A Adrienne que você conhece está morta (2)

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Myrtle acompanhou-os pelo restante da tarde, mas ela saiu antes das cinco para o trabalho. Adrienne agradeceu à sua melhor amiga pela enésima vez naquele dia, mas Myrtle apenas acenou com a mão em resposta.

"Não foi nada, Addie. Eu sei que você faria o mesmo se eu estivesse na mesma situação," Myrtle respondeu. "Contanto que você prometa não se envolver com o meu irmão idiota, então estamos bem."

"Você ainda está preocupada com isso?" Adrienne cruzou os braços sobre o peito e riu. "Não seja ridícula. Nós não seríamos capazes de nos tolerar se os sentimentos fossem unilaterais. Você não sabe? Eu também quero me casar com o homem que me ama, mas não estou criando expectativas."

"Tudo bem. Acho que é o suficiente por agora. Eu só estou preocupada com você, Addie. Espero que você entenda." Myrtle tocou levemente o braço de Adrienne.

"Eu sei, Myrtle. Eu que deveria pedir desculpas por fazer você se preocupar. Vá agora, eu não quero ser culpada se você se atrasar de novo hoje." Adrienne respondeu, sorrindo tranquilizadoramente para sua melhor amiga.

Myrtle se despediu da mãe de Adrienne antes de deixar o hospital. Adrienne optou por ficar com a mãe, sabendo que nem seu pai nem seus meio-irmãos se importavam com o paradeiro dela. Ela observou a enfermeira administrar um medicamento na mãe.

"Que tipo de medicamento é esse?" Ela perguntou curiosamente à enfermeira. Agora que ela sabia que Camila estava por trás da condição da mãe, ela não podia deixar de estar atenta aos medicamentos que estavam sendo administrados.

"Este é o antibiótico para a sua mãe. Ela contraiu pneumonia recentemente. Não se preocupe, deve melhorar assim que ela completar o tratamento de sete dias." A enfermeira respondeu educadamente. Em seguida, mostrou a Adrienne o rótulo no frasco que ela estava segurando.

Adrienne esfregou a têmpora. "Desculpe. Tenho muitas coisas em mente nestes dias."

Certo, foi por volta dessa época que a mãe teve algumas complicações. Isso a fez entrar em pânico, preocupada que isso afetasse os fundos que lhe restavam. Talvez ela devesse tentar espremer dinheiro do pai usando meios tortuosos desta vez.

A enfermeira olhou para ela com pena, algo a que Adrienne já estava acostumada em sua vida anterior. No entanto, algumas pessoas achavam que ela era cruel por manter a mãe em suporte de vida e ela não podia culpá-las.

Outros poderiam ter desistido rapidamente, mas não Adrienne. Ela nunca desistiria, especialmente agora que ela conhecia a verdade. No entanto, conhecer a raiz do problema não significava que ela também conhecia a solução. Ela precisava encontrar uma maneira de impedir que eles prejudicassem ainda mais a saúde de sua mãe.

Ela ficou até a última hora de visitação. O sol já havia se posto, e os visitantes estavam deixando o hospital um após o outro. Não foi até as sete da noite que Adrienne se levantou de sua cadeira e saiu quando um som estrondoso de algo se quebrando ecoou do quarto em frente ao deles.

Adrienne franziu o cenho, lembrando-se de que havia um paciente perto do quarto de sua mãe que sempre começava uma algazarra. Ela nunca se atreveu a ver quem era ou descobrir o problema. Eles estavam no andar da UTI do hospital, e apenas aqueles com alta posição na sociedade eram atendidos ali, e ela preferia não se envolver com eles anteriormente.

Entretanto, após seu renascimento, a personalidade de Adrienne tornou-se uma que não aceita besteira dos outros. Ela adotou uma nova crença que diz, 'Você merece o que tolera.' Se este jovem mestre arrogante pensa que é dono do lugar e tem o direito de causar tumulto, ele está muito enganado.

Adrienne caminhou em direção à porta com passos leves e bateu duas vezes nela. No entanto, em vez de uma resposta, ela ouviu talheres caindo no chão e coisas quebrando. Pelo canto do olho, viu as enfermeiras no corredor fugindo. Parecia que elas também não ousavam ofender quem quer que estivesse internado naquele quarto.

"Nox, você precisa se acalmar." Ela ouviu um homem falar reprovadoramente. "Você não pode ser assim! Como posso ajudar você se você mesmo não se ajuda?!"

Essas palavras ecoaram enquanto Adrienne estava do lado de fora da porta. Ela não pôde deixar de concordar com aquele homem. A mudança começa com a própria pessoa. Ela ficou implorando em sua vida anterior, mas como isso terminou para ela? Ela implorou a todos para ajudá-la, mas não teve coragem de mudar como os outros a tratavam.

"É fácil para você dizer essas palavras porque você não está no meu lugar, Gav!" Outro homem sibilou de dor atrás da porta fechada. "Prefiro morrer a sofrer assim. Quem se importa se eu perder a fortuna de nossa família para esses abutres dos Cheng? Quem se importa se eles matarem os bastardos que meu pai gerou com suas amantes? Por que ele teve que morrer e deixar essa bagunça para eu resolver? Eu deveria ter morrido com ele naquele acidente do que sofrer assim pelo resto da minha vida!"

Algo dentro de Adrienne estalou ao ouvir suas palavras. Um fúria percorreu suas veias enquanto ela abria a porta com força, surpreendendo os dois homens dentro. Um estava vestido com um terno, enquanto o outro homem estava com uma roupa de hospital branca. Seu olho direito estava coberto por uma bandagem, assim como seus braços e membros. Parecia que ele tinha sofrido queimaduras graves.

Contudo, isso não foi o suficiente para acalmar a ira de Adrienne. Ela ignorou o olhar surpreso do outro homem e caminhou diretamente em direção ao paciente, que a olhava com confusão e irritação. Ele provavelmente não esperava que alguém o confrontasse assim.

Antes que o homem pudesse questionar Adrienne por entrar em seu quarto sem permissão, um tapa pesado pousou em seu rosto, deixando-o atônito no lugar. Ele levantou o olhar, encontrando o olhar igualmente furioso de Adrienne.

"Você recebeu uma chance de viver e ainda assim continua sendo ingrato? Você não deveria usar essa chance para acertar as contas?"

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