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Capítulo 42 – Carol: Sonho estranho

A festa está incrível. Enquanto aguardo o restante do pessoal se despedir, me sento um pouco e começo a repassar toda essa noite mágica na cabeça. 

Relembrando da entrevista, como eu, o Victor e o Claudio acabamos ficando em evidência, não esperávamos que os nossos personagens fossem cativar dessa forma. Realmente uma chuva de elogios. Mas dessa vez aceitamos com gosto pois trabalhamos duro por eles. 

Essa noite me fez sentir ainda mais diferente, parece que algo dentro de mim desabrochou, algo que estava escondido a muito tempo, sufocado, e finalmente se libertou.

Estamos todos reunidos esperando pela Weenny quando os pais dela entram no salão nós dizendo que ela e Eros já foram. 

Então Raul vem nos dizer que nossos carros já estão prontos para nos levar de volta para o hotel. E que as nossas coisas já estavam no hotel.

Nos agradece pela noite incrível e agradecemos de volta e nos despedimos brevemente, até porque nosso trabalho de divulgação do filme está apenas começando até a data do casamento.

Claudio me abraça e coloca seu casaco em minhas costas e voltamos no mesmo carro junto com a Dani e o Gui.

Não sei em que momento do trajeto eu apaguei. Só que que fui acordada da forma mais carinhosa quando chegamos ao nosso hotel. 

Me despeço do Claudio no elevador mas ele insiste em me levar até o quarto.

Então chegamos ao meu quarto estou mais que exausta, e temos que levantar cedo pois temos mais aulas com o guru logo cedo. 

Devolvo o casaco e me despeço com um belo e amoroso beijo. E está cada vez mais difícil me despedir dele. Mas não é assunto para esse momento.

Tirei o vestido e coloco ele de volta em um cabide para mandar para a lavanderia do hotel. 

Vou tomar um banho pois estava precisando. Suei demais essa noite, como sempre depois do banho coloco meu pijama mais gostoso e deito, procuro meu celular na minha bolsa, mando boa noite para a minha mãe e vou dormir. Nem confiro a enxurrada de mensagens, porque se eu for começar, vai amanhecer e não vou ter descansado. Com o casamento chegando e o lançamento oficial do filme, nossos dias estão bem mais puxados, então logo pego no sono.

De repente me vejo em um lugar lindo, vejo o Claudio parado no que parece um altar com um pastor ao lado dele. Pela paisagem parece a Grécia, olho para baixo e vejo um lindo vestido de noiva, grande, rodado e muito brilhante, eu parecia estar linda, e estava me sentindo muito feliz. 

Vejo meus amigos também ao lado do Claudio, todos com sorrisos e choros, mas dá pra sentir a felicidade daquele lugar. 

Chegando próximo ao altar, o Claudio emocionado veio me receber em fomos juntos o restante do caminho. 

A cerimônia estava correndo tudo bem, até que o pastor pergunta se alguém ali tinha algo contra aquele casamento, e foi nessa hora que o tempo mudou completamente, escureceu, mas não começou a chover, quando olho para trás onde estão todos olhando e apontando, vejo o Flavio junto com vários homens fortemente armados. Um me pega e coloca um pano no meu nariz, eu tento gritar, mas a última coisa que eu vejo é meus amigos segurando o Claudio todos acuados em um canto com metralhadoras apontadas para eles. Ouço minha mãe chorando e gritando meu nome, e desmaio.

Acordo num lugar fechado, como se fosse um galpão, estava dentro de um quarto, lindamente decorado, parecia um lugar muito caro, uma cama estilo antiga com voal dos dois lados, muitas flores pelo quarto todo. Mas a vista não combinava com o quarto. Parecia que estava de volta a Índia. 

Comecei a tentar abrir as janelas porém estavam todas trancadas, tentei abrir a porta e obviamente estava trancada. 

Olho desesperada pelo quarto e vejo um vestido antigo meu, um curto, rodado, com pontos mesclados entre vários tons de verde, quem olha de longe pensa que é um vestido camuflado. 

E tinha um bilhete "sempre amei ver você neste vestido, tome um banho e se troque."

Olho para o meu vestido e o vejo extremamente sujo. Consigo me olhar no espelho que tem no gigante quarto e toda minha maquiagem borrada e meu penteado totalmente desfeito. 

Quando menos espero entra duas mulheres e a última trança a porta assim que entra e coloca a chaves no seu bolso.

— O Senhor Flávio nos contratou para cuidar especificamente da senhora. Senhora Aguiar, mas peço que não faça nenhuma gracinha e nem tente fugir. Facilite o nosso trabalho. Me chamo Herta e essa é Betina. – diz a mais velha das duas. Porém nenhuma das duas tem olhos e nem faces amigáveis. 

— Não me chame de Senhora Aguiar. Onde eu estou?

— Foi a informação que o senhor Flavio nos passou, como prefere a chamamos?

— Ana por favor.

— Não estamos autorizadas a passar nenhuma informação para a senhora Ana. Dito isso peço que por favor se vire, vamos ajudá-la a tirar esse vestido, e quanto isso Betina prepara o seu banho. 

Então Herta começa a tirar meu vestido e começo q chorar em silencio, sinto que ela percebe, mas não toma nenhuma atitude que demonstre qualquer tipo de apoio ou compaixão.

Betina volta e fala em uma língua que nesse momento não consigo identificar, mas me soa parecido com alemão, e Herta me conduz para o banheiro, que fico chocada ao ver o requinte do lugar, tanto quanto o quarto. Tudo com detalhes em ouro. E fico me perguntando como o Flavio tem dinheiro para tudo isso.

Não demoro muito no banho, pois meu corpo está sentindo novamente os efeitos dos últimos acontecimentos, Herta volta e me ajuda a sair do banho. 

Me ajuda a colocar o vestido e me conduz para a cama.

— Senhora Ana, vamos logo trazer o seu jantar, peço que por favor coma, você precisa se recuperar.

Elas saem levando o meu vestido, e acabo adormecendo vendo o pôr do sol entrando pelas minhas janelas trancadas. 

Sou acordada, por incrível que pareça, da forma mais delicada possível por Betina, que tinha um belo sorriso no rosto, dizendo de forma bem arrastada e delicada para eu acordar. 

Sento na cama desconfiada e vejo que ela está sozinha. Ela pede para eu fazer silêncio pois estamos sendo vigiadas e aponta com os olhos onde as câmeras estão, concordo com a cabeça, ela me pergunta se quero mandar um recado para alguém pois ela sabe onde está meu celular. Só digo pra ela ligar o localizador e mandar uma mensagem para a Weenny dizendo que o localizador estava ligado. 

Então ela acena com a cabeça e saindo do quarto levando consigo a bandeja que trouxe a comida. Que não sei se é pela minha fome, mas estava divina. 

Coloco o prato e o copo de suco na cômoda ao lado da cama e pego pesado no sono. 

Acordo com um carinho nos cabelos, acordo devagar pensando que tudo aquilo era um sonho e que estava nos braços do meu amado. Mas quando abro os olhos e vejo o Flavio deitado ao meu lado eu começo a gritar e ele pacientemente espera eu me acalmar sentando em uma poltrona perto da janela. 

— Por que eu estou aqui?

— Mais óbvio impossível, você não acreditou quando eu disse que você não seria de ninguém, somente minha. Você me desafiou, achando que eu era o preparado de antes. Mas sinto lhe dizer, hoje eu sou um homem muito poderoso e posso tudo que eu quiser. 

— Cadê meu marido?

— Marido não porque não foi além de consumado, o casamento não terminou. Mas já que você quer tanto saber, ninguém se machucou, deixei todos vivos, seu noivinho, claro com algumas marcar para se lembrar de quem manda e a quem você realmente pertence. 

— Você perdeu todo o juízo, você pode até ter meu corpo, mas meu coração e meu amor, nunca mais serão seus. 

— Isso pouco importa, com o tempo, ao me lado, faço você me amar de novo. Mas antes disso preciso acabar com o seu noivinho de uma vez por todas. Tome seu café, nós vamos dar uma voltinha. 

Sem esperar resposta minha, sai rapidamente do quarto trancando a porta atrás de si.

Não demora muito e meu café da manhã chega pelas mãos de Herta. E Berta entra logo atrás com outras roupas, uma roupa tradicional indiana, um belíssimo sári verde e prata. 

Assim que termino de tomar o café da manhã, as meninas me ajudam a colocar o sári e todos os ornamentos necessários para poder se misturar a população local sem levantar nenhuma suspeita. 

Em menos de uma hora os capangas dele vem me buscar e me colocam num carro cobrindo a minha cabeça.

Demoramos em torno do que parece uma eternidade, mas um dos capangas deixa escapar que estamos naquele trajeto a uma hora no sol escaldante. 

De repente o carro para e todos saem me deixando lá. 

Não demora muito e sou tirada do carro e levada para dentro de algum lugar com sombra. Ouço barulho de correntes que sinto sendo presas aos meus tornozelos, e assim que tirar a minha venda sou atirada com toda violência dentro de uma jaula. 

Fico acuada em um canto sem entender nada. 

Porém ouço de longe uma música. E sou tirada desse pesadelo pelo meu despertador. 

Olho para o meu travesseiro e meu lençol e ambos estão encharcados de suor. 

Demoro algum tempo para voltar a realidade e entender que aquilo não passou de um pesadelo horrível. 

Levanto, tô destruída, me diverti tanto ontem, que minhas pernas estão podres, meus pés doem tanto de tanto que dancei. 

Mas as obrigações chamam, então pra acordar todo um banho bem morno quase frio, aproveito e lavo o cabelo que não tive coragem de lavar quando cheguei.