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Capítulo 46 – Carol: Intensivão

Meu amor me leva para um restaurante novo que abriu próximo ao hotel. Já percebi que ele gosta muito de andar, principalmente perto da praia. E eu amo sentir o vento refrescante vindo do mar, e o cheiro que me leva a boas lembranças de uma infância feliz. 

Caminhamos por volta de uns trinta minutos, mas percebemos que pode ser a última vez que fazemos isso, estamos ficando cada vez mais famosos, e muitas pessoas nos param nas ruas, então acaba demorando mais para chegar a qualquer lugar a pé, enfim chegamos ao Aprazível, um restaurante com ar mais rústico, muito romântico e descontraído. 

Realmente foi uma noite agradável, falamos sobre tudo, amo demais conversar com ele, as horas passam depressa porque nossas conversas são tão gostosas que quando vamos ver já se passaram horas. 

É impressionante que mesmo convivendo vinte e quatro horas no mesmo lugar praticamente, ainda tempos muitos assuntos para falar. 

Pagamos a conta depois de duas horas no restaurante e decidimos parar em uma sorveteria que nos chamou atenção na ida ao restaurante. 

Pegamos o nosso sorvete e como a noite estava fresquinha e gostosa, voltamos andando mais calmos e saboreando nossos sorvetes, brincando, namorando. 

Como é bom ter alguém que nos ama como somos, e podemos ser livres, e não existe julgamento, cobrança.

Nem percebemos e já chegamos na frente do hotel, ele me leva até o meu quarto, como sempre.

Nos despedimos e ele segue para a sua suíte, a cada dia que passa o amo mais. 

Tomo um banho só pra refrescar e deito com a janela aberta pois a brisa da noite, um pouco gelada me faz dormir mais rápido. 

Acordo cedo e faço q minha rotina, pego as coisas para a aula e desço para o café da manhã. 

Encontro com a May no corredor e conto sobre ontem e desejo tanto que ela encontre alguém a faça feliz de verdade, como ela realmente merece e falo isso para ela. Ela me abraça emocionada. 

Seguimos para o café e como sempre o Claudio já preparou nossa mesa e o café da manhã meu e da May. 

Assim que terminamos o café seguimos todos para mais uma aula. 

O Guru já nos fala que iremos continuar falando do sexto dia do shádi que é bem longo, ele nos relembra o que foi passado ontem e nos avisa que continuará a falado do Solah Shringar.

Como todos nós concordamos ele já começa explicando qual é o primeiro adorno.

Então nos diz que o primeiro adorno é o vestido da noiva, o sari que se chama Shádi Kaa joda e normalmente a cor usada é a vermelha, juntamente com o Pallu, o uma espécie de véu que cobre o rosto da noiva, na mesma cor do vestido. 

Dani encantada diz como tudo é muito lindo. 

O Guru continua a nos dizer que o segundo adorno é o arranjo de flores no cabelo é chamado Kesh-pash-Rachna, jasmim é a flor que deve ser usada até porque o penteado da noiva é de extrema importância e representatividade para a tradição hindu. 

Ele nos dá um exemplo, que o cabelo da noiva é dividido ao meio, porque para os hindus é dessa forma que eles acham a noiva mais bonita, fazendo o noivo se apaixonar por ela. Além de partir ao meio ele deve ser trançados, e cada parte da trança representa os três rios sagrados da Índia, Ganga que muitos conhecem com Ganges, Yamuna e Saraswati, que são as trindade dos deuses hindus, Brahma, Vishnu e Mahesh, e também as três famílias unidas, os pais, os sogros e agora a sua própria família que será formada pelo Shádi. 

Nessa hora não aguentamos e falamos que o noivo já era apaixonado pela noiva e começamos a rir. 

Nisso o Guru começa a falar em hindi e começa a gesticular e ficamos sem entender. 

O guru percebendo a nossa cara diz quem disse atchá que significa concordância e alegria, todos respiramos mais aliviados e sorrimos.

Guru continua falando do terceiro adorno são os acessórios de cabelo chamados de Maangatikka e Borla, que são feitos de pedras preciosas.

A maangatikka vai presa dos dois lados da cabeça e seu pendente fica sobre a testa. Já a Borla tem o formato arredondado e fica sobre o meio dos cabelos e é preso por uma corrente.

  Esses adornos são usados para fortalecer as energias espirituais e o poder intuitivo, também são primordiais e são colocados na região do sexto chakra, local que representa o poder da alma e significa preservação, concentração e controle. 

Nesse momento num tom de preocupação Samars pergunta como vamos decorar tudo isso por ser muita coisa. 

Enzo concorda com sua noiva e pergunta se eles também terão que decorar.

  O mestre diz que não vamos precisar decorar ou lembrar, ele está nos explicando para nós entendermos o que a Dulhana deve usar e o porquê. E nos diz que irá continuar.

Então ele nos fala sobre o quarto adorno que é o bindi, que pode ser uma joia ou um ponto vermelho no centro da testa entre as sobrancelhas pois aí eles acreditam que fica o olho místico, que permite que a noiva veja o futuro e sensibilize para que saiba algo ruim.

Marília fala que esse nos conhecemos como o terceiro olho, o mestre a parabeniza dizendo que está correto e parte para o quinto adorno.

O quinto é somente colocado quando o shádi acaba, que nesse caso é o sindur, é a marca da mulher casada. 

O Guru nos explica tudo referente ao quinto adorno e estamos prestando atenção em cada detalhe.

O sexto é o kajal, aplicado na make da noiva no intuito de repelir qualquer mau olhado e a proteger. 

O sétimo adorno é o nath, uma espécie de "piercing" que é colocado no nariz. Ele simboliza a espiritualidade e coragem, o seu uso representa a passagem da vida de solteira para a vida de casada. 

Infelizmente Gui comenta que as mulheres indianas são obrigadas a usar tudo isso para serem propriedade dos homens e acha isso interessante. 

Realmente foi uma fala muito machista e infeliz, péssimo, mas Dani logo se manifesta dizendo o quanto ele é machista e estúpido.

O mestre já diz o quanto ele está errado, que as esposas não são propriedade dos homens, muito pelo contrário, que é dever do marido dar tudo que a esposa precisa, e os adornos na esposa significa o quanto ele se importa com ela. O Guru continua explicando e quando termina é inevitável não aplaudir essa lição belíssima que o Guru deu, e Guilherme fica visivelmente constrangido.

E nem deveria porque já dá pra perceber nessas aulas todas que tivemos o quão importante e preciosa é a esposa. 

O Guru continua e fala sobre o oitavo adorno, os brincos que se chama Karn Phool, além de ser um adorno elegante e bonito, também serve como contra feitiços e más influências. 

O nono adorno são colares chamado de haar e mangalsutra. São de tamanhos diferentes e feitos de ouro e pedras preciosas. Também protege contra mau olhado e trazem o amor. 

Mas ele nos diz para não confundir com o mangalsutra que é entregue depois do shádi e é feito de tecidos finos amarelos entrelaçados. E nos mostra uma.

E sua beleza é inigualável, lindíssima.

O décimo adorno baajuband é um bracelete. O décimo primeiro é o mehendi, o décimo segundo é os Choodiyaan ou Bangles, que são as pulseiras de vários materiais, vidro, ferro, marfim. Mas também tem a Hathphulor, que uma pulseira com oito anéis em ambas as mãos, que estão ligados com uma flor central ou medalhão que cobre a parte superior da mão. Também tem a kalira, que é um pendente decorado e que deve ser colocado nas pulseiras, tradicionalmente usada na cerimônia Churda.

Mih pergunta se tem mais pulseiras que serão colocadas além das que serão na cerimônia Churda. 

O Guru diz que sim mas que não é para nós nos assustarmos pois as pulseiras são finas e ficarão por pouco tempo.

Ele fala de sua esposa que nos mostra seus braços com os seus adornos belíssimos. 

Ele fala sobre o décimo terceiro adorno que é o aarsi, numa anel com um pequeno espelho em cima e é usado no polegar.

Samars começa a falar que a Weenny tem um, mas Vivian a repreende, mas Mih empolgada diz termina o que Samara ia dizer, falando que ganhou de presente do Dulhan, o Claudio mostra uma foto da Weenny com esse anel.

E o Guru confirma que é aquele mesmo, que a finalidade dele é para que a Dulhana possa ver o noivo através do pallu ou possa ver a si mesma. 

O décimo quarto é o kardhani, que são cintos feito de ouro e pedras preciosas, além de deixar a noiva mais bonita, ajuda a manter o sari no lugar.

O décimo quinto adorno são os payal, pajeb e Bicchuaas, que são as tornozeleiras e os anéis de dedo, as tornozeleiras é para chamar atenção para a presença da noiva e anunciar a nova vida.

Guru nos fala que as tornozeleiras são feitas de prata, pois o ouro é considerado dos deuses e que ser colocado nos pés é falta de respeito.

Ele nos mostra as tornozeleiras e ficamos impressionados de como elas são pesadas.

O último adorno é o itar, uma fragrância com o aroma duradouro que deixa a aura positiva, manter a atmosfera auspiciosa e agradável.

Ele faz uma pausa e nos entrega o itar, que tem um cheiro que não consigo decifrar mas é muito gostoso.

O Guru depois de nos mostrar a outra começa a falar do final do Bharat. Os pais da noiva irão entrar na tenda do casamento primeiro, irão receber os pais do noivo, então irá acontecer o milni, momento em que duas famílias se cumprimentam e trocam presentes. Logo após o noivo irá entrar no local da cerimônia, nessa hora serão vistos os torans decorando a entrada, torans são cordões de flores como se fossem cortinas, então o noivo deverá tocar no toran com uma espécie de bambu, esse gesto marca a sua chegada. 

O noivo continuará caminhando até chegar na frente da sua sogra, ela deverá recebê-lo e fazer o aarti, que é uma recepção auspiciosa com o objetivo de purificar o genro de toda a influência negativa e mau olhado que possam ter o atingido no trajeto até o shádi. Para fazer o Aarti são necessários alguns itens e entre eles estão, bandeja, diya, que é uma lâmpada a óleo, tilak e flores. 

A mãe da noiva segura a bandeja e faz sete voltas em torno do rosto do noivo, no sentido horário, enquanto faz um pedido ou um desejo em cada uma dessas voltas. 

A cada coisa que o guru fala ele vai nos demonstrando com os materiais dispostos na mesa.

Agora ele fala do casamento propriamente dito, depois do milni, as famílias dos noivos irão confraternizar e trocar presentes, e depois todos irão para a tenda do casamento, o primeiro ritual é de purificação do noivo, onde o pai da noiva lava os pés do noivo, é nessa hora que a noiva será convidada a entrar na tenda do casamento, e ela virá segurando um côco que representa fertilidade e pureza que traz consigo, então é onde vai acontecer o jaimala, que é onde os noivos irão se cumprimentar.

Estamos atendo a cada palavra do mestre e estamos anotando tudo. Alguns preferiram gravar.

  E o mestre continua a explicação, falando que o seu Ronaldo irá entregar a noiva, e isso dá início ao ritual Kanyadan, onde o pai vai perguntar ao noivo se ele aceita o compromisso de casamento, é só quando há um acordo é que ele vai entregar a noiva, colocando a mão direita da noiva na mão direita do noivo, a família da noiva está passando os cuidados com a vida dela para a responsabilidade do noivo, ele irá se responsabilizar por todos os aspectos da felicidade dela perante Deus, familiares e amigos.

Todas nós comentamos aos sussurros o quão lindo é esse ritual.

O guru continua a nos explicar tudo que acontece no ritual Gath Bandhan, explica todos seu significado e o que irá acontecer, enquanto a equipe do guru vai nos mostrando dos elementos aos gestos, e ele fala que o pandith irá conduzir os noivos a tocar a grinalda. 

Tati fala que a grinalda nos conhecemos como véu de noiva e o Guru explica que grinalda para os hindus é um colar colocado nos noivos e usam a partir daquele momento do ritual.

O Guru continua explicando o ritual e Gi pergunta se esse momento não era para ser feliz pela partida da noiva para a vida de casada, e Leo fala que sabe que eles serão felizes.

Mas o Guru explica que para um pai hindu a partir desse momento, sua filha deixará de fazer parte de sua família. 

May pergunta se ela não poderá mais ver os pais.

O mestre explica que ela os verá, mas com uma frequência bem menor.  É por conta disso que o pai é criterioso e cuidadoso com o casamento.

É muito novidade ao mesmo tempo e estamos surpresos e por conta disso o Guru revisa tudo e nos mostra as fotos do Vagdanam.

Isso faz com que a aula hoje acabe super tarde. Mas nenhum de nós estamos ligando, as aulas estão tão boas que nem sentimos o tempo passar. 

Assim que saímos da aula é unânime irmos procurar a Weenny mas mais uma vez ela não está.

O pessoal quer então sair pra se divertir, eu sinceramente prefiro ficar e descansar, a aula foi intensa. Então convido meu amor para revisarmos o que estudamos e ele topa.

Vamos para a minha suíte, pedirmos alguns lanches e revisamos algumas coisas. Mas o cansaço bate e preferimos assistir um filme e descansar.