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PÉSSIMA IDEIA E O SONHO DE VALSA

Adolescência é uma época de transição entre a infância e a vida adulta, pelo menos é isso que o dicionário diz, bom pra Fernanda não é tão simples assim. A garota de quase 17 anos já se sentia com responsabilidade de uma pessoa adulta e o que estava era exatamente o que? Ela ajeitou seu óculos escuro em seu rosto.

Fernanda olhou pro céu antes de entrar, as nuvens pareciam bem mais brancas que o normal, ela passou pela morta e as lâmpadas de led deram um grande contraste no que ela tinha visto no céu agora.

— Péssima ideia — Fernanda falava sozinha

Ela caminhou até o cinema lá havia uma espécie de sala de espera, ela sentou-se no grande sofá marrom que já estava gasto e tinha umas manchas esquisitas.

Fernanda pegou seu celular e olhou para suas conversas com Rafaela, ela abriu a foto da garota, a menina de cabelos loiros longos e olhos grandes usava em sua foto um batom rosa e sombra marrom nos olhos, Fernanda a reconheceria em qualquer lugar, mas será que seria reconhecida?

Ela nem parou pra pensar quando disse que estar de jeans e camiseta preta, além do tênis branco ao seu redor parecia que todos estavam usando a mesma roupa, ela tinha contado oitos garotas até agora.

Seu celular vibrou, Fernanda pensou que Rafaela iria lhe dar o bolo a mensagem estava escrita "vou me atrasar, chego logo logo"

Por alguns instantes a mente de Fernanda vagou a até quatro meses atrás, a quatro meses ela havia conhecido Rafaela online. Tudo começou da forma que começava sempre agora nesta era digital, Fernanda tinha postado uma fotos de sua cachorrinha Margo em sua rede social e uma garota desconhecida havia curtido as imagens, essa garota era Rafaela, Fernanda abriu seu perfil por curiosidade e viu fotos de Rafaela com flores nos cabelos, além das fotos de de seus gatinho que ela havia apelidado de noite e dia já que era um amarelo e outro preto. Tinha fotos de vários livros e umas imagens um pouco vibes de mais para o gosto dela.

Depois de um tempo Rafaela veio falar com ela, sem motivo aparente se teve um motivo Fernanda simplesmente não se lembrava e elas falaram sobre tantas coisas e trocaram telefone desde então foi um evento constante de trocas de mensagens, Rafaela viva mandando foto de seus pet e vídeos de seus pet elas simplesmente se falavam todos os dias

O que traz Fernanda aos eventos atuais? Ela não sabia como explicar. Rafaela apenas a convidou para sair e ela aceitou não tinha muito o que dizer, nem havia motivo para o seu nervosismo. Na verdade havia, Fernanda gostava de meninas e claro que ninguém sabia, não é como se ela estivesse apaixonada por Rafaela nem nada assim, apenas era estranho, Rafaela a chamou pra sair mas não era um encontro.

— Não é um encontro — Fernanda disse para si mesma enquanto olhava para o celular, suas pernas balançavam como um tic nervoso.

Ela devia ter falado para Rafaela que gostava de meninas? Por qual motivo isso era tão estranho?

A garota sabia que Rafaela era hétero, já que ela havia enchido seus ouvidos contando do garoto que ela gostava, seu nome era Gustavo. Fernanda viu uma foto dele mas não ficou impressionada ele tinha cara de... bom ela preferia não comentar o que pensou.

"Onde você está?" o celular de Fernanda, Rafaela já tinha chegado mas não tinha visto ela.

Rafaela estava nervosa, sem nenhuma criatividade Fernanda estava vestida de preto e jeans sem contar que a moça não tinha muitos fotos dela mesma, apenas tinha visto uma ou duas, sabia que Fernanda tinha a pele escura como como um caramelo e os cabelos na altura dos ombros e as vestimentas dela era tão normais.

Rafaela já tinha visto quinze garotas que estavam vestidas como Fernanda, sem dúvida ela era vista de longe, além de alta ela usava um vestido rosa pink, ele tinha um babado pequeno na barra e um colar de branco com contas brancas.

Ela avisou Fernanda de longe e apenas sorriu, era exatamente como ela tinha imaginado ficou um tempo observando Fernanda. Ela parecia cara de extremamente entediada, Fernanda não tinha visto ela ainda o que ela pensava que era quase impossível sua natureza era muito chamativa.

"Estou vestida de rosa"; Rafaela digitou no celular, ela observou Fernanda pegando o celular na mão, após ler a mensagem ela levantou seus olhos para procurá-la.

Fernanda viu a garota de pé perto da bilheteria, ela parecia alta mesmo pelo menos de longe e realmente tinha um corpo bonito, igual nas fotos, suas pernas eram enormes e estavam a mostra, como essa garota namorava aquele cara tão feio? Era o que Fernanda imaginava neste momento.

Conforme Rafaela se aproximava mais ela parecia um grande sonho de valsa naquele vestido rosa, estava bonita pra ser sincera. Rafaela veio andando até ela e se sentou ao seu lado como se elas estivessem com muita intimidade.

— O que você quer fazer? — Rafaela perguntou

— Não sei. — Fernanda olhou pra ela, não havia dito nada, apenas chegado se jogado no sofá e começando a falar, como se já tivesse conversado antes, nem um olá tudo bem a garota deu.

— Quer comer algo? Ver um filme? Podemos tomar sorvete

Rafaela falou tudo tão rápido que fez Fernanda ficar perdida, ambas saíram andando pelo shopping. Rafaela tinha se grudado no braço de Fernanda e elas caminhavam de braços dados, parecia estranho a moça extremamente espalhafatosa, devia ter luas orbitando em torno dela de tanto tamanho a forma que ela chamava atenção.

Ela passeava pelos corredores olhando as roupas e sapatos, ela queria parar em quase todas as lojas e toda hora perguntava a Fernanda se achava que determinada roupa ficava bem nela, elas passaram em frente ao petshop e Rafaela ficou olhando a vitrine de cachorrinhos ela mexia com eles e batizou todos eles, mesmo sem ser nenhum dela.

— Vamos na livraria — Não foi uma pergunta, apenas uma afirmação, Rafaela puxou Fernanda pelo braço pra dentro da livraria.

O cheiro de livro novo era maravilhoso apesar de gostar muito de jogar, Fernanda, às vezes gostava de ler alguns livros. Rafaela parou em frente a um prateleira escrita em letras garrafais e vermelha "ROMANCE", sim era o gênero favorito de Rafaela, ela ficou falando já li pra várias histórias, ela pegou um na mão e observou a capa que estava bem arrumada, era um desenho de dois sorvete, Fernanda havia lido, não fazia o estilo dela mais era um romance curto que não demorou muito pra acabar.

Rafaela ficou ali folheando Gelato e Amor, leu alguns trechos e suspirou, ela queria ir pra Itália também, na verdade ela desejava conhecer cada canto e recanto do mundo, ela queria ser uma mochileira.

As duas saíram da livraria sem levar nada, foram apenas passar um tempo ali mesmo.

— Vamos comer algo? — Rafaela perguntou pra Fernanda quando passou em frente a praça de alimentação

— Pode ser.

— Você não fala muito né? — Rafaela perguntou com um sorriso no rosto, era estranho mas ela se sentiu cativada pelo jeito de Fernanda. — Eu pago hoje.

Rafaela deixou Fernanda em uma mesa e ficou procurando algo pra elas comerem, ela era uma pessoa atenta e tinha prestado atenção nas coisas que Fernanda disse, ela parou em uma franquia popular e pegou um balde de batata frita e nuggets e coisa que ela gostava.

Fernanda estava sentada na mesa, ou Rafaela ela desligada ou provocativa, havia uma mesa cheia de caras encarando suas pernas e ela nem notou, parecia tão distraída vendo o letreiro. Ela voltou pra mesa com uma bandeja de coisas e se sentou.

— Não sei bem o que você gosta, então peguei o que eu gosto. — Ela tirou as coisas da bandeja pra ela comer, o cheiro de fritura era uma delícia.

— Você devia ter perguntado.

— Assim é mais legal — Rafaela sorriu enquanto comia várias batatinhas fritas — Então, foi estranho eu te chamar pra sair?

Fernanda engoliu a batata de atravessado quase se engasgou, ela sentiu sua face ruborizar e as perguntas se isso era ou não um encontro circularam sua mente.

— Parece estranho, a gente mora na mesma cidade e nem é tão difícil de se ver assim, fiquei feliz porque você aceitou, pensei que iria recusar.

Sim, Rafaela pensou que Fernanda não ia aceitar. Antes de fazer o convite ela ficou um tempo pensando nesta ideia e fez uma lista de motivos que ela devia e não devia convidar, os motivos para convidar eram bem maiores que os de não convidar. Ela se sentia estranhamente conectada a Fernanda, como se elas tivessem se encontrado em outra vida e agora voltaram a se encontrar.

Fernanda ouviu muita sinceridade na voz de Rafaela, ela era uma pessoa estranha, e ela tinha realmente gostado de sua estranheza, tudo soava tão inocente vindo dela.

Depois de comer elas foram a sala de jogos e viram que Rafaela além de esquisita era descoordenada e mimada, era havia perdido todos os jogos e ficava fazendo beicinho toda vez que perdia um jogo.

As garotas se despediram depois de longas horas juntas, Rafaela abraçou Fernanda.

— Obrigada por aceitar sair comigo — Rafaela disse — sinto que te conheço a tanto tempo, estou feliz de você não ter me achado estranha.

Fernanda tinha achado Rafaela estranha, mas não diria isso pra ela não na cara dura pelo menos. Rafaela deu um beijo e saiu correndo, como um furacão atrás do ônibus que ia pegar e parecia que agora tudo estava bagunçado.