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O Recomeço em um mundo de RPG

Sofrer por causa do erro de outras pessoas, isso resume bem a vida de um jovem garoto, mas mesmo com tudo e todos conspirando contra ele conseguiu sobreviver. Quem iria imaginar que alguém que sobreviveu a praticamente tudo morreria de um jeito tão normal, um dia quando estava em mais uma de suas fugas foi atropelado, morte instantânea, mas algo ainda tinha sido reservado para ele, isso era... uma segunda chance. Ele acorda em uma sala, com o auto intitulado deus estagiário, ele tem a escolha de recomeçar em um novo mundo, cheio de magia e coisas maravilhosas, mas que também irá trazer grandes perigos. Essa é uma história inspirada nos isekais japoneses, nosso protagonista viverá em um mundo de magia e monstros perigosos, conseguirá ele sobreviver nesse mundo assim como fazia em sua antiga vida? (Se bem que ele morreu). Isekai de acordo com a Wikipédia: Isekai (異世界 lit."mundo diferente") é um subgênero de light novels, mangás, animes e jogos eletrônicos de fantasia caracterizado por um protagonista normal (geralmente um habitante contemporâneo da Terra) sendo transportado ou preso em um universo paralelo.

RenCmps · ファンタジー
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60 Chs

Capítulo 40 - Primeiro dia de escolta

~Pov Alícia~

Alícia foi com Bianca para o lado de fora da sala do Líder da guilda. Ficamos esperando-o por algum tempo.

— Então... — Bianca tenta falar, mas fica em silêncio novamente.

Parando para pensar, Bianca não estava agindo normalmente hoje, parecia estar incomodada com alguma coisa. Alícia decide falar com ela sobre.

— Bianca está bem? — Alícia pergunta.

— É apenas uma dúvida... Você realmente está com tanta raiva de Ioan assim?

Então ela estava apenas preocupada comigo e Ioan. Bianca sempre parece estar se preocupando com os outros, isso deixa Alícia com um pouco de inveja, não sabe se poderia tornar-se alguém assim algum dia, provavelmente não.

— Você não entende, é que... — Alícia tenta começar a falar, mas é interrompida pela súbita abertura da porta.

Quem estava ali parado era Ioan. Olhando atentamente para ele a atenção de Alícia é chamada para seus olhos, que estavam avermelhados, como se estivesse chorando. Ao notar nosso olhar ele sorri para nós.

— Vamos indo? Precisamos ir na recepção para recebermos a missão — diz saindo da sala.

— Aconteceu algo com Ioan? — Alícia pergunta um pouco confusa.

— Nada demais, apenas aprendi um truque para que meus olhos voltassem ao normal. Em breve eles ficarão com sua cor original — explica.

Ele desvia das perguntas e começa a andar em direção ao salão principal da guilda. Alícia olha para o líder da guilda, que ainda estava na sala, sentado em atrás de sua mesa. Ele sorri em nossa direção, em resposta é mandada uma grande aura assassina em sua direção, neste momento, pode-se ver que ele começa a suar, mas não desfaz seu sorriso.

— Alícia... — Bianca fala espantada enquanto fecha a porta lentamente, aparentemente foi afetada um pouco pela aura. — Agora mesmo, você... — Ela parece querer dizer algo, mas interrompe-se. — Não é nada...

Enquanto seguimos para o salão principal Alícia usa magia de terra habilmente, como jamais havia conseguido antes, apenas o necessário para travar a porta do líder. Naquele dia três pessoas tiveram que forçar aquela porta, só assim conseguiram tirar o líder, que ficou preso por algumas horas.

~Próximo dia~

Nos encontramos com os aventureiros e os mercadores pela manhã. Estamos perto portão de entrada da vila, pelo lado de fora, alguns guardas estavam fazendo a patrulha da manhã por perto.

Olho para a vila uma última vez. Passamos pouco tempo neste lugar, mas conseguimos arrumar bastante problemas neste curto período. Diferente de minha primeira percepção, onde achei que era apenas uma pequena cidade, foi me demonstrado justamente o contrário. É uma cidade em desenvolvimento, vivendo um crescimento contínuo, afinal, todos aqueles que vem do Norte devem passar por aqui para continuar sua viagem.

— Está tudo pronto? — Um pequeno, e velho, homem se aproxima do nosso grupo, onde estavam os aventureiros, enquanto fala.

Este era Edtolne, nos foi apresentado como o líder desta caravana, um dos mercadores mais respeitados de toda a região. Seu olhar era mais afiado do que de muitos aventureiros de nosso grupo.

— Sim, está tudo de acordo com o que foi planejado. — Seth responde.

Ao total havia quinze carroças nesta caravana, foram chamados dois aventureiros por cada uma delas, então éramos trinta ao total. Alícia também estava conosco, fará a proteção comigo, mas não contava para esta somatória, pois não era uma aventureira de fato.

Seth era o mais experiente do nosso lado, além de ter confiança total do líder da guilda e de todos os aventureiros presentes. Obviamente ele tomou a liderança pelo lado dos aventureiros. Após Edtolne voltar para perto dos mercadores me aproximo dele.

— Tem certeza que não há problema em Alícia vir junto conosco? — pergunto.

— Não é raro vermos aventureiros com companheiros que não são, como vocês, desde que ela não seja um empecilho não haverá problema algum. — Ele responde enquanto vai falar com outros aventureiros.

"Entendo".

Olhando ao redor pode-se notar o baixo número de mulheres, em nosso grupo, mesmo tendo trinta de nós, havia apenas seis. Porém do lado dos mercadores parecia ser diferente, eram responsáveis por quase a metade de seus números.

— Não tem muitas mulheres aventureiras, né? — falo quando chego perto de Bianca.

— Não é atrativo para nós, pelo menos não aqui no reino, você deve lembrar o que aconteceu comigo no dia em que chegamos aqui, certo? — Ela responde.

Enquanto falava mantinha a cabeça baixa. Talvez por ter nascido com um vampiro, uma sociedade onde quase não há diferença entre os gêneros, eu tenha tido uma falsa percepção deste mundo. Mas algo me chamou atenção em sua fala.

— Entendo, tem razão, mas "no Reino", o Império é diferente? — pergunto.

— Aparentemente sim, não posso dizer ao certo, afinal, nunca estive lá, mas dizem que a situação das mulheres melhorou muito após a última imperatriz chegar ao poder. Não apenas isso, mas as pequenas nações entre o Reino e o Império parecem ser de extrema igualdade, com algumas até tendendo ao matriarcado. — Bianca explica.

Olhamos para Alícia, que estava por perto, que afirma balançando a cabeça em sinal de positivo.

Quando terminamos nossa conversa Edtolne fala que estamos de partida. As carroças começam a sair em fila, com um aventureiro ao lado de cada uma delas. Eu e Bianca ficamos tomando conta da penúltima, Alícia estava andando ao meu lado e Seth atrás de nós, fazendo guarda

— Caso se sinta casada me avise, eu te carrego — falo para Alícia após começarmos a andar.

Não estou tratando-a como uma criança, conheço a baixa capacidade física de Alícia, fora nos dito que o caminho será um pouco difícil durante uma parte, mesmo estando em uma estrada, então seria um problema caso ela ficasse exausta durante o caminho.

— Yep. — Talvez entendendo minhas intenções ela responde de forma positiva, sem reclamar por ser tratada como uma criança, como sempre faz.

Desde ontem, quando saímos da sala do líder da guilda, Alícia parece ter voltado a falar comigo normalmente, fico me pergunto o que aconteceu.

Andamos por cerca de duas horas. Antes, assim como perto da vila e até mesmo o caminho que fizemos do porto, era uma planície, também não havia grandes perigos, apenas alguns monstros fracos que apareciam esporadicamente, que foram abatidos imediatamente, porém, estávamos entrando em uma floresta agora, passaremos grande parte de nossa viagem nela.

— Como foi avisado antes, quero que todos dobrem sua atenção a partir de agora, foram relatos assaltos nesta área — Seth grita para que todos possam ouvir.

Pode parecer algo idiota de se fazer, afinal, estamos avisando o inimigo de nossa presença, mas isso não se aplica ao nosso caso. Somos um grupo muito grande, diversas das carroças estão cheias e fazem barulho demais ao se moverem, além disso, se houver alguém que possa nos assaltar, esse alguém já sabe de nós, chamamos muita atenção para não saberem.

Por esses motivos temos tantos aventureiros, normalmente seriam contratados apenas um aventureiro por carroça ou menos ainda. Porém, tínhamos agora um pequeno exército, em guerras é comum pequenos grupos de aventureiros lutarem, sendo cerca de cem o habitual. Temos quase um terço disso, além de Seth, que é considerado o melhor aventureiro da região, por fim também temos o grupo de aventureiros de Sally, que são bem conhecidos, mas agora sem seu líder, que está incapacitado.

— Alícia, lembra do que combinamos, certo? — pergunto baixo.

Mesmo abaixando o tom de voz sei que Seth, que está atrás de nós, pode nos ouvir, ter um homem-besta conosco realmente é difícil.

— Alícia não pode usar sua magia, apenas em casos de grande urgência. — Ela responde repetindo o meu tom de voz.

Pedi para que Alícia não demonstrasse seus poderes. Com o caso de Sally eu acabei chamando muita atenção para nós, provavelmente existem pessoas que estão com seus olhos sobre nosso grupo e podem acabar dirigindo suas más intenções, além disso não confio em mercadores. Seth me deu esta dica antes, muitos deles estão envolvidos com o submundo.

Enquanto pensava sinto o cheiro de algo, se assemelhava ao cheiro de um humano, mas era um pouco diferente, como se misturasse com algum animal, parece até mesmo o cheiro de Seth.

— Inimigos! — Seth grita primeiro, comigo falando logo em seguida.

Ouço o som de algo se movendo rapidamente pelas folhas, não consigo ver nada, era muito rápido para meu nível atual. Um aventureiro, que estava duas carroças na frente, é arremessado no veículo que ele estava fazendo a proteção.

— Todos em guarda! — Seth grita novamente.

Não consigo ver os inimigos, mas pelo cheiro tenho certeza que foi um homem-besta, provavelmente do grupo de assaltantes que o líder da guilda falou para Seth quando estávamos em sua sala. Tudo que posso ver é um borrão amarelo, provavelmente do loiro de suas orelhas e caudas.

— Alícia — A chamo para perto de mim, colocando-a entre mim e a carroça. — Você consegue se defender de algo nesta velocidade? — pergunto, mesmo sabendo a óbvia resposta.

— Não, impossível — Alícia responde.

Posso notar por sua voz, que ela estava nervosa. Olho para a carroça que estávamos protegendo, tinha apenas uma mulher na guia, coloco Alícia, com apenas um braço, ao lado dela, que a abraça.

— Ajude caso veja a possibilidade — falo.

Ela balança a cabeça em positivo.

— Bianca, para carroça! — grito para minha companheira do outro lado.

Sabia que não haviam inimigos daquele lado, afinal, não consigo ouvir o som das folhas se movendo, mas devo garantir que elas estejam bem. A garota se move rapidamente ao me ouvir.

Olho novamente para densa floresta.

— E eu, achava que a velocidade era o meu ponto forte — falo com um leve sorriso.

Votem, comentem e avaliem a obra. Vocês são a força que dá continuidade a obra.

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