O Narrador:
Jaleh termina de ler e enrola o pergaminho, todos na sala do trono alternam olhares entre o general e a Princesa Shahnaz, mas ela não parece se abalar, enquanto a fúria de Shahanshah pode ser vista mesmo em seu silêncio momentâneo.
Todos parecem digerir as palavras que acabam de ouvir, alguns como impropérios contra Shahnaz e o general, outros como uma vã armação de Marjan, mas ninguém sabe ao certo do que se trata, aguardam que o Imperador tome as providências para que todos possam compreender adequadamente o que se passa diante de tantos olhos e ouvidos curiosos.
— Como essa mensagem chegou às suas mãos, nobre Marjan Baran. E por quê? – o Imperador questiona.
— Como ela ousou usar isso contra Shahnaz? – o Príncipe Mirza pergunta.
— Não são esses os questionamentos que devem me fazer. Tudo o que trago aqui são as verdades escritas pela Princesa. Devem solicitar que ela mesmo as confirme. – Marjan diz e todos voltam a olhar para Shahnaz.
— Sim, escrevi cada palavra e não me arrependo. Pode me questionar novamente, Mir Babak? – Princesa Shahnaz diz e pergunta.
— Qual a motivação para a Princesa querer proteger o general com sua própria vida? – Babak pergunta.
— Eu estou enamorada do general e dou a minha vida por ele. – Princesa Shahnaz diz e todos se chocam.
Shahnaz tem ciência de que sua revelação pode fazer com que Jahangir perca sua posição como general ou até mesmo que ele vá para o cárcere, por isso ardilosamente menciona que ela está enamorada e não que eles se amam.
— Como ousa revelar sentimentos à um nobre diante de toda a corte, Princesa? – a Imperatriz a censura.
— Não admito que tenha sentimentos a qualquer nobre, permiti que se livrasse de um casamento arranjado, mas não hei de permitir que se case com o general ou qualquer homem que venha da plebe. Se deseja um amor, encontrarei um esposo à sua altura entre os nobres e a casarei imediatamente, Shahnaz. – Shahanshah diz.
Todos os nobres estão divididos quanto suas opiniões, enquanto Marjan espera um castigo para ambos.
Se a Princesa Shahnaz fez sua confissão, tenho a minha revelação
a fazer. – general Jahangir diz e toda a atenção se volta para ele.
— Nunca imaginei que a bela dama que conheci tratava-se da Princesa, nem nos meus melhores sonhos poderia supor. Quando guerreamos lado a lado ela se vestia como homem e apenas quando foi me defender de um ataque inimigo e eu pensei que o guerreiro persa desejava me matar e o atingi, é que percebi que se tratava da bela dama, então a levei na tenda dos feridos e me disseram sua verdadeira identidade... Em pouco tempo o meu coração se tornou dela, ansiei por declarar meus sentimentos, mas era apenas um guerreiro de terceira classe diante de Vossa Alteza, foi quando ela sofreu um ataque inesperado, que nos uniu definitivamente. Então guerreamos juntos e eu acabei oferecendo a minha vida em favor do Imperador, ficando desacordado alguns dias e recebendo o status de comandante em seguida, seguimos para a outra guerra onde o nosso general pereceu e todos nos entristecemos e nos vingamos. Logo depois recebi a posição de general e a Princesa permaneceu ao meu lado, me apoiando em todos os momentos, sofrendo intensamente quando eu me feria, se alegrando com minhas conquistas, treinando ao meu lado e partimos para essa nova guerra, não podia supor que minha amada Princesa Shahnaz faria tal loucura, antes eu ter perecido, mas não que ela se sacrificasse por amor, que seu corpo estivesse marcado com sinais de uma guerra e ódio, meu coração permanece culpado e pesaroso por tal ato... Princesa Shahnaz é o meu reino, a luz da minha vida e a força da minha bravura. – general Jahangir diz, emocionando a Princesa e alguns nobres e Senhoras presentes.
— Como ousa me afrontar, general? Por tais ações a justiça exigiria a sua morte, mas eu lhe devo a vida e o exército, então hei de lhe perdoar, mesmo assim haverá uma sentença que será perpétua a você e a Princesa Shahnaz. Será condenado ao seu casamento com Marjan Baran e dele não se livrará, a celebração se fará na data marcada e disto dependerá a sua permanência como general do meu exército. – Shahanshah determina e busca a concordância dos nobres.
Um a um concorda com os termos propostos.
— Quanto a você, Princesa Shahnaz, estará condenada a viver sabendo que o general pertence à Marjan Baran, será permanentemente vigiada para não se aproximar do general, enquanto você deverá decidir se permanece sozinha ou se rende ao casamento arranjado. – o Imperador declara.
Então os olhos dos enamorados ficam marejados diante da sentença que determina a vitória de Marjan Baran e põe um fim definitivo ao amor dos dois.
Retomam a discussão a respeito da guerra e falam sobre a ideia de Ahriman sobre a guerra no Chipre, os comandantes informam sobre todos os acontecimentos na batalha, que deixam os nobres chocados com a decisão de debandar e deixar o filho do Imperador para morrer sozinho.
— Não, vocês não podem ter feito isso com meu filho! Ele não pode estar morto, seus covardes! – Atefeh urra em desespero e é contida pelos guardas.
— Eu vou matá-los, seus bastardos. Vou me vingar de todos vocês!
— Tirem-na daqui! – a Imperatriz ordena.
— Ela tem que ouvir até o final. – o Imperador ordena.
Seguem falando sobre o julgamento do general, a interrupção da Princesa Shahnaz, dos comandantes e testemunhas, do relato de todos sobre a culpa de Ahriman e sua condenação, então o general é inocentado e o Imperador determina que Ahriman seja completamente esquecido e apagado da memória de todos.
— Que assim seja de agora em diante. Agora podem levá-la. – o Imperador determina.
Atefeh é levada se debatendo e chorando, gritando que jamais se esquecerá do filho e todos se lembrarão de quem foi Ahriman, porque ela se vingará.
Prosseguem mencionando que após a melhora da Princesa Shahnaz, marcham para o Chipre para conquistá-lo e conseguem com certa facilidade, conquistando um bom espólio, que é apresentado pelos comandantes de tropas, assim como o contingente conseguido para o exército, que é apresentado pelo general, mais cinco mil homens, permanecendo no total com setenta e cinco mil guerreiros, além de armamentos conquistados.
Então encerram essa longa audiência e todos são finalmente dispensados.
Na ala dos servos, Pari procura por Anoush, mas não lhe vê, vai até sua alcova e o vê saindo.
— Meu amor, não está feliz em me ver? – ela pergunta e espera um caloroso abraço, como sempre.
— Estou ocupado, Pari. Depois nos falamos. – ele diz friamente.
— Está acontecendo alguma coisa? – ela pergunta.
— Sim, eu não quero mais que você venha aqui. – Anoush diz.
Por quê? O que está acontecendo? – Pari pergunta em desespero. — Eu já consegui o que queria com você, agora não me serve mais.
– Anoush é franco ao dizer.
— Então você não me ama? – Pari pergunta entre lágrimas.
— Eu nunca te amei, só você não percebia. – Anoush diz.
Pari sai chorando e desesperada, se esconde em sua alcova e sente vergonha de tudo o que aconteceu.
Princesa Shahnaz POV:
Saio da sala do trono, em pouco tempo todo o palácio já está comentando o que acaba de suceder, sigo direto para a minha alcova para conversar com as minhas damas, em especial Pari.
— Por que minha carta foi parar nas mãos de Marjan e como você entregou a ela? – pergunto.
— Eu não entreguei nas mãos dela, mas o pergaminho simplesmente sumiu. – ela diz, mas eu tenho a nítida impressão de que ela sabe mais do que está me revelando.
Pergunto à Lila e Zena, mas também não sabe coisa alguma, passo o restante do dia trancada em minha alcova e me declaro indisposta.
Dias vão se passando e os preparativos para o casamento do general estão cada vez mais intensos e eu nada posso fazer, imagino que nem mesmo Jahangir possa usar seus pretextos no momento do enlace, já que todos saberão o motivo pelo qual estará evitando e o obrigarão, sob pena de perder sua posição diante do exército, não há esperança ou saída para nós dessa vez, o que me faz conhecer pela primeira vez a miserável sensação da derrota.
General Jahangir Azimi POV:
Esta manhã na sala do trono é bem agitada e insana, não posso dizer que me surpreendo pela atitude de Marjan Baran, afinal seu comportamento sempre me deixa em dúvida desde seu primeiro contato comigo, assim como o de seu pai, como traidor do império, mas o de Shahnaz em revelar e confirmar o seu amor por mim.
Então o mínimo que posso fazer é confessar diante de todos o amor e devoção que tenho por Shahnaz, mesmo recebendo a reprovação dos Imperadores e a sentença, que para mim é de morte.
Preciso de um plano ou uma maneira de escapar dessa situação, mas não hei de desistir do meu amor.
Espero por uma semana e procuro pelas damas de Shahnaz, fico sabendo que o pergaminho estava com Pari, então a chamo para uma conversa.
— Peço que me diga o motivo pelo qual você entregou a mensagem para Marjan, quero lhe ajudar. – digo.
— Eu não entreguei para ela. – Pari diz.
— Está bem, eu confio em você. – digo.
— Confia? Ninguém confia no que digo. – Pari diz.
— Esta mensagem estava em suas mãos, não estava? – pergunto.
— Sim, eu guardei desde que a Princesa foi para a guerra. – ela diz.
— Me diga o que aconteceu depois, confie em mim. – peço.
— Não posso confiar em ninguém, homens mentem. – Pari diz.
— Faltam poucos dias para o meu casamento e eu preciso muito de ajuda, Pari, só você pode me ajudar. – digo sinceramente.
— Não posso te ajudar, não sei de nada. – ela diz.
— Você gosta da Princesa? – pergunto.
— Ela é como irmã para mim. – ela diz.
— Então você precisa lembrar se você entregou essa carta e nos contar, precisamos saber disso, é uma informação que pode salvar a minha vida. – digo.
— Eu vou tentar. – Pari diz e se despede.
Me desespero por não conseguir convencer a dama a me ajudar, sinto que há algo por trás dessa história do pergaminho, que não pode ter sumido das mãos de Pari e ido parar nas de Marjan, há alguém intermediando e eu preciso descobrir.
Sigo com meu trabalho, seleção de novos soldados e treinamento deles, ao mesmo tempo em que escolho, organizo e planejo o envio dos guerreiros que vão proteger as fronteiras das novas províncias Persas.
Tenho que fazer viagens curtas para checar o andamento da construção da estrada real, agora que está apenas nas mãos dos outros filhos do Imperador, dando-lhes o parecer e as transmitindo as exigências do grande Shahanshah.
Ao retornar vejo os preparativos do casamento sendo realizados e a aflição me consome, sabendo que faltam apenas dois dias para o meu martírio.
O Narrador:
Depois das revelações na sala do trono, a notícia se espalha por todo o palácio, tornando Marjan Baran motivo de piadas no harém.
Bem dissemos que o general não queria se casar com você, agora
todos sabem que ele está indo para o martírio. – Arzu diz.
— Já não é segredo para ninguém que o general está se casando por obrigação. – Zenda diz.
— Mas ele se casará comigo, será meu esposo. – Marjan diz.
— Com alguém ocupando seu coração e mente para sempre. – Gatha diz.
— Nunca terá espaço para você na vida dele e em seu coração. – Madge diz.
— Não digam isso, o general será meu, serei sua consorte e mãe de seus filhos. – Marjan diz.
— Acha mesmo que ele tocará em você? – Laleh pergunta.
Marjan não se importa e continua experimentando seu vestido para que a costureira real faça os ajustes, enquanto Azar cuida dos últimos detalhes do arranjo de sua cabeça.
Passam o penúltimo dia fazendo tratamentos de beleza para a prometida do general, para que ela esteja bem bonita e apresentável em sua noite mais especial ao lado do amado, enquanto continuam a conversar a respeito da celebração.
Está anoitecendo e Pari continua encolhida em um canto escutando toda a conversa e se entristece, está cansada de ver a Princesa Shahnaz entregue a solidão e amargura da derrota, quando vê Marjan sair discretamente do harém e decide segui-la.
Para onde vai duas noites antes do seu casamento? Uma dama não deve sair sozinha à noite.
Tenta seguir sem ser vista e vê quando Marjan entra na alcova de Anoush, Pari nota que há uma fenda na porta e espreita tudo através dela.
Vê quando os dois se agarram, beijam e desnudos vão para a cama!
Então a Senhorita Marjan Baran não é mais uma moça!
— Ótimo trabalho com a dama, foi um sucesso na sala do trono. – Marjan diz.
— Sabia que ia gostar. – Anoush diz.
— Já se livrou dela? – ela pergunta.
— No dia seguinte. – ele diz.
— Agora você tem que se vingar dos velhos Azimi. – Marjan exige. — Farei tudo o que você disser, minha Marjan. – Anoush diz.
— Faça tudo logo após o meu casamento, não quero alarde. – ela diz.
— Como você quiser. – ele diz.
Então os dois se despedem com um beijo e Pari corre dali, se escondendo depressa na cozinha.
Furiosa e em um rompante de coragem, a dama se apressa para ir contar toda a verdade dos acontecimentos para a Princesa Shahnaz.
Princesa Shahnaz POV:
Sou despertada no meio da noite por Pari, que está aflita querendo conversar comigo, atordoada sento em meu leito e observo a expressão da minha dama.
— Tenho que lhe confessar tantas coisas, Princesa, suplico que me perdoe por lhe despertar a essa hora, mas eu não poderia esperar amanhecer. – Pari diz.
— Está aflita. Diga o que lhe traz essa hora à minha alcova. – peço.
— Peço que ouça a minha confissão, direi desde o começo porque agora finalmente tenho coragem. – ela diz, me deixando preocupada.
— Estou ouvindo. – digo.
— Um servo de nome Anoush se aproximou de mim e me encantou com sua maneira de agir, sua gentileza e palavras tão nobres e gentis, aos poucos fui permitindo que tomasse certas liberdades comigo, que hoje me arrependo, mas estava me apaixonando cada vez mais e ele dizia que estava enamorado por mim e perguntava se eu também e se confiava nele, até que um dia Anoush perguntou sobre a Princesa e o general, dizendo que havia visto os dois tão enamorados quanto nós sob a luz das estrelas e eu confirmei, dias depois, ele me deu um ultimato dizendo que ou eu confiava totalmente nele ou não devíamos estar juntos, que eu devia lhe confessar se houvesse ainda um segredo entre nós, foi quando eu revelei e entreguei o seu pergaminho. – Pari diz.
— Você não deveria ter feito isso, Pari... – me lamento, sem saber do que vem a seguir.
— Mas essa não é toda a história. – ela me interrompe e eu me surpreendo.
— Quando conseguiu o que queria, Anoush me dispensou, mas hoje eu descobri toda a verdade. Vi Marjan saindo discretamente do harém e a segui até o seu destino que era, para a minha surpresa, a alcova de Anoush, espiei por uma fresta e os dois se beijaram e deitaram, então conversaram que fizeram um bom trabalho comigo, na sala do trono e sobre se vingar dos Azimi após o casamento, então ela se veste e parte. – Pari revela, me deixando assombrada e desta vez com uma expressão vitoriosa.
Você deve ir procurar o general e contar tudo a ele
imediatamente. – digo.
— Não posso ir até ele agora! – ela diz.
— Então eu mesma irei. – digo.
— É muito arriscado, alguém pode ver e delatar ao Imperador. – ela diz.
— Eu direi isso tudo ao meu amado! – digo, peço que me ajude a vestir uma roupa e capa e sigo adiante.
Me esgueiro até a alcova do general, abro a porta e sou recebida por ele com a espada em meu pescoço.
— Mate-me de amor. – sussurro.
— Por você eu morrerei de amor. – Jahangir sussurra.
— Por que arrisca tanto vindo aqui? – ele pergunta.
— Devo ser rápida, vim porque tenho algo urgente a lhe dizer. Pari confessou que entregou o pergaminho a um servo de nome Anoush por quem ela se apaixonou e que a chantageou para descobrir o nosso segredo e provas. – digo.
— Sim, mas como foi parar nas mãos de Marjan Baran? – Jahangir pergunta.
— Essa é a parte mais especial. Eles são amantes, Pari os flagrou essa noite, os viu confessar sobre o plano perfeito na sala do trono e com a dama, além disso estão tramando uma vingança contra seus pais após o casamento. – digo e meu amado fica furioso.
— Precisamos fazer com que o Imperador ou algum nobre os flagre novamente junto comigo, mas como faremos? – Jahangir pergunta.
Olhamos para fora e o dia está prestes a amanhecer.
— Você tem apenas hoje para tramar essa possibilidade de encontro, meu amado, seu casamento é amanhã. – digo.
— Volte para a sua alcova, eu darei um jeito, saiba apenas que sempre serei seu. – general Jahangir diz.
Volto para a minha alcova à passos apressados e tiro a capa assim que adentro, minhas damas me aguardam, vejo o amanhecer alguns momentos depois, sigo para o banho, elas me vestem e adornam, então sigo para o salão do banquete tão altiva e vivaz quanto antes.
— Pensei que estaria deprimida com a chegada do casamento do general, Princesa Shahnaz. – a grande esposa real diz.
— Em todos os momentos há um motivo de celebração, Imperatriz, eu terei o meu. – digo, deixando todos preocupados.
Assim que terminamos a refeição, faço questão de ir pelo palácio para ver toda a movimentação do último dia de preparação do casamento, os servos com a limpeza, as decorações e flores, sigo para o harém e vejo a agitação com os vestidos e vestes de casamento, mulheres e seus tratamentos de beleza de um lado para o outro.
— Vai fazer seus tratamentos de beleza, Princesa? – Dara pergunta.
— Sim, quero estar linda para esse momento. – digo e as servas se apressam em me atender.
General Jahangir Azimi POV:
Shahnaz vem no meio da noite me trazer a notícia que alivia definitivamente a minha alma, mas também me traz uma nova preocupação, como hei de flagrar Marjan Baran com seu amante na véspera do nosso casamento?
Assim que amanhece, tomo a decisão de ir falar com Anoush, bato na porta de sua alcova com os soldados e ele sai, o levamos para a área de treinamento em meio aos guerreiros e comandantes, deixando-o apavorado.
— Seu nome é Anoush? – pergunto.
— Sim, Senhor. – ele responde.
— Então você conhece Marjan Baran? – pergunto.
— Não Senhor, não conheço. – ele diz e eu ele apanha nas pernas.
— Vou perguntar de novo, conhece Marjan Baran, quero a verdade.
– digo.
— Conheço, sim Senhor. – ele confessa.
— Qual o relacionamento que vocês têm? – pergunto e há silêncio.
— Você vai dizer por bem ou por mal? – pergunto e levanto meu açoite.
— Eu direi. Somos amantes, meu Senhor. – Anoush diz.
— Bom que confesse. Você vai fazer assim... – explico em detalhes o que o amante de Marjan deverá fazer se quiser continuar vivo, porque eu posso exigir sua morte, uma vez que sou o prometido traído por ele.