webnovel

Prólogo

5 de junho 2017

No momento em que ele voltou a olhar para a rodovia à sua frente, uma explosão de luz vindo das profundezas das neblinas aproximava-se com agilidade, consequentemente interrompendo a visão de todos no carro e gerando gritos de desespero. Para tentar desviar, o garoto fez um movimento rápido no volante fazendo com que os pneus derrapassem no asfalto escorregadio reproduzindo um barulho alto.

O automóvel girou feito um bambolê no corpo de alguém inexperiente e cessou quando chocou-se contra a mureta da ponte. No interior do Jeep firmou um silêncio de vozes, permanecendo apenas com a melodia da música e do choro baixo de Ellysson.

Todos ali estavam apavorados com o que acabara de acontecer.

Retirou o cinto com muita aflição e agilidade. — Estão todos bem? — perguntou olhando primeiramente para o banco do passageiro com a intenção de aparar sua namorada que provavelmente estaria em choque.

Sentimos medo quando pensamos em nossa morte. Não dá ideia de deixarmos de viver, mas dos mistérios que a rodeiam. Não sabemos para onde vamos, se sentiremos dor ou se apenas dormiremos até o juízo final, como algumas pessoas acreditam. Quem já foi nunca voltará para nós dizer qual das teorias é a correta, seguiremos totalmente sozinhos por um caminho desconhecido.

Não sabemos o dia, hora ou lugar em que vamos deixar esse mundo para existimos apenas nas memórias daqueles que nos amam. Tudo pode ocorrer em um sopro.

Seria mais assustador se soubéssemos o dia, hora e lugar da nossa morte? Se isso fosse possível você acolheria a morte como uma velha amiga, porque afinal, fez tudo que desejou... ou sentiria arrependimento por tudo que deixou para depois e nunca fez?

Uma vez George Santayana disse que não podemos escolher como vamos morrer. Não há cura para o nascimento e para a morte, a não ser usufruir o intervalo.

Ele acabou deparando-se com uma cena horrenda no banco de passageiro, a cena mais dolorosa já vista por seus olhos em todos esses anos. No banco de trás, um grito agudo de horror dado por Amberlee ecoou pela extremidade da cidade.