Em um mundo onde pessoas despertam poderes únicos chamados Signas , Eryk, um jovem comum, descobre que são os herdeiros de um poder lendário conhecido como Ætheris . Após o assassinato brutal de seu pai, Viktor, um antigo membro de uma resistência secreta contra os Primordiais, Eryk é lançado em uma jornada perigosa para vingar sua morte e descobrir os segredos por trás de seu próprio poder.
A chuva caiu suavemente sobre as ruas de Novigrad, criando poças que refletiam as luzes amarelas dos postes. Eryk Solberg observava o movimento da cidade pela janela de seu quarto, enquanto segurava um velho livro nas mãos. A livraria de sua mãe, no andar de baixo, estava silenciosa. Era seu aniversário de 17 anos, mas não havia festa, nem convidado, apenas o som da chuva e o cheiro de café vindo da cozinha.
"Eryk, desça para comer alguma coisa," chamou Aelina, sua mãe, do andar de baixo.
Ele suspirou, fechou o livro e desceu as escadas. A livraria era pequena, mas aconchegante, com prateleiras cheias de volumes antigos e uma mesa central onde sua mãe organizava pedidos. Na cozinha, havia um bolo simples com uma vela acesa.
"Feliz aniversário, meu filho", disse Aelina com um sorriso melancólico.
"Obrigado, mãe."
Eles comeram em silêncio, algo comum entre eles desde a morte de Viktor, o pai de Eryk, dez anos atrás. Aelina relatou sobre ele, e Eryk tinha poucas memórias claras de seu pai. Apenas flashes: o som de sua risada, o brilho de um medalhão que ele sempre usou no pescoço, e o olhar determinado em seus olhos.
Após o jantar, Aelina lhe entregou um presente embrulhado em papel marrom. Era um relógio de bolso antigo.
"Era do seu pai", disse ela, evitando o olhar de Eryk.
Ele pegou o relógio, detectando o peso do objeto em suas mãos. Quando o abriu, encontrou uma inscrição na tampa interna: "O tempo revela todas as verdades."
"Ele nunca tirou isso do bolso", explicou Aelina. "Achei que você deveria ter agora."
Eryk agradeceu e subiu para o sótão, onde costumava ir quando queria ficar sozinho. O lugar estava cheio de caixas empoeiradas e móveis antigos. Ele foi sentado em um baú velho, segurando o relógio. Algo sobre a inscrição o incomodava, como se fosse um enigma esperando para ser resolvido.
Enquanto ouvia os dedos pela tampa do relógio, notou algo estranho: um pequeno símbolo gravado em metal. Era um círculo com linhas entrelaçadas no centro, como um emblema. Ele já tinha visto aquele símbolo antes, mas não conseguia se lembrar onde.
Curioso, começou a vasculhar o sótão. Após abrir várias caixas, encontrei um baú trancado com o mesmo símbolo gravado na tampa. Ele tentou abrir, mas estava trancado.
"Deve haver uma chave", surgiu em voz alta.
Após horas de busca, ele finalmente encontrou uma chave em uma gaveta velha. Suas mãos tremiam enquanto a encaixava na fechadura e girava. O baú se abriu com um rangido, revelando um conjunto de itens: um diário, um medalhão com o mesmo símbolo, e uma carta dobrada.
Eryk pegou a carta primeiro. Era escrito à mão, e ele seguiu a caligrafia como sendo de seu pai.
"Eryk,
Se você está lendo isso, significa que não consegui protegê-lo. Há segredos que você precisa descobrir, mas eles vêm com um preço. Confie apenas no seu instinto e nunca revele o que encontrar aqui. O símbolo no medalhão é a chave para um poder maior do que você imagina.
O coração de Eryk batia acelerado. Ele pegou o medalhão e colocou ao redor do pescoço. O objeto parecia pulsar levemente, como se estivesse vivo. Em seguida, abriu o diário, que continha anotações de Viktor sobre algo chamado Signas .
"Os Signas são habilidades únicas, herdadas por poucos. Cada pessoa manifesta um poder diferente, mas há um que é temido acima de todos: o Ætheris . Ele pode dobrar as leis da realidade, mas seu custo é alto demais. Eu tenho o que meu família está conectada a isso."
Eryk não conseguia acreditar no que estava lendo. Seu pai estava envolvido em algo que parecia saído de um livro de ficção científica. Mas, ao mesmo tempo, faz sentido. Ele sempre sentiu que havia algo diferente em sua família, algo que sua mãe tentava esconder.
Decidido a entender mais, Eryk saiu do sótão e foi até a cozinha, onde Aelina estava lavando a louça.
"Mãe, por que nunca me contou sobre o que realmente aconteceu com o papai?"
Aelina parou por um momento, mas não se virou.
"Ele morreu em um acidente, Eryk. Já conversamos sobre isso.
"Não foi um acidente, foi?" Ele colocou o medalhão sobre a mesa. "O que isso significa? Por que ele deixou isso para mim?"
Aelina finalmente se virou, seus olhos cheios de tristeza e algo mais: medo.
"Você não deveria ter encontrado isso," disse ela, a voz trêmula. "Seu pai... ele se envolveu em coisas perigosas. Coisas que eu tentei proteger você."
"Que coisas? O que são os Signas ? E o que é o Ætheris ?"
Ao ouvir a palavra Ætheris , Aelina empalideceu.
"Quem te conta isso?"
"Eu li no diário dele. Ele sabia que estava em perigo, sabia que algo o perseguia. E você também sabia, não sabia?"
Aelina balançou a cabeça, lágrimas escorrendo pelo seu rosto.
"Eryk, você precisa esquecer isso. Por favor. É perigoso demais."
"Esquecer? Você quer que eu esqueça que meu pai foi assassinado? Não, mãe. Eu vou descobrir a verdade."
Eryk saiu de casa, ignorando os protestos de sua mãe. Ele respondeu de respostas, e soube por onde começar: o endereço marcado no mapa que encontrou no baú.
Enquanto caminhava pelas ruas escuras, segurando o diário e o medalhão, ele sentia uma energia estranha ao seu redor. Era como se algo dentro dele estivesse despertando.
A chuva continuou a cair, mas Eryk não se importou. Ele estava determinado a descobrir a verdade, mesmo que isso significasse enfrentar perigos que ele ainda não compreendia.