webnovel

A Lenda de Stonemill

- Finalmente cheguei – pensou Asrael com um olhar cansado. Chegando à frente do portão, Asrael percebeu que a vila era maior e melhor do que as outras que já visitara; casas feitas de tijolos com grandes chaminés, estradas iluminadas e, no meio da vila, uma praça com um poço no centro.

- Quem está aí? Se apresente – questionou um guarda apontando a lança em direção a Asrael, na frente do portão. Ao seu lado, havia outro guarda com um olhar penetrante em direção a Asrael.

- Sou Asrael, aventureiro nível F, vim a mando de Fred, o Taverneiro.

- Vou falar com o chefe da vila, um instante. - O guarda abriu o portão, que parecia pesado, e foi conversar com o chefe da vila.

Retornando, disse: – Pode entrar, senhor Asrael.

- Obrigado, guarda.

Asrael seguiu em direção ao centro da vila, onde se encontrava um homem de meia-idade com um jovem ao seu lado, que tinha uma idade semelhante à de Asrael. Sons de martelos batendo em metal eram altos e as chaminés levantavam fumaça para o céu.

- Veio pegar a encomenda, correto? – Falou o homem de meia-idade. - Me chamo Briorn e este é meu filho Carius; ele te levará ao armazém.

- Vamos indo, senhor Asrael - falou Carius.

Diferente da outra vila, aqui era menos receptiva. Asrael foi levado ao armazém, onde viu de tudo um pouco: armaduras que reluziam, espadas bem afiadas, facas de cozinha, sendo esta última o que Asrael veio buscar.

- Aqui estão as facas, os carvões estão nesse saco – afirmou Carius.

- Certo.

- Vou te ajudar a carregar para fora. Onde está a carroça? - Perguntou Carius.

- Eu irei levar nas costas – falou Asrael. – Coloque na minha mochila.

Carius nem ousou perguntar e fez o que Asrael pediu.

- A situação está ruim com o soterramento na mina – falava um habitante da vila.

- Sim, soube que Abel e mais um grupo morreram lá dentro.

- O que será que está acontecendo? – pensou Asrael.

- Alguma coisa fez a mina ser soterrada e eu vou descobrir o quê – Afirmou Carius, como se lesse a mente de Asrael.

- Tem alguma pista? – Questionou Asrael.

- Apenas tremores na terra periodicamente.

- Hum... a situação está bem preocupante mesmo – afirmou Asrael.

- Você é um Aventureiro, né? – questionou Carius enquanto colocava o saco de carvão na mochila de Asrael.

- Sim, por quê?

- Pode aceitar uma missão? – Perguntou Carius com uma cara mais séria.

- Sim, e já posso até pensar no que é – Falou Asrael com um sorriso no rosto.

- Investigar esse caso – falaram os dois juntos.

- Vou falar com meu pai para participarmos de uma excursão até a mina com alguns guardas e mineiros.

- Certo, espero isso – respondeu Asrael enquanto sentava.

Passado algum tempo, Carius e Briorn voltam e falam para Asrael se preparar. Asrael se levanta, se ajeita, pega sua espada, prepara uma tocha que o iluminará o caminho e logo após foi se encontrar com os guardas e os mineiros.

- Mineiros abriram caminho e os guardas entrarão na linha de frente. Logo após, este é Asrael, um aventureiro, irá nos acompanhar, entendido? – Explicou Briorn.

- Entendido, senhor!

Logo após a explicação, começaram os trabalhos. Os mineiros, quando batiam suas picaretas nas pedras, as rochas iam rachando e abrindo caminho. O caminho era estreito e escuro. Quando a primeira tocha acendeu, foram repassando e acenderam todas. O caminho foi alargando e nos trazendo uma cena aterrorizante: túneis passavam no meio do caminho da mina, algo estava errado.

- O que será que fez isso? – falou o guarda enquanto andava para frente.

- Vamos indo logo - sua frase foi interrompida por uma criatura enorme que apareceu de um dos túneis.

 

Suas pernas caíram no chão, mas sua parte superior foi totalmente dilacerada. A cena foi chocante demais para todos.

- Vamos todos morrer!

- Corram, saiam do caminho!

Correria e gritos, mas não adiantava nada. O monstro não os deixaria sair, virar as costas para ele era suicídio e eles provaram disso.

- Nunca vi esse monstro, nem mesmo nos livros da guilda – instigou Asrael enquanto tentava atacar o monstro, mas sem efeito. A casca do monstro era dura demais para sua espada cortá-lo. Asrael não via pontos fracos, mas sabia de uma coisa: tinha que desviar de tudo, se levasse qualquer golpe, morreria.

- Imaginei que você não conhecia, já que só é conhecido na vila. Ankheg, nunca imaginei que existia de verdade – informou Briorn.

- Conhece alguma fraqueza? – Perguntou Asrael.

- Não tinha nenhuma informação sobre ele nos escritos antigos.

Asrael buscava meios para vencer o monstro enquanto desviava e tentava atacá-lo.

Suas patas eram as únicas partes menos protegidas, mas suas mandíbulas não deixavam ao menos chegar perto das patas do Ankheg.

- Tive uma ideia! Carius, chame a atenção dele, o resto me siga – Asrael gritou com entusiasmo.

- Seu plano é me deixar morrer? – Gritava Carius enquanto desviava do monstro.

- Siga as ordens – Asrael falou e Carius viu confiança nas palavras de Asrael e concordou. Enquanto Carius o despistava, Asrael e os outros foram para as costas do monstro.

- Ataquem as patas – gritou Asrael enquanto atacava as patas, que foram cortadas com êxito. O monstro gritou de dor e, no ato de vingança, se dirigiu a Asrael e desferiu um ataque. Asrael só teve tempo de colocar a espada no peito; o impacto foi forte, deixando-o ofegante e fazendo-o cuspir sangue. Sua visão embasou e as vozes ecoavam em sua mente.

Quando retornou a si, mais dois guardas estavam dilacerados. Não havia chance para fuga, e nada podia ser feito. O monstro era muito resistente, mesmo sem as patas de um lado, ainda podia andar quase perfeitamente.

- Espera, há algo que podemos fazer – falou Asrael.

- O que você está pensando? – perguntou Briorn.

- Me dê essa adaga na sua cintura, Briorn – pediu Asrael enquanto estendia a mão. Recebendo a adaga, Asrael correu em direção ao monstro. O monstro preparou o ataque, mas Asrael desviou por um triz, abaixando-se na hora certa. Avançou até os mineiros, onde a luz do sol chegava na caverna pela abertura feita, e mirou a adaga na luz enquanto o monstro se aproximava, trazendo um clarão nos olhos do monstro. Pegou uma tocha ainda acesa na mão de um dos mineiros e correu para a boca do monstro, onde jogou a tocha dentro e pulou, perfurando seu rosto.

O monstro deu um grito agudo enquanto seu interior queimava. Asrael estava pendurado junto com a adaga, mas foi jogado pelo monstro contra a parede. O monstro cedeu um pouco no chão, e todos avançaram, atingindo suas patas, seus olhos e o atingindo por dentro da sua mandíbula.

A batalha encerrou, mas todos estavam ofegantes e exaustos demais para comemorar, só podiam se deitar no chão. Todos ali entraram para a história da vila por derrotar a lenda do Ankheg.