Ter uma cama após dormir na floresta era uma excelente mudança de ritmo, mas como o esperado, era incomparável com sua vida anterior.
A diferença na qualidade de vida era gritante.
Pelos menos por agora, isso era.
A pousada indicada por Teresa custava 10 pratas a diária, incluindo jantar. Ashton alugou um quarto para três dias, tendo ainda 20 pratas sobrando. Ele planejava se tornar um aventureiro e conseguir dinheiro para os próximos dias.
Uma parte importante que sempre é dito, mas muito ignorado, era a enorme diferença culinária entre o mundo de fantasia e a Terra. Quando ele recebeu aquela tigela de sopa e um pedaço de pão que parecia ter sido feito dois dias atrás, Ashton se resignou a desgraça.
Sopa nem era janta!
Por incrível que pareça, mesmo que ele fosse um bom comedor em sua última vida, aquela 'janta' foi o suficiente pra ele. Foi o mesmo com aquelas carnes secas que Teresa havia dado pra ele.
Talvez aumentar suas estatísticas diminuísse a necessidade de alimentação? Ou havia alguma outra diferença entre seu corpo terráqueo e o atual?
Como não era algo que ele precisava ter a resposta, Ashton ignorou isso enquanto prometia pra si mesmo que iria arrumar dinheiro suficiente pra comer qualquer tipo de especiaria que esse mundo poderia fornecer.
Ele também queria tomar um bom banho, já que tudo o quê fez foi se limpar com um pano úmido improvisado.
Como esperado, enquanto a parte da aventura era impressionante, o dia-a-dia no mundo de fantasias não era tão deslumbrante.
"O próximo passo é… ficar mais forte e ter informações."
O melhor lugar era a Guilda de Aventureiros. Ele deu uma olhada pela cidade, mas dificilmente existiria o conceito de biblioteca pública no mundo medieval. Por isso ele foi direto para a guilda.
Teresa havia passado algumas instruções e com a ajuda das senhoras que sempre coravam quando ele iniciava uma conversa, ele encontrou o local correto.
Era um edifício enorme que parecia ter três andares. Uma espada e um escudo foram desenhados como o logo, e em baixo, em escrita claramente japonesa, estava Guilda de Aventureiros.
'Pensando nisso, eu estive falando japonês o tempo todo.'
Foi o mesmo quando conversou com Teresa. Ele ignorou já que Japonês é sua língua materna, mas não é estranho?
'Bom, vamos apenas ignorar isso.'
Ashton tem certeza que havia uma história por trás disso e não tinha muita vontade de descobrir.
'Isso não deveria acontecer, certo?'
Uma situação clichê normal onde o protagonista visitava a guilda de aventureiros pela primeira vez e de algum modo, o aventureiro veterano arruma uma briga com o protagonista e isso se desenvolve em uma disputa.
Já que ele não era o herói, não tem como isso acontecer com ele.
Mas só por precaução, ele entrou fazendo o menor barulho possível enquanto exalava confiança.
Geralmente os protagonistas chamavam atenção por ser muito barulhento já que estava surpreso com as novidades que eram apresentados, ou porque estava acompanhado com seu harém.
Ashton não estaria em nenhum dos dois cenários.
O espaço interior era bem amplo e o design parecia um pouco com as construções da roma antiga. Mais adiante havia quatro balcões para atendimento com uma funcionária da guilda, ao lado direito tinha um amplo espaço com um enorme quadro onde havia alguns papéis pendurados, também havia mesas espalhadas por lá. Ao lado direito estava uma escada que levaria para o andar superior.
Diferente do quê Ashton pensava, não havia todos os tipos de aventureiros fazendo bagunça. Havia um fluxo de conversas constantes, mas estava separada para cada pequeno grupo. Não havia nenhum sinal de descontrole por parte dos aventureiros.
'Essa não é a vila dos novatos.' Ashton pensou de repente. Fazia sentido já que um grupo de Rank B como o de Teresa trabalhava nesse território. Então aquele comportamento clichê deveria ser difícil de encontrar. Para aventureiros de alto nível, é provável que eles estejam muito preocupado com boas missões, aumentar de nível e adquirir melhores equipamentos. Seria assim se fosse Ashton na situação deles.
Havia também uma óbvia diferenças de raças entre os aventureiros. Os humanos pareciam predominantes, claro, mas elfos e também humanos com características de animais existia. Ashton também tem certeza que viu um homem barbudo com menos da metade de seu tamanho.
De fato, um mundo de fantasia.
Acenando pra si mesmo em auto-satisfação, Ashton pegou uma das senhas que o pessoal da guilda forneceu. Parece que diferente da geralmente optada fila indiana, aqui havia um sistema de senhas. Seria sua vez quando seu número de senha fosse chamado.
Havia um painel aparentemente eletrônico com as senhas recentemente chamadas. Estava no 203, e a senha de Ashton era 251.
'Hmm, porque sinto que estou em um banco?'
Esse novo mundo parece ter se desenvolvido em uma direção moderna.
Ashton calmante esperou sua vez ser chamada. Mesmo quando sentia alguns olhares fixos nele, ele não reagiu ou olhou nessa direção. Sua [Percepção de Perigo (Lv.7)] não reagiu muito, o quê dizia como nenhuma hostilidade foi dirigida para ele.
Foi só quando ele foi chamado que Ashton voltou a se mover. Segundo o painel aparentemente eletrônico, ele deveria ir para o balcão quatro. Olhando de leve, parecia que a guilda tinha um alto padrão de beleza para suas funcionárias. Não era nada como Teresa ou a elfa de antes, mas ainda melhores que a média no seu mundo anterior.
A atendente de seu balcão designado também era bonita e se seu uniforme justo fosse algo, parecia ter seus três tamanhos em alta medida, até mesmo se comparada a Teresa.
'É clichê um aventureiro novato dar em cima da atendente?' Ashton pensou seriamente enquanto se aproximava.
"Bem-vindo a Guilda de Aventureiros! O quê posso fazer por você hoje, senhor?" A atendente chamada Kiere, se o nome escrito na placa de identificação sobre seu busto estivesse certo, falou alegremente com Ashton.
"Quero me registrar como um aventureiro." Ashton sorriu para a atendente, que pareceu ficar um pouco desnorteada antes de um pequeno rubor surgir no seu rosto.
Isso aí! Ashton estava fazendo uso total de seu Charme maximizado!
"*tosse* Por favor, preencha esse papel com suas informações enquanto eu busco alguns equipamentos!" Kiere tossiu pra se livrar do constrangimento. Ela passou alguns papéis para Ashton antes de se levantar pra buscar algo.
'Kanji, hein..' Ashton pensou vendo a escrita nos papéis. Estava apenas pedindo algumas informações como seu nome e local de nascimento. A segunda folha pedia detalhes como seu Nível e se havia ou não alguma Habilidade Única ou Benção.
'O quê devo colocar?' Seu nível ele obviamente colocou o real, já que não tinha nenhum problema com isso. A questão era sobre sua Habilidade Única. Se ele selecionasse sim, teria que descrevê-la depois? A sua tem um efeito ridículo demais. Sempre há o fato de mentir sobre a descrição, mas eles tinham algum método pra descobrir isso?
A benção é desnecessária dizer que ele não contaria a verdade!
Mesmo que fosse enfraquecida, é a benção da mesma deusa que o Herói recebeu! É claro que isso chamaria atenção desnecessária.
'Vamos apenas colocar não e se eles descobrirem algo eu invento alguma desculpa.'
Ele sempre foi bom em jogar a culpa nos outros, e agora com [Engano (Lv.7)] como arma, Ashton pode ter se tornado ainda melhor nisso!
"Desculpe pela demora! Terminou de preencher os papéis?" Kiere voltou com um estranho cristal preto em suas mãos. Ashton acenou ainda sorrindo enquanto entregava os papéis pra ela, que os leu após se sentar.
"Mhmm.. Ashton, 18 anos. [Nível 4] e sem Habilidade Única ou Benção." Ela recitou sua informação. Apesar de falar abertamente, havia espaço suficiente entre os balcões de atendimento pra ninguém mais ouvi-la.
Exceto pela pequeno franzimento de testa quando falou seu nível, Kiere parecia esperar a falta de Habilidade Única ou Benção.
'Então é raro.' Ashton pensou. Ele não tinha muito pra comparar, mas Habilidades Únicas pareciam bem poderosas. Seria um caos se todos tivessem habilidades como essa.
Mas claro, sua única base pra dizer isso é o Herói e ele mesmo. O Herói é uma exceção por si mesmo, sem dizer ele, que parecia ser ainda pior.
"Muito bem, peguei tudo! Agora, vamos prosseguir!" Kiere falou abrindo um sorriso puro, mas [Percepção de Perigo (Lv.7)] o avisou de alguma malicia escondida ali. "Este é um Cristal de Avaliação! Nós vamos usá-lo pra verificar suas informações de registro!"
Ah, eles realmente tinham um modo de confirmar se era verdade ou não.
Esses caras… eles ainda dão alguma esperança pra mentira, apenas para expô-las em sua cara! Que tipo de personalidade é essa?
Ashton riu pensando naqueles que foram pegos mentindo.
'Eles tratam diferentes aqueles que deram informações corretamente e aqueles que mentiram?'
"Cristal de Informação? Como funciona?" Ashton perguntou genuinamente curioso. Ele tinha uma idéia, mas não fazia mal confirmar.
"É um artefato mágico que tem a função de se conectar com o Registro de quem o toca e exibir suas informações básicas! Como [Nome], [Nível] e [Habilidades]. O quê nós temos aqui é uma Artefato Médio, então pode ler até o [Nível 50] ou [Habilidades] de Lv.5 ou inferior!"
Então em vez de ler a mana, núcleo ou algo assim, ele se conecta diretamente com o Registro hein…
Mas habilidades até o Lv.5… de alguma forman Ashton não sabia se isso era bom ou problemático.
Por um lado, seria difícil explicar com um [Nível 4] tinha uma Habilidade maximizada e outras 4 no Lv.7.
Mas também seria estranho se ele não tivesse nenhuma habilidade. Pode não ser tão fácil para os outros quanto é pra ele, que tem o requisito de aquisição de habilidades no mínimo, mas ainda deveria ter uma habilidade ou outra, não é?
Bom, de algum jeito ele pode sair disso culpando seu Nível baixo, Ashton esperava.
É a melhor sequência de capítulos postados na minha curta carreira na webnovel.
Também tenho tantas idéias pra implementar nessa história quê algumas vezes fico travado, sem saber qual é a melhor.
E vocês, me digam, tem alguma habilidade que considerariam interessante para Ashton aprender? Talvez eu consiga encaixar na história se for algo viável.