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A chegada do Herdeiro do caos

Nunca imaginei que morreria assim. Embora fosse óbvio, dadas as circunstâncias, que em algum momento eu encontraria meu fim, jamais pensei que seria de uma maneira tão simples e, ao mesmo tempo, dolorosa.

Me chamo Ling Wei, tenho 21 anos e sou rotulado como delinquente desde os 13. Envolvi-me em um conflito entre gangues rivais, onde meu suposto amigo, Feng, apunhalou-me pelas costas. A ironia é cruel; o "próprio caos", como passaram a me chamar, agoniza em meio a uma briga caótica, sangue e corpos espalhados. Parece que Feng não se contentou em me apunhalar apenas pelas costas.

— Voltou para terminar o trabalho? — questionou Ling.

— Claro que não. Você já está praticamente morto. Prefiro ver você morrer lentamente — disse Feng.

— Veio apenas para se divertir assistindo à minha morte? — provocou Ling.

— Sim, mas tive uma ideia melhor. Vou dar um soco e deixar você morrer sem sofrer. Basta dizer que sou superior, o que acha? — sugeriu Feng.

"Pensando bem, não vou alimentar o ego dele com isso", ponderou Ling.

— Nunca! — afirmou Ling.

— Hahaha, imaginei que diria isso. Então você continuará a morrer lentamente — disse Feng, um sorriso malicioso estampado no rosto.

— Nos vemos no inferno, Feng — despediu-se Ling.

— Talvez sim — respondeu Feng.

Lentamente, Ling perde a consciência. Fechando os olhos gradualmente, sua visão escurece até dar seu último suspiro.

Ao amanhecer no Continente Celestial, marcado por paisagens diversas, cidades florescentes e regiões selvagens, uma complexa teia de cultivo prospera.

Lentamente, Ling Wei desperta em um quarto na Seita Primordial, onde a luz dourada do sol dança suavemente. Seu olhar percorre o teto adornado, relembrando a ancestralidade da seita. O aroma de incenso paira no ar, e a aura de cultivo impregna a atmosfera.

"Onde estou? Não deveria ter morrido?"

Lentamente, Ling senta-se na cama e vira-se para o espelho do quarto.

"Então estou em outro corpo. Nunca pensei que algo como reencarnação pudesse existir."

— Hehehe, gostei desse cabelo longo e branco. Bem estiloso — aprecia Ling.

Toc-toc.

Um senhor de estatura média, cabelos e barba grisalhos entra pela porta.

— Então, finalmente melhorou?

"Esse velhinho é o avô do antigo dono desse corpo? Por que não consigo lembrar o que aconteceu com o antigo dono desse corpo? Será se foi uma morte tão traumatizante assim?"

— Sim, eu já melhorei — responde Ling, agora chamando-se Long.

— Perfeito, levante-se e venha comer algo — convida o avô de Long.

— Certo, logo estarei lá — responde Long.

— Estarei esperando — afirma o avô de Long.

Long levanta-se e dirige-se à porta, refletindo sobre o lugar estranho e, ao mesmo tempo, familiar.

Chegando no Salão de Refeição:

— Sente-se e coma. Hoje é o dia em que tentará novamente conseguir sua linhagem — diz o avô de Long.

— Apesar de ser a terceira vez, não perca as esperanças. Você vai conseguir — encoraja o avô.

— Eu sei. Tenho certeza de que vou conseguir, avô — afirma Long.

"Então o dono deste corpo era um inútil?"

Após comer, Long dirige-se à porta da Seita.

— Avô, por que nunca falou o motivo da Seita não ter nenhum discípulo? — pergunta Long.

— Esta seita foi criada para acolher apenas os herdeiros das linhagens primordiais — explica o avô.

— E não existe ninguém que possua alguma linhagem primordial? — indaga Long.

— Até hoje não há registro de pessoas com tal linhagem — revela o avô de Long.

— Essas linhagens são tão raras assim? — pergunta Long.

— Claro, mas essa não é a única questão. Segundo as lendas, as linhagens primordiais não podem ser obtidas pelos humanos devido ao seu grande poder e potencial extremo — esclarece o avô de Long.

— Compreendo. Então um humano não conseguiria suportar tanto poder? — pergunta Long.

— Provavelmente não — afirma o avô de Long.

— Bem, é melhor você se apressar e dirigir-se para obter sua linhagem — aconselha o avô de Long.

— Certo — concorda Long.

"Espero conseguir. Não gostaria de ser inútil neste mundo."

Assim, Long sai da Seita e dirige-se à cidade, determinado a obter uma linhagem.

Andando pela cidade, Long admira a grandiosidade e harmonia das ruas pavimentadas, majestosos edifícios de arquitetura celestial e templos antigos que pontuam a paisagem.

Long chega em frente ao palácio imperial, com torres majestosas que se elevam como pilares celestiais, adornadas com entalhes dourados refletindo a luz do sol.

Várias pessoas aguardam em fila, incluindo Long. Ele ouve uma voz conhecida, mas estranha, vinda de trás.

— Então, Long, veio de novo?

Long vira-se e reconhece seu amigo de infância, Zhang Ming.

— Claro, tenho certeza de que vou conseguir eventualmente — afirma Long.

— Nunca desista. Você vai conseguir — encoraja Zhang, com um sorriso.

— Como vai indo o caminho para obter sua linhagem? — pergunta Long.

— É mais difícil do que parece — admite Zhang.

"Zhang é o herdeiro da linhagem dos raios e trovões, com grande potencial. Mas em quem confiar, até mesmo em amigos de infância?"

— Pelo visto, terá que esperar bastante, há muitas pessoas à sua frente — observa Zhang.

Uma voz familiar, porém desagradável, interrompe a conversa entre Long e Zhang.

— Então, o inútil voltou para passar vergonha?

— O que você está fazendo aqui, Yuan? — pergunta Zhang, sério.

— Não posso presenciar um evento tão grandioso que ocorre apenas uma vez por ano — responde Yuan, com sarcasmo.

— Idiota! — exclama Zhang, sério.

— Vou sair. Até mais, inúteis — diz Yuan, retirando-se.

— De qualquer forma, não ligue para o que ele disse. Ele é só um idiota mesmo — consola Zhang.

— Você está certo. Hehehe — concorda Long, com um sorriso brincalhão.

— Bem, vou me retirar agora, mas estarei torcendo por você — deseja Zhang antes de sair.

O tempo passa até que, finalmente, chegou a vez de Long.

"Finalmente, estou exausto de esperar. Parece que a linhagem neste mundo é crucial."

À sua frente, dois guardas imperiais e um homem com uma essência misteriosa aguardam.

— Venha, jovem. Aproxime-se — convida o homem misterioso.

"Esse homem é ainda mais estranho do que me recordo das vezes em que o dono deste corpo tentou obter sua linhagem."

Long se aproxima, ficando frente a frente com o homem. Este segura uma caixa preta avermelhada com símbolos estranhos.

— Perfeito. Coloque a mão na caixa, por favor, jovem.

Long estende a mão até a caixa, e uma voz ressoa em sua mente.

"Então, voltou para tentar obter uma linhagem? Não é o mesmo corpo, mas a alma não é daquele inútil. Imagino que seja um reencarnado, não é?"

— Quem é você? E como sabe quem sou? — pergunta Long.

— Perdão pela falta de educação. Sou o guardião das linhagens, aquele que determina quem é digno de possuir uma linhagem para iniciar seu cultivo — responde a voz.

— Como sabe quem eu sou?

— Isso não importa. Não sou o único que sabe que você é um reencarnado.

— Alguém mais sabe? Quem?

— Descobrirá futuramente, e não cabe a mim revelar isso.

— Entendo. Você vai me conceder uma linhagem, sim ou não?

— Você é muito atrevido, jovem. Apesar de tudo, sim, vou conceder uma linhagem.

— Sério?

— Sim, mas não pense que será fácil. Você tem um longo caminho a percorrer por este mundo.

— Entendo. Posso saber qual linhagem vou receber?

— Não. Descobrirá com o tempo. Apenas diga que lhe foi concedida a linhagem elemental da terra.

— Mas por quê?

— A linhagem que receberá está além da compreensão humana. Lamento informar que enfrentará muitas dificuldades até dominá-la por completo.

— Entendo. Como provarei que obtive a linhagem elemental da terra?

— Apesar de o cultivo neste mundo ser baseado em linhagens, antigamente eram praticadas técnicas e habilidades agora consideradas inúteis. Pratique-as até a Lua de Sangue, que ocorrerá daqui a alguns meses.

— Como obtenho essas técnicas?

— Seu avô ajudará com isso. Nosso tempo acabou. Muitos ainda esperam por sua linhagem.

— Espere, ainda tenho perguntas.

— Adeus, jovem. Boa sorte com sua nova linhagem. Você precisará dela.

Após a conversa com o guardião das linhagens, Long retorna à seita de seu avô, repleto de dúvidas sobre sua vinda a este mundo. Long está prestes a iniciar uma longa e perigosa jornada pelos cinco continentes.