Sentado no chão do meu quarto, com os joelhos dobrados e os olhos fechados, tento mais uma vez meditar para acalmar minha mente, já que finalmente, estamos nos movendo, pelo menos um pouco, em direção à guerra.
Depois de cinco dias, no tempo da Terra, finalmente conseguimos não só entrar em contato com a Cidadela, como também criar um contrato de aliança redigido pelo próprio Senhor da Guerra de Okaara. Era um contrato de aliança de certa forma simples, mas havia alguns pontos importantes, o maior deles, era a libertação de cada mundo que salvarmos.
Os alvos do ataque rápido e queima de mundos dos Psions, são a Cidadela e seu povo, mas os mundos atacados são planetas que foram conquistados e seu povo nativo escravizado, isso a muitas e muitas gerações atrás. Resumindo, cada mundo que for salvo por nós, terá seu povo libertado, se vencermos, a Cidadela não pode mais tentar reconquistar os planetas libertos, e se o povo nativo quiser, eles também têm a opção de serem movidos para algum mundo livre da aliança.
Ficou bem claro para todos que, se vencermos, a Cidadela vai cumprir esse contrato até se recuperar. Depois disso, ela vai voltar a atacar esses planetas, todos sabem disso, mesmo assim, é uma chance de salvar muitos.
Tivemos dias de calma enquanto um império queimava, foi só no quarto dia que os Psions finalmente pararam seu avanço para reorganizar suas frotas, mas o dano já estava mais do que feito, eles agora estão bem no centro do território inimigo que cobre uma extensão ridícula de vários e vários sistemas solares, a conta total ainda não chegou, mas até o momento temos certeza que vinte e sete planetas foram destruídos.
Mais uma vez, os Psions, se mostraram serem muito inteligentes, se eles tivessem continuado seu avanço a balança teria mudado de posição, e eles seriam completamente cercados pelas forças da Cidadela, que já começaram a se organizar e contra-atacar naquele ponto. Isso quer dizer que a guerra vai mudar de ritmo, com um espaço maior de dias entre as batalhas, mas isso não significa que a guerra está parada, só a força principal não está em movimento, as pequenas naves e frotas se espalharam por tudo lugar, seu objetivo é distrair com caos.
Quanto a nossa situação, ainda falta um pouco para os preparativos estarem completos, talvez mais cinco ou seis dias, mas nossa próxima missão não vai começar com um ataque total. Infelizmente, para essa próxima missão não vou contar com a minha equipe, já que a Kori, Ravena e Dick, estão ocupados.
Ravena, continua trabalhando na mente da Kori, que continua desacordada graças aos feitiços, ela garantiu que essa é a melhor forma de fazer seu trabalho, e ninguém descordou dela sobre isso, nem mesmo os pais da Kori, pelo menos não até agora, a primeira visita do Rei e Rainha ficou um pouco tensa quando eles descobriram que não estávamos usando quase nada, do ponto de vista deles, para ajudar sua filha, mas isso tudo foi acalmado com o tempo.
{Estamos chegando!} Sinto o toque sutil na minha mente, não é uma invasão, isso nunca aconteceria, apenas uma mensagem telepática do Primus.
Seis dias, esse foi o tempo que toda nossa força ficou parada em Tamaran, apenas nos reerguendo, mas não podíamos apenas ficar dessa forma, por isso mesmo, antes mesmo de conseguimos a confirmação da aliança entre os planetas unidos e a Cidadela, parti junto de um pequeno grupo de heróis com uma missão em mente, uma missão que não precisaria de uma confirmação positiva da Cidadela.
Flutuei meu corpo do chão até ficar em pé, depois peguei minha espada e escudo que estavam parados próximos da pequena cama, diferente do quarto que acordei, esse é muito menor e sem muitos confortos, essa nave foi projetada com a intenção de ser veloz e silenciosa, muito parecida com que usamos na nossa armadilha, mas essa é muito menor e mais rápida, por isso conseguimos entrar no território da Cidadela em tão pouco tempo.
Antes de sair do quarto, coloquei uma capa negra simples cobrindo minha armadura ainda danificada. Estou parecendo um mago negro do mundo de Harry Potter, mas é melhor que andar por aí usando uma armadura com um buraco amostra, convidando todo mundo a atacar esse mesmo ponto.
Isso não é muito inteligente, estou com um buraco no centro do meu peito, uma capa negra não vai resolver esse problema durante uma luta, só que não tenho mais nenhuma vestimenta de batalha comigo, algo que nunca pensei precisar antes.
Vou ter que resolver isso quando voltar para casa.
Minha armadura é um trabalho divino e nada menos que isso, talvez só com alguns milhares de anos de prática, eu consiga recriar algo parecido, mas posso pelo menos criar algo de baixa qualidade para ser usado em momentos de necessidade como esse no futuro.
A porta do quarto se abriu sozinha mostrando outro corredor, um pequeno corredor com outra porta bem na minha frente, o outro quarto, só haviam três deles nessa nave e um banheiro, não havia cozinha ou qualquer outro tipo de comodidade, estamos nos alimentando com algo parecido com uma barra de cereais super-concentrada, ração de guerra de Tamaran, e como seu povo tem muitos estômagos, essa barra me enchia facilmente, mesmo sem precisar comer, tentei apenas pela curiosidade, não come mais do que dez por cento dela antes de ficar cheio, o gosto não era tão ruim assim.
Virei à esquerda e encontrei meus outros dois companheiros de missão, Primus e Kalista, os dois sentados lado a lado nas cadeiras de controle da nave, Primus, era quem estava pilotando. Como falei, era uma nave curta, só precisei de dez passos para chegar aqui.
"Quanto tempo?" Perguntei para Primus, olhando para a janela esquerda, onde vi o belo túnel de energia do hiperespaço nos envolvendo.
"Estamos aqui!" Avisou ele.
O túnel ficou para trás assim que passamos pela passagem de luz, estamos agora de frente para uma lua prateada, havia muitos destroços ao redor dela, pedaços de metal de vários tamanhos apenas flutuando sem rumo, muitos deles vão ser pegos pela gravidade da lua e vão acabar criando mais crateras nela.
"Nenhum sinal, estamos bem, como planejado, eles só têm uma nave em órbita." Comentou Kalista, de olho numa tela à sua esquerda, os radares.
Voamos lentamente pela esquerda da lua, entrando no meio dos destroços, deu trabalho, mas nosso tamanho foi de novo um aliado aqui, atravessamos os destroços, ficando de frente para um novo planeta em chamas.
"Qual é o nome desse mundo mesmo?" Perguntei, olhando para tanta destruição.
"Ele não tem nome, ou melhor dizendo, ele foi esquecido." Comentou Primus.
"Como assim?" Perguntei confuso.
"A Cidadela os conquistou há milhares de gerações atrás, tudo sobre sua cultura e até mesmo seu nome antes disso foi perdido no tempo, agora eles o identificam como KH848 ou algo assim." Explicou Kalista, com uma certa raiva na voz, de todos nós, do grupo de heróis, ela foi quem menos gostou dessa aliança.
Volto a olhar para o planeta, uma esfera mais ou menos do tamanho da Terra, bem dividida entre oceanos e continentes, o que está na minha frente parecia do tamanho das Américas, e ele estava brilhando em chamas.
O quão ruim deve ser a situação de um ataque para que se possa ver as chamas do espaço?
Não era só isso, ao redor do planeta havia mais destroços, forças da Cidadela que foram destruídas durante o ataque que acabou poucas horas atrás, era tanto, que tudo isso se juntou e formou um anel ao redor do globo. Muitos desses pedaços também estavam sendo capturados pela gravidade do planeta, dava para ver bem os riscos de fogo cortando sua atmosfera, era uma cena apocalíptica.
"Ali está ela!" Gritou Kalista, apontando para sua direita.
"É só uma nave, mas que nave." Não pude evitar comentar.
Como nossa inteligência avisou, apenas uma nave fica para trás depois do ataque que aniquila toda a força orbital de um planeta. Essa nave, de acordo com nossas especulações, é a responsável por gerenciar os monstros/armas biológicas que estão nesse momento causando um evento de extinção no planeta.
"Acho que vamos ter que ir para o plano B." Disse Primus.
Ele está certo, o plano A, era literalmente um ataque à nave, destruindo-a por dentro e assim acabando com armas biológicas, mas vendo essa nave agora, isso é impossível.
Ela pode não ser tão grande quanto a nave-mãe da Cidadela que invadimos, mas está quase lá, ela também não é uma esfera, é longa e reta parecendo até uma baleia gigante, com a parte da frente um pouco maior que a traseira, com um tamanho que envergonha um pouco a lua atrás de nós.
"Os sistemas estão indo à loucura, nem se a gente jogar essa nave contra essa coisa vamos conseguir atravessar seus escudos e armadura, eles gastaram a fortuna de mundos inteiros construindo isso!" Se Kalista, a mais selvagem e ativa de nós, também não concordou com a ideia de invasão, quer dizer que não temos chance nenhuma.
"Eles colocaram tudo na defesa, veja, sem armas." Falou Primus.
"Isso importa, com essa defesa, todos que eles têm que fazer é aguentar um ataque até conseguirem fugir, vamos precisar de duas ou três naves classe nove para dar conta disso!"
E eles ainda têm mais duas dessas.
"Então, plano B." Falei para eles olhando para o planeta abaixo de novo.
Eu queria muito, muito mesmo ir no plano A. Se destruirmos essa maldita nave salvaríamos milhões de vidas e também seria um golpe critico contra os Psions, tirando metade ou até talvez mais do seu poder nessa guerra, fazendo o ponteiro se virar mais uma vez para o nosso lado, que é infelizmente, o mesmo lado da Cidadela no momento.
"Tanto o plano A quanto o B, não vejo missão nenhuma em nenhum dos dois."
Kalista, também estava certa nisso, subestimamos e muito a situação em que o planeta atacado fica, eu teria que literalmente entrar num mar de fogo e lutar sozinho contra um grupo de monstros se não tiver a sorte de encontrar um deles sozinho, mas claro, o sucesso, também vale a pena.
Só temos alguns vídeos da destruição causada pelos experimentos biológicos dos Psions, a Cidadela também está analisando os restos, mas eles são apenas avançados em ciência militar e não biológica, e todo material que eles conseguiram até agora não era bom o bastante para exames mais complexos.
Então, esse é o plano B, descer num mundo atacado e destruído para sequestrar uma arma biológica viva de pura destruição antes que seu tempo se acabe e ele perca a vida. Depois disso, ainda tenho que fugir sem que eles percebam.
Mesmo assim, vale a pena, se conseguirmos encontrar e replicar o aparelho de controle usado pelos Psions, essas coisas não vão ser mais uma ameaça.
"Quanto tempo vocês acham que tenho antes da nave ir embora?" Perguntei para Primus.
"É difícil dizer, mas pelo estado do planeta, você não tem muito tempo."
Sim, ele está certo, não ter a Galateia, aqui comigo faz uma falta, suas previsões e cálculos em respostas assim realmente me ajudam bastante.
"Eu vou entrar!" Decide dando as costas para os dois, indo até a porta à esquerda da nave.
"Entendido, vamos colocar a nave em posição, assim que você der o sinal, estaremos prontos!"
"Vê se não morre!"
Com esse belo incentivo da Kalista, me teleportei para o lado de fora sem usar nada como defesa contra o vacou, vai ser um breve voo até o planeta.
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Eu sabia que a situação estava ruim e feia, mas como sempre, a visão do terror real sempre é mais visceral que as da imaginação podem criar.
Estou flutuando agora no que deveria ser a maior cidade desse planeta, estou falando aqui do dobro do tamanho de Pequim. E por seu tamanho, ela foi a primeira a ser atacada, e mesmo assim, a cidade continua em chamas. Não havia quase nenhum edifício em pé agora, as construções que fazem uma cidade, uma cidade, se tornaram agora um tapete gigante de entulhos em chamas, e como a fumaça e cinzas, dá para sentir seu gosto no ar, e por fim, os corpos destruídos, espalhados ou soterrados nos entulhos, são deles que as chamas estão se alimentando.
Tento ignorar tanta dor e morte sabendo que não havia ninguém vivo aqui, os últimos sobreviventes fugiram para as montanhas e estão escondidos lá, as armas, mesmo sendo poderosas não são inteligentes, elas sempre miram em construções ignorando o que havia ou seu redor a não ser quando eram atacados, mesmo ignorando, sua contagem de mortes é imensa.
Olhei para a esquerda, a vinte e cinco quilômetros abaixo de onde estou está o responsável pela destruição dessa cidade. Ainda há cinco monstros ativos nesse planeta, eles estão separados, o mais próximo está no continente vizinho do que estamos agora, o que é uma coisa muito boa para mim.
Cada arma viva tem uma forma diferente, a que estou prestes atacar tem quatro metros de altura com uma pele lisa brilhante azul, ele não tem membros humanoides, a parte de baixo do seu corpo parece ser a cauda de uma lesma gigante e a parte de cima e composta por quatro tentáculos longos que estão se movendo como se tivessem vontade próprio destruindo tudo ao redor enquanto ele se move, para completar, seu rosto, um único globo ocular gigante do tamanho de uma cabeça envolvido por uma membrana o ligando ao corpo.
{Estamos em posição, quando você quiser.} Avisou Primus, usando telepatia.
Sem qualquer sinal, virei meu corpo para frente e voei aumentando a velocidade a cada segundo cortando o ar, nesse momento, o globo ocular que era a cabeça do monstro, se iluminou em vermelho elétrico, disparando um feixe da grossura do meu corpo para esquerda acima, o poder era tanto, que não levou nem mesmo um segundo para atravessar o prédio de pelo menos vinte andares próximo a ele, que não tinha acabado, após perfurar no seu centro, o monstro moveu a cabeça para esquerda cortando o prédio quase no meio.
Fez uma curva no ar em alta velocidade ficando de frente para o prédio caindo de lado o usando para cobrir meu ataque, mesmo ainda longe, ainda posso sentir o calor no ar do disparo. A poucos quilômetros do alvo, aumentei a velocidade colocando meus braços na frente do meu corpo atravessando o prédio ainda caindo descendo o mais rápido que posso até atingir o centro do olho do monstro.
"BLOMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM!"
"TROMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM!"
O prédio e o meu impacto ecoaram pela cidade vazia criando uma nuvem de poeira e destroços jogados para todo a lado, no chão, no meio disso tudo, retirei minha espada, mas antes de continuar o ataque, um tentáculo azul cortou o ar em velocidade sobre-humana vindo da minha esquerda, tive que pular e girar o corpo na direção dele me dando o ângulo perfeito para o tentar o cortar, consegui isso, mas subestimei a sua resistência, o corte não teve força para parti o tentáculo inteiro, ele nem sequer foi tão fundo.
Assim que caí no chão, vi o brilho vermelho elétrico iluminar a nuvem de poeira ao meu redor, antes do disparo me atingir. Tirei o escudo das minhas costas, e o coloquei na frente do meu corpo abaixado de lado.
"Fuhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!"
A energia do feixe concentrado estava aquecendo o ar e passando pelos lados do meu corpo, em dois segundos, a temperatura ficou tão alta, que as pedras ao meu redor começaram a ficar vermelhas assim como meu escudo, minha bela capa negra se acendeu em chamas cobrindo todo meu corpo e logo em seguida virou uma pilha de cinzas levado pelo vento.
{Kírix, ele tem uma proteção telepática!} Avisou Primus.
Sim, e lá se vai o plano A do plano B.
Telepatia não é algo raro, muitas raças diferentes a possuem em vários níveis, então faz sentido essas coisas serem projetadas contra isso, o problema, é que isso me deixa sozinho para resolver o problema da forma mais, bruta.
Ainda sobre fogo, joguei meu corpo para esquerda rolando no chão deixando o feixe concentrado atingir o solo onde eu estava abrindo e derretendo o chão por onde passava, antes do monstro mover seu globo ocular, pulei na direção dele cobrindo uma distância de um quilômetro facilmente caindo no chão de novo bem no momento que ele moveu sua cabeça, com o feixe passando por cima de mim, girei meu corpo atingindo a lateral do seu corpo lesma tirando sangue dessa vez. Dois tentáculos fizeram a volta no ar e vieram na minha direção da esquerda e direita, me teleportei para esquerda, surgindo acima dele com minha espada preparada para partir seu globo ocular ao meio, mas só consegui o riscar, o globo era a parte mais resistente do seu corpo.
"BLAW!" "BLAW!" "BLAW!" "BLAW!"
Os tentáculos atingiram o chão tentando me acertar, mas eu estava dançando ao redor do monstro dando golpes e mais golpes rápidos no seu corpo o fazendo sangrar lentamente, mas para meu choque, as feridas começaram a se curar.
Não bastava ser tão resistente, eles também tinham que colocar regeneração nessas coisas.
Quando não conseguia desviar, usei meu escudo para defender e continuei perfurando e cortando mais rápido que sua regeneração o curava, tenho que diminuir a resistência dessa coisa primeiro.
Do nada, todo o globo ocular começou a brilhar em vermelho elétrico, mas não me afastei, estou próximo demais para esse disparo me atingir, só que em vez de disparar, o olho explodiu liberando energia para todos os lados num flash vermelho.
Quando dei por mim, estava a centenas de quilômetros de distância deitado de costas contra um monte de terra em chamas com minha armadura saindo fumaça parecendo que tinha sido cozinhada, eu estava com calor, muito calor, mas sem nenhuma queimadura aparente, o que significa que esse feixe de calor não tinha nada de sobrenatural, mas chegou numa temperatura ridícula.
{O que aconteceu, qual é a situação!?}
Ignorei por um segundo o pânico do Primus, e dei uma boa olhada na situação ao meu redor.
Metade da cidade, ou melhor dizendo, metade dos entulhos onde antes ficava a cidade, desapareceu totalmente dando lugar a uma cratera que cobre metade da sua extinção, mas a cratera não está vazia, o metal, pedra, rocha e o que mais que foi usado na construção da cidade se tornou lava dentro da cratera, ao redor dela, o chão ficou brilhando em vermelho rachado.
Detonação completa, com certeza, mais uma coisa programada no monstro.
"Eu estou bem, ele me pegou de surpresa." Garanti para os outros enquanto tentava me levantar, mas assim que coloquei minha palma no chão para consegui apoio, ele afundou no chão alguns centímetros, o solo agora tem uma textura de borracha derretida.
Finalmente em pé, olhei para o centro do lago de lava, um movimento incomum, algo vivo saindo de dentro, era meu alvo.
Dei uma olhada rápida tentando encontrar qualquer ferimento coberto, mas não houve nenhum, temperatura altas como essa não assustam semideuses, eu poderia facilmente entrar num vulcão em erupção e surfar, mas claro, a alguns tipos de chamas, principalmente as de origem magica, que nem precisam estar em altas temperaturas para me machucar.
Num pensamento, surgi bem na frente do meu alvo todo coberto por lava só com um tentáculo agora, mas a luta não vai recomeçar, o monstro usou toda sua força para sair de dentro do lago para cair de cara bem na frente dos meus pês.
Isso explica por que eles não simplesmente detonam quando chegam ao um planeta para o destruir, esse é o último recurso, e vendo tudo em chamas e o lago na minha frente, com certeza, esse é um belo último recurso.
"Επικαλούμαι το κρύο της θλίψης του ποταμού Cocyte!" {Eu Invoco o Frio da Tristeza do Rio Cócito!}
Com minha mão coberta por uma névoa cor piche, caminhei lentamente ao redor do monstro ainda vivo, mas esgotado, desenhando um círculo no ar na altura do meu peito, no final, uma nuvem negra na forma de anel com o corpo dele no centro foi criada.
Quando me afastei, o feitiço foi ativado numa explosão de gás branco, o gelo estava lutando para conseguir abaixar a temperatura ao meu redor, mas funcionou, agora tenho um picolé gigante de cinco metros de altura na forma de um cone.
Nem mesmo meu feitiço pode aguentar essa temperatura por muito tempo, por isso chamei minha Casa dos Mistérios, que apareceu magicamente na minha esquerda, mas sua forma estava mudada, a porta da frente, agora tinha seis metros de altura e largura, quando ela abriu, levitei o picolé gigante o jogando dentro dela.
Preparei um frigorífico reforçado alterando o interior da Casa, é bastante seguro e mais fácil de o transportar dessa forma.
"Acabei, a missão foi um sucesso, estou voltando agora."
A missão foi realmente um sucesso, e agora, nem mesmo os Psions, vão perceber que conseguimos roubar um dos seus trunfos, a destruição a nossa volta deu uma boa cobertura para essa missão.
{Entendido, estamos prontos.}
Olhei mais uma vez para mundo destruído, quero gravar cada detalhe, esse vai ser o destino de Tamaran e muitos outros mundos se não tivemos sucesso.
Voei para nossa nave de fuga, temos que trabalhar.
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"Eu nunca vi nada como isso!" O Cientista-Chefe de Tamaran, falou olhando para meu antigo picolé gigante.
Por motivos de segurança, estamos na K'Norfka, com General Ph'yzzon, Alisand'r, Primus, outros cientistas e alguns soldados a postos ao redor do hangar, onde foi montado uma espécie de plataforma, depois que tirei o monstro da minha Casa e o coloquei no centro do lugar, ele ganhou vida emitindo continuamente pulsos de energia para cima, o imobilizando nesse estado, pelo menos, é isso que o Cientista-Chefe, um homem novo, como todos nesse planeta, vestido com roupas gastas azuis com muitas manchas que parece um macacão.
"E o que é, isso?" Perguntou o General Ph'yzzon.
O homem que vai nos dar as respostas, está com toda sua atenção voltada para uma tela holográfica bem na sua frente, movendo suas mãos rapidamente por ela dando comandos para os pequenos robôs que se parecem aranhas, eles estão andando pelo corpo congelado do monstro colhendo amostras ou fazendo experiências sem arriscar o acordar, os outros cientistas estão usando outros tipos de aparelhos dando voltas ao redor da plataforma.
"Galfore!" Gritou Alisand'r.
Agora sei o nome do Cientista-Chefe, que teve suas orelhas puxadas pelo grito, voltando sua atenção para nos enquanto o resto da sua equipe continuava trabalhado.
"Oh, perdão, General, você sabe como me perco às vezes."
"Tudo bem, apenas fale."
Galfore, moveu o holograma que estava na sua frente o expandindo acima da sua cabeça, agora temos uma tela de cinquenta polegadas mostrando várias sequências de DNAs diferentes.
"Você vê?" Perguntou ele, como se estivesse claro e fácil.
"Não, não, vejo." O General Ph'yzzon, estava claramente perdendo a paciência, assim como todo mundo, inclusive eu.
"É uma aberração General, uma combinação simples e bruta de dezenas de códigos genéticos somados sem cuidado com a intenção de criar uma máquina de destruição viva!"
"Como eles conseguiram manter tudo isso tão estável?" Perguntou Primus, o único que parecia entender o que a tela está mostrando fora os cientistas.
"Isso é o surpreendente, clones como esses não são algo novo, a tecnologia existe a milhares de anos, mas toda essa mesclarão de raças não levaria a metade das capacidades mostradas desse experimento, inclusive os códigos que estamos vendo agora!"
"Quimeras." Sussurrei.
"Como?" Perguntou o General Ph'yzzon.
"São criaturas do meu mundo natal extintas, ou quase isso, eles têm várias características de várias raças diferentes, tudo isso somado num só ser." Expliquei de forma simples, para quem nunca viu nenhum animal da Terra.
"Quimeras, sim, é um bom nome."
E assim, nosso problema foi nomeado.
"Achei!" Gritou Galfore, chamando nossa atenção mais uma vez para tela, agora mostrando um DNA, muito diferente e estranho, quase como se estivesse em pedaços.
"Esse é o código genético que está aumentando as capacidades das quimeras e também as mantendo estáveis, infelizmente, isso é complexo, com nossa tecnologia atual, vai demorar algumas gerações até conseguimos mapear tudo isso."
"Não precisamos conhecer os segredos da sua criação, apenas como os matar, rapidamente." Lembrou o General.
"Vamos começar imediatamente, senhor!" Garantiu Galfore, e isso com certeza, era verdade, já que ele mal estava conseguindo manter sua atenção longe da quimera.
"Com isso acabado, Lorde Primus, será que você poderia ficar de guarda até todas as medidas de defesa sejam montadas?"
"Claro General, será um prazer."
Após acenar, Ph'yzzon, se virou para mim.
"Eu vi a batalha, ou pelo menos parte dela, pelas gravações da nave, mas gostaria de um relato pessoal seu." Ph'yzzon, apontou para porta lateral, uma conversa a sós.
Caminhamos juntos lado a lado em direção à porta com a Alisand'r, vindo alguns passos atrás do General no seu modo militar completa, sem dizer uma palavra focando toda sua atenção na segurança do seu comandante.
Assim que passamos a porta entramos no corredor vazio, essa parte do hangar e tudo a sua volta foi lacrada, dessa forma garantindo a segurança de todos caso algo de errado, então foi aqui que a conversa recomeçou.
"Sua companheira de equipe, aquela que está cuidando na nossa Princesa, está pronta para o despertar, ela está esperando apenas você, a recuperação da Princesa está completa, boas notícias, finalmente."
"Você sabe!?" Percebi olhando por cima do meu ombro.
"A Soldado Alisand'r, não contou nada para mim"
"Então como?" Perguntei.
"Toda aquela confusão da procura do espião me deixou bastante paranoico com isso, a pouco que não sei do que está acontecendo na minha nave agora."
Procurar e não encontrar nada mesmo sabendo que havia um espião nas suas fileiras deixaria qualquer um meio paranoico, ainda bem, que o Primus, liberou qualquer suspeito que ele checou. E como a Ravena disse, o controle usado é sutil e difícil de encontrar, mas Primus, é um telepata mais poderoso do que nos dois juntos, com isso, e sabendo o que procurar, agora temos certeza que estamos limpos.
"Não queria me envolver em algo tão íntimo, mas acabei pedindo para a Lady Raven, esperar sua volta, julgando o que sei, é melhor a Princesa ver imediatamente seu rosto quando acordar."
Não combinamos nada quando saímos para a missão que foi ideia minha após ver as gravações das quimeras.
"Obrigado, General Ph'yzzon."
Nem tinha pensado nisso, mas ele está certo.
Está na hora de acordar uma princesa que está sofrendo.
Não sei o que vocês estavam esperando, mas no próximo capítulo, vamos ter a última cena emocional dessa saga, e depois disso, vamos para os finalmente, e senhores, não vão achando que as supressas acabaram.