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CAPÍTULO 15 - O LORDE E A PRINCESA

1

Tsuki entrou no vilarejo correndo para terminar a missão que lhe foi dada. Seu corpo parecia ainda doer bastante, porém, sua mente o ajudava a lidar bem com sua situação naquele momento. Sua saída tinha sido tão rápida e silenciosa que até mesmo seu dragão se surpreendeu com sua volta.

"Urrghy"

"Está tudo bem, amiguinho. Eu prometo que não vamos demorar para voltar para casa."

Tsuki fez carinho em seu dragão enquanto sorria de forma amigável, trazendo para a conversa dos dois um ar de amizade ainda maior. O dragão terrestre naquele ponto já tinha um laço de preocupação e confiança com Tsuki, algo que era recíproco do garoto.

Deixando toda distração de lado, ele correu em direção a cabana onde estavam os moradores do vilarejo. Seu objetivo principal era entender a situação a fundo e saber quem levar em sua primeira viagem.

"Com licença" – Disse enquanto puxava a porta para entrar.

Ao entrar na pequena cabana, viu diversas pessoas amontoadas em um pequeno espaço. Algumas delas estavam sentadas e deitadas no chão, enquanto que as outras que estavam em pé pareciam ainda assim, sem forças. De todos, apenas um pequeno grupo se encontrava em boas condições. Um dos que fazia parte desse grupo andou até Tsuki para conversar.

"Você é quem veio para nos salvar?"

Inseguro, o garoto decidiu negar a pergunta que lhe foi feita.

"Não, eu não sou quem veio salvar vocês, porém, posso fazer parte disso."

Olhando para as pessoas que estavam mais fracas, tomou sua decisão em poucos segundos.

"Eu quero que você separe todos os mais feridos e incapacitados para que eu os leve."

"Farei dessa forma senhor."

"Além disso..." – Tsuki chamou novamente a atenção do homem antes que ele partisse para sua missão. – "Traga as crianças junto deles, levarei todos eles de uma vez."

A conversa de ar pesado tinha acabado de forma amistosa, trazendo uma simplicidade para o ambiente conturbado que se vivia naquele momento no vilarejo. A mente de todos os moradores estava abalada com os acontecimentos e tudo aquilo influenciava totalmente no pesar do clima.

Tsuki entendia bem a situação e até mesmo o clima, porém, aquilo parecia não o afetar da mesma forma como afetava antes. Por mais de não se lembrar, um pouco daquele clima de paz do jardim das trevas tinha sobrado com ele. Uma total cortesia de uma garota das trevas.

Focando novamente no mundo físico, parou de pensar e caminhou até o lado de fora, onde foi preparar toda a carruagem.

"Graaar"

Se aproximando novamente de seu dragão, percebeu que teria problemas em sua viagem. Seu dragão reclamava através de gritos. Seus machucados pareciam ter sido bem mais fundos do que era possível se ver. Suas escamas tinham sido perfuradas de forma profunda e parte do fogo tinha queimado principalmente suas patas.

"Ah, meu amigo. Eu não reparei que você estava nessas condições." – Abaixando o tom de sua voz, o garoto teve compaixão do dragão.

Se aproximando, fez carinho nas escamas do dragão, que respondeu trazendo a cabeça para perto da mão para que recebesse mais carinho. O garoto respondeu com o carinho esperado. No fundo, aquilo para ele não passava de uma retribuição por todo o esforço que fazia seu dragão ter.

"Logo estaremos em casa para que cuidemos melhor de seus machucados. Por enquanto descanse para partirmos logo que tudo estiver pronto."

Levando novamente a mão a suas escamas, o garoto voltou a lhe fazer carinho e ali permaneceu enquanto o tempo passava.

Não demorou muito para que logo o homem que havia falado à pouco chegasse com todos os moradores que o garoto havia pedido. Todos chegaram juntos, formando um grupo de pessoas que era suficiente para uma única viagem. Não eram nem poucos e nem muitos, era praticamente o número ideal.

"Obrigado por isso, quando eu voltar te agradecerei de uma forma maior."

"Não. Eu que agradeço por ser útil para você, senhor." – Retrucou curvando o corpo.

Tsuki sorriu com a resposta. Ele não gostava de ser chamado de senhor, mas já havia se acostumado com o fato de ser visto como alguém superior. Na verdade, fazia pouco mais de um dia desde que ele havia chegado naquele novo mundo, porém, ele já parecia ter status grandes por conta de sua afiliação com o acampamento de Melty.

– "Eu realmente sou um protagonista!" – Seu pensamento intrusivo atravessou sua linha de raciocínio, que logo foi retomada.

"Antes de ir, me diga seu nome jovem."

O jovem morador já estava de saída, porém foi surpreendido pela pergunta do garoto que parecia ter se perdido em outro mundo e retornado a poucos instantes. Se voltando para trás, inclinou o corpo, mais do que apenas se curvando.

"Meu nome é Eny, senhor."

"Aproveitando a deixa. Meu nome é Tsuki Yokohama, mas pode me chamar apenas de Tsuki."

"Tudo bem senhor, prazer conhecê-lo."

– "É impossível, mesmo sendo explícito ele ainda não entendeu."

Com um olhar desagradável, o garoto encerrou a conversa curvando a cabeça para o morador em forma de cumprimento. Após ver o jovem ir embora, Tsuki voltou sua atenção para os moradores, no qual arrumou na carruagem de forma organizada.

"Ótimo, é hora de irmos garotão."

Ele parou e pensou enquanto tinha terminado sua fala. Ainda incomodava bastante o fato de não ter dado um nome para o dragão que já havia virado seu amigo.

"Amiguinho, eu vou falar alguns nomes e quero que você escolha o nome pelo qual quer ser chamado, tudo bem?"

"Arr"

"Ótimo. Podemos começar por… Persu?"

O dragão não deu resposta alguma, provavelmente significando que não aprovava o nome que o garoto tinha sugerido.

"Tudo bem. Então que tal Áries?"

Novamente não obteve nenhuma resposta vinda do dragão, que apenas bufou como forma de demonstrar seu descontentamento.

"Você é difícil hein carinha. Que tal Cetus?"

"Arrgy"

"Finalmente você foi convencido, Cetus!"

O dragão pareceu gostar bastante do nome que lhe foi dado. Em referência a mitologia da terra natal de Tsuki, Cetus era um monstro marinho da mitologia grega, porém, também dava nome a uma constelação.

Feliz, o dragão Cetus finalmente deu partida a sua viagem em direção a montanha. O garoto que estava na parte da frente da carruagem parecia compartilhar da felicidade de seu amigo dragão e o clima naquela carruagem era o melhor possível.

A viagem de Tsuki caminhava para ser totalmente tranquila. Aproveitando do tempo que tinha até a mansão, ele puxava assunto com os moradores da vila, principalmente as crianças.

2

Tiga já estava praticamente no vilarejo enquanto carregava Sakura em seus braços. A garota, ainda desacordada, emanava um ar de derrota. Sua feição dolorida causava forte incômodo no jovem que a carregava nos braços.

Chegando ao destino, Tiga desceu de seu dragão e entrou em uma das casas do vilarejo enquanto carregava a senhorita nos braços. A casa na qual tinha entrado era a pequena cabana de onde Tsuki tinha entrado há pouco tempo atrás. Dessa vez, ela já não estava mais cheia, na verdade, estava totalmente silenciosa.

Deixando a senhorita deitada em cima da mesa que estava no canto da cabana, Tiga decidiu sair em busca dos moradores do vilarejo. Indo para fora, percebeu que tudo estava ainda mais silencioso na vila e que não havia mais sinal da presença de ninguém.

"Será que todas já foram?"

Andando por toda a extensão do vilarejo, olhava para toda a destruição que ainda não tinha visto de perto, apenas tinha visto rapidamente. Faltavam explicações que fizessem sentido sobre o que havia acontecido naquele lugar.

Chegando até o final do vilarejo pela parte de trás, sentiu o cheiro forte dos corpos que foram incinerados. A grama que antes era verde foi tomada por um tom preto e cheio de cinzas e sangue. Alguns ossos ainda estavam intactos na parte mais profunda do vilarejo e até mesmo um pouco do fogo ainda estava aceso sobre a grama.

Caminhando até a faísca que viu na grama, pisou nela e a apagou antes que iniciasse outro incêndio. Seu corpo sentia uma forte presença vinda da floresta que rodeava o vilarejo pela parte de trás. Naquela floresta não habitam majus e nem mesmo bichos selvagens, apenas coelhos, raposas e outros pequenos animais inofensivos. Esse fato deixava o homem ainda mais em alerta sobre o motivo pelo qual tudo aquilo tinha acontecido.

"Essas garotas me devem boas explicações ainda."

Suspirando, tomou o caminho de volta para o vilarejo, onde encontrou um único morador. Ele era um garoto jovem de cabelo amarelo e roupas de cavaleiro gastas. Seus olhos verdes encantavam e sua seriedade era sua grande característica.

Ao ver o senhor que se aproximava dele, curvou a cabeça em saudação.

"É um prazer tê-lo aqui, senhor Tiga."

"Onde estão os outros moradores, Eny?"

"Todos foram levados pela empregada e o empregado, senhor."

Tiga se viu em dúvida quanto a última fala do jovem garoto.

"Empregado?" – Tiga questionou

"Sim senhor, um garoto de cabelo estranho que veio junto da senhorita Sakura." – Respondeu o garoto de forma séria e simples.

– "Com certeza é o Suki-san." – Pensou Tiga, enquanto concordou com a cabeça e riu, deixando o garoto confuso com a repentina reação.

"Mas porquê você ficou?" – Tiga tomou novamente a palavra e questinou o garoto.

O garoto manteve sua seriedade enquanto ajeitava sua armadura em seu corpo.

"Quando a empregada retornou, ela trouxe junto dela mais uma empregada. Não pude a conhecer bem, mas vi que ela veio em outra carruagem bem maior e levou praticamente todos nela. Parecia estar pesado demais para levar mais um, então decidi ficar até que eles voltassem para a última viagem."

O Jovem Tiga ficou totalmente confuso com a grande informação que foi dada. Provavelmente eles da mansão tinham retirado a carruagem de grande tamanho para levar todos os moradores de uma vez, por isso o vilarejo estava tão vazio.

O garoto logo que terminou de responder, se curvou novamente e saudou mais uma vez o homem à sua frente.

"Acho melhor eu me abrigar, vá completar sua missão, meu senhor."

"Está tudo bem. Eu já estou de partida para a mansão, você pode vir comigo."

O garoto relutou enquanto balançava a cabeça, porém Tiga não se importava com a reação ou resposta, pois já tinha tomado sua decisão sobre aquilo.

Levantando o olhar, Tiga encarou o garoto enquanto pensava. Era uma uma grande honra para o jovem morador do pequeno vilarejo ter uma conversa informal com o segundo mais importante nobre, além de ter a honra de ser acompanhado por ele durante uma viagem. O garoto mal conseguia assimilar tudo aquilo e até mesmo seu semblante sério começava a se desmanchar.

"Fique aqui cuidando de Sakura." – Tiga retomou a palavra e completou – "Irei novamente até a floresta pegar a carruagem e poderemos ir os três para a mansão. Por enquanto, fique de olho na senhorita."

Tiga não deu nenhuma explicação a mais e, sem perder tempo, subiu no dragão que tinha chamado a pouco com um estalar de dedos.

Imediatamente, ele subiu no dragão e partiu para a floresta, deixando o garoto sem saber o que deveria fazer a partir dali.

"Mas… onde está a senhorita?" – O garoto que tinha ficado para trás questionou aos ventos.

O garoto se viu em dúvida enquanto via o seu senhor se afastar com pressa em direção a floresta. Percebendo que não receberia sua resposta, virou-se novamente para o vilarejo e decidiu se abrigar enquanto procurava sua senhorita.

Entrando em cada casa da vila, procurava cuidadosamente sua senhora, mas, não estava a encontrando de forma alguma. Ele já tinha passado em quase todas as casas, porém, não havia encontrado o que procurava. Finalmente, ele entrou em uma das casas e encontrou o que procurava

Para sua surpresa, Sakura estava de pé e já nem estava mais na casa onde Tiga tinha a deixado. Por reflexo, a garota não viu quem tinha entrado, mas sem se importar com isso, encheu a casa de insetos, estando pronta para o combate.

Ela não parecia precisar ser cuidada naquele momento.

"Tenha calma, senhorita!" – Gritou o garoto

Percebendo quem era o intruso, Sakura baixou a guarda e deixou que as centenas de insetos que tinha chamado fossem embora por todos os lugares possíveis da casa. O garoto se mostrou bastante surpreso ao ver a cena, porém, sua expressão de medo ainda era a mais evidente em seu rosto.

"Me desculpe."

A garota se curvou rapidamente enquanto pedia desculpas e logo saiu da casa, passando ao lado do garoto em alta velocidade. Ele tentou a segurar, mas apenas fez sua mão passar raspando o braço dela, que parou e olhou para trás.

"Minha senhorita. O Senhor Tiga disse que voltaria logo para nos levar, mas que você deveria ficar esperando aqui."

Sakura olhava com um semblante bem mais sombrio que normalmente, sua expressão era de raiva, porém, seus olhos sem brilho tornavam aquilo algo aterrorizante.

O garoto retrucava as ações dela, mesmo que no fundo estivesse morrendo de medo e torcendo por sua vida. Ele desde pequeno foi ensinado a ter coragem e por isso desde muito cedo foi colocado na linha de frente das batalhas do vilarejo.

"Você é inconveniente, garoto."

"São ordens de cima, é dever meu cumpri-las." – O garoto foi firme em seguir suas ideologias.

"É louvável sua coragem para quem não é nada além de uma pequena e fraca criança." – Respondeu Sakura, de forma totalmente irônica.

"O fato de eu estar vivo e sem nenhum ferimento já demonstra que não sou apenas uma criança." – Com coragem em seu tom de voz, o garoto retrucou a fala da senhorita.

Por algum motivo, a frase do garoto não tinha sido bem recebida pela garota, que fechou seu semblante ainda mais do que antes. Apertando os punhos, ela chamava inconscientemente seus insetos, que logo tomaram todo o redor do vilarejo.

A reação que ela estava tendo naquele momento não condizia com sua índole, deixando evidente que havia algo errado eu seu coração ou até mesmo em sua alma.

O garoto não carregava com ele nenhuma arma e naquele momento só podia sentir medo e torcer para que nada ruim acontecesse.

"Chega, Sakura!" – A voz firme e irredutível de Tiga ecoou sobre o ambiente.

"Não me provoque, Rauleon. Nem mesmo pense em me atrapalhar."

"Não esqueça, você é a segunda não apenas por escolha."

Sakura suspirou de forma agressiva, porém, não atacou e apenas partiu andando diretamente em direção a carruagem que Tiga tinha trazido com ele.

Se aproximando do garoto, Tiga bateu em suas costas enquanto tentava tirar seu medo e o consolar por toda a situação. O olhar do garoto definia bem o tamanho de seu desespero, que podia ser sentido através do ambiente.

"Me desculpe por ela. São tempos difíceis para todos nós."

Tiga foi simples em sua explicação. Seu respeito pela situação em que Sakura estava não o permitiria contar para terceiros tudo que havia acontecido. Apenas uma pessoa poderia ficar sabendo sobre tudo o que ocorreu, porém, essa pessoa estava longe naquele momento.

Dando leves tapas nas costas do garoto, Tiga seguiu para a carruagem e se sentou na parte de frente, ao lado de Sakura, que permanecia com seu semblante baixo e fechado. O garoto não perdeu tempo e correu para entrar na parte traseira da carruagem, que logo seguiu viagem em direção ao vilarejo.

3

Trix finalmente tinha chegado à mansão após a primeira viagem. Ela carregava em sua carruagem os mais feridos junto a menina que ela tinha salvo ainda no vilarejo.

Ao descer da carruagem, sua primeira função era dar um quarto e os cuidados corretos para cada pessoa que estava machucada.

"Bella, venha me ajudar!" – Disse Trix a sua irmã que estava a esperando na porta da mansão.

As duas juntaram forças para retirar todas as pessoas com cuidado e levá-las para os quartos de visitantes da mansão. Bella ajudou a levá-los e enquanto Trix os curava, Bella entregava refeições para cada um de forma organizada.

Elas tinham organizado para que cada quarto recebesse três a quatro feridos conscientes, enquanto que os quartos individuais foram separados para os inconscientes.

Elas praticamente fecharam todo o corredor apenas com aquela primeira leva de feridos.

A garota que tinha sido levada por Trix também recebeu um quarto especial, porém, não era nenhum do corredor de visitas.

"Este é o seu quarto por enquanto."

Trix estava levando a garota até o corredor do quarto dos funcionários. Indicando para ela o quarto ao lado do seu, Trix poderia ter um cuidado mais próximo e carinhoso com a garota, que aparentava segurar o choro desde muito tempo atrás.

Sua expressão infantil não a deixava esconder tão bem os sentimentos, apenas sua vontade de chorar já mudava totalmente a forma de seu rosto, o que deixava evidente seu sentimento interno. Por mais desse pesar, por fora ela esboçava uma firmeza em sua decisão e sua maturidade era um motivo de muito orgulho para a empregada que tinha a salvo.

"Eu amei, muito obrigado."

Ao entrar no quarto, a garota sorriu de forma evidentemente forçada, mas sem nenhuma maldade, era uma forma de tentar se auto convencer do que ela queria sentir. Correndo e pulando pelo grande quarto, ela emanava sua aura de criança. Aquele grande quarto era praticamente do tamanho de sua antiga casa, porém, era uma casa somente para ela.

Pouco tempo foi necessário até que o sorriso forçado se tornasse uma alegria real. Não demorou tanto para que ela vivesse as alegrias de uma criança em uma casa enorme como aquela.

"Posso brincar pela mansão?"

"Claro que pode, mas apenas com uma condição."

Parando de girar, ela prestou atenção e, calmamente, olhava com grandes olhos para a empregada que tinha a palavra.

"Qual é essa condição, senhorita?"

"Primeiro, me diga seu nome. Segundo, não deixe esse seu lindo sorriso escondido."

"Meu nome é Lisa e pode deixar comigo!"

Franzindo a testa, sorriu de forma forte, como se quisesse aumentar o tamanho de seu sorriso. Vendo que sua brincadeira tinha sido recompensada por um sorriso da empregada, a garota saiu dali correndo pelo corredor.

"Ela é uma garota boa." – Disse Trix para si mesma.

Trix entrou no quarto e organizou tudo que a garota ia precisar para estar lá. Desde que ela tinha chegado do vilarejo, já havia passado praticamente todo o dia. Naquele momento já estava na primeira hora do escuro.

"Ah, finalmente te encontrei." – Disse a voz suave de Bella.

Bella invadiu o quarto quando Trix já tinha praticamente terminado de arrumar tudo. Cansada, Bella parecia ter corrido toda a mansão para achar sua irmã.

"O que foi, Bella?" – Questionou preocupada.

"Já terminei de servir todos e arrumar os quartos." – Ela respondeu sorrindo, trazendo um grande alívio para a conversa.

"Ótimo, então está na hora de viajarmos mais uma vez."

Sorrindo uma para a outra, tiveram a recuperação de energia de gêmeas, entrando praticamente na mesma animação. Bella logo saiu do quarto e seguiu em direção a porta da mansão, enquanto que Trix retirou algo do bolso de sua roupa de empregada e deixou na cama do quarto antes de partir.

Ao chegar ao lado de fora, Trix viu que sua irmã já tinha deixado a outra carruagem pronta. Essa era tão grande que precisava ser puxada por dois dragões de uma vez.

Evitando perder tempo, Trix subiu na carruagem na qual tinha feito a primeira viagem e logo viu sua irmã subir na outra carruagem já pronta. As duas foram em direção ao vilarejo em uma velocidade medianamente rápida.

✪✪⬤⬤ Re:Zero ⬤⬤✪✪

A garota que corria por todo o corredor da mansão finalmente tinha se cansado. Já havia passado quase uma hora desde que tinha começado a correr, porém, ela mal tinha terminado de investigar metade da mansão.

Cansada, ela decidiu voltar para seu quarto e ao entrar, imediatamente se deitou.

"Ai"

Sentindo ser cutucada por algo pontudo, ela levantou imediatamente quase pulando da cama. Ao olhar para o que tinha lhe espetado, viu uma embalagem pontuda que carregava algo dentro.

Imediatamente o espírito de criança se fez valer na garota, que curiosa, abriu a embalagem para ver o que estava lá dentro.

Ao abrir, logo subiu o forte cheiro do doce, um doce similar ao doce de leite cultural do mundo de Tsuki.

"Isso é muito bom!" – Ela nem mesmo deu a si mesma a chance de pensar e logo provou do doce.

A expressão feliz da garota resumia bem seu início na estadia daquela mansão.

"Senhorita…" – Disse a garota de forma fofa, enquanto sua alma praticamente passeava por cima das nuvens.

Sua expressão feliz aumentou ainda mais ao notar o carrinho que a garota empregada tinha por ela.

Sem demora, ela terminou seu doce e finalmente deitou para descansar. Por conta de sua fraqueza e cansaço acumulado, dormiu profundamente.