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Edificação

Com os investimentos do, agora, Rei das terras centrais: Lorde Berith, as terras Nordicas se tornaram um pouco mais habitáveis.

Recentemente foram descobertas duas fontes novas de água potável, o que foi muito bom para todos. Sim, agora aquele pequeno povoado com duas casas a cada quilômetro multiplicou-se, tornando-se uma pequena vila.

Algumas crianças se mudaram para o território, talvez na tentativa de fugir do conflito de que se fala a todo canto. A maioria tem a idade que tinha Sarah quando chegou ao local.

Eram muitas crianças, elas tinham acabado de desembarcar. Estavam com medo pois seus pais estavam batalhando contra as bruxas em meio ao grande conflito.

Por ver a situação daquelas crianças, que teriam que procurar um lar na casa de estranhos, ela decide iniciar um projeto, e juntamente com seu pai, que também já não aguentava repetir rotinas, construíram uma grande estrutura de madeira, palha, couro e mais alguns componentes extras.

A construção durou cerca de 3 meses para ser finalizada e contou com o esforço de muitos aldeões, principalmente um chamado Skelt, um homem adulto, robusto e com muitas histórias a serem contadas. Sr. Skelt ocupa o cargo de ferreiro da cidade. Ele não pôde deixar de notar tamanha determinação vindo de uma jovem moça, com apenas 17 anos, construindo com tanta destreza. Não podendo deixar tal oportunidade passar, a convidou a ser sua funcionária.

Sarah não pensa duas vezes e aceita sua proposta. "Meu primeiro emprego" pensou ela com um brilho nos olhos.

— Certo, como estamos perto do final de semana podemos começar logo no início da próxima, o que acha?

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A construção foi finalizada após 3 meses e as atividades foram iniciadas após 2 meses de preparo.

Naquela área seriam realizados ensinos de artes marciais e lutas com espadas também. O objetivo de Sarah era ensina-los a se defender sozinhos caso precisem. Eles eram refugiados em meio a uma guerra, logo, conhecimentos como esses eram preciosíssimos, não?

Sarah não mais estava entediada, muito pelo contrário, ela tinha tarefas desde o nascer do dia até cair da noite. Voltando para casa depois do primeiro dia de trabalho, sempre o mais cansativo, saúda seus pais, come…, dorme em cima da mesa enquanto planejava as próximas aulas.

— Coitadinha, vamos leva-la para a cama.

— É, nossa menininha já está crescida e cheia de responsabilidades.

Eles soriram de orgulho e cada um deu um beijo na testa dela.

Logo em seguida Magnus olha para sua esposa e logo um sorriso enche seu rosto, ele pega uma mecha do cabelo dela e o coloca atrás da sua orelha. Se espantando ela olha para ele rápido. Logo ele a surpreende mais uma vez com um beijo na bochecha. Era como falar "Nós conseguimos"

Ela olha para ele com um olhar vindo de baixo para cima. Um olhar tímido como o de início de relação. Ela o abraça enquanto chorava de felicidade. Era como falar "É, conseguimos sim"

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No outro dia, já bem cedo despediu-se dos seus pais e foi à ferraria.

— Ficou sabendo? A guerra se intensificou, estão convocando bravos guerreiros para batalhar em nome da nação.

Sarah olha com a mesma expressão de espanto que sua mãe, e olhando para a espada que estava a afiar e vê seu próprio reflexo.

— Está tudo bem, jovem?

— uh? Ah, sim sim.

Mesmo enquanto ensina as crianças ela ainda pensava naquelas palavras.

— Tia, você parece fora de si, aconteceu alguma coisa?

E pela primeira vez Sarah sentia a sensação, aquela mesma que asthra sentiu.

—Não, meu bem, não é nada com que você deva se preocupar. Terminamos por hoje crianças!

Ela se virou e caiu ao chão enquanto se retirava do local com as crianças. Ela se pôs a chorar, um choro despejado, seus cabelos incomodavam o rosto pois estava de cabeça baixa. Uma explosão de sentimentos a acompanhava. Vergonha era o maior no momento pois todos os seus alunos a estavam vendo naquele estado. Eles não entendiam bem o que se passava, mas decidiram acolhe-la. Eles a abraçaram e secaram suas lágrimas.

Sarah sentiu o corar do seu rosto e se lembrou daquela cena que já havia vivido anos atrás. Chorou pelo acolhimento e sorriu pela lembrança.

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Triste estava quando percebi que minha filha já se aproximava de casa. Era chegada a hora em que teriamos de dar à nossa filha a nossa pior notícia. Preferia que essa hora não chegasse nunca. Logo agora que as coisas haviam se estabilizado.

— Oi pai— Disse Sarah desviando o olhar e, andando rápido, logo foi para seu quarto. Se arrumou e foi jantar juntamente com seus pais. Era ali que teriam a conversa mais impor-

Sarah foi surpreendida com um ataque vindo de cima. Ela se move de forma a dar um chute para o alto, mas quando olha para seu alvo…

Ela mantém o pé no alto e o para no ar. O garoto se contorce. Sarah já cansada de surpresas, pergunta com um tom grosseiro:

— Quem é você e o que faz aqui?

— Um bravo guerreiro! — Disse ele. Ela mudou de semblante ao perceber que era uma das crianças refugiadas.

— Ok então.

Ela desceu sua perna e deixou a criança no chão.

— Não um bravo guerreiro, não ainda, MAS PRETENDO! Quando eu tiver idade vou proteger a todos da minha família. Vou entrar no exército real e ganhar muito ouro, vou deixá-los ricos.

Sarah vira sua cabeça um pouco e olha para ele com um olhar diferente de antes, ela gosta de seus motivos.

— Quer que eu te ajude com esse objetivo? Posso te dar aulas, você vai poder cumprir seu objetivo rapidinh —

— NÃO! não preciso que uma mulher como você me diga como eu devo alcançar meu objetivo!

Com um tom de deboche ela dá uma risada e empurra sua cabeça pra trás.

Sarah ainda estava confusa a respeito do que acontecia, mas por sorte, ou azar, seus pais chegaram à sala de refeições.

— Oh, vemos que já conhece nosso convidado especial.

Ela ergueu seus ombros e inclinou a cabeça em sinal de dúvida.

—A que devemos a honra de receber esse "gentil" rapaz? — Perguntou esboçando um sorriso falso e com os dentes rangendo um pouco.

— Nós conversamos por um longo período de tempo e…

Sarah estava desacreditada.

—Por quê logo esse pest-

Sarah nunca se tinha visto um olhar tão amedrontador vindo de Bárbara quanto naquele momento. Por um instante pensei que poderia ser o enigma, mas era só a mamãe.

Logo em seguida, Bárbara voltou a atenção ao jantar e um sorriso encheu seu rosto. "Por que isso tem que acontecer justamente comigo? Antes não tinha o que fazer, agora tenho até demais. Sem contar esse menino agora" pensou já enfurecida enquanto deslizava cadeira abaixo.

Ela enfrentava muito estresse naquele momento, mas sempre procurava manter as aparências com os alunos. Sr Skelt sempre notava a sua mudança de humor constante. As sensações se acumulavam, e se expandiam cada vez mais. Era sufocante, como se sua energia fosse roubada.

Após alguns dias de trabalho duro e muito esforço Sarah foi surpreendida com uma pergunta de seu mais novo irmão que estava brincando com outros refugiados.

— Por que trabalha tanto? Você tá sempre andando por aí.

E logo foi respondido com um olhar que já dizia tudo.

É para ajudar meus pais a manterem mais uma pessoa na casa, obrigada. — Respondeu já impaciente.

As aulas seguiam normais, Ela já estava se acostumando com o ritmo, já conseguia descansar como devia e se esforçar o mínimo. Estava tudo perfeito.

Chegando em casa percebe um ar estranho. Seu irmão olhava para ela com o rosto escondido.

— O que aconteceu? Por quê está assi… O que você fez?

Ele saiu correndo dalí. Sarah estava decidida, a coisa certa a se fazer naquele momento era… jantar. Logo após, decidiu dormir, mas foi interrompida por sua mãe.

—Vahvka está um pouco estranho hoje, não me deixa chegar perto. Pode tentar falar com ele?

Balançou a cabeça em sinal de confirmação e foi direto para seu quarto.

Depois de um tempo fazendo projetos de armas para o Sr. Skelt e planejando as próximas aulas, algo acaba fugindo da memória… o que era mesmo? Bom, não deve ser nada importante…

— Venha, venha, eu só lhe ofereço o que você quer. Venha, venha, eu sei que você quer isso. — "Falava" sua cama ansiosa para recepcioná-la.

Sons estranhos se propagavam pelo lado de fora de seu quarto, isso incomodava um bocado. Sua cama a abraçava cada vez mais forte, era impossível levantar… O barulho persistia e se intensificava aos poucos, era um choro baixo, que logo foi acompanhado de um toc toc.

Preocupada, Sarah vai o mais rápido possível até a porta, lá ela vê seu irmão.

— Vahvka o que aconteceu? Por quê está aqui a essa hora?

Arrependido, ele dá um passo para trás, logo Sarah percebeu que seu comportamento estava estranho, assim como lhe falara sua mãe.

— Está tudo bem, pode falar comigo — Falou tentando acalma-lo.

— Por quê está escondendo sua mão? Pode me mostr- Meus deuses! Está quebrada!? Como isso foi acontecer!? Não! não importa, vamos cuidar disso!

O levando nas costas, Sarah corre, mesmo à noite, até a casa do guapêh da vila, aquele mesmo que havia sido chamado para cuidar de sua mãe. Chegando lá ele o tratou, anestesiando com magia, ele colocou o osso de volta no lugar.

— Teve sorte de não precisar fazer leikata1 — Resmungou.

Voltando para casa, conversavam.

— Não conte isso para seus pais. — Falou virando o rosto.

— Não vou contar, mas se descobrirem não posso fazer nada. Ah, a propósito, pode os chamar de nossos pais. — Respondeu com um sorriso bobo.

— Eu venho treinando uma magia de cura a um tempo, posso fazer melhorar mais rápido. — continuou. Os dois sorriram.

—Anda, sobe aí, assim é mais rápido.

E seguiram.

Já aproveitou a leitura hoje?

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