Dançando com a lebre

-rápido! Levem eles para a curandeira!

-esse aqui não está em um bom estado, o que aconteceu? – olhando para as feridas.

-tivemos que tira-lo de debaixo de uma árvore.

-minha nossa. – apreensiva.

Gin: -salvem a vida deles! – vendo seus curandeiros tentado o que podem para salvas os 3 que ele acabaram de resgatar na floresta.

-fizemos o que podemos, agora só depende deles... – o curandeiro olha para Gin.

Algum tempo depois, alguém acorda sobe uma singela cama em meio a um quarto cheio de ornamentos florais pintados nas paredes.

Kamero: -o-onde estou? – sente algo doer em seu lado esquerdo do corpo. -que dor é essa? n... – se depara com algo. -m-meu braço... – seu estômago revira e começa a vomitar.

Nesse instante o corpo de Kamero começa a ficar azulado e libera uma grande quantidade de mana congelante que esfria rapidamente o local o ar ao seu redor, em seguida as coisas que toca e por fim o quarto esta esvaindo um frio congelante.

-o que é isso? ��� uma mulher se aproxima do quarto. -ele acordou, chame o mestre! – uma das cuidadoras que tinha ido olhar seu paciente fala ao ver que ele estava no chão coberto por uma esfera de gelo fina e transparente.

Gin: -o que está acontecendo? – ao chegar e ver o local congelando.

-não sei senhor, ele parece está em estado de choque. – nervosa com aquilo que está acontecendo.

Gin: -Kamero! Kamero! – chamando por seu nome enquanto sente os pelos de seu corpo congelar instantaneamente ao tentar entrar no quarto. -droga, ele no está me ouvindo.

Daisuke: -temos que traze-lo a si ou a vila será congelada. – chegando ao local junta de de uma mulher que usava um manto.

Gin: -Kamero!

Kamero: -...! – com seu corpo ficando com o tom de azul bem forte de tanto frio que está liberando.

-eu vou lá. – fala a mulher encoberta pelo manto.

Gin: -Dandara. – segurando o braço da mulher. -tem certeza?

Dandara: -somente eu posso pará-lo antes que seja tarde demais. – olhando para Gin.

Gin: -vá com cuidado. – largando o braço de Dandara.

Dandara: -tudo bem... – olhando para o a quarto que exala uma forte tempestade de neve. -all spirit total: lebre ceifadora!

Nesse instante uma explosão ocorre dentro do quarto onde estava Kamero, todo o gelo que havia ali estava derretendo em uma velocidade incrível após aquele impacto, o corpo de Kamero estava no chão semiconsciente, ele não entendia o que tinha acontecido, era como se seu corpo tivesse sido rasgado em dois e quando ele percebeu, estava olhando para si próprio, sua alma estava flutuando sobre seu corpo como se ele estivesse morto.

Kamero: -o que? – ver Gin e outros se aproximarem de seu corpo. -Nizo? O que el... – sendo interrompido.

Dandara: -me desculpe por isso. – falando com Kamero antes que sua mente se perca no vazio.

Kamero: -...! – se assusta ao ouvir uma voz de alguém falando com ele. -o que é você? – vendo aquele ser em forma de mulher, ela estava completamente sem roupas e seu corpo era de um cinza azulado como um espectro de luz.

Dandara: -um espírito assim como você. – flutuando, seu corpo tinha formas de uma lebre, com relhas longas e pelagens além de um rabo fofinho.

Kamero olha para si mesmo e percebe que estava como aquela mulher, sem roupas e em uma coloração quase branca mas seu corpo estava com as características de cristais de gelo.

Kamero: -o que você fez comigo? – olhando para Dandara.

Dandara: -não se preocupe, estou do seu lado, tive que usar minha habilidade para separa-lo de seu corpo e assim conseguir acalma-lo ou do contrário teríamos que mata-lo antes que destruísse a vila.

Kamero: -não entendo...meu braço... – vendo que naquela forma estava com seu braço. -o que houve comigo?

Dandara: -iremos explicar tudo, mas para isso preciso que se acalme, tá. – estendendo a mão para ele.

Kamero: -me acalmar? – percebe que aquele gelo ao redor de seu corpo físico era dele. -...tudo bem. – segurando a mão de Dandara.

Dandara: -vamos voltar. – apertando a mão de Kamero.

De repente tudo fica branco e Kamero acorda de volta no seu corpo físico como se nada tivesse acontecido.

Kamero: -... – ofegante.

Gin: -Kamero?

Kamero: -Gin...

Gin: -você voltou. – abraçando Kamero.

Kamero: -onde estou? – tentando raciocinar tudo que houve.

Gin: -descanse, temos muito a conversar. – olhando fixamente para Kamero.

Após uma longa conversa com Gin, Kamero se sente mal com o estado em que se encontra Yashina e Aysa, somente ele havia acordado mas mesmo assim a perda de seu braço o incomodava, esse turbilhão de sentimentos fez com que coisas do passado que ele achava ter superado voltassem.

Kamero: -... – olhando na direção de seu braço que agora só tinha parte dele.

Daisuke: -vai ficar chorando até quando? – olhando para Kamero. -ele não vai voltar se você continuar aqui deitado.

Daisuke chega ao quarto onde Kamero está vivendo.

Kamero: -você... – se vira para olhar para Daisuke.

Disuke: -pode ter perdido parte do seu braço, mas está vivo, aquelas outras duas estão inconscientes e nem sabemos se vão acordar, mas se ela acordarem precisaram de alguém para aliviar a dor delas, esse é seu papel naquela guilda não é, acalmara a todos, o cérebro da guilda, o inabalável Kamero.

Kamero: -do que você está falando? – sentindo um desconforto com tais palavras.

Daisuke: -seu braço pode ter sido perdido naquela floresta, mas não perca sua essência, cabeça de gelo. – olhando para ele. -você é muito mais que um braço.

Kamero: -... – baixando a cabeça.

Daisuke: -ou irá se tornar um toquinho para sempre? – saindo da porta do quarto após dizer tais palavras.

Kamero passar os próximos dias ponderando e refletindo sobre tudo, e toma uma decisão para sua vida a partir daquele momento.

Gin: -então é isso que decidiu fazer aquilo?

Kamero: -sim, não posso mais esperar as coisas acontecerem, tenho que ir atrás do que foi perdido e não quero seu irmão me dando lição de moral.

Gin: -muito bem, irei te designar alguém para lhe ajudar com isso.

Em um dos templos da vila, Kamero guardava alguém que iria lhe ajudar a volta a ser o velho Kamero de antes, alguém que sempre estava ali para aconselhar e destemido.

Dandara: -então foi você que me chamou. – se aproximando dele pela sombra.

Kamero: -eu tinha que te agradecer por aquele dia, mesmo u ano lembrando bem o que aconteceu.

Dandara: -nossa. – sorrindo. -essa situação é meia incomoda não acha? – se aproximando dele.

Kamero: -nem um pouco. – olhando fixo para ela.

Dandara: -mesmo? – bem perto do rosto dele. Mesmo depois de me ver pelada? – sorrir.

Kamero: -você também me viu. – ficando um pouco corado. -e você estava bem diferente de agora.

Dandara: -Gin tinha razão, você não é alguém que se abala fácil. – tocando a testa dele.

Kamero: -errado, eu sou como qualquer um, porem tenho que manter todos a calma.

Dandara: -tudo bem, eu topo lhe treinar a concentração parcial.

Kamero: -agradeço mais uma vez. – se curvando em agradecimento.

Dandara: -não em agradeça ainda. – virando de costas. -vou logo avisando, não será nada fácil. – sorrindo. -e quem sabe não poderemos recuperar isso ai completamente.

Kamero: -teria como? – com dúvidas.

Dandara: -sim, mas antes – olhando para ele. -tire a roupa.

Kamero: -o que? – espantado com aquela fala.

Dandara: -vamos não é nada de demais, já lhe vi assim não foi?

Kamero: -mais foi em forma de alma. – olhando para ela.

Dandara: -nossa como você é chato. – Dandara tira sua própria roupa. -pronto satisfeito eu também vou tirar.

Kamero: -... – corado.

Dandara: -se quiser continuar o treinamento terá que passar por muita coisa, se isso o deixa incomodado nunca terá seu braço de volta.

Kamero: -não acredito nisso... – tirando a roupa. -pronto, satisfeita?

Dandara: -rsrs, sim, só precisava ter tirado a parte de cima mas isso deixa as coisa mais interessantes.

Kamero: -sua... – envergonhando.

Dandara: -oh não fique assim, sou uma santa.

Kamero: -santa nada.

Dandara: -vamos ao desfio, seu treinamento consiste em ter a capacidade de controle mental elevado mas para isso preciso que toque em meu corpo 3 vezes seguidas. – começa a pular. -e sem usar sua magia de gelo.

Kamero: -isso só pode ser brincadeira. – vendo ela pular em alta velocidade.

Dandara: -vamos começar a dança da lebre! – saltando entre os pilares do templo.

Kamero passa as próximas duas semanas treinando sua mente e corpo para conseguir realizar o que Dandara propôs, ter um braço de gelo no lugar do que perdeu, o treinamento com Dandara é duro e rígido e ele acaba demorando mais que pretendia.

Gin: -Kamero!

Kamero: Gin? – saindo do templo após um dia de treinamento.

Gin: -Aysa acordou. – ofegante.

Kamero: -...! – corre me direção ao local onde fica Aysa.

Dandara: -nem para dizer tchau... – cruzando os braços.

Kamero corre até o local onde estava Aysa, ela ainda estava zonza, sem entender o que houve, suas costas doem, ela mal podia ficar sentada ou respirar sem sentir dor.

Kamero: -Aysa... – olhando para ela.

Aysa: -Kamero, Kamero! – abraçando ele enquanto lagrimas escorrem por seu rosto.

Os dois conversão e logo acertam as coisas, mas para Aysa sua nova vida estava começando, ela precisaria passar por longas terapias para poder voltar a ser como antes e assim mais um mês se passa e Yashina ainda continua a dormir.

Aysa: -ela ficará bem? Já a segunda vez que ela corda e volta dormir.

Kamero: -espero que sim – movimentando seu braço de gelo. -só nos resta esperar, agora é com ela.

Os dois dão as mãos como um gesto de amizade forte entre eles, dois meses ali naquele lugar, longe de qualquer coisa, longe de seus amigos, longe de saber o que tinha acontecido de fato, tudo girava em meio ao futuro incerto.

Kamero: -naquela época... eu estava perdido mas agora estou pronto! – olhando fixamente para os movimentos de Dandara. -Dagon espiral de fogo!

Dragon cria um fogo em espiral que se torna gelo rapidamente obstruindo as colunas onde Dandara pulava.

Aysa: -Araknes use sua teias venenosas agora! – criando uma rede de teias entres os pilares em espiral de gelo.

Dandara: -então esse era seu plano? Me encurralar? – sorrindo -já devia saber que isso não pode me impedir, como daquela vez.

Kamero: -eu sei, mas dessa vez tenho Yashina aqui.

Dandara: -o que? – olhando para os lados. -onde está a loirinha?

Yashina: -bem aqui! – saindo de destras de um pilar que havia por trás de Dandara. -cadeia de Lumos!

Dandara: -não! – tentando pegar impulso para salta ao ver Yashina indo em sua direção.

Yashina se agarra na cintura de Dandara ao mesmo tempo que seu spirit cria uma caixa de luz ao redor delas.

Dandara: -que esperto, armaram para mim mas isso não adiante se não conseguir me segurar! – ativando seu hiper pulo.

Yashina: -agora!

Aysa: -casulo de teias!

Kamero: -pô de cinzas!

Kamero e Aysa unem forças para criar um casulo congelado ao redor da caixa de luz onde está Yashina e Dandara que agora não tem para onde fugir e acaba sendo atingida pelas teias congeladas que a prendem no chão.

Dandara: -...!

Aysa: -segurem ela!

Kamero segura o braço esquerdo de Dandara, Yashina o braço direito e Aysa fica em cima das pernas.

Kamero: -acabou... – ofegante.

Yashina: -se renda!

Aysa: -não terá como escapar.

Dandara: -eu não acredito nisso... – olhando para o teto do templo. -vocês conseguiram, meu parabéns!

Kamero: -ufa! – largando Dandara assim como as demais.

Yashina: -...! – tirando o suor do rosto.

Aysa: -limpando sua calcinha que estava suja de grama.

Dandara: -vocês três em, se uniram para mim derrotar com um truque desses.

Kamero: -você é uma lebre afinal. – acariciando Dagon.

Dandara: -bom, parece que teremos o nosso treinamento.

Aysa: -hoje não pelo amor de Deus. – ofegante.

Dandara: -pode relaxar, o próximo passo precisara que todos estejam 100% para atingir a meta.

Yashina: -meta? – olhando para Dandara.

Dandara: -estejam prontos amanha as 10, mandarei suas vestimentas. – saltando para pegar a roupa que havia deixando jogada na grama. -e Kamero.

Kamero: -hum?

Dandara: -agora eu sei por que passou por tudo aquilo por elas. – sorrindo.

Kamero: -... -sorrir também.

Aysa: -viu o que eu disse Yashina.

Yashina: -estou vendo.

Kamero: -calada as duas!

Assim os 4 riem alto dentro do templo após uma longo dia, o sol já se põe no horizonte e os últimos raios atingem as folhas de cerejeiras que voam ao movimento dos ventos.