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2. A FAMILIA PARGANNO - PARTE 1

Cinco anos antes 

Foi assim que tudo começou...

Marco Parganno era uma figura imponente no mundo dos negócios, conhecido por sua arrogância e autoritarismo. Vindo de uma linhagem poderosa de banqueiros, ele herdou uma vasta fortuna de seu pai, cuja reputação era marcada pela desumanidade e falta de piedade, tanto nos negócios quanto em sua vida pessoal. Essa herança de rigidez e implacabilidade se refletia na maneira como ele criava seu único filho, Mattia, moldando-o à sua própria imagem e semelhança.

A família Parganno era uma das mais influentes da Itália, e Marco liderava uma vida agitada, repleta de reuniões de negócios, eventos sociais e atividades ilícitas realizadas às sombras. Em cada um desses compromissos, ele insistia que seu filho estivesse presente, visando envolvê-lo desde cedo no mundo dos negócios e da alta sociedade. Respeitado e temido por todos ao seu redor, Marco nunca aceitava um "não" como resposta; suas ordens eram seguidas sem questionamentos.

Antony Parganno, o irmão mais novo de Marco, era seu fiel seguidor, compartilhando sua semelhança física e apoiando-o em todas as empreitadas. Por outro lado, Mattia, o único filho de Marco, era um playboy de 24 anos, famoso não apenas por sua riqueza, mas também por sua beleza estonteante. Com um físico atlético, traços faciais perfeitos e cabelos claros cortados rente, ele herdara a arrogância e o autoritarismo de seu pai, vivendo uma vida de prazeres hedonistas e desfrutando da companhia de belas mulheres em festas luxuosas. Apesar de sua popularidade entre a mídia e a alta sociedade, todos sabiam que suas relações eram passageiras, sem compromissos duradouros.

No dia 2 de junho, um feriado nacional celebrado em toda a Itália por representar uma das datas mais importantes de sua história, Marco Parganno encontrava-se em sua deslumbrante casa de campo na região da Toscana, desfrutando do feriado ao lado de sua família e alguns amigos próximos. A mansão em que estavam era verdadeiramente extraordinária, com uma arquitetura inspirada na tradição italiana e uma vista panorâmica de tirar o fôlego.

Enquanto Marco desfrutava de uma bebida tranquila na companhia de seus sócios de negócios - David Miller, Francesco Lambordi e Luigi Santoro - seu filho Mattia vagava pela casa na companhia de uma mulher. Após satisfazer seus desejos, Mattia se vestiu rapidamente ao ouvir alguém bater à porta. Ao se virar para a mulher, ainda nua sobre a cama, ele ordenou com firmeza:

— Vista-se e saia.

A mulher, ciente de seu lugar naquele ambiente, prontamente obedeceu, recolhendo suas roupas e deixando o quarto às pressas. Enquanto isso, Antony, tio de Mattia, aproximou-se dele com uma notificação:

— Seu pai está esperando por você, Mattia.

Sem demonstrar emoções, Mattia assentiu e dirigiu-se ao banheiro para se arrumar. Pouco tempo depois, ele se juntou ao tio e ambos foram até a sala, onde Marco estava reunido com alguns de seus amigos. Enquanto Marco Parganno e seus sócios discutiam os rumos dos negócios da família, Mattia observava atentamente, ciente de que um dia teria que assumir o papel de seu pai. No entanto, naquele momento, ele estava relaxado e despreocupado, deixando as preocupações com o futuro de lado.

Após alguns dias do feriado nacional, a família Parganno recebeu uma notícia devastadora: Francesco Lombardi, um dos sócios da empresa, havia falecido em um grave acidente de carro. A perda foi sentida não apenas pelo aspecto empresarial, mas também pessoal, já que Francesco deixara uma esposa e uma filha para trás, pessoas pelas quais os Parganno tinham grande apreço.

Diante desse acontecimento trágico, Marco convocou seu irmão Antony para uma conversa em seu escritório. Ao entrar, Antony mostrou-se pronto para ajudar, perguntando como poderia contribuir.

— Estou aqui, Marco. Em que posso ser útil? - indagou Antony, demonstrando sua disponibilidade.

Marco, sentado à mesa com alguns documentos, entregou os papéis a Antony com seriedade, indicando que tinha uma tarefa importante para ele.

— Ligue para o Sierra e remarque nossa reunião para sexta à noite. Temos o leilão em Roma e uma negociação na Ilha de Capri após o funeral - instruiu Marco, deixando claro o planejamento dos próximos passos nos negócios da família.

Antony, compreendendo a gravidade da situação e a urgência das atividades, concordou prontamente em executar a ordem. Antes de sair, porém, lembrou-se de um detalhe crucial.

— Nosso voo está pronto - anunciou ele, assegurando que todos os preparativos estavam em ordem.

Marco assentiu com um gesto de cabeça, indicando que Antony podia prosseguir com seus afazeres. O irmão saiu da sala e começou a caminhar pelo corredor em direção à porta que levava a uma suíte pequena. No entanto, antes de poder entrar, Pietro, elegantemente vestido, apareceu na porta e dirigiu-se a Antony de forma abrupta.

— Vá procurar seu primo. Nosso voo já está pronto, e seu tio não tolera atrasos - ordenou Pietro, ressaltando a importância da pontualidade.

Antony assentiu prontamente, reconhecendo a seriedade da situação, e respondeu com determinação:

- Sim, sim, já estou indo. O jovem atravessou os corredores amplos da mansão em Toscana com passos decididos. Aquela propriedade era uma das mais imponentes pertencentes à família Parganno, onde passavam a maior parte de seu tempo. Finalmente, quando chegaram à cidade de Veneza, dirigiram-se à ilha de San Michele, onde se situava o cemitério da cidade. Era um local vasto, com uma paisagem rústica marcante, caracterizado por claustros silenciosos e mausoléus organizados meticulosamente. O cemitério era dividido em áreas designadas para diferentes confissões religiosas, incluindo católica, ortodoxa e evangélica.

A cerimônia fúnebre transcorreu pelo tempo necessário para que familiares e amigos pudessem dar seu último adeus ao ente querido. Enquanto Jaqueline, a esposa do falecido, parecia resignada com a separação, a filha Flávia encontrava-se visivelmente abalada. Ela segurava um terço de ouro entre as mãos trêmulas, buscando conforto nas expressões de condolência ao seu redor.

Após deixarem o cemitério, a família Parganno seguiu diretamente para o hotel de Rossie, em Roma. Marco detestava multidões e optou por permanecer recolhido em sua suíte até a hora do leilão beneficente, que estava programado para começar apenas à noite, próximo ao hotel.

Ao chegar ao leilão, Marco avistou seu sócio e amigo, Luigi Santoro, que já estava presente acompanhado por sua filha, Aline. A jovem, de 19 anos, possuía uma beleza cativante, com cabelos loiros e olhos verdes que encantavam a todos. Reconhecida como uma das mulheres mais bonitas do país, ela irradiava elegância naquela noite. Marco não pôde deixar de notar sua presença, embora seu filho Mattia parecesse distraído com outras distrações naquele ambiente.

Enquanto os homens conversavam, Pietro aproximou-se do tio e recebeu sua ordem sem hesitação.

- Encontre seu primo e traga-o aqui imediatamente - instruiu Marco, com firmeza em suas palavras.

Pietro assentiu com a cabeça em sinal de entendimento e afastou-se habilmente entre os presentes. Ele sabia exatamente onde encontrar o primo, mas optou por não interrompê-lo em seus afazeres.

Após desfrutar de sua seção de prazer, Mattia saiu do quarto e se deparou com o primo Pietro, que o esperava do lado de fora. Um sorriso amplo se desenhou no rosto de Mattia enquanto ele se aproximava.

— Estava me procurando? Indagou, curioso, dirigindo-se ao primo. Pietro consentiu com a cabeça, indicando que sim, e respondeu:

— Seu pai quer falar com você.

 Enquanto caminhavam, Pietro continuou adotando um tom elegante em sua voz:

—Aline está com ele. A menção de Aline fez os olhos de Mattia brilharem ainda mais.

— E como ela está? Perguntou, curioso.

— Muito mais linda do que antes. Respondeu Pietro, com um leve tom de admiração em sua voz.

Mattia não pôde conter seu sorriso.

— Mas ainda é uma criança. Comentou, antes de receber uma correção gentil de Pietro.

— Não diga isso, ela já completou 19 anos. Lembrou-o o primo.

— Ah, sim! Concordou Mattia, reajustando sua percepção da jovem que não via há tanto tempo. — A última vez que a vi, ela usava aparelho nos dentes.

Nesse momento, Pietro colocou a mão no ombro de Mattia, chamando sua atenção para algo à frente. Mattia diminuiu o passo e assobiou baixinho ao avistar a bela jovem ao lado de seu pai. Com uma mistura de emoções, ele se aproximou lentamente, porém com uma firmeza e elegância inconfundíveis.

Cumprimentou a todos com cortesia, mas foi com Aline que ele fez questão de uma saudação especial, pegando delicadamente sua mão e depositando um beijo sobre ela. Foi nesse momento que Marco, dirigiu-se a Mattia.

— Faz quanto tempo que vocês não se veem? Questionou Marco, querendo contextualizar a situação.

No entanto, foi Aline quem respondeu, seu sorriso revelando a felicidade do reencontro.

— Tem exatamente 4 anos, desde que nos vimos pela última vez. Disse ela, com um brilho nos olhos.

Enquanto as pessoas começavam a se aproximar do salão onde ocorreria o leilão, o grupo seguiu juntamente para o local, aproveitando o momento para compartilhar histórias e reacender laços familiares há muito tempo adormecidos.

Após uma noite de glamour e diversão, a família Parganno partiu para a deslumbrante ilha de Capri, onde tinham alguns assuntos comerciais para resolver. Decidiram estender sua estadia na ilha para desfrutar de um tempo de lazer. Enquanto Marco e Antony exploravam a beleza local, aproveitavam para conversar e talvez discutir sobre os negócios, Mattia preferiu se refrescar nas águas da piscina, exibindo seu físico atlético e chamativo.

Mattia era o tipo de homem que atraía olhares por onde passava, com seu rosto perfeito e corpo escultural. Sabia que despertava desejo nas mulheres, que muitas vezes buscavam apenas uma noite de prazer com ele, sem compromissos futuros. No entanto, havia uma exceção: Aline. Enquanto muitas mulheres poderiam vê-lo como apenas um objeto de desejo temporário, Aline nutria um desejo diferente, uma esperança de que, se ela ao menos o tivesse por uma noite, poderia conquistá-lo para sempre com sua beleza e encanto.

Confiantemente, Aline vestiu um biquíni minúsculo e se aproximou da borda da piscina onde Mattia relaxava. Seu coração batia com uma mistura de nervosismo e determinação enquanto ela se aproximava dele. Mattia, distraído em seus pensamentos, de repente levou um susto ao vê-la.

— Olá, Mattia. Cumprimentou Aline com um sorriso brilhante, seus olhos capturando os dele com uma intensidade sutil.

Surpreso com a aparição de Aline, Mattia respondeu com um sorriso educado, mas um tanto intrigado.

— Olá, Aline. Não esperava vê-la por aqui.

Aline se aproximou um pouco mais, sentindo a urgência de expressar seus sentimentos.

— Bem, eu estava pensando que poderíamos passar um tempo juntos nesta bela ilha. O que acha?

Mattia, acostumado com flertes superficiais, ficou surpreso com a abordagem direta de Aline. Ele a observou por um momento, capturando a determinação em seus olhos e a confiança em sua postura.

— Está flertando comigo? Começou Mattia. Havia indignação em sua voz. — Você enlouqueceu? Não deveria se comportar dessa forma.

Mattia saiu da piscina, caminhou até a espreguiçadeira e pegando o roupão vestiu cobrindo seu corpo.

Aline, porém, estava disposta a continuar com aquele jogo de sedução e caminhando até ele o abraçou por traz. Mattia sentiu uma fúria lhe dominar e segurando os braços dela disse:

— O que pensa que está fazendo? Aline sorriu de forma sedutora e mordeu o lábio inferior. Mattia pareceu surpreso com aquela atitude e olhando-a seriamente disse:

— Aline, você é uma criança.