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Cicatrizes do Confronto

A noite estava densa, e o som do vento carregava uma sensação de inquietação. Na fábrica, Eryk, Freya e Liora estavam reunidos, tentando assimilar o que havia acontecido. O confronto com Kael deixará marcas, não apenas físicas, mas também emocionais.

Liora segurava um pano pressionado contra o ombro, onde a escuridão de Kael a atingir. A dor era suportável, mas a sensação de impotência e corrosão por dentro. Freya ficou em silêncio, afiando sua faca, enquanto Eryk encarava o medalhão em suas mãos, ainda tentando entender o que o Ætheris realmente era.

"Ele quase nos matou", disse Liora, quebrando o silêncio. Sua voz era firme, mas carregava uma ponta de vulnerabilidade. "Se não fosse por você, Eryk, nenhum de nós estaria aqui agora."

Eryk chamou os olhos, mas não respondeu imediatamente. Ele sentiu o peso da responsabilidade crescendo a cada dia. "Eu ainda não sei como controlar o Ætheris ," ele admitiu. "Foi puro instinto. Mas não posso contar com isso todas as vezes."

Freya parou de afiar a faca e olhou para ele. "Você precisa de treinamento. Na verdade. Esse poder é incrível, mas se você não aprender a dominá-lo, será mais perigoso para nós do que para os inimigos."

"E onde eu vou encontrar alguém para me treinar?" — perguntou Eryk, exasperado. "Eldrin me deu algumas orientações, mas ele não pode sair da floresta. E Kael... ele não vai nos dar tempo para nos preparar."

Liora suspirou, jogando o pano ensanguentado de lado. "Talvez Eldrin não pode vir até nós, mas isso não significa que não podemos voltar até ele. A floresta é segura, pelo menos por enquanto."

Freya balançou a cabeça. "Seguro? Depois do que aconteceu hoje, você acha mesmo que existe algum lugar seguro?"

"É melhor do que ficar aqui, esperando que outra aplicação lunática", retrucou Liora, cruzando os braços.

Eryk declarou-se, interrompendo a discussão. "Liora tem razão. Precisamos de um plano, e agora a única coisa que faz sentido é voltar para a floresta. Eldrin pode não ser a solução para tudo, mas é um começo."

Freya suspirou, relutante, mas acabou concordando. "Tudo bem. Mas, se voltarmos para a floresta, precisamos estar preparados. Kael sabe onde estamos. Ele pode nos seguir."

"Então vamos nos mover ao amanhecer", decidiu Eryk. "Precisamos descansar e recuperar nossas forças. Não podemos lutar outra batalha como a de hoje, não assim."

A noite avançou, e o trio se acomodou como poderia. Liora adormeceu rapidamente, mas Freya e Eryk concordaram. Ele estava sentado perto de uma janela quebrada, olhando para o céu estrelado.

"Você está bem?" Disse Freya, aproximando-se.

Eryk deu de ombros. "Eu deveria estar morto, Freya. Kael é muito mais forte do que eu. Se não fosse por vocês, ele teria vencido."

Freya se sentou ao lado dele, segurando a faca nas mãos. "Você precisa parar de carregar tudo sozinho. Nós estamos nisso juntos, lembra? Liora e eu escolhemos estar aqui. Não é só sobre você."

Eryk sorriu levemente, mas o peso em seu peito não é parcial. "Eu sei. Mas, no final, sou eu quem carrega o Ætheris . Sou eu o que eles querem."

Freya não respondeu imediatamente. Ela sabia que ele tinha razão, mas também sabia que precisava encontrar uma maneira de ajudá-lo a lidar com isso.

Na manhã seguinte, o trio partiu em direção à floresta. O caminho era longo, mas eles mantinham um ritmo constante, atentos a qualquer sinal de perigo.

Quando finalmente chegou à clareza onde Eldrin os esperava, o guardião da floresta parecia preocupado.

"Vocês enfrentaram Kael," disse ele, antes mesmo que alguém pudesse falar.

Eryk concordou. "Ele veio atrás de mim. Disse que o Ætheris é perigoso nas mãos de alguém como eu."

Eldrin franziu o cenho. "Kael não é apenas um inimigo. Ele é um dos Arautos da Escuridão, servos de uma força muito mais antiga e poderosa. Se ele está atrás de você, significa que os outros também virão."

"Outros?" Disse Freya, alarmada.

"Existem quatro Arautos", explicou Eldrin. "Cada um deles possui um fragmento da escuridão primordial. Kael é apenas o primeiro. Se vocês não estiverem preparados, não haverá chance contra eles."

Eryk sentiu o peso das palavras de Eldrin, mas também uma centelha de determinação. "Então nos treine," disse ele. "Me ensine a controlar o Ætheris . Me ensine a lutar."

Eldrin olhou para ele por um longo momento antes de concordar. "Muito bem. Mas saiba que o treinamento será árduo. O Ætheris não é apenas um poder. É uma responsabilidade. Você terá que enfrentar não apenas seus inimigos, mas também o mesmo."

"Estou pronto", respondeu Eryk, sem hesitar.

"Então comecemos", disse Eldrin, apontando para a árvore colossal. "O Ætheris é uma extensão de sua alma. Para controlá-lo, você deve entender quem você é."

Eryk se modificou da árvore, sentindo a energia dela se conectar com o medalhão em seu peito. Ele fechou os olhos, permitindo que as imagens começassem a surgir novamente. Desta vez, porém, elas eram mais intensas. Ele viu seu pai, Viktor, lutando contra figuras encapuzadas. Viu o momento em que Viktor foi ferido mortalmente, mas também viu algo mais: uma figura nas sombras, observando tudo.

Quando abriu os olhos, Eryk estava ofegante, mas mais determinado do que nunca.

"Eu vou encontrar quem fez isso com meu pai", disse ele. "E você vai acabar com eles."

Eldrin concordou, mas sua expressão era grave. "Cuidado, Eryk. A vingança pode ser uma força poderosa, mas também pode cegá-lo. Lembre-se: o Ætheris não responde à raiva. Ele respondeu de forma clara."

Eryk concordou, absorvendo as palavras de Eldrin. Ele sabia que o caminho seria difícil, mas estava mais determinado do que nunca a seguir em frente.

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