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A Jornada Até Stonemill

Enquanto suspirava ansioso para chegar logo à cidade, Asrael buscava algo para se entreter e conferiu se tudo estava em ordem na mochila. O presente que havia recebido, composto por peles de alta qualidade e carne suculenta, somado à carne de javali que obteve, certamente renderia uma boa quantia.

Ao chegar sua vez, Asrael entrou sem preocupações e foi direto para a taverna, onde parecia que uma feira estava prestes a se formar na praça central, com pessoas de diversas regiões se reunindo para comercializar.

Dentro da taverna, Fred estava preparando cerveja e avistou Asrael. "Chegou bem na hora, garoto", disse ele.

"Para quê?" perguntou Asrael.

"Para provar essa cerveja. É um novo protótipo", respondeu Fred confiante.

"Tudo bem então", concordou Asrael enquanto virava o copo.

"E aí, o que achou?" perguntou Fred.

"É bastante forte", respondeu Asrael com a cara vermelha.

"Então foi um sucesso. Mas então, como foi lá na vila? O velho Tim está bem?"

"Ele... morreu", ponderou Asrael por um momento antes de responder.

"Ah, entendo...", disse Fred, abaixando a cabeça um pouco e dando um sorriso leve. "Parece que chegou sua hora, seu velho ranzinza. Mas então, trouxe tudo?"

"Tudo e mais um pouco, e não precisa pagar pela mercadoria", falou Asrael orgulhoso.

"O que você fez?" perguntou Fred.

"Dei uma ajudinha para eles."

"Certo, então você vai ganhar 2 moedas de bronze como bônus", disse Fred, entregando as 4 moedas de bronze.

Asrael se despediu de Fred e foi em direção à feira para vender alguns de seus pertences. A feira ainda não havia começado, então ele decidiu visitar a Guilda dos Aventureiros. Lá, notou que Claire ainda não havia retornado de sua viagem, mas um homem com pele escura e olhos de águia estava na recepção.

"Ele não parece um recepcionista" Pensou Asrael.

Enquanto lia o quadro de missões, percebeu que as explorações nas montanhas dos Picos Gelados estavam em alta. Isso chamou sua atenção.

De volta à feira, que já estava formada, Asrael encontrou os primeiros clientes. Era a primeira vez que ele via outras raças humanoides, como homens-fera e anões. Primeiro, dirigiu-se ao açougueiro e mostrou suas conquistas.

"Essa carne de javali não foi muito prejudicada, está com boa qualidade. Dou 5 moedas de bronze por ele. O que acha?" perguntou o açougueiro.

Asrael lembrava dos ensinamentos de seu irmão mais velho, Alexander, que sempre dizia para nunca aceitar a primeira oferta em uma negociação. "Que tal por 10 moedas de bronze?" sugeriu Asrael.

"Isso é um absurdo! Só posso pagar até 7 moedas de bronze", respondeu zangado o açougueiro.

"Quem paga 7, paga 8, você não acha?"

"Tá bom, tá bom, estamos resolvidos então", concordou o açougueiro, pagando a Asrael e recebendo as peças de carne.

A próxima parada era no artesão, onde Asrael vendeu as presas de javali por 2 moedas de bronze, menos do que esperava. Indo ao coureiro, vendeu as pelagens e trocou por uma bainha, braceletes e um colete. Parecia que as pelagens valiam mais do que ele pensava, talvez não tenha sido uma troca vantajosa.

Ao andar ao redor da feira, observou uma barraca que chamou sua atenção: a de um ferreiro anão. As armas e armaduras pareciam de excelente qualidade e muitos aventureiros estavam ao redor.

"Eu dou 10 moedas de prata por esse machado", ouviu Asrael um aventureiro falar com o anão.

"Impossível eu vender por esse preço. Vendo por 15 moedas de prata", respondeu o anão.

Asrael ficou assustado e nem ousou tentar negociar. Procurou um local mais barato e só conseguiu uma espada enferrujada por uma moeda de prata em uma barraca mais distante, gastando quase todas as suas provisões.

Chegando à tarde e cansado de tanto caminhar, Asrael foi descansar na taverna que estava com alguns clientes. Descansando em uma cama confortável, só acordou com os sons de risadas no primeiro andar.

Então Asrael se arrumou e desceu, ouvindo o Taverneiro falar: "Asrael, pode nos ajudar hoje? Pago bem". Asrael rapidamente concordou e foi para a cozinha onde Alba estava.

"Asrael, vai cortando os temperos. Margareth e Marie vão atendendo os clientes rápido", instruiu Alba.

"Sim, senhora", responderam todos com comprometimento.

Margareth e Marie eram duas sobrinhas de Alba que trabalhavam como garçonetes e eram populares entre os clientes.

"Vamos lá, Asrael, corta os temperos menores", disse Alba.

"Asrael, vai buscar água limpa."

"Asrael, limpe esses peixes."

O tempo passava e a noite chegava junto com ele. Pouco a pouco, os clientes iam saindo ou indo para seus quartos, e o sol raiou no horizonte iluminando a pequena taverna.

Todos se sentaram exaustos nas cadeiras onde outros clientes estavam se divertindo.

"Hoje tinha muitos mais clientes que o normal", afirmou Margareth com um longo suspiro.

"Deve ser por causa da feira", disse Fred.

"Todos trabalharam bem hoje, vocês merecem um café da manhã reforçado", disse Alba.

"E eu ajudo, senhora", disse Asrael, levantando-se da cadeira.

"Nós também vamos", responderam as duas irmãs.

E assim todos comeram seu café da manhã, e Asrael recebeu 3 moedas de bronze como compensação das mãos de Alba.

"Meu marido te considera muito competente, é que ele não sabe se expressar bem", explicou Alba.

"Eu entendo,senhora" Respondeu Asrael com um sorriso no rosto.

Asrael passou a manhã descansando e praticando técnicas de esgrima.

Chegando à tarde, Asrael se preparou para partir em direção à vila Stonemill, ao oeste de Narter. Observou sua nova espada por um tempo, brandiu-a e deu um golpe no ar, sentindo-se mais forte. Preparou comida e todos os suprimentos necessários para a jornada, ciente de que o caminho seria mais longo e cansativo do que o de Windhaven, especialmente devido à inclinação do terreno.

Saindo da cidade e seguindo em direção à vila, Asrael notava pequenos bosques com flores surgindo, embelezando a paisagem ao longo do caminho. O sol escaldante acompanhava sua jornada, tornando-a ainda mais desafiadora. Após uma boa caminhada, Asrael chegou a um pequeno lago onde decidiu descansar e montar seu acampamento para a noite.

Com a chegada da noite, enquanto observava as estrelas, Asrael não pôde conter sua animação e teve uma crise de risos. Os últimos dias haviam sido repletos de momentos que ele jamais imaginara, mas a saudade da família também o atingiu em meio à alegria. Algumas lágrimas escaparam de seus olhos, e ele permaneceu em alerta durante toda a noite.

Ao amanhecer, Asrael retomou sua caminhada em direção à vila. Sentia o cansaço nas pernas conforme subia a montanha em direção a Stonemill. O suor escorria de seu rosto, e suas pernas tremiam sob o esforço. No entanto, sua determinação o impelia para frente, até que avistou finalmente a vila à sua frente, um sinal de que estava mais perto de seu destino.