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Funeral

13 horas e 21 minutos depois...

Uma carruagem modesta apareceu no horizonte pela vista dos soldados, que não deram tanta atenção devido a enorme fila de visitantes...

A capital do Império era naturalmente a maior cidade do mundo, também chamada de...

A maior cidade sob os céus...

No Império habitavam sabe se lá quantos bilhões de habitantes, existia apenas um estimativa feita a meio século atrás de quantos habitantes aproximadamente a capital tinha...

Só a capital possuía aproximadamente 1/4 da população de toda a nação, isso por si só evidenciava o quão gigante era está cidade...

A meio século estimava que a capital da Grã-Bretannia possuía um equivalente de aproximadamente 500 milhões de habitantes... Após 50 anos de prosperidade, quais seriam os números atualmente?

Obviamente, ainda mais exorbitantes do que isso, porém até mesmo uma estimativa se era difícil fazer hoje em dia.

O Imperadores passados fizeram um ótimo trabalho no quesito prosperidade dessa nação, seus números em todos os ramos só continuavam a aumentar...

Nos próximos anos a capital teria que passar por uma expansão se quisesse abrigar ainda mais moradores em seu interior...

Dividida em 3 níveis, no nível mais profundo, no centro da capital, jazia o palácio da família imperial.

O enorme palácio de Rosenberg...

No segundo nível, localizado no meio dos outros 2 níveis, residia os nobres e suas moradias na capital, como também alguns empresários e suas respectivas lojas.

Enquanto no primeiro nível, moravam os demais habitantes, tais como os mercadores e comerciantes normais e também plebeus e outros membros da baixa sociedade.

Respectivamente nomeados como:

1° nível: Zona Externa

2° nível: Zona Interna ou Intermediária

3° nível: Zona Central

Os guardas do portão exterior faziam simples check-ins nos recém-chegados, garantindo que não houvesse nada de errado com suas documentações ou registros...

Então, embora houvesse uma enorme fila, não havia necessidade de esperar muito até sua vez chegar.

Afinal, os guardas já acostumados com seus trabalhos, o faziam com relativa velocidade.

A mesma carruagem modesta vista no horizonte momentos atrás, agora se aproximava rapidamente dos portões da capital ignorando a enorme fila ao lado.

Os soldados no topo da muralha franziram o cenho ao verem a cena, uma carruagem modesta daquelas implicava apenas em um mero comerciante, do qual não havia motivo para furar fila.

O subcomandante da guarda da muralha externa acabou por estar presente no dia de hoje para uma patrulha de inspeção e vendo isso, desceu pessoalmente para averiguar a situação.

Parando a frente no caminho percorrido pela carruagem, levantou a mão e sinalizou para que parassem ao gritar:

— Ordeno que parem!

A carruagem naturalmente desacelerou e parou alguns metros do homem.

O mesmo se aproximou e observou a carruagem, olhando o pequeno símbolo da família real em sua porta.

Porém o símbolo era feito de prata e não de outro, além de que a carruagem era muito simples e modesta para pertencer a um membro imperial.

"Força Militar?"

Força militar era, como o nome já diz, a força militar do Império, sob o comando direto do general e da família imperial.

O símbolo que os representavam era o mesmo da família imperial, porém, feito de prata e não de ouro.

Assumindo que fosse alguém da forças militares, humildemente perguntou:

— Poderia confirmar a identidade do senhor?

A cocheira olhou para ele de maneira negativa e severamente respondeu ao apontar o símbolo na porta da carruagem.

— Acredito não haver a necessidade, não é mesmo?

O Subcomandante olhou de volta para a cocheira solenemente e argumentou:

— Peço perdão, porém, estou apenas fazendo meu trabalho, terei que pedir novamente para que prove sua identidade.

O símbolo na porta representava alguém das forças militares, portanto não havia a real necessidade de confirmação...

Ou pelo menos era assim até pouco tempo atrás, quando alguns terroristas invadiram a capital através de uma carruagem das forças militares.

A partir dai a segurança ficou ainda mais rígida, tendo agora a necessidade de provar a identidade de todos que chegassem a capital, incluindo membros da nobreza.

Se recusar a provar sua identidade induzia os guardas a pensarem em você como terrorista e portanto provocou uma reação excessiva ao subcomandante que já agarrava a sua arma firmemente.

A cocheira que se preparava para contra-argumentar, foi impedida antecipadamente pela pessoa que jazia dentro da carruagem.

— Estás bem, pequena... Já estou acordada.

A voz sonolenta e preguiçosa de agora pertencia a pessoa dentro da carruagem que impediu a cocheira de causar problemas desnecessários.

Abrindo ligeiramente a janela da carruagem, jogou seu token de identidade para o subcomandante.

Agarrando-o sem muita dificuldade, começou a identifica-lo...

Um token inteiramente preto com algumas listras douradas contornando-o.

O token continha várias escritas de branco, sendo no topo delas o nome do dono... Mary San Valentim.

Logo abaixo seu título de Arquiduque, seguido pelo selo real rosado de Rosenberg.

Na parte de trás jazia o brasão do clã Valentim.

As pupilas do homem se dilataram de espanto e sua mão tremeu ligeiramente quase derrubando o token.

Seus olhos se voltaram involuntariamente para a janela da carruagem, onde se era possível ver apenas uma silhueta através dela devido a intensa escuridão do interior.

O homem apressadamente devolveu o token em meio a muitas desculpas por tomar tanto tempo Mary.

O token com certeza era real... A energia espiritual emanada dele era extremamente densa e transmitia uma sensação crescente de desconforto e terror única.

Cada token continha a energia espiritual pura de cada indivíduo, como prova de veracidade.

E os nobres em questão, possuíam o selo real em seu próprio token para comprovarem seu título exercido na nobreza, com o brasão de sua respectiva família na parte de trás.

Mary apenas ignorou-o, estando meio sonolenta ainda...

A carruagem logo mais partiu em direção ao palácio do Imperador.

O subcomandante deixado sozinho suspirou aliviado e se não fosse pela presença de todas os outros guardas e visitantes, poderia garantir que teria perdido todas as forças em suas pernas.

Outro homem se apresentou ao seu lado e perguntou curiosamente:

— Quem se deve a honra de suas genuínas desculpas, Bing Huan?

Olhando ainda solenemente para a direção onde a carruagem partiu, sussurrou:

— O chefe do Clã San Valentim.

Embora fosse um sussurro, o outro homem conseguiu escutar perfeitamente com seus sentidos aprimorados pela mana.

Sua expressão antes curiosa, escureceu mortalmente e logo assentiu de maneira rígida.

"O que aquela aberração faz aqui?"

A carruagem de Mary partiu em direção a Zona Interna.

***

Apenas nove ruas levavam até a zona central da capital...

Mary agora atravessava a Avenida da Lanternas em direção ao palácio Rosenberg.

Como os nobres normalmente eram os únicos a atravessar para a zona central, a segurança embora colossal, possuía pouca averiguação de identidade.

Normalmente seria 'quase' impossível a entrada de algum criminoso na zona interna, mesmo através da magia.

Então, ignorando o fator 'quase', os guardas da zona central apenas confirmavam o brasão da família nas carruagens e dependendo de seus humores, também pediam o token de identidade.

Dessa maneira a carruagem de Mary apenas seguiu diretamente para o palácio sem pausas devido o brasão das forças especiais.

Se aproximando do palácio, um enorme e magnífico portão, porém, desnecessariamente grande, pode ser visto a distância.

Seu brilho dourado ainda mais reluzente devidos aos raios solares do meio dia, refletiam a bela pele pálida de Mary através da janelas da carruagem.

Sua sonolência já havia passado, no entanto, desejava genuinamente que não tivesse ao encarar os enormes portões dourados do palácio.

Sua expressão demonstrava seu claro desgosto em retornar para aquele local novamente.

Os enormes portões abriram lentamente devido seu grande volume, abrindo caminho para a carruagem de Mary.

Contornando a estátua ao meio do jardim do primogênito Rosenberg, continuou até a entrada principal.

A carruagem parou e Suruyuki que interpretava a cocheira, desceu de seu acento...

Caminhando até porta e abrindo-a em seguida, ofereceu sua mão um pouco áspera para sua mestra.

Mary aceitou sua gentileza e desceu da carruagem com sua ajuda.

Caminhando acompanhada de Suruyuki até em frente a porta principal, com uma breve pausa em seu passos, comentou enquanto os guardas abriam as portas.

— Quero que descubra quando será o funeral do Conde Azir.

— Sim, Milady!

Mary voltou a caminhar, enquanto Suruyuki sumiu com o vento.

O interior era exorbitantemente luxuoso, o corredor até a sala do trono estava cheio de quadros das gerações passadas de Imperadores e suas respectivas famílias.

Mary caminhou, embora com desgosto, calmamente até a sala do trono.

Outra porta barrou seu caminho, onde jaziam dois espadachins de 1° classe guardando-a.

Seus olhos pararam na porta e seus passos mais uma vez cessaram.

Um cigarro apareceu em sua mão de repetente, seu corpo era inteiramente preto com uma listra vermelha um pouco a frente do meio do cigarro.

Colocando-o a na boca, sem aviso prévio, uma pequena chama surgiu queimando sua ponta.

Após alguns segundos Mary agarrou o cigarro com dois dedos e baixou o braço para lateral.

— Abra!

Sua voz gelada assustou levemente os jovens espadachins na porta.

Após alguns segundos Mary já tinha voltado a caminhar novamente salão adentro.

A segurança era estritamente pesada, sendo protegida por vários espadachins de 1° classe dos dois lados do salão.

Em frente ao trono, dois mestres espadachins de meia idade defendiam seriamente o homem sentado no trono.

Mary parou a alguns metros da escada que levava ao trono e pousou seu olhar no olhos dourados do Imperador.

Encarando-o temporariamente, repetiu a mesma reverência que deu ao comandante adversário no campo de batalha Leste com o cigarro na boca.

Terminado sua meia reverência, removeu o cigarro com os dedos da mão esquerda e cumprimentou-o:

— Saudações, Vossa Majestade!

Seus olhos cinzentos fixaram-se no Imperador como se estivesse olhando para algo sem valor.

Isso mesmo, o Imperador não possuía valor nenhum ao seu ver... Apenas um pirralho indisciplinado com um título vazio ao qual meramente merecia seu respeito.

O Imperador ciente ou não de seus pensamentos obscuros, cumprimentou-a arrogantemente de volta:

— Bem vindo de volta Arquiduque, qual o motivo de seu rápido retorno?

Porém antes que pudesse responder, seu cigarro foi divido ao meio de repente.

Mary, no entanto, não parecia afetada, seus olhos lentamente se moveram ao outro homem jovem nas costas do Imperador.

A expressão no homem era sombria ao pronunciar-se:

— Por favor, mais respeito a Vossa Majestade, Vossa Graça!

Odiando perder seu tempo com coisas fúteis, jogou o restante do cigarro ao tapete vermelho e pisou nele rudemente.

Girando seu pé de um lado para o outro, as cinzas de seu cigarro mancharam o tapete vermelho.

Com um sorriso nada emotivo, tirou um frasco de vidro transparente de suas vestes.

— O inimigo recuou, dando-nos tempo o suficiente para redirecionar um comandante definitivo para o campo Leste nesse meio tempo.

Com uma breve pausa balançou o frasco no ar e perguntou:

— O que Vossa Majestade imagina que isso seja?

Semicerrando os olhos o Imperador olhou diretamente para o líquido escuro no frasco e respondeu:

— Veneno, provavelmente o qual matou o Conde.

— Isso, isso, deus parabéns pelo esforço, Vossa Majestade!

Uma zombaria clara a inteligência do Imperador, porém, Mary nem piscou ao jogar o frasco diretamente para ele.

O homem em suas costas se adiantou e agarrou com delicadeza o frasco antes que atingisse o Imperador.

Estendendo a mão, o guarda entregou o frasco ao Imperador que pegou-o relutantemente.

Mary não se importou em espera-los e se virando de costas ela disse:

— Agora está por sua conta, Vossa Majestade!

Caminhando em direção a saída ela parou bruscamente no meio do caminho parecendo se lembrar de algo a mais.

— Ah... Quase ia me esquecendo... Kahal, gostei do novo corte de cabelo!

Se virando pela metade, seus lábios se levantaram em um sorriso brincalhão ao olhar diretamente para o guarda que repreendeu-a momentos antes...

Kahal não compreendeu o significado por trás de sua frase até que Mary já tivesse partido e as portas do salão se fechado.

Sua franja derrepente perdeu as forças e se desprendendo do resto do cabelo, caiu no chão.

Olhando incredulamente para o seu cabelo no chão, Kahal murmurou:

— Maldita aberração!

Mary claramente esteve com a mesma posição relaxada de sempre o tempo todo ao seu ver, porém, ao que parece não foi bem assim.

Em algum momento desconhecido para Kahal, Mary atacou-o e cortou suas franjas sem que ele percebesse.

Um arrepio percorreu sua espinha ao se lembrar do real nível de poder do Arquiduque.

Se assim quisesse, provavelmente sua cabeça já estaria rolando pelo carpete do salão sem que ao menos soubesse de onde partiu o ataque ou quem o atacou...

O Imperador também pareceu compreender o significado de sua frase ao olhar sombriamente para os cabelos de Kahal no carpete.

— Leve essa amostra para os alquimistas!

Ignorando seu orgulho ferido, entregou a amostra de sangue do Conde para Kahal e se retirou seguido por dois guardas.

Kahal ainda descrente do recente ocorrido, suspiros e caminhou até o laboratório.

***

2 dias depois...

Em um dia ensolarado um grande evento estava sendo sediado na manhã desse dia no Condado de Azires.

Em um templo da Igreja vários nobres se reuniam para o funeral do honrado falecido Conde.

Uma típica semelhança entre os templos das Igrejas eram seus inúmeros pilares brancos que o faziam parecer templos da Grécia Antiga.

Em um salão aberto para o ar livre, entre os vários pilares, os nobres se reuniam e conversavam entre si.

— Agora que o antigo Conde morreu, quem irá substituí-lo?

— Hm... Boa pergunta, sua filha completou seus 18 anos ano passado, enquanto seu filho possuí apenas míseros 10 anos.

— Se assim for, sua filha governara o Condado pelos próximos 6 anos até o garoto se tornar um adulto?

— Possivelmente... Sua esposa faleceu a alguns anos, deixando apenas essas duas crianças de sua linhagem.

— Mas... Uma mulher no poder?

O preconceito ao gênero feminino exercendo o poder de um nobre na sociedade composta quase completamente por homens era grande.

Este pensamento estava enraizado neles devido aos costumes do Império de que as mulheres eram ferramentas políticas e apenas isso.

Ver um ferramenta política no mesmo nível que eles feriu seus orgulhos.

Sinceramente, um motivo bem patético para alguém como um nobre.

Enquanto sussurros percorriam o enorme templo, uma jovem garota jazia silenciosamente ao lado de um túmulo.

Seus cabelos vermelho flamejante percorriam suas costas até sua cintura e seus olhos pretos observavam tristemente seus arredores.

Ao seu lado um pequeno garoto de cabelos e olhos pretos segurava firmemente a bainha de sua saia com certa relutância em se afastar.

Este era para ser um dia de luto para seu pai, porém, os nobres apenas o tratavam como um assunto de entretenimento.

Até mesmo aqueles que antes se consideravam aliados do falecido Conde, fofocavam sobre seus sucessores.

O Bispo encarregado desse templo e funeral, olhava indiferentemente os nobres fofocarem sobre a morte do Conde e o futuro destino de seu território.

Sempre foi assim... Respeitam enquanto vivos e zombam enquanto mortos, já havia se acostumado com tal coisa.

Os nobres em si não pareciam conscientes de suas próprias conversas que entristeciam os filhos do falecido Conde.

O Bispo então se preparou para começar quando uma voz trovejou pelo templo.

— Haa...? Ei, seus filhos da puta, isso aqui é um funeral não um evento de premiação ou comemoração, então calem a porra da boca!

Sua voz gelada ressou pelo templo e em meio ao silêncio inesperado algumas batidas de uma bengala foram ouvida vindo da entrada do templo.

Tec Tec

Uma garota com aparente 15 anos se aproximou lentamente, seguida por uma outra mulher alguns anos mais velha.

Ignorando os olhares fulminantes dos nobres irritados por sua repreensão, se aproximou do caixão e observou o falecido Conde pálido e sem vida deitado em seu inteiror.

Seus olhos eram ilegíveis, não demonstrando nenhuma emoção, sua expressão seguia-se indiferente.

Sua voz calma repreendeu-o:

— Tch, o idiota que disse que viveria para ver seus filhos crescerem... Está agora morto em um caixão feio.

Seu olhar se moveu até o Bispo e sorrindo levemente disse:

— Pequeno Huang, já fazem 27 anos que não o vejo, como tem estado?

Sua voz ecoou em alto e bom som naquele silêncio mortal, permitindo que os nobres ouvissem perfeitamente.

Era de conhecimento público que o Bispo Huang Ling, encarregado do templo do Condado de Azires fazia 34 anos nesse ano.

Se considerarmos 27 anos atrás, o Bispo Huang deveria estar próximo dos seus 7 anos de idade, uma criança.

Contudo, o mais curioso foi ouvir isso vindo de alguém que aparentava estar apenas entre seus 15 á 17 anos de idade.

O Bispo em si não reagiu tão grandiosamente ao cumprimenta-la solenemente:

— Já faz algum tempo, Vossa Graça, tenho estado bem também.

Mary apenas sorriu em resposta e depois se virou para os filhos do Conde.

Apontando para si mesmo, ela disse alegremente:

— Prazer em revê-la, acredito que não se lembre de mim, afinal cheguei a conhecê-la quando você tinha apenas 9 anos.

A garota observou Mary de soslaio, notando em particular seus olhos cinzentos e feições jovens...

Era ela a pessoa a quem seu pai uma vez se referiu com a seguinte descrição:

"Uma jovem com feições e aparência de uma garota de 15 anos, personalidade brincalhona, mas que porém, na maioria das vezes age excessivamente madura para a idade que aparenta ter, tal como exala a confiança e poder que uma garota da sua idade não teria...

Uma imagem externa bem incongruente com sua verdadeira identidade, na minha opinião...

No entanto, formando um belo contraste com sua aparência ao meu ver, nutrindo uma personalidade, caráter, princípios e experiência de uma longa vida nas costas, com uma beleza fenomenal e olhos cinzentos especialmente únicos em todo o mundo, libertina e espontânea, mas que facilmente confundida com uma lunática"

Mas era verdade que a garota já não se lembrava de já tê-la encontrado no passado.

Sua tenra idade impossibilitou-a de se lembrar de muitas coisas, sendo essa uma delas...

— Sinto muito, Vossa Graça!

Mary não se importou, ou melhor, esse era o esperado.

Um nobre irritado se aproximou pela suas costas enquanto Mary conversava com a garota.

Chegando perto o suficiente agarrou rudemente o ombro de Mary e forçou-a a se virar.

Ou pelo menos tentou, porque não importa quanta força exercesse, Mary não se moveu um único centímetro.

E como se para zombar dele, continuou conversando normalmente.

— Ei, vire-se! Preste atenção quando um adulto estiver falando!

Mary finalmente se virou para ele, parecia um idiota ao seu ver, principalmente por tê-la chamado de criança.

— Tch, não está vendo que estou conversando? Vaza, porra!

O nobre prestes a agarra-la pelo colarinho, parou no meio do caminho ao sentir um sensação de metal gelado na lateral de sua cabeça.

Suruyuki apontou uma arma para sua cabeça sem pensar duas vezes e friamente se expressou:

— Obedeça-a!

Suor frio escorria por sua testa, suas costas já encharcadas devido ao medo e seus olhos amedrontados.

Em uma tentativa de retaliação, gritou histéricamente tentando evocar coragem:

— Sua maluca, se me matar aqui não só estará ofendendo a Igreja, como também ao Imperador.

Mary sorriu maliciosamente ao responder com outra pergunta:

— Então não posso matá-lo aqui, mas em outro lugar sim?

Engolindo suas próximas palavras, percebeu seu mal uso de suas palavras.

— M-Maluca desgraçada!

Retrocedendo em seus passos, levantou suas mãos em sinal de rendição e em alguns rápidos passos se retirou do salão.

Mary zombou de sua rápida mudança de atitude e finalizou:

— Terminamos nossa conversa depois, pequena.

Sem esperar por uma resposta, caminhou até um dos pilares mais afastados e se encostou.

Descansando os olhos e aguardando o início do funeral.

Os nobres não ousaram dizer sequer uma palavra nesse meio tempo, temendo por seus próprios destinos.

Supondo ser uma lunática, se mantiveram quietos em seus próprios lugares...

— O chefe do Clã San Valentim.

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