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Hina.

Em frente a casa de Hinata, que há um mês não visitava, eu esperava um pouco nervoso. Foi o período mais longo desde que ficamos amigos, que passei sem visitar o local. Eu colocaria um fim nisso hoje, voltaríamos a ser o que éramos antes.

Antes que eu pudesse tocar a campainha, a porta se abriu, Shunsuke Kanzato se despedia de Hinata, quando eles me notaram. 

"Yuki…"

"Boa noite."

"Boa noite, Hayate. Falaremos depois, Hina… Boa sorte."

O casal trocou um leve beijo, e quando Kanzato estava para passar por mim, lembrei de algo que precisava fazer. 

"Boa sorte no Kokuritsu esse ano, Kanzato. Diga a Mamoru e Amano que estou esperando uma vitória!"

O capitão do time de futebol, que tinha dificuldades em expressar suas emoções, sorriu, antes de se despedir. 

"Vamos fazer nosso melhor, te vejo nos jogos."

Com um simples aceno, ele desapareceu na já pouco movimentada rua. Observei Hinata, e ela pareceu feliz com nossa interação, isso significaria muito para ela, uma amizade entre nós. E por Hinata, eu faria esse esforço. 

"Quer entrar?"

"Não, acho que temos um lugar melhor para nós dois."

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O parque de tantas memórias, estava vazio, mas era bem iluminado. Hina havia pegado uma blusa antes de sair, mas não parecia ter sido o suficiente, ela ainda estava com frio. Peguei a jaqueta que usava, e coloquei levemente em seus ombros, ela pareceu surpresa, e a ação foi a gatilho para que suas lágrimas começassem a cair. 

Eu esperava isso hoje, imaginei como agiria quando as visse, as lágrimas de Hina. Mas decidi instintivamente, sem palavras de encorajamento ou pedido de desculpas. Eu simplesmente a abracei. 

"Hina, você é a pessoa mais importante para mim. Não é um exagero, por anos, eu só tive você. Meus pais estão tentando mudar agora, e eu tenho eles também, além de outras várias pessoas que amo de verdade…"

A abracei mais fortemente, e ela retribuiu o gesto. 

"...Mas você é, e sempre vai ser a minha Hina. Independente das brigas que tivermos, das ideias que divergirem, no fim das contas eu vou estar aqui por você."

"Yuki…"

Desfiz o abraço, e indiquei meu mindinho a garota, que trocou as lágrimas por um sorriso.

"Bora fazer uma renovação da nossa promessa de criança, Hina, dessa vez com duração vitalícia, o que acha?"

Ela repetiu meu gesto, e juntamos nossos dedos. 

"De agora em diante, até sermos dois velhos chatos, mesmo que nossos caminhos sejam diferentes, mesmo que fiquemos longe um do outro, eu vou estar onde você precisar, Hina." 

"E eu vou ser sua Hina até o dia que não conseguirmos mais lembrar um do outro, eu prometo, Yuki!"

Trocamos outro sorriso, e novamente nos abraçamos. Nos seus momentos mais difíceis, essas duas crianças foram o apoio um do outro. A vida seria injusta demais, se nos deixasse jogar essa relação fora.

Observei o céu mais uma vez, as estrelas brilhavam e o inverno chegava. Junto dele, novas lágrimas seriam derramadas, lágrimas de uma pessoa que estava perdida, que não sabia quem era ou deveria ser.

Na mesma noite recebi uma resposta de Masami Imamura, depois de uma semana esperando por uma, seu texto dizia:

"Yuki, eu estou com medo."

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