"Nos cantos da minha mente, sombras de um passado doloroso persistem, Criança vulnerável, marcada pelos abusos que insistem.
A nostalgia me chama, mas temo retornar,
À infância marcada, onde não podia escapar"
Elysia Seraphine.
Muitas pessoas falam que o passado define o seu futuro, e uma coisa eu sei.. eu nunca quero voltar para o passado. Onde era para eu me sentir uma criança feliz e contagiante, e não marcada por cicatrizes.
Poderia dizer que minha infância foi o sonho de toda criança, dizer que eu tinha pais bons, comida na mesa, roupa novas. Mas eu estaria mentindo, o que eu passei foi como se eu tivesse no inferno, passando por experiências desumanas. Meu passado e o pesadelo de toda criança e adultos. Tive que ter a mentalidade de uma adulta para aprender a como sobreviver na minha própria casa, com fugir de meus pais. Como sobreviver de pessoas cruéis com suas mãos enormes tentando encostar em mim.
Tive que tentar uma sobrevivência, tive que não tentar me mata todas as noites, não queria dar o gosto da vitória para eles, não queria que eles vissem o quanto eu fui fraca. Eu tive que lutar.
Se não fosse pelo meu irmão mais novo,acho que eu já estaria morta. Se ele não tivesse sido adotado, eu estaria morta, a sete palmos da terra tranquila e longe do perigo. Eu não iria ter esperanças para lutar por ele, não iria ter esperanças para sair com ele em meus braços.
Muitas pessoas falam que a família e o nó apertado da garganta, mas discussões calorosas da mesa de jantar, o cheiro de família feliz que paira no ar da sala de estar. E mais do que laços sanguíneos que compartilhamos: são pessoas que vão seguir nossas vidas juntas até a morte como família.
Mas acho que eu não merecia esse tipo de família, não merecia uma família cheia de amor e paixão. A minha era ao contrário, ao invés de me abraçar e confortar, me marcava me deixando cicatrizes profundas em minha pele e alma. Ao invés de me empurrar para o abismo da alegria, do amor, da tarde em casa comendo pipoca na sessão de filme, nas férias na praia e tudo de bom. Me empurrava para o inferno, o inferno chamado casa, o inferno chamado corpos, o inferno chamado "suas camas", para fazer cicatrizes que mudariam totalmente minha vida e psicológico.
Tem tanta coisa que eu vivi, que muitas pessoas poderiam falar "isso do pode ser um filme, não é possível" ou te casos de documentários que você vê no tiktok ou YouTube.
Tem tanta coisa que poderia me chamar de guerreira, mas sinto que a guerra não acabou.
Me levantei de minha cama confortável, que estava decorada por lençóis branco de seda, que cobria todo o espaço. Por cima tinha uma coberta rosa bebê, que estava toda desarrumada. Os travesseiros brancos feitos de penas.
Meu quarto não era um lugar que você pudesse falar "nossa que arrumado", a desordem era presente nele, como se cada objeto tivesse pedido socorro. Lençóis amassados testemunha minhas noites agitadas de noite, não era uma garota que ficava totalmente parada enquanto dormia, mas culpe os pesadelos. O chão, era o lugar que parecia um lixão, um lixão mesmo, estava cheio de roupas no chão, roupas que eu simplesmente jogo e fica por semanas lá, o armário estava entreaberto. Pilhas de livros e papéis desafiam a gravidade nas prateleiras, como torres frágeis que estão prestes a ser destruídas, apostei 100 reais comigo mesma que ela só cai no ano novo. A luz suave da janela mostra o sol que pairava no céu.
Ando descalça até o banheiro, sem me preocupar se iria me furar com algo no chão. Abro a porta do banheiro, não é um banheiro tão sofisticado, vamos dizer que é um banheiro comum.
O banheiro é um lugar onde eu venho sempre para chorar e gritar, gostava de saber que ninguém escutava nada.
Posiciono minhas mãos na pia pequena, olho em minha frente para o grande espelho redondo. Quase pulo para trás vendo o bicho papão que eu chamo de eu.
Meus cabelos estavam totalmente para cima, como se eu tivesse tomado um grande choque. Havia um pouco de olheiras por de baixo de meus olhos, minha pele estava um pouco pálida.. como sempre.
Nenhuma novidade hoje, sempre acordo desse jeito, destruída.
Comecei a tirar minha blusa cinza gigante do meu corpo, a camisa tinha alguns furos já que eu tinha ela a muito tempo, acho que nunca vou desgrudar dela. Jogo a blusa no cesto de roupa suja, tiro minha calcinha bege e jogo no cesto.
Adentrando no box, ligo o chuveiro onde começa cair uma grande água gelada, fecho o box atrás de mim e cubro todo meu corpo com a água gelada.
— Puta que me pariu! — Digo tremendo. A água sempre estava gelada, não sabia o motivo, acho que meu chuveiro está quebrado ou sei lá o que. Mas eu até gosto da água gelada, gosto de sentir o quanto eu resisto.
Pego o sabonete que tinha um aroma muito bom, começo a esfregar ele em meus ombros, barriga, braços e pernas. Esfrego forte em meu corpo, como se eu estivesse muito suja, uma sujeira que não quer sair de jeito nenhum.
Poderia esfregar mais forte para vê se sai.. mas não adianta insistir em algo que está marcado em minha alma.
Depois de uns minutos no banho, desligo o chuveiro saindo do boxe, pego uma toalha que estava pendurada e me enrolo com ela em todos meu corpo. Calço um chinelo que havia ali e adentro no quarto ,indo até meu guarda roupa.Coloco minha calcinha preta e meu sutiã branco, coloco um casaco de moletom cinza e uma calça rasgada folgada preta. Pego minha escova de cabelos ajeitando os fios dos meus cabelos castanhos claros desajeitados.. Coloco um tênis branco e pego minha bolsinha colocando meu celular e dinheiro para caso eu quiser comprar algo.
(...)
Começo a andar na rua, sempre alerta as pessoas em minhas voltas. Homens, mulheres, idosos e crianças, passam por mim como sombras. Minha cabeça está sempre alerta em todos e qualquer movimento não seguro.
Cada passo, cada sons de carro ou até vans passando me assusta. Me sinto observada, sinto que a qualquer momento alguém vai atrás de mim e começa o maravilhoso inferno.
Mas acho que eu só sou uma mulher traumatizada, já se passaram anos e eu ainda não me esqueci da merda toda.
Como poderia esquecer algo que está marcado em minha alma? Como?.
Queria sofrer um acidente e perder todas as minhas lembranças dolorosas, por mais que eu tente lutar contra elas… simplesmente não dá.
Não sai com água e sabão.
Entro na livraria onde eu sempre ia de manhã, gostava de ler a vidas dos personagens, gostava de sentir como se eu tivesse vivendo elas. Era bom, aí eu não me lembrava da minha vida.
Se não fosse pelo meu irmão, acho que estaria a sete palmos da terra, dentro de um caixão gelado. Onde vai passar anos e todos vão se esquecer de meu nome ou até rosto.
— Elysia, bom dia minha flor — Célia a dona da livraria fala sorrindo enquanto olhava para mim. Ela tinha seus cabelos brancos com cachos, seus olhos castanhos me olhavam como sempre quando vinha aqui "pena", ela não gostava muito de mim por uns certos motivos que eu não quero dizer. Ela usava um macacão da loja.
Ela era a recepcionista também, ela praticamente não confiava em ninguém para tomar conta da loja, e eu não julgo ela. Ela sofreu muito quando colocou um de seus filhos para trabalhar junto com ela, só que no final ele roubou 500 reais do caixa junto com seus amigos.
— Bom dia — Dou um sorriso falso. Não gostava muito de sorrir, achava estranho o meu sorriso, e às vezes parecia que era um sorriso falso e não um sorriso verdadeiro.
Saio de perto dela indo para uma das grandes estantes que estava organizada com todos os livros. Eu gostava de ler, ele era a única coisa boa que eu fazia no meu dia a dia, além de dança e claro.
Pego um dos livros na estante "como eu era antes de você", já tinha visto o filme, mas estava querendo lê o livro, o livro que detalha todos os sentimentos e tudo.
Gostava de sentir os sentimentos dos personagens, tenta se feliz imaginando como seria eles.
Caminhando até uma das mesas do lado da janela, me sento na mesa vazia e redonda. Coloco minha bolsa do meu lado do banco e me ajeitando no banco.
Começando a ler o livro, estava gostando das emoções dos personagens e a alegria da mesma. Eu era feliz, mas tinha algo em meu passado, ele era algo que sempre machucava minha cabeça mesmo eu dizendo que estava feliz.
Sinto algo de diferente, algo novo?.
Eu não sabia o que eu estava sentindo tecnicamente, mas sabia que estava sendo observada, o estranho é que eu sempre era a observadora, mas agora estava sendo observada por um estranho, um estranho que eu não sabia onde estava e o por que ele estava me olhando.
Olhando para o lado da biblioteca tentando achar o par de olhos estranho que poderia está me observando, e o estranho é que eu não estava desconfortável ou com medo.
Olho para fora da janela quando vejo que não era ninguém da biblioteca. Olhando para a calçada, vejo um homem alto usando terno preto, com uma gravata vermelha. Seus cabelos castanhos claros estavam perfeitamente arrumados, curtos e meticulosamente penteados. Sua pele pálida era delicada, quase translúcida, e de longe dava para perceber o quão suave ela deveria ser ao toque. Seus olhos, preenchidos por um castanho claro, tinham um semblante frio e sério, contrastando com a delicadeza de seus traços faciais.
Ele me olhava como se tivesse encontrado sua presa favorita, um olhar penetrante que enviava arrepios pela minha espinha. Não sabia o porquê, mas sentia que ele me observava como se eu fosse a coisa mais fascinante que ele já tinha visto. Encarei-o de volta, mantendo seu olhar, enquanto minha mente corria tentando desvendar quem era esse homem misterioso. Nunca o tinha visto por aqui antes. Ficava me perguntando se ele me conhecia da quelé lugar..
Não, ele é muito bonito e tem cara de rico, eu iria reconhecer se eu visse um homem… gostoso… Elysia para de pensar nisso!.
Mas de certa forma eu não conseguia desviar meu olhar do dele, não conseguia não para de olhar para o seus olhos castanhos. Vejo que ele tinha um cigarro em seus dedos, o mesmo estava saindo algumas fumaça. Ele leva o cigarro em seus lábios sem deixar de me olhar, ele dá uma tragada. Aperto meus dedos no livro com força.
Eu devia estar confortável com seu olhar, mas eu já estou acostumada com gente me olhando.
— Achei sua puta — Uma voz me faz desviar do olhar do homem, e vê Jessy que estava em minha frente. Jessy era minha melhor amiga, na verdade minha única amiga, não que eu não tivesse outra vamos dizer, ela era a única que eu conversava mesmo.
Ela possuía seus cabelos loiros, mas eram tudo tinta, ela sempre teve seus cabelos ruivos, mas ela nunca gostou do próprio cabelo. Seu corpo era perfeito, um corpo que você poderia chorar e se compara de tão bonito que era. Ela usava um body preto junto com um short branco.
— O que você quer cadela? — Digo olhando, minha voz é carregada de zombaria.
— Adivinha quem me chamou para sair? — Diz com uma expressão animada. A olho tentando lembrar os nomes de todos os caras que ela diz está apaixonada.
— Uh… essa é difícil em, você tem um monte de caras que te chama para sair — Digo com um sorriso de canto. Ela me olhou dando um tapa na minha cabeça com uma expressão brava.
— O Ben me chamou para sair, ele diz que vai me levar para um lugar muito legal.
— motel, ele só quer te comer isso sim.
Digo desviando o olhar da loira que começa a falar todos os motivos para eu estar errada, volto meu olhar para a janela a procura do olhar sombrio e penetrante do desconhecido, mas vejo que ele não está lá. Uma pontada de frustração me atinge, fico agoniada com a curiosidade que cresce dentro de mim para saber quem é ele? O porquê de está me olhando com tanta intensidade?.
Era como se eu tivesse olhado para o próprio diabo, onde sua volta.. nossa volta estava sendo queimada, e a única coisa que restava era nossos olhares… e por um momento eu fiquei com vontade de me queimar junto com ele.
(...)
Os céus e envolvido pela noite, não fiz nada de bom hoje o dia inteiro. Fiquei conversando com Jessy, depois passei em casa para comer e arrumar ela um pouco, caminhei pelas ruas da cidade sem rumo e sem direção, eu deixava minhas pernas me guiarem para qualquer lugar longe de meus pensamentos.
Mas volto para a realidade quando vejo a hora pelo relógio, pego um táxi e mando o motorista ir rápido se não eu iria receber uma bronca. Cheguei no trabalho, eu gostava do trabalho, mas não de tudo.
Eu era dançarina de pole dance em uma boate, eu gostava de dança então escolhi trabalhar aqui. Mas eu não gostava muito quando ficavam me olhando, mas eu não podia fazer nada… como sempre.
Entro no estabelecimento pela porta dos fundos, passo pelos corredores que estavam preenchidos por algumas caixas de bebidas e copos. Passo pela porta entrando na cozinha, vejo Marcus em pé limpando algumas taças.
— Finalmente você chegou, achei que iria faltar, o chefe te mataria em — Marcos diz enquanto limpava as taças que estavam em cima do balcão. Ele não precisava olhar para mim para saber que eu estava aqui, ele diz que sente meu cheiro de longe.
— Eu sei, eu meio que perdi a cabeça e esqueci que era adulta e trabalhava — Digo sorrindo colocando minha bolsa em cima do balcão, olhando para ele vejo que ele estava me olhando.
Definitivamente eu não tava querendo falar muito com ele, por alguns certos motivos, eu o tenho ignorado, por que eu sei o que ele vai dizer e eu não quero ter que falar com ele sobre isso.
— Eu sei que você tá me evitando… na verdade tá bem claro isso.. — Diz me olhando com uma expressão chateada, olho para ele mordendo o canto da bochecha tentando dizer o que eu quero para ele sem o machucar.
— Olhar Marcos.. eu sei que você é uma pessoa muito legal e que que tem algo comigo mas… Eu sempre te disse que só era sexso casual, amizade colorida e só.. — Digo o olhando com uma expressão de pena para ele.
Eu e Marcus fizemos sexso praticamente todos os meses, eu sempre deixei muito claro para ele que eu não queria nada além de sexso, mas ele acabou falando para um amigo que tinha interesse romântico em mim e que estava pensando em me chamar para sair e pedi em namoro.
Eu me senti mal, quando soube disso, não queria que fosse até esse ponto. Mas eu não me culpo por que sempre deixei claro para ele que eu não queria nada além de sexso casual.
— Eu sei disso, mas.. por que você não quer isso? Por que sempre foge de relacionamentos? — Diz cruzando os braços, sua voz é carregada de dúvida e curiosidade.
Aperto minhas mãos uma na outra, eu era uma mulher que fugia de relacionamentos, eu não me envolvia amorosamente com ninguém, ou era só sexo casual ou tchau.
— Olha, eu não te devo explicação sobre minha vida amorosa, eu te avisei que era só sexso casual, disse para você que eu não queria me envolver, você se iludiu sozinho e não me culpe por isso — saio da cozinha sem esperar por resposta, passo pelo palco entrando em uma sala escrito "camarim".
Vejo algumas meninas lá e as comprimentos com beijo na bochecha e acenos, elas estavam sentadas na cadeira se maquiando no espelho, algumas estavam de roupão e outras já vestiam.
Ando até meu camarim e entro fechando a porta atrás de mim, eu tinha meu próprio camarim por ser a estrela das noites. Como meu chefe disse "sem você, vamos à ruína". Tenho raiva quando ele diz isso, porque ele está desprezando as outras garotas que dançam muito bem.
— Olá — Escuto a voz que eu sabia de quem era, fico ainda de costa com os braços cruzados sem olhar para ele.
Sinto suas mãos envolvendo minha cintura por trás de mim, sinto seu hálito em minha orelha me fazendo arrepiar. Me viro para olhar para Joseph, ele tinha cabelos ruivos curtos, ele usava uma camisa preta junto uma camisa de couro, sua calça cargos folgada eram preta também
— Olá — Digo sorrindo e colocando minhas mãos em seu cabelo e o puxando para um beijo, suas mãos apertam mais em minha cintura à medida que nossas línguas se encontram em um beijo feroz e selvagem.
Ele empurra meu corpo até a mesa me colocando sentada nela, coloco minhas pernas envolta da cintura dele apertando seus cabelos. Ele para de me beijar por falta de ar e começa a beijar meu pescoço fazendo eu me arrepia sobre seu contato.
— Vamos nos encontrar mais tarde, tenho que trabalhar — Digo arfando sobre seus beijos em meu pescoço. Gostava de Joseph, ele era bem Bruto e não se importava se eu iria me machucar.
— Ok, vou passar mais tarde na sua casa — Diz plantando um beijo em meus lábios.
Joseph era irmão de Jessy, conheci ele através dela, desde esse dia ele sempre fica atrás de mim, dando em cima de mim,me beijando o tempo todo. Mas como eu digo, e só sexo casual e nada mais.
(...)
Envolvida pelo ritmo da música, sinto-me imersa no meu próprio mundo, enquanto me preparo para mais uma das apresentações na boate. Olho para o pequeno buraco na parede que dava para ver a boate de fora do camarim. O brilho das luzes néon estava presente no palco.
Tiro meu roupão onde cobria meu vestimento. Estava vestida em uma roupa que mal cobre o necessário, uma combinação de renda preta que abraçava minhas curvas de meu corpo, usava uma saia curta que mostrava um pouco de minha bunda, mas era um saia short. O tecido macio e sedoso. Meus saltos altos ecoam pelo chão quando começo a andar até o pole. Muitos homens estavam presentes, outros estavam sentados e alguns em pé jogando flores.
Vejo Jessy servindo os clientes que tinham seus olhos sujos em mim.
Ando de uma forma sensual e provocante,ando com confiança e sensualidade. Agarrando o poste com minhas mãos firmes, sentindo a textura feia e suave contra minha pele. Começo a contornar o poste olhando sensualmente para ele, não gostava de ter que olhar para esse homens, sabe que eles estavam com suas mãos apertando seus paus como um faminto.
Ergo meu corpo na barra ficando pendurada, minhas pernas envolvem o poste enquanto desliza meu corpo girando.
Sinto uma presença estranha, a mesma presença que eu tinha sentindo na biblioteca. Ergo meu olhar sobre a plateia pela primeira vez, levo meus olhos para cada canto tentando entender quem era que me observa.
Sentia meu corpo esquentar com o par de olhos que estava me observando escondido na escuridão, e a mesma sensação que eu senti com o homem na biblioteca, a mesma sensação.
Eu encontro.
Ele estava sentado um pouco metros de distância, ele estava na cadeira VIP sozinho. Ele me olhava como um predador à espreita, seus olhos fixos em mim com uma intensidade que faz meu coração acelerar. Eu vejo a forma como ele me olha, um desejo ardente, um desejo que eu não consigo imaginar.
A intensidade de seu olhar, era como se eu fosse a única pessoa que estava presente no lugar, seu olhar me levava às profundezas de sua alma. Ele me olhava com dúvida e curiosidade, ele me observava como se quisesse saber tudo sobre mim, mas ao mesmo tempo me olhava com um olhar integrado, como se tentasse entender o porquê de querer saber sobre mim.
Minha visão estava muito boa hoje, ele estava do mesmo jeito que de manhã, ainda com aquele olhar sério, com a postura rígida e o terno. Só que havia um cigarro em cima da sua olheira, onde ele mantinha ela lá.
Meu deus eu nunca tinha visto um homem ficar tão sexy com um cigarro.
Só que algo me faz vibrar meus olhos, ele estava apertando seu pau com força sobre a calça,vidro meu olhar sobre a marcação gigantesca que estava em sua calça, o que faz minha buceta latejar.
— Amiga?! — Paro de olhar para ele vendo Jessy embaixo do palco me olhando com uma bandeja na mão. Vejo que eu estava parada no poste, vários homens me olhavam como se tivesse tentando entender o motivo de eu ter parado.
Olho para o homem de novo e vejo que ele não estava mais lá.
(...)
— E sério que você disse isso? Queria ter essa coragem para jogar na cara dos outros — Jessy diz enquanto terminava de guardar as coisas.
A boate já estava fechada, não tinha mais ninguém exceto eu e Jessy. Eu estava sentada no banquinho de frente para barman esperando ela terminar de guardar tudo.
— Sim, eu sempre deixei claro que eu não queria nada além do pau dele, mas parece que homens são burros — Digo a observando, minha voz é carregada de irritação.
—— Olha amiga, vocês estavam transando a muito tempo, e claro que iria acender uma paixão, você devia dar uma chance para ele —— Diz terminado de guarda os copos.
— E pra que eu faria isso? Para da uma esperança que nunca vai acontecer? — Digo com minha voz completa de zombação, brinco com meus dedos um no outro.
Ela guarda o último copo e se vira me olhando com um olhar de "nunca se sabe" ela apoia as mãos na bancada ficando de frente para meu rosto, por um momento achei que ela iria me beijar.
— Amanhã, eu e você na balada Diabolic curse.
— Que balada é essa?. —Pergunto curiosa.
Eu conhecia várias boates perto daqui, mas nunca tinha ouvido dessa balada. Não que eu saia muito mas…
— E uma balada muito famosa, ela não é daqui, mas também não é muito longe. O Ben me convidou para ir lá e eu disse que iria levar você… e ele vai levar um amigo dele.
— Eu não sei não, se sabe que eu não gosto desses negócio de 4 e par — Digo me levantando pegando minhas coisas, jogo a blusa dela e dou sua bolsa quando ela contornou o balcão e para em minha frente.
— Tu não gosta de nada, Elysia! — Diz apontando um dedo em minha cara enquanto começamos a andar para fora do estabelecimento.
Abrindo a porta para a saída, trancamos tudo e fomos até a calçada, ela pegou seu celular chamado um Uber para nós duas.
Olho para o céu escurecido vendo as estrelas, gostava de observar as estrelas e saber o quanto elas eram bonitas, quando elas representavam um brilho, cada uma delas tinha seu brilho, cada uma delas tinha uma história.
Vagando meu olhar sobre a rua, meu olhar cai em um beco escuro, mas algo me chama atenção lá, tinha umas latas de lixo gigantes verdes em um canto. Mas algo me chamou atenção. Aproximo meu copo do beco com passos silenciosos, o que fez Jessy nem perceber minha falta de presença ao seu lado.
Me aproximando do beco, algo atrai minha atenção, algo de dentro da lixeira. Abro ela e me deparo com algo, algo que me deixou chocada.
Dando passos para trás com os olhos arregalados com as mãos em minha boca.
— Elysia? Tá tudo… — Jessy para de falar quando olhar para a lixeira, só escuto ela solta um grito alto.
Fico paralisada olhando para o corpo morto desfigurado e totalmente irreconhecível de Joseph.
Espero que vocês gostem da história, e ainda tem muita coisa para acontecer..