo? Talvez não possamos responsabilizá-las, mas isso não significa que não podemos ir atrás dos seus pais, certo?"

As meninas começaram a entrar em pânico internamente. Elas só agiam arrogantemente diante dos outros por causa da reputação de suas famílias. No entanto, todas sabiam que, uma vez que sua reputação fosse manchada em público e fossem humilhadas, havia uma chance de suas famílias virarem as costas para elas.

Elas ainda eram jovens, então como saberiam quais palavras certas dizer diante de um advogado? Tudo o que pudessem dizer poderia ser usado contra elas. Elas não conseguiam entender por que a situação havia subitamente virado contra elas.

Por muito tempo, elas conheciam Samantha Qin, mas ninguém da família Qin se deu ao trabalho de cuidar dela. A notícia da morte de Richard Qin também tinha sido amplamente divulgada. Não deveria haver ninguém em quem Samantha pudesse confiar.

Adrienne assistiu as meninas se levantarem do chão, gemendo de dor com rostos inchados. Elas pegaram suas bolsas e saíram às pressas. Elas nem mesmo ousaram olhar para trás por medo.

Depois que elas foram embora, Adrienne baixou a guarda e suspirou. Ela devolveu o tubo de metal para o beco e pegou a bolsa de Samantha que estava no chão. Ela estava prestes a sair quando avistou Myrtle e Samantha olhando para ela com os olhos arregalados a poucos metros de distância.

Adrienne foi pega de surpresa, sem esperar que as duas testemunhassem suas ações anteriores. Adrienne não deixou sua surpresa aparecer em seu rosto, mas em vez disso caminhou calmamente em direção a elas.

"Vocês ainda estão aqui?" Disse a Myrtle antes de olhar para Samantha. "Vamos embora. Eu quero ver o quanto você foi machucada."

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Samantha só podia seguir Adrienne e Myrtle em silêncio, mas seu tremor imediatamente parou assim que Adrienne se aproximou. Ela as seguiu até o apartamento de Myrtle, mas hesitou em entrar. Tudo parecia limpo, e Samantha temeu que sujasse o lugar com sua presença.

"O que você está fazendo ainda parada aí?" Myrtle a chamou. "Entre. Você teve um dia longo hoje."

Ela olhou para Adrienne buscando confirmação e recebeu um leve aceno em retorno. Somente então Samantha entrou no apartamento e tirou os sapatos. Ela seguiu Myrtle para dentro, que a levou a um pequeno banheiro.

"Tome um banho. Tudo que você precisar para se limpar está disponível dentro. Se precisar de algo, é só chamar meu nome. Eu sou Myrtle Han, a propósito." Myrtle entregou a Samantha uma toalha limpa antes de apontar para Adrienne Jiang, que escolheu se sentar em seu pequeno sofá. "E essa é Adrienne. Vamos falar sobre o que aconteceu hoje mais tarde, mas primeiro, limpe-se."

Samantha agradeceu e deu a Adrienne um último olhar antes de entrar no banheiro. Por alguma razão, sua atenção foi atraída para Adrienne. Talvez porque Adrienne foi a primeira pessoa que a defendeu e a tratou como uma pessoa.

Com calma, ela lavou a sujeira de sua pele esfregando porque sua mente continuava a reprisar o que ela havia visto antes. Adrienne facilmente desviou do ataque de suas colegas de classe, deixando-as impotentes no final. Se ao menos ela fosse tão forte quanto Adrienne, ela teria colocado um fim na intimidação de suas colegas há muito tempo.

Não era como se ela não tivesse tentado buscar ajuda, mas cada tentativa foi recebida com decepção. Samantha, que havia segurado suas lágrimas por anos, finalmente quebrou e chorou.