Não pretendendo esperar para ver o que ia acontecer, Marie tomou o primeiro voo e viajou para fora do país.
Ela temia que Bryce "sozinho" em Londres tentasse reconquistar Aisha. Isso porque, agora, a "meia-irmã" estava viúva e, portanto, totalmente desimpedida.
Antes de seguir viagem, Marie pesquisou bastante sobre o grupo o qual o marido tentava fazer negócio, assim como também ligou para uma das secretárias do grupo Barton-Grant e conseguiu informações valiosas.
Uma dessas informações foi o telefone pessoal do Stephen, um dos herdeiros do grupo Millman.
Marie, no entanto, pretendia ligar para o herdeiro apenas quando estivesse em terras britânicas.
Antes do dia da partida, Eva ficou sabendo da viagem da Marie, por acaso.
Havia semanas que a mulher não falava com a filha. Sendo assim, a mulher resolveu fazer-lhe uma visitinha.
Na ocasião, Eva se deparou com o passaporte e um cartão de embarque em cima de um móvel na sala.
— Está indo viajar, filha?
Marie olhou para a mãe mas não lhe respondeu nada.
— O Bryce encontra-se viajando a negócios, não é verdade... Por acaso, está pensando em ir atrás dele, Marie?
Não aguentando sentir-se pressionado, a mulher acabou revelando seus planos à mãe.
— Por favor, não venha aqui me julgar, mamãe… Estou fazendo o que qualquer mulher desconfiada faria. Irei, sim, atrás do meu homem.
— Isso é loucura, Marie … Não faça isso. O que tiver que ser seu, será minha filha… Não vale a pena brigarmos por aquilo que nunca teremos.
— Não tente me convencer com seus ditados filosóficos, mamãe. O Bryce é meu, e ninguém irá me tirá-lo — concluiu a mulher.
Enquanto Marie se encontrava a milhares de metros do solo, Bryce estava a dois passos de ter a arquirrival da própria mulher em seus braços.
No barzinho para onde levou Aisha, o bilionário começou a conversar com a executiva.
Queria saber se a viúva precisava de alguma ajuda no caso do processo movido pelos seus enteados.
Aisha não respondia nada, enquanto Bryce só falava.
Mas o silêncio da mulher durante o diálogo do homem, era porque ela queria ver até onde ele iria. Se o CEO, outrora usurpador de herança, tocaria no assunto do roubo, ou mesmo se lhe pediria perdão.
A tal conversa, de fato, não acontecia e daí Bryce sentiu-se aborrecido com o monólogo que fazia. Enquanto que Aisha não desgrudava os lábios do canudo do drink que bebia.
Mas antes que o bilionário desse um basta na "conversação", a executiva se adiantou e disse.
— Já deu minha hora!... É tempo de ir embora.
— Embora! — exclamou Bryce. — Mas nós dois mal conversamos… O que houve aqui, foi apenas um monólogo da minha parte.
— Sinto muito, senhor Grant. Se resolvi acompanhá-lo, foi por conta de estar com sede… Como já terminei o drink, estou indo. Ah! Deixarei aqui o valor da bebida.
— Não será preciso. Eu pago.
Aisha não deu muita atenção ao que Bryce disse. De maneira que ergueu-se da bancada para ir embora.
— Até mais, senhor Grant. Foi um prazer revê-lo!
— Aisha! Porque está me tratando assim? Depois de tudo o que tivemos recentemente… Por favor, não me trate como um estranho.
— Por favor, digo eu, meu senhor… Para todos os efeitos, eu me chamo Riley, e o senhor é apenas um parceiro de negócios. Sendo assim, não vamos misturar as coisas. Me chame pelo meu novo nome de casada.
— Aisha, minha querida. Por quê complicar tanto as coisas?... Se está comigo aqui, é porque ainda é louca por mim, e adoraria estar agora em meus braços.
— Se há alguém louco aqui, essa pessoa é o senhor. E de onde foi que tirou que eu gostaria de estar em seus braços? Por acaso, agora, decifra mentes.
— Não é preciso decifrar mentes pra saber disso. Pois está estampado na sua cara.
— Como eu disse, já deu a minha hora. Adeus!
Aisha foi embora e deixou Bryce sozinho no balcão do barzinho.
Ele queria sair correndo atrás dela, mas temeu por estar em outro país e ser interpretado como assediador.
Haveria nova oportunidade na empresa dos Millman de ficar outra vez cara a cara com a mulher amada. E, quem sabe antes disso, a própria Aisha não o procurasse.
Bryce permaneceu ainda por um bom tempo no barzinho. Na sequência, o homem procurou um bom restaurante, onde jantou sozinho.
Para os amantes de baladas, a noite mal havia começado, sendo que era certo que Christopher aproveitaria para curtir a noite de Londres.
Mas o CEO não pretendia acompanhar o amigo, pois como representante máximo da Barton-Grant, era melhor evitar grandes baladas durante as transações de grandes negócios, para não pecar por excesso.
E embora Christopher, além de ser um dos seus diretores, fosse também seu amigo, o CEO esperava que o mesmo não se excedesse tanto.