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capítulo 2: O enxerido

Alinos (M-932A)

Ano 711 A.C.I

Pax's P.O.V

" Se eu soubesse que ia ser assim, eu nem levantava da cama" aqui estava eu pela milionésima reclamando das minhas escolha na vida.

" Pax, se você abrir essa boca de novo pra reclamar do trabalho eu vou te jogar no incinerador" respondeu Myna.

Honestamente, a opção estava se tornando cada vez mais atrativa, visto que a alternativa seria aguentar mais um dia limpando esse maldito lugar.

Mas, vou me fingir de bom moço dessa vez.

" Ei Myna você sabe o que vai ter hoje no cardápio do refeitório??" Perguntou o pequeno Lo. O coitado estava parecendo um fantasma de tanto pó que estava grudado em sua roupa.

" Ô seu tapado, eu não falei pra você esperar a gente na sala de controle?!" Eu disse 'carinhosamente' ao gêmeo.

Embora ele seja o mais novo do nosso grupo, Lo sempre se esforça para ajudar com o trabalho no Sweeper. Eu tenho orgulho do pequenino.

" Deixa o menino Pax, ele só está tentando ajudar" Disse Myna caminhando em direção a Lo e passando a mão em seu cabelo carinhosamente.

" Você fala isso, mas eu sei que você tá limpando a sua mão suja de graxa na cabeça dele" eu digo olhando fixamente pra Myna e enquanto isso Lo começa a sentir o verdadeiro desespero.

" Myna sua desgr-" Myna lhe acerta um tapão na nuca que o menino cai duro

"Você sabe que o QI dele diminui consideravelmente a cada dia que ele acompanha a gente né?" Eu digo a bela donzela, enquanto tento tirar o meu da reta.

" É com amor" ela diz inocentemente.

Sei...

"DansA GaTinhO DaNsa" Disse Lo em uma voz estranhamente perturbadora enquanto levantava cambaleando do chão.

'O que que é um gatinho? E por quê ele tem que dançar???'

"Que porra foi essa??"

" Eu sei lá porra,só saiu" Disse Lo recuperando um pouco de sua sanidade

"Quer saber já deu por hoje, eu tô indo comer aquela gororoba do refeitorio" digo enquanto removo meu traje de proteção.

" espera que eu tô indo também" Disse Myna correndo atrás de mim, e Lo a acompanhando logo atrás.

Kassio P.O.V

Hoje o dia vai ser longo... a equipe de resgate enviada para procurar Eliana e a soldadora retornou hoje cedo... sem as duas.

Informaram ao capitão que as chances de encontrá-las com vida são abaixo de 40%. Isso é terrível...

A cada dia que passa, as chances de alguém sobreviver fora do Sweeper sem suprimentos e equipamentos adequados diminuem em 30%. Eles estão considerando abandonar os esforços de busca.

"A gente tem que fazer alguma coisa, Juno..." digo à minha colega de turno Juno, que estava ao meu lado no centro de comunicações do Sweeper.

Juno, a Pragmática, é uma das operadoras do sistema de telemetria e comunicação. Ela recebeu esse nome por ser a operadora mais meticulosa do Sweeper. Tudo que acontece dentro dessa caixa de aço acontece de acordo com os planos dela.

"Eu não sei, Kassio..." 'Ok, talvez nem tudo.'

"48 agentes, procurando dia e noite com naves de busca e salvamento, não conseguiram localizá-las nessa tempestade de areia... temo que o pior realmente tenha acontecido," disse Juno, enquanto olhava fixamente para o mapa do deserto ao redor do Sweeper.

"Eliana é a nossa melhor agente. Se tem alguém que consegue sobreviver nesse deserto, é ela. Temos que continuar procurando!" digo, tentando agarrar o pouco de esperança que me resta.

"Eu sei disso, mas a menos que você esteja planejando entrar em alguma dessas milhares de cavernas subterrâneas, o que eu reafirmo que é uma ideia suicida, não temos mais outras opções..." ela diz, apontando para uma das entradas do sistema subterrâneo de cavernas de Alinos.

O terreno de Alinos, embora dominado por vastos desertos e formações rochosas, também é o lar de um complexo sistema de cavernas e túneis subterrâneos, formados pelo que se acreditava serem grandes rios subterrâneos.

Essa hipótese jamais foi confirmada, pois todas as equipes arqueológicas enviadas para essas cavernas jamais retornaram à superfície.'Talvez essa seja a nossa única opção...' penso, encarando o monitor e tentando elaborar um plano.

"Eu sei o que você está pensando, e isso é uma ideia estúpida," Juno começa a falar.

"É a nossa única opção, Juno, e eu não vou abrir mão dela," digo, sem espaço para discussão.

"E você acha que eu não sei disso?? Eu disse que era uma ideia estúpida, e eu sei que você é um cara estúpido," ela me responde.

Desgraçada...

"Bem, se você está tão afim assim de arriscar sua vida, o mínimo que eu posso fazer é acompanhar você nessa estupidez," ela completa, para minha surpresa.

O quê?

"O quê??" pergunto, incrédulo.

"Convenhamos, se você seguir com esse plano do jeito que eu acho que vai... as suas chances de sucesso e sobrevivência aumentam drasticamente se eu estiver com você," ela termina de explicar.

Okay... por essa eu não esperava."Olha, eu quase nunca fico surpreso com algo... mas puta merda, por essa eu não esperava," digo a Juno.

"O que eu posso dizer? Se eu fosse escolher um lugar para morrer, com certeza não ia querer que fosse nesse caixão enorme de metal," ela diz, abrindo um sorriso.

"É... acho que eu também não ia querer," solto uma risada tímida.

Morrer em uma missão de vida ou morte para resgatar uma pessoa importante para mim...

até que não seria uma morte tão ruim.

Saindo da sala de comunicações, Juno e eu caminhamos em silêncio pelos corredores do Sweeper.

O som ritmado dos nossos passos ecoa pelo metal frio das paredes, cada som reforçando o peso do que estamos prestes a fazer.

"Precisamos de um plano," eu digo, quebrando o silêncio. "Não podemos simplesmente sair correndo para as cavernas."

"Eu já estou pensando em algumas opções," responde Juno, com o tom pragmático de sempre.

"Primeiro, vamos precisar de uma nave de exploração. Aquelas menores, de busca e resgate, que são rápidas e equipadas com sensores de calor e movimento. Além disso, precisaremos de trajes de proteção de nível 3, e de preferência, armas."

"Armas?" pergunto, surpreso. "Você acha que vamos precisar?"

"Nunca se sabe o que pode estar lá embaixo, Kassio," ela responde com seriedade.

"Essas cavernas são escuras e profundas; nunca houveram relatos de formas de vida que possam sobreviver nas profundezas. Algo pode ter atacado as equipes de arqueologia.

"O pensamento é perturbador, mas você está certa. Mas como vamos conseguir armas? O depósito de armas é impenetrável."

"Vamos precisar de mais gente. Só nós dois não vamos conseguir," Juno responde, mesmo sabendo que persuadir outras pessoas a virem conosco não será fácil.

"Acha que Pax e Myna viriam?" Ela continua, sabendo que eu sou próximo deles.

Penso por um momento. Eles são jovens, e arriscar suas vidas em algo assim...impensável mas, ao mesmo tempo, sei que eles fariam de tudo por Eliana.

"Sim, eles viriam. Mas isso não torna a ideia menos perigosa," respondo.

"Você conhece alguma outra opção, Kassio?" Juno pergunta, com uma firmeza que só ela consegue ter.

Eu suspiro, passando a mão pelo cabelo. "Não, não conheço."

"Então está decidido. Vamos recrutar Pax e Myna. Vamos nos encontrar na entrada do hangar de naves às 19h. Até lá, vou preparar tudo o que precisamos," Juno diz, já de olhos fixos nos desafios à frente.

"19h. Estarei lá," eu confirmo, sabendo que não há mais volta.

Enquanto caminho para encontrar Pax e Myna, a gravidade da situação se instala sobre mim.

Estamos prestes a entrar em território desconhecido, arriscar tudo para trazer Eliana de volta, se é que ainda há uma chance.

Mas não posso deixar o medo me consumir. No fundo, eu sei que essa é a coisa certa a se fazer.

Eliana salvou tantas vidas no passado, incluindo a minha e do Pax. Agora, é a nossa vez de tentar salvar a dela.

no refeitório do Sweeper, Lo estava tentando fazer um castelo de cartas com bandejas de metal, sob o olhar atento de sua irmã gêmea, La, que estava ajudando sua mãe no refeitório.

"Vai cair, Lo," disse ela, meio rindo, meio preocupada. "Você sabe que essas bandejas não foram feitas pra isso, né?"

"Não vai, não!" Lo respondeu, a língua entre os dentes enquanto concentrava toda sua energia no equilíbrio precário das bandejas. Mas, é claro, a estrutura desmoronou, espalhando as bandejas pelo chão com um estrondo metálico.

Lá suspirou e deu um leve empurrão no irmão."Você é um bobo, sabia?"

"Eu só estava testando a gravidade," disse Lo, fingindo seriedade, mas não conseguiu segurar o riso.

Quando finalmente encontro Pax e Myna no refeitório, rindo juntos como sempre, sinto uma pontada de culpa por envolvê-los nisso. Mas eu preciso da ajuda deles.

"Pax, Myna," começo, a voz mais séria do que o normal. "Precisamos conversar. Agora."

esse é o segundo capítulo da minha novel, espero que tenham gostado!

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