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CAPÍTULO SEIS

O ar frio da noite fez Miles se encolher.

Ele abriu a janela do quarto de Peter e escalou até o telhado onde o Peter de outro universo estava desde que ele revelou a verdade que estava por vir.

"A May mandou avisar que o jantar está pronto." Avisou Miles.

"Já desço." Diz Peter.

Miles sentou-se ao seu lado e ambos passaram a encarar a paisagem do Brooklin.

"E pensar que tudo isso vai ser destruído…" comenta Peter. Miles permaneceu em silêncio. "Você lutou bravamente."

"Não foi o suficiente!" Miles cerrou os punhos.

"Você fez o seu melhor, até o último suspiro… pode me tirar uma dúvida?" Peter o encarou.

"Diz aí."

"Porque decidiu quebrar o código Aranha matando aquela mulher? Não havia outra escolha?"

Miles olhou no fundo dos olhos de Peter.

"Em cada dimensão há pelo menos uma variante daquela vilã, no seu caso seria o Dr Octopus, certo? Você já parou pra pensar nas vidas que eles tiraram enquanto estiveram vivos sendo que poderíamos impedi-los desde o primeiro momento?"

"Matando elas na primeira oportunidade sem dar uma chance de redenção?"

"Alguns pessoas não são convencidas com palavras." Diz ele. "Existem vilões que conseguem se redimir? Se sim com certeza não estão em minha dimensão."

"Entendo… você quer salvar o maior número de inocentes sacrificando os vilões…"

"Não é a ideia mais sensata que já tive, muito menos a mais justa, mas é o que temos."

"Então… se tiver uma forma de fazer com que os vilões não sejam mais vilões e não ameacem mais os outros, você não os mataria?!"

"Obviamente não." Responde Miles. "Você tem algum método?"

"Ainda não"

"Então até lá, eles vão continuar morrendo. O papo tá bom, mas eu tô com fome."

Naquela noite a casa da Mey estava lotada. Depois de tanto tempo acostumada somente com um Peter Parker, ela cozinhou pra dois, um porco e duas mulher aranha. Além é claro de Miles, que se recusava em ser intitulado como Homem Aranha. Um tanto incomum, mas ela não se importou muito, pra falar a verdade ela já estava mais do que acostumada.

Enquanto os outros pousaram na casa da Mey, Miles e Gwen decidiram por retornar para o colégio.

No caminho, Gwen ficou instável várias vezes, tanto que Miles teve que carregá-la nas costas já que da última vez ela caiu em uma caçamba de lixo.

"Eu estou fedendo, não estou?!" Perguntou, agarrada a ele.

"Não pouco." Riu.

"Não precisava ser tão sincero." beliscou seu peito. "Você tem algum plano para mudar o futuro de cada um de nós?!"

"Tenho algumas ideias em mente, mas nenhum de vocês vai gostar."

"É tão ruim assim?"

Miles apenas sorriu, o que deixou Gwen mais curiosa.

No dia seguinte ambos cumpriram o dia no colégio e à noite retornaram à 'base'.

"Muito bem senhoras e senhores. No dia de hoje anúncio a criação dos Guardiões do Aranhaverso." falou Miles. "O principal objetivo dos guardiões será apenas um: Manter a teia da vida e do destino, e o Aranhaverso seguros, a todo custo!"

"O que é a 'teia da vida e do destino'?" pergunta Peni, levantando a mão.

"Uma pergunta interessante, Peni. Em uma linguagem simples, a Teia é tudo. Ela e o multiverso estão mais unidos do que vocês podem imaginar, ela conecta cada universo e cada token Aranha, ou seja, cada um de nós." Explica Miles, andando de um lado para o outro. "A importância dessa teia para nós é maior do que vocês podem imaginar, por exemplo…"

Miles pegou uma bola de tênis no canto da sala e arremessou contra o porco, que desviou facilmente de um jeito engraçado.

"Ta querendo me matar, garoto?"

"Graças ao sentido Aranha você pode escapar ileso, e adivinha de onde vem ele?" sorriu.

"Então… nossos poderes estão diretamente ligados a essa teia?" Ponderou Gwen.

"Exatamente."

"Então se essa teia cair, perdemos todos os nossos poderes?"

"Infelizmente, quanto mais forte for sua conexão com a teia, mais você tem a perder caso algo como, sei lá, sua destruição aconteça."

"E como podemos evitar sua destruição? Somos apenas um pequeno grupo de Aranhas, o'que a gente pode fazer pra salvar todo o multiverso, por que é isso que você está sugerindo que a gente faça." Comenta Peter, cruzando os braços.

Todos assentiram em concordância.

Miles cerrou os olhos. Estava bem claro o que estava acontecendo. Em pouco tempo esse Peter conseguiu influenciar todos.

"Se Miles está confiante é claro que ele tem um plano." Defendeu Peni.

Miles sorriu. Nem todos pareciam concordar com Peter.

"Eu tenho um plano, mas antes de explicá-lo, eu gostaria de saber de uma coisa." Seu olhar varreu cada um na mesa. "Eu vou precisar da confiança absoluta dos guardiões, caso contrário teremos problemas. Primeiro, eu estarei à frente do grupo, por tanto, serei o líder de vocês…"

"E quem o colocou na liderança?" Resmunga Peter.

"É, não só por que você veio do futuro que isso o coloca na liderança." Acrescenta o Porco.

Isso é um desafio?

[Você precisa tomar cuidado com quem escolhe para o grupo, alguns não parecem gostar muito de você.]

Eu sei como lidar com eles.

Miles ergueu os braços. Ao mesmo tempo, o crepitar de eletricidade o envolveu, formando uma armadura elétrica. Enquanto isso, várias teias douradas vibravam de todos os lados. Todos conheciam a força daquelas teias, mas ficaram surpresos ao verem a eletricidade envolver Miles.

"Aquele que não me quer como líder é só me derrotar e assumir a liderança. O que foi, não me digam que estão com medo."

Gwen e Peni seguraram o riso. Obviamente elas não estavam contra sua liderança, ao contrário dos outros aranhas. Seria engraçado vê-los tentar alguma coisa contra ele.

Os homens Aranhas não ousaram dizer uma palavra.

"Ué, vocês não estavam duvidando de sua capacidade de liderança? Por que não tentam a sorte?" incentivou Gwen.

Ninguém deu um passo à frente.

Vendo isso Miles cessou sua ameaça.

"Já que ninguém tem dúvidas sobre minha liderança, vamos ao que interessa… Eu vou ensinar a vocês tudo o que sei para aperfeiçoar suas habilidades de aranha, assim como estratégias, conhecimentos básicos sobre A Teia."

Miles passou os conhecimentos mais básicos sobre a Teia e dos eventos que a cercavam, como o evento Canônico, que é algo que está diretamente direcionado a eles.

Alguns entenderam rapidamente, quanto a outros…

"Miles." Peni o chama quando ele estava prestes a ir embora.

"Peni, tudo bem?"

"Eu… posso te pedir um favor?"

"Claro. O que seria?"

"Você tem um tempinho?"

Miles franze o cenho, mas assentiu.

Em um food truck no Brooklin, Peni e Miles esperavam um cachorro quente.

Peni usava um capuz para cobrir o rosto.

"Não precisa disso." Ele diz. "aqui você sua aparência não importa."

Ainda insegura ela decidiu confiar nele para retirar o capuz.

As feições asiáticas de Peni mostravam que ela não pertencia àquele lugar, contudo, aquele era o Brooklin. Um lugar onde haviam diversas etnias convivendo juntas, então a figura de Peni não foi muita novidade para os moradores.

Miles chamou mais atenção do que ela já que ele passou toda vida ali. Agora que despertou seus poderes de aranha seu corpo havia passado por várias mudanças que o tornaram mais notável.

"Então, o que gostaria de conversar?"

"E-Eu…quero saber mais sobre esse tal de evento canônico. Não que eu não tenha entendido sua explicação, mas…"

"Entendo. Com tanta gente falando ao mesmo tempo é difícil tirar suas dúvidas, não é!?" ela assente. "Certo. Pra começar, um evento canônico é um evento que ocorre com todo toten Aranha, certo? Seja a morte de um parente próximo, ou mesmo de um capitão de polícia."

"Mas por que eles têm que morrer? Isso não me parece justo."

"A vida não é justa, Peni. A morte deles é uma forma de teste que o destino nos impõe para nos colocar na direção correta." Explica.

"E se não passarmos nesse teste?"

"Não sei dizer, afinal, nenhum de nós falhou. Não precisa ficar preocupada quanto a isso."

"Mas isso não me preocupa…" ela se encolheu com uma expressão depressiva. "Eu não quero que ninguém morra."

Miles sorriu. Ele era exatamente assim, é na verdade. Em sua primeira vida Miles se recusava a deixar seu pai morrer só para cumprir uma profecia ridícula.

"Eu vou ajudá-la a salvar todo mundo." Falou, esfregando sua cabeça. Embora eles tivessem quase a mesma idade, ele a via como uma irmã mais nova, e como tal ele não gostava de vê-la triste.

"Isso é possível?"

"Lógico. Eu não vim do futuro a toa." Ele riu.

~Zumbido~

[Miles!]

Eu sei…

De repente os instintos de Miles diziam que ele estava sendo vigiado no escuro. Como seus instintos eram mais afiados que os de Peni, é óbvio que ela não conseguiria notar a camuflagem da outra parte.

Mas ao que parecia a outra parte, só parecia estar observando de longe, mas era óbvio que ela havia batido um cara crachá na identidade deles.

"O que foi? Você subiu a guarda, estamos sendo vigiados?"

Peni olhou para os lados com a guarda alta como se pudesse ser atacada a qualquer momento. Mas ela não corria muito risco com um robô Aranha gigante ao seu lado em modo furtivo.

"Não esquenta, não representa ameaça."

"Não ainda…"

"É, não ainda."

"O que vamos fazer?"

"Aja naturalmente. Deixe a vigia comigo. Então… continuando o lance de evitar seu evento canônico."

"Você parece bem relaxado para quem está sendo vigiado." Ela riu.

"Já passei por coisa pior."

"Imagino… ei, posso tirar uma dúvida que não seja de trabalho? Eu estava pensando nisso desde que nos encontramos."

"Diga."

Peni pega sua cadeira e a arrasta ao seu lado. Com um sorriso brincalhão ela pergunta:

"Você e a irmã Gwen, tem um lance, não tem?!"

Miles riu.

"Não acha que está muito nova pra pensar nisso?" Brinca.

"Idade não define maturidade, não é!? Se não fosse assim nós não estaríamos nessa profissão, se é que podemos chamar disso já que nem salário recebemos."

"Essa é a pior parte de ser herói."

"Mas enfim, você está fugindo da pergunta!"

"Hahaha, certo certo. Ela e eu ja tivemos uma relação bem próxima no futuro, ou seria passado? Tanto faz… você sabia que ela e eu somos uma variável que nunca dá certo? Em todos os universos, a Gwen Stacy e o Homem Aranha nunca estão destinados a ficarem juntos…"

"Por que isso? É mais uma besteira como um evento canônico?"

"Embora não seja um, é bem complicado. Mas estou disposto a enfrentar o destino por ela… não vou deixá-la morrer como da última vez."

Peni sorriu ao ver a determinação na voz de Miles. Ela torcia para que ambos pudessem ficar juntos nessa vida também.

"Desculpem a demora, aqui está o pedido de vocês!"

Dois cachorros quentes foram colocados diante deles.

"A comida da May é ótima, mas não se compara a certas comidas." Miles diz, dando uma grande mordida no que estava a sua frente.

"Na minha terra não existem muitos food trucks como aqui."

"Aproveite bem, amanhã teremos um grande dia." Comentou, dando uma grande mordida em sua comida.

Peni o encarou confusa.

"O'que teremos amanhã?" perguntou.

"Vou mandá-los para casa. Eu não posso mantê-los aqui pra sempre, a instabilidade está piorando não está?!" ela não negou.

[Eu esqueci de avisar, mas… eu consigo dar uma mãozinha para evitar essa instabilidade.]

Miles parou a comida no meio do caminho.

Você consegue fazer isso desde quando?

[Desde que eu tenha uma conexão com a Teia isso é coisa simples.]

E quando pretendia me contar?

[Você não me pediu ajuda.]

Vou deixar essa passar. Agora me diz como faço isso?

[Primeiro, eles terão que fazer uma promessa em nome da Teia! Não vou usar meus poderes para ajudar gente ingrata que vai te trair depois de colher os benefícios.]

Muito justo.

Miles desviou o olhar para Peni.

"Escuta, Peni. Eu consigo fazer essa instabilidade por não estar em seu universo parar, mas preciso de algo em troca." Falou.

O rosto da garota ficou vermelho enquanto ela cruzava os braços protegendo os seios.

"Não sei o que você pensou, mas não é nada disso." Esclareceu.

"Ah, claro. E-Eu não estava pensando em nada pervertido." Ela tentou esconder o rosto vermelho, o que a tornava mais fofa.

"Preciso apenas de sua promessa. Os poderes que concedem isso não são meus, mas sim da minha Aranha, e essa foi a condição que ela impôs para repassar esse poder, entende?!"

"Você também consegue falar com sua aranha? Onde ela está?"

"É mais complicado do que parece. Nos tornamos um, eu sou ela, e ela sou eu, ela não é uma aranha normal como a que picou os outros, é bem complicado de explicar."

"Entendo… tudo bem, eu prometo."

"Hahaha, não é assim. Mãozinha por favor." Ele pediu sua mão. Ainda envergonhada ela segurou sua mão. "Repita depois de mim!"

"Certo!"

"Eu, Toten Aranha escolhido pela teia da vida e do destino…"

"Eu, Toten Aranha escolhida pela Teia da vida e do destino…"

"Juro, defender a Teia, contra todos os males e infortúnios que desejam o mal…"

"Juro, defender a Teia, contra todos os males e infortúnios que desejam o mal…"

"Com o sacrifício da própria vida!"

"Com o sacrifício da própria vida!"

"Miles Morales é muito lindo!"

"Miles Morales é muito lind— espera, o que?" Ela ergueu o olhar só para ver Miles segurando a risada. "Palhaçada!"

"Foi mal, não deu pra resistir hahaha."

Foi então que Peni notou uma linha dourada em seu pulso direito. Era tão fino quanto às teias de Miles.

[Olá, Peni.]

A voz de Sansi soou na mente de Peni.

Ela olhou ao redor mas não viu ninguém além das pessoas que estavam comendo nas mesas próximas.

[Aqui embaixo.]

Ela olhou para a linha dourada.

"Miles, eu acho que sua teia tá falando comigo." Comentou assustada.

"Não é minha teia. Deixa que eu faço as apresentações. Peni, essa é a minha Aranha, pode chamá-la de Sansi. Embora seja uma surpresa pra mim que ela possa se comunicar com outras pessoas."

"Então ela… é uma aranha?"

[Uma Aranha mística, mocinha, e provavelmente a última.]

"Incrível…"

"Eu falei que era complicado."

Naquela noite Miles levou Peni para casa da tia May, e no caminho para o seu dormitório ele notou uma figura o seguindo de longe.

Eu não esperava que ela me encontrasse tão cedo.

[O que vai fazer com ela?]

Apenas uma conversa civilizada, sabe como sou.

A figura esbelta de uma mulher em trajes de mulher-aranha pousou no terraço de um prédio.

Ela olhou para todos os lados confusa.

"Pra onde esse garoto foi?"

A menos de dois dias ela ficou sabendo da morte do homem Aranha, o que foi um choque tremendo para ela, já que ela conhecia Peter pessoalmente e tinham uma relação bem amigável. A notícia de sua morte a deixou muito deprimida, mas ela mal teve tempo de ficar de luto quando foi designada para outra missão emitida pela S.H.I.E.L.D, onde havia relatos de que havia um novo homem aranha tomando o lugar do antigo.

Em seu relatório, havia fotos de mais de um Arranha naquele momento, o que a deixou confusa já que ela só sabia da existência de Peter, então de onde surgiram esses outros?

E pra piorar parece que um deles era incrivelmente agressivo e não hesitava em tirar a vida de um vilão. A prova disso foi o corpo de Olívia encontrado sem vida em uma vala.

Depois de algumas horas de procura ela o encontrou. E pra sua surpresa não era apenas um, mas dois, um casal aranha comendo cachorro quente.

O zumbido em sua cabeça não negava, eles eram iguais a ela, mas até que ponto?

Ao final da noite ela localizou o esconderijo deles, e para sua surpresa não era outro senão a base de Peter. O que estava acontecendo naquela cidade?

Seguindo o garoto, que pelas informações que a central conseguiu reunir, se chamava Miles Morales, filho único de uma família de classe média. A mãe era médica no hospital central, quanto ao pai, era policial.

Depois de alguns minutos o perseguindo de longe ela perdeu seu rastro.

"Uma bela noite para perseguir alguém, não é, senhorita!?" Uma voz soou atrás de si.

Ela rapidamente deu um salto e se afastou cinco metros.

Sentado sobre o parapeito do prédio, a figura de Miles em roupas normais estava sorrindo para ela.

"Como sabia?"

"Sabe, meu sentido Aranha é incrivelmente mais afiado que o de muitos aranhas." Contou, ainda balançando os pés no ar. "Deixe-me adivinhar, a S.H.I.E.L.D colocou você na minha cola, não é mesmo? É bem a cara deles."

A expressão da mulher por debaixo da máscara era de pura surpresa. Não era de conhecimento geral a existência da S.H.I.E.L.D, então, a não ser que esse garoto tenha obtido informações de Peter, ele tinha um outro informante.

"Está pensando como tenho ciência da existência da S.H.I.E.L.D, não é? Hahaha. Não foi o Peter se é isso que está pensando. Ele não teve muito tempo pra conversar antes de morrer!"

"Você estava lá quando aconteceu?"

"Infelizmente."

"E não fez nada para impedir?"

"Eu não pude, mas não espero que você entenda."

De repente várias teias são lançadas, prendendo Miles em um casulo.

"Sob a autoridade da S.H.I.E.L.D, você está sendo levado para investigação! Não resista!" anunciou.

"E desde quando a S.H.I.E.L.D tem essa autoridade?"

"Desde que você está envolvido com a morte do homem Aranha. Você será levado para interrogatório e caso seja inocente, será liberado em seguida."

"Ah tá, mas eu não estou muito afim não, tenho aula amanhã."

Dito isso ele se libertou facilmente das teias que o prendiam.

"Isso… como pode…"

"Veja só, eu vou te falar o'que vai acontecer nos próximos minutos. Você vai me deixar ir embora tranquilamente, não vai interferir em nenhuma das minhas ações, assim como não irei interferir em seu trabalho…"

"E se eu não concordar?"

"Aí eu terei que expor não só a sua identidade, mas de toda a S.H.I.E.L.D, a identidade de cada agente estará nas mídias de todo o mundo e até vocês puderem impedir isso, seus maiores inimigos estarão atrás das pessoas que vocês mais amam e irão matá-los só por vingança. Será que fui claro o suficiente, senhorita Drew!?"

Jéssica olhava para Miles com um ódio sem precedentes. Não haviam muitas pessoas que conseguiam ameaçá-la e continuar viva para concluir a ameaça, mas dessa vez, ela havia cutucado a onça com vara curta.

A identidade de todos os membros da organização era de mais alto sigilo, então como esse garoto de 14 anos conseguiu elas?

Jéssica se recusou a abaixar a cabeça para uma criança que acabou de despertar seus poderes.

"E o que garante que nós não façamos o mesmo com você? O que seus pais diriam? O que será que os vilões farão com eles caso descubram sobre tudo?"

De repente ela sente um formigamento indescritível tomando conta de todo seu corpo, normalmente ela sentia apenas em sua nuca, que significava que ela estava em perigo, mas agora, o tremor era tanto que ela não conseguia sair do lugar.

Ao olhar novamente para Miles, ela sentiu o ar escapando de seus pulmões.

Ela reconhecia muito bem aquele olhar. Intenção assassina.

Ela sentiu todo seu corpo sendo amarrado por um fio extremamente fino e resistente que começou a apertar mais e mais até o ponto em que ela sentiu sua pele debaixo do traje sendo cortada.

"Aaaaaahhh…. Dói… Argh…"

"Você quer saber por que eu não estou preocupado com meus inimigos indo atrás dos meus pais?" Murmurou Miles, se aproximando lentamente, ao mesmo tempo em que o crepitar de eletricidade escapava de seu corpo, o tornando ainda mais assustador. "Porque, eles estarão todos mortos em breve, assim como aqueles que ousam ameaçá-los."

Miles agarra seu pescoço e o aperta ao ponto do corpo de Jéssica começar a convulsionar rapidamente, mas não acaba aí.

Um clarão iluminou todo o topo do prédio quando uma explosão de eletricidade percorria todo o corpo da mulher que agora estava desejando a morte com todo o coração.

Ela sentia todo seu corpo doer como se estivesse sendo queimado de dentro pra fora, a sensação era a pior possível. Se não fosse pelo seu físico especial ela já teria morrido desde o início.

De repente o celular de Miles começa a vibrar.

"Olá, Fury, eu estava tendo uma conversa muito frutífera com sua agente nesse exato momento." Disse, já sabendo exatamente quem estava do outro lado da linha.

"Você não sabe o que está mexendo no garoto!" Disse uma voz grave e autoritária do outro lado.

"Isso foi uma ameaça? Sabe, eu não lido muito bem com ameças, pode perguntar pra sua agente depois… A partir de agora, não se meta comigo ou com meu pessoal, esse é o último aviso." E desligou.

Usando os poderes de cura do ATV, Miles cura todos os ferimentos do corpo de Jéssica, que nesse momento já estava desmaiada e que provavelmente teria pesadelos pelo resto da vida. Embora seu corpo pudesse ser curado, sua mente não era o caso.

Em uma das salas de operações da S.H.I.E.L.D em algum lugar secreto…

Nick Fury observava toda a cena de Jéssica sendo eletrocutada até perder a consciência.

Após a breve conversa com Miles, que parecia conhecer muito bem seus passos, Nick soube que havia mexido em uma cachopa de vespas muito agressivas.

Ele soltou um suspiro frustrado.

Aquela mulher… tão temperamental. Se ela tivesse conversado sem tê-lo atacado, talvez ele não se tornasse tão hostil a nós… mas aquele poder, nem mesmo o antigo Homem Aranha tinha essa força… de onde surgiu esse garoto?

"Parece que nossa garota encontrou alguém superior, hein." Comenta Natasha, sentando-se com um pacote de batata frita. "Como quer lidar com ele?"

Essa era a questão. Seja qual for o melhor rumo a se tomar, eles teriam que ir com mais calma dessa vez, visto que ameaças não funcionam contra esse homem aranha.

É como se ele não tivesse medo da nossa força. Pensa Fury.

"Você está livre amanhã?" Sorriu Fury, tendo uma ideia de como trazer o homem aranha para o lado deles.

"Pra você sempre." Ele assente. "Batata?"

Ofereceu o saquinho em sua mão.

"Vou aceitar um pouco."