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Os Sonhadores

Era uma manhã ensolarada em uma pequena cidade, onde as flores começavam

a desabrochar e os pássaros cantavam alegremente. Na escola primária, o som

das risadas das crianças preenchia o ar, e entre elas, quatro amigos se

destacavam: Lucas, Pedro, Sofia e Ana. Eles eram inseparáveis, unidos por uma

amizade que prometia aventuras sem fim.

Nos intervalos, Lucas era sempre o primeiro a bolar um plano. "Vamos brincar de

super-heróis!" ele exclamava, seus olhos brilhando de entusiasmo. Com sua

imaginação fértil, ele transformava o parquinho em uma arena de combate contra

vilões imaginários. "Você pode ser o Capitão Destino, e eu serei o Vencedor!

Vamos salvar o mundo!"

Pedro, o mais cético do grupo, ria e balançava a cabeça. "Só se você prometer que

não vai me deixar cair dessa vez," ele brincava, relembrando uma das muitas vezes

em que Lucas o empurrou levemente durante as brincadeiras, fazendo-o quase

tropeçar. No entanto, mesmo Pedro não podia resistir ao carisma contagiante de

Lucas e frequentemente se via se juntando às aventuras, mesmo que com um pé

atrás.

Sofia e Ana, sempre dispostas a embarcar nas aventuras de Lucas, eram as

heroínas do grupo. Sofia, com seus desenhos coloridos, criava um traje

improvisado de papel para elas, enquanto Ana, com sua personalidade animada,

sugeria novas missões. "Vamos resgatar os gatos presos nas árvores! Ou, talvez,

explorar a floresta mágica atrás da escola!" exclamava Ana, gesticulando com

entusiasmo.

Certa vez, durante uma de suas expedições pela floresta, eles se depararam com

um arbusto espinhoso que parecia esconder algo. "Isso deve ser um portal para

outra dimensão!" Lucas disse, segurando a mão de Sofia enquanto atravessavam

o obstáculo. O grupo se atirou entre risos, mas não sem que Lucas fizesse uma

pose dramática, como um verdadeiro herói.

As tardes eram preenchidas com risadas e jogos. Eles se divertiam jogando bola,

fazendo competições para ver quem conseguia correr mais rápido ou escalar a

árvore mais alta do parque. Pedro, sempre um pouco mais cauteloso, preferia ficar

na base, cuidando das mochilas enquanto os outros se aventuravam mais alto.

"Alguém precisa garantir que não vamos perder nossos lanches!" ele dizia, com

um sorriso satisfeito.

Quando não estavam correndo, estavam se escondendo atrás de arbustos ou

debaixo de balanços, sussurrando segredos uns para os outros. Era o momento de

compartilhar suas esperanças e medos, longe do olhar crítico dos adultos. "Eu

sonho em viajar pelo mundo, conhecer culturas diferentes," Ana confidenciava,

com os olhos brilhando ao imaginar as possibilidades.

Depois das aulas, eles se reuniam no galpão abandonado que encontraram perto

do parque. Era o local perfeito para suas reuniões secretas, longe dos olhares

curiosos dos adultos. Com um grande carvalho como guarda, o galpão se tornou

um santuário onde podiam ser eles mesmos. Dentro, as paredes estavam

cobertas com desenhos feitos por Sofia, representando suas aventuras

imaginárias. Um canto especial era reservado para seus "planos de ação", onde

desenhavam mapas e esquemas de como derrotar seus vilões.

"Devemos ter um nome!" disse Lucas um dia, empolgado. "Que tal 'Os

Sonhadores'?" O grupo concordou, e a partir daquele momento, o nome ficou

gravado em seus corações. Era um símbolo de suas fantasias e da liberdade que

encontravam juntos.

As noites de verão eram ainda mais especiais. Eles se deitavam na grama,

observando as estrelas e imaginando constelações que contavam histórias de

heróis e heroínas. "Olha aquela! É a estrela do Vencedor!" Lucas apontava,

enquanto Pedro fazia um desenho com um galho, representando o super-herói

que ele tinha criado. Sofia, com sua habilidade artística, frequentemente se

oferecia para fazer capas e máscaras de papel para todos, que eram usadas com

orgulho durante suas brincadeiras.

Certa vez, durante um acampamento improvisado no quintal da casa de Ana, eles

decidiram contar histórias de terror. A cada história contada, mais arrepiados eles

ficavam, e quando a última luz da lanterna se apagou, todos gritaram,

mergulhando em uma onda de risadas nervosas. "Vamos fazer um pacto," sugeriu

Sofia, com um olhar sério. "Nada pode separar o Grupo dos Sonhadores!"

Enquanto eles erguiam as mãos para selar o pacto sob a luz das estrelas, as

sombras do carvalho pareciam dançar ao seu redor, tornando a promessa ainda

mais mágica.

"Um dia, nós seremos famosos!" Lucas proclamava, erguendo os punhos em um

gesto de determinação. "E quando isso acontecer, vamos olhar para trás e lembrar

de tudo isso. Nós somos os Sonhadores, e nada pode nos parar!" A determinação

nas palavras de Lucas era contagiante, e todos se sentiram invencíveis naquele

momento.

Os dias se passavam, e as férias de verão se tornavam um período interminável de

aventuras. O grupo costumava fazer caminhadas pelo bairro, procurando tesouros

escondidos, que poderiam ser nada mais do que tampinhas de garrafa ou penas

coloridas, mas para eles, cada descoberta era uma nova história. "Vamos fazer

uma coleção de tesouros!" sugeriu Ana, e logo todas as pequenas "riquezas"

encontradas foram cuidadosamente guardadas em uma caixa de madeira que se

tornaria um verdadeiro relicário de suas memórias.

Enquanto o verão avançava, a inocência da infância florescia, e os quatro amigos

acreditavam que nada poderia separá-los. Eles exploravam cada canto da cidade,

criavam seus próprios jogos e até realizavam pequenas apresentações de teatro

improvisadas no quintal de alguém, onde se revezavam entre os papéis de heróis e

vilões.

Naquele galpão, cercados por risos e a certeza de que juntos poderiam conquistar

o mundo, os quatro amigos eram apenas crianças. Para eles, a vida era um grande

campo de possibilidades, e o futuro brilhava como as estrelas no céu. Não havia

lugar para dúvidas ou medos, apenas um vasto universo de imaginação e

esperança.

Com a inocência da infância, eles desenharam um futuro sem limites, onde a

amizade e a fantasia eram as únicas regras. O tempo passava, mas as memórias

da infância permaneciam como um bálsamo, preenchendo-os com alegria. A

magia da infância era forte, e cada risada compartilhada era um passo a mais em

direção a um futuro que, para eles, parecia repleto de promessas.