Capítulo 20

A porta de metal se abriu, ao mesmo tempo uma brisa fria tocou o corpo de Xiao Nong, ele entrou lentamente enquanto olhava o entorno.

Nong- Para um lugar que pode ter ficado 14 anos sem nenhum zelador, até que está bem conservado.

Ele usou o inventário do sistema e pegou os dois Stilettos, ao passar pela porta as luzes da base ligaram automaticamente, sem se importar com isso Xiao Nong teve sua atenção voltada para uma parede, nela estava o mapa da instalação.

"Se eu estou aqui na ala leste, traçando um caminho seguindo o corredor principal, depois virando à esquerda no terceiro bloco, eu vou chegar onde quero."

Nong- Mas é melhor eu ver se não há nenhum residente no recinto.

Nong apertou os Stilettos e foi vasculhar a área subterrânea da Germany Heavy Industries.

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???- Maya, o que você quer comer hoje?

Maya- ...

???- Maya.

Maya- Ah! Oi, desculpa, é que eu não dormi direito.

Nem lembro a última vez que dormi em casa, se não fosse por Lívia. Talvez eu fosse um saco de ossos.

Olivia- Vamos, sou eu que pago hoje.

Maya- Não quero te incomodar, eu trouxe a minha bolsa...

Não! Eu esqueci a bolsa!

Olivia- Sério?

Maya- Eu vou ter que confiar em você, depois te pago.

Olivia- Relaxe, eu faço isso porque sou sua amiga, e se você ainda botasse na cabeça que tem que me pagar, vai acabar morrendo.

Maya- Que pensamento malicioso é esse?!

Olivia- No mínimo haverá uma pesada conta do hospital na próxima vez que desmaiar.

No mínimo? Você não melhorou nem um pouco!

Maya- Certo, vamos, eu estou tendo pesadelos com essas coisas.

Eu me levando e sigo a liderança de Lívia.

Olivia- Os anjos, ou os chefes?

Maya- Ambos, sorte nossa que eles só atacam o Japão.

Olivia- Eu soube que a capitã da nossa força aérea se machucou durante a ativação do Eva 03.

Maya- Você sempre tem alguma informação esquisita.

Olivia- Uma mulher bem informada e capaz, sou quem sou.

Maya- Por que eles sempre escolheram adolescentes como pilotos?

Olivia- Vai saber, vai querer beber o quê?

Maya- Água. Sabe por que eu vim pra cá?

Olivia- Sua família morava na Austrália quando você se mudou para cá.

Maya- Sim, eu fiz a minha faculdade de engenharia pensando em reconstruir o mundo, mas veja, estamos construindo uma arma.

Olivia- Usar uma arma como essas é melhor do que botar um pirralho para controlar um monstro.

Maya- Ele já está pronto, quando você acha que enviaram ele?

Olivia- Pará o Japão? Quanto mais cedo melhor, lá tem algo, que se aquelas aberrações acharem, vão tentar acabar com o resto da concorrência.

Maya- Que mesquinha.

Olivia- Não me culpe, embora ajudemos, é só porque não queremos problemas pra cima da gente.

Maya- É isso que chamam de tsundere?

Olivia- Coma e pare de perturbar.

Maya- Você me acordou, arque com a responsabilidade.

Olivia- Talvez eu deva resolver isso hoje a noite?

Maya- ... Faça o que quiser.

Eu me sento em uma mesa próxima ao monitor do refeitório e assisto ao noticiário.

Nele mostram as recentes notícias do Japão, embora sejam ruins, ainda são notícias.

Olivia- Porque está vendo isso aí? Não é melhor vir assistir comigo?

Olivia balança o celular na minha frente.

Maya- Certo.

Eu pego um dos fones de ouvido e ponho na orelha enquanto assisto, é uma das transmissões que o pessoal da inteligência usa.

Embora eu nunca tenha perguntado, é inegável que Lívia brinca de estagiária*.

*:Brincar de estagiário: Fingir que não sabe de nada no local de trabalho para se passar despercebido, algumas vezes os chefes plantam falsos estagiários para saber o caráter de cada funcionário.

Mas não me interessa isso, se ela nunca me falou, é porque eu não devo saber.

Maya- Lívia, problemas.

Um anjo apareceu.

Tinha o corpo envolto de faixas pretas com uma face como uma máscara bem presa ao corpo, e olhos vermelhos...

Olivia- Isso é assustador, parece até que isso sabe que a gente está assistindo pelas câmeras.

Sim, é como se soubesse que estamos vendo ele.

Os olhos dele brilharam, eu aprendi com Lívia, que sempre isso acontece.

Maya- Ah!

Ele derreteu. Derreteu tudo, a terra, não... Toda a blindagem da Nerv virou fumaça.

Olivia- Maya, você está pálida.

Maya- Quer se olhar no espelho?

Eles não tiveram a mínima chance, a defesa foi embora em um momento, o que eles vão fazer? A unidade 02 foi congela, o piloto da 01 desertou, a 00 está em reparos...

Maya- ZeroTwo?

Olivia- Não é possível... Auska está em detenção, a não ser que... Mas ninguém me disse nada sobre ela estar no Japão!

Maya- Você sabe quem pilota a 02?

Olivia- Eu te falo depois.

O que eu estou vendo a seguir é algo maravilhoso.

Não, não há nada de maravilhoso, é tão horrível que não posso descrever, o braço da unidade 02 foi esfarelado e a blindagem do crânio pulverizada.

Olivia- Meu Deus, ela vai morrer!

Eu não consigo aguentar, lágrimas brotam dos meus olhos, eu não consigo mais ver isso.

Eu preciso tomar ar fresco.

Eu me levando e bato no ombro de Lívia, ela se levanta e me segue pro lado de fora.

Olivia- Ainda não acabou, olhe...

Eu não quero olhar, isso é brutal.

Mas eu vejo a 00, mesmo com os braços surrados, ela corre para o anjo carregando um míssil nos braços. Mas ela não conseguiu nem arranhar o monstro, ela não pôde sequer tocar nele.

Olivia- A 02 ainda está indo para cima!

Desespero, eu posso sentir o mesmo.

Ela arrancando qualquer que seja o fôlego para passar o escudo daquele monstro.

Três, dois... E um!

A tela ficou branca, o míssil explodiu, mas depois pudemos ver, a 00 desmoronado em frente ao anjo, então, uma boca se revelando por baixo da máscara.

Eu não sei mas, eu pude ouvir, eu realmente ouvi as pernas do Eva se quebrando, eu senti aquilo.

Eu não aguento e vômito o pouco que comi.

Tudo, dos joelhos para cima, foi mastigado.

Olivia- Se tivéssemos mandado ele mais cedo, se só tivéssemos nos apressado...

Lívia fica resmungando, porém o que eu devo fazer? O que devo fazer?!

Eu não posso fazer nada.

Maya- Lívia, o que acontece se o anjo descer no Dogma da Nerv?

Olivia- Agora... Sim... Agora é problema da gente, vamos voltar, precisamos achar um abrigo.

Maya- Espera...

Olivia- Não pode ser, ainda não explodiu? Por que não explodiu?! Tem que haver algo...! Não, não é assim, mas, é se, droga.

Maya- Lívia?

Olivia- Droga! Foi porque ele comeu o Eva!

Maya- Me explique Olivia!

Olivia- O anjo comeu o Eva, e se o dogma não iniciasse a autodestruição porque acha que o anjo é o Eva?

Maya- Então?

Olivia- O Apocalipse nos dá as boas vindas, mais uma vez.

Maya- Agora nos sentamos e esperamos. O que podemos fazer? Nada.

Olivia- Desculpe.

Maya- Pelo o quê? Mesmo se você adiantasse a entrega do JetAlone, quem garante que ele poderia dar de conta daquilo junto com os Evas?

Olivia- Como você sabia...?

Maya- Eu não estou em primeiro lugar a toa.

Eu e Olivia nos sentamos no banco e esperamos, um pouco e mais um pouco.

Maya- Ativaram a 01.

Olivia- Devem estar usando o Dummy, mas só agora, não é nada além de desperdício.

Eu continuo a assistir.

Ele parece fraco, pequeno em comparação com o monstro.

Não é o Dummy, o Dummy já teria feito outras coisas.

Alguém está pilotando ele.

Olivia- O Dummy, usaria a faca, mas com um braço faltaria força e precisão, bater e bater será melhor.

Eu Olivia assistíamos, eu estou torcendo por ele, Lívia também tem olhos cheios de expectativas, não sei quem estava na 00, mas quem pilota a 01 está triste, está com raiva.

Olivia- Acabou.

A energia do Eva desligou, ele então é espetado e arremessado ao longe, o sangue junto de óleo de máquina jorrou do peito do robô.

Eu quero que ele se levante, ele precisa se levantar, se não Lívia vai morrer.

Eu vou morrer.

Todo mundo vai morrer.

O Eva começa a tremer, os detalhes verde fluorescente mudam de cor, mudam para vermelho.

Uma cor de ira. E desespero.

Junto com ódio, os olhos do robô brilham como se sangue fervesse, e eu também posso sentir.

Fúria.

.

.

.

Olivia- Maya.

Eu olho para Maya, que está com as mãos tremendo, embora não quiséssemos assistir, mudamos as câmeras para poder ver, ele venceu, nós vencemos, eu estou alegre mas ao mesmo tempo, tenho medo, as coisas que estamos criando, são feias.

Horrivelmente poderosas.

O Eva se aproximo dos restos que eram o anjo, e empurra as duas mãos em direção ao núcleo.

Uma esfera vermelha, é a fraqueza do anjo.

O Eva começa a flutuar, um anel vermelho se ergue nas costas dele.

Olivia- Maya vamos sair daqui!

Maya- Pará onde? O que foi?! Nós não vencemos?

Olivia- Perder, e vencer desta forma são a mesma coisa! Aquele anel te lembra alguma coisa? É o segundo impacto! É o mesmo anel que apareceu no começo do segundo impacto, o mesmo tipo de anel que está no polo sul!

Olivia agarra minha mão, e começamos a correr, não sei para onde vamos.

Não sei nem se vamos chegar a algum lugar.

O céu muda de cor acima de nós, o azul vai ficando vermelho.

Maya- Lívia...

E o horizonte, lentamente, mas constantemente, também está mudando.

Olivia- Só corra, estamos quase lá.

Eu viro o meu rosto para trás.

Maya- Lívia, não olhe para trás.

As pessoas estavam caindo, houve quem ficou de pé e continuou a correr, mas nem todos duraram tanto tempo.

Maya-... Eu não...

Meu coração apertou, eu tento olhar mas-