Capítulo 8
Emma
– Ah... Oi, Jackson!
(Emma diz um pouco nervosa, torcendo para que aquele momento passe logo. Jackson não tira os olhos dela. Ela continua com a cabeça abaixada, conversando com Chloe. Patrick percebe aquela fascinação de Jackson por ela, resolvendo assim interrompê-lo.)
(Patrick)
– Então, Jack, nós já estávamos de saída. Emma não está se sentindo bem.
(Jackson)
– Ah, não! O que você tem? Aconteceu alguma coisa?
(Ela achou engraçada a pergunta repentina de Jackson. “Aconteceu alguma coisa? Claro que aconteceu! Você me largou na sua casa com um bilhetinho de adeus, e depois de um mês vem me perguntar se aconteceu alguma coisa?”, pensava ela, furiosa, afim de dizer todas as palavras de baixo calão possíveis para aquele homem. Mas de que adiantaria isso? Não resolveria nada. Só pioraria as coisas.)
(Emma)
– Não aconteceu nada. Só não estou bem para permanecer aqui.
(Patrick)
– Vamos então!
(Emma)
– Claro!
(Emma está prestes a se levantar quando vê uma mulher se aproximando, chegando perto de Jackson e envolvendo seu braço no dele.)
(Caroline)
– Ah, querido! Você está aqui! Patrick! Quanto tempo que eu não o vejo.
(Patrick)
– Oi, Caroline, tudo bem? É, faz bastante tempo mesmo.
(Caroline está olhando para Patrick quando percebe a presença de Emma. Rapidamente, ela a observa com desdém, dos pés à cabeça.)
(Caroline)
– E quem seria essa?
(Jackson)
– Ela é a Emma, Caroline.
(Emma fica surpresa ao ver que Jackson respondeu em vez de Patrick, mas não deixa de notar o olhar de víbora com um ataque de ciúmes vindo de Caroline ao ouvir que Jackson a conhecia.)
(Caroline)
– Então vocês se conhecem! Claro, ela deve trabalhar na empresa... ou na casa dos seus pais.
(Emma ouve aquilo, pronta para dizer coisas nada agradáveis para aquela mulherzinha, mas novamente é interrompida por Jackson.)
(Jackson)
– Na verdade, eu e Emma nos encontramos por acaso numa festa da empresa. A amiga dela é a nossa diretora do departamento de vendas.
(Emma)
– Isso! A festa estava ótima, aliás. Não tive tempo de agradecer pela hospitalidade em sua casa. Muito agradável, por sinal.
(Jackson olha para ela sorrindo de canto, mas logo desvia o olhar para Patrick.)
(Caroline)
– A festa foi na sua casa? Por que não me convidou?
(Jackson)
– Como eu disse, era uma festa da empresa. Não poderia te chamar.
(Caroline)
– Mas alguém que não é da empresa foi.
(Caroline olha para Emma, querendo uma explicação para tudo aquilo.)
(Jackson)
– A amiga da Emma trabalha na empresa. Ela foi como convidada. Enfim... Bom, Patrick, nós já vamos indo. Depois a gente se fala.
(Patrick)
– Claro. Temos muitos assuntos a tratar. Nós também estávamos de saída.
(Jackson e Caroline saem primeiro, indo para a recepção. Quando ele para para pegar as chaves do carro, olha por cima dos ombros para trás e seus olhos se encontram com os de Emma. Uma sensação de desejo absoluto e pensamentos impróprios toma conta dos dois. Ela se perguntava se Jack também sentia o mesmo. Ele olhava fixamente nos olhos dela. Aqueles poucos segundos pareciam uma eternidade.)
(Patrick)
– Emma? Vamos!
(Emma estava flutuando em seus pensamentos e na possibilidade de Jackson tocá-la novamente, mas a voz de Patrick a traz de volta.)
(Emma)
– Claro, vamos indo!
(Ambos seguem caminho, e alguns minutos depois...)
(Emma)
– Me desculpe, Patrick. Eu acabei estragando nossa noite. Você deve estar faminto.
(Patrick)
– É, nisso você tem razão. Eu estou faminto... Mas não, você não estragou nada. Mas eu aceitaria um sanduíche como compensação.
(Risos)
(Emma)
– Ok, nada mais justo. Então vamos entrando, porque está frio.
(Um silêncio permanece por todo o trajeto das escadas, até que eles chegam ao apartamento.)
(Patrick)
– Emma! Posso saber o que o Jackson fez com você?
(Emma para no momento em que estava girando a chave. Pensa se seria uma boa ideia contar a ele que Jackson foi um babaca, que simplesmente a deixou sozinha na manhã seguinte, como um cliente deixa uma vadia – só faltou a gorjeta. Tentando manter a calma, ela se vira para Patrick depois de abrir a porta.)
(Emma)
– Talvez seja melhor isso ficar no esquecimento.
(Ele olha confuso para ela, mas logo lhe cai sobre a mente o que poderia ter acontecido. Patrick e Jackson se conheciam desde muito jovens. Frequentaram o mesmo colégio, HSZ (Henrique Sállêz), o mais renomado de Massachusetts. Após o ensino médio, Patrick conseguiu uma ótima bolsa e entrou em Harvard, onde mais uma vez ele e Jackson estavam juntos. Desde então, são como irmãos. E não há sequer um defeito em Jack que Patrick não conheça.)
(Patrick)
– Ele te deixou lá, não foi? Na manhã seguinte ele não estava.
(Emma)
– Como você... Isso não importa. Eu só quero esquecer tudo. E não permitir que aconteça novamente.
(Patrick)
– Eu com certeza não faria isso.
(Emma)
– Patrick!
(Parados na entrada do apartamento de Emma, ambos trocavam olhares intensos – claramente carregados de desejo.)
(Emma)
– O que você quer dizer com isso?
(Patrick)
– Emma, o que eu quero dizer é que... Eu não deixaria você na manhã seguinte. Eu estaria lá quando você acordasse, olhando para sua beleza e te admirando.
(Patrick se aproxima um pouco mais, fazendo com que Emma encoste na porta atrás de si. Ele não conseguia tirar os olhos dos lábios dela. O desejo o consumia – queria beijá-la intensamente, tirando-lhe o fôlego.)
(Emma)
– Patrick, eu... Não sei se isso seria uma boa ideia.
(Patrick)
– Eu não serei como ele, querida. Eu serei melhor do que ele.
(Emma fica pensativa, olhando para aqueles olhos azuis hipnotizantes. Sua respiração estava cada vez mais ofegante. “Talvez ele não seja igual ao Jack... Talvez seja a hora de seguir em frente”, pensava Emma, enquanto redirecionava o olhar para os lábios rosados dele. “O que será mais rosado do que esses lábios? PARE, EMMA.” Mas ela não conseguia conter o desejo que sentia por Patrick.)
(Emma)
– Patrick, eu...
(Patrick)
– Shhh... Só me deixe tê-la.
(Ele sussurra baixinho em seu ouvido. Seus lábios tão perto... Não se contém, deixando o intenso desejo tomar conta de tudo, envolvendo Emma em um beijo profundo e intenso.)
CONTINUA...