A primeira batalha!

Enquanto ia para a saída do apartamento, Anderson tentou se lembrar exatamente de todas as mecânicas do Rpg, tinha os pontos de vida que era a saúde do personagem, além dos pontos de sanidade que diziam o estado mental do personagem, além dos pontos de esforço que correspondiam a quanto poder um usuário poderia usar, é claro que na versão mais recente existem os pontos de determinação que são uma junção entre os pontos de sanidade e os de esforço, onde muitas coisas foram alteradas.

Quando Anderson apertou a maçaneta para abrir a porta, ele ouviu um grito no apartamento de sua vizinha, e ouviu algo sendo quebrado, parecia algo semelhante a vidro, ele fechou o rosto e tirou a mão da maçaneta, Anderson falou consigo mesmo:

-" Devo esperar que alguém apareça primeiro, não devo atrair atenção nesse momento."

Quando dois minutos passaram, ele começou a ouvir vozes nos corredores que ele não conseguia entender, vendo que essa desculpa seria perfeita para ele sair, Anderson deixou a mochila perto da porta e saiu do apartamento, e fechando a porta ele viu um casal de idosos, uma mãe de 27 anos com seu filho de 5 anos e um homem loiro de no máximo 23 anos, o casal de idosos são a família Moura, a mulher se chama Patrícia de Paulo Alencar e seu filho Rodrigo Borges de Alencar, o homem loiro é amigo de Anderson, seu nome é Fábio Josias Marques.

-" Senhorita Moura e Senhor Moura ... o que esta acontecendo?"

Todos olharam para Anderson meio preocupados, o amigo de Anderson, Fábio respondeu:

-" Anderson algo estranho esta acontecendo com o apartamento da Simone, nós acabamos de chamar a polícia e eles devem chegar em breve .... achamos que tem algum maluco na casa da Simone, ele ta grunhido meio alto e quebrando tudo lá dentro, você não ouviu? E você não foi ao trabalho hoje?"

-" Fábio ... eu estava dormindo e tinha o dia de folga, eu estava pensando em ver minha série, contudo eu ouvir vozes no corredor, então vim checar ....."

Fábio olhou para Anderson e apenas suspirou, ele então olhou para todo mundo de forma decisiva e voltou o olhar a Anderson, esse mesmo notou a atmosfera e disse devagar:

-" Vocês me esperaram para ... entrar na casa de Simone? ou só o Fábio teve essa ideia de vim junto comigo?"

Todos apenas acenaram com a cabeça para Fábio, parecia que todo mundo contava com eles dois, Anderson apenas fingiu suspirar e internamente ficou feliz, ele agora tinha um motivo para entrar na casa de sua vizinha sem ser crime, enquanto fazia seu teatro Fábio tirou uma faca levemente grande e Patrícia colocou as mãos nos olhos de seu filho.

-" Você vai participar disso?"

Fábio me olhou de forma firme e determinada, fingindo um certo receio eu apenas digo:

-" Claro hahaha, quem ousou entrar aqui não sai ileso!"

-" Hahaha eu sabia amigo, deseja uma faca Anderson? precisamos estar equipados para lutar com o louco lá dentro."

-" Não .... deixa eu pegar minha mochila, lá tem tudo o que preciso."

-" Ok vá rápido, temos que entrar com tudo, para ter certeza que Simone ainda está viva."

Anderson então voltou para sua casa e fingiu demorar um pouquinho, ele foi para a porta e pegou a mochila, quando ele saiu todos estavam afastados da porta e apenas Fábio estava próximo dela, Anderson os olhou e disse:

-" É melhor vocês voltarem para seus quartos .... acho que vai ser feio o negócio aqui!"

Todos pareciam nervosos e apenas assentiram, ficando do lado esquerdo da porta, Fábio deu uma leve recuada e chutou a porta com tudo, ela se quebrou até que facilmente e Anderson tirou da bainha de couro o pequeno facão, em seguida ele ouviu um "Ding" no telefone dele, sabendo o que tinha dentro, Anderson não checou o celular e apenas verificou em volta, o lugar tinha uma neblina baixa e fraca, isso não era algo natural.

-" Uma neblina? Dentro de casa? Será que o maluco soltou gelo seco aqui?"

-" Eu não sei .... mas sempre mantenha os olhos abertos, ele pode estar escondido aqui?"

O apartamento tinha bastante coisas, como mesa e cadeiras de jantar, um sofá na sala e uma televisão de Oled de 43 polegadas aproximadamente, além de por padrão possuir uma cozinha a esquerda ao se abrir a porta, no entanto o apartamento parecia estar virado do avesso, cadeiras caídas, sofá com marcas de arranhão de uma grossura semelhante a um animal de médio porte, a televisão Oled estava destruída com um grande amassado no meio, além de marcas de sangue  que percorriam o apartamento.

-" Que merda aconteceu aqui? Foi algum animal que fez isto? isso não parece ser de nenhuma marca de objetos cortantes." Fábio analisou friamente a cena na nossa frente.

Eu apenas fiquei com um rosto mais sério e apertei meus dedos no punho da faca.

-" Eu não sei ... mas com certeza algo estranho aconteceu ..... prepare-se!"

Fomos com cuidado, olhando para todas as direções possíveis, escutando cada barulhinho que houvesse no apartamento, com passos leves e quase inaudíveis, conseguimos escutar um som bem baixo, um som que tinha pequenas fungadas de tempos em tempos, era um som meio característico, um som comumente visto quando alguma pessoa chora e acompanhado do som, era um pouco mais altos e pareciam garras deslizando sobre uma superfície de madeira.

-" Anderson, deixa eu ir na frente .... pode ser uma armadilha." Fábio sussurrou em meu ouvido.

Sabendo que não podia ser a criatura paranormal, Anderson apenas assentiu silenciosamente, quando o som de choro foi ficando ainda mais alto e o som das garras arranhando também, os dois viram Simone sentada no chão com as pernas envolvidas no braço, ela estava em uma posição de claro desespero, ela tinha algumas marcas de arranhão pelo corpo, além de um pouco de sangue por todo corpo, ela tinha um rosto vermelho com olhos bem marejados, ela claramente tinha chorado bastante, seu rosto bonito junto com seu belo cabelo cor de mel, ficou claramente desgastado com essa situação, e agora um novo som foi ouvido além dos dois anteriores, um som de batida, não era alto e nem forte .... todavia parecia ser um som inquietante, como se alegasse que fosse uma coisa, uma coisa que o que tivesse lá dentro daquele cômodo, fosse um problema grande.

-" Simone!" Fábio correu pro lado dela, ela nem virou o rosto para olhar para ele, ele se agachou e perguntou.

-" Estou feliz que você está bem! O que aconteceu? Quem fez isso?"

Simone apenas levantou a cabeça que estava olhando o chão, ela olhou para frente e nem sequer voltou o olhar para Fábio, com uma voz rouca e exausta ela alegou:

-" Quem ... fez isso? Você não ..... quis dizer o que fez isso?"

-" Hã? O que fez isso? Não foi um humano ou algum animal silvestre? O que você esta dizendo?"

Simone finalmente olhou diretamente para Fábio, os olhos dela eram vazios e descrentes, só os olhando você tinha certeza que ela havia passado por um inferno, ela fez uma expressão de desdém e riu um pouco alto, Fábio ficou meio assustado e recuou alguns passos, Simone então falou:

-" A coisa que me atacou era ..... impossível de existir, ele era vermelho porque seus músculos estavam expostos, ele tinha garras pontiagudas que mais pareciam navalhas de tão afiadas que eram, seu rosto não tinha sobrancelhas, nem lábios, nariz e sequer ouvidos, ele só tinha uma boca cheia de dentes semelhantes a de um tubarão em questão de parecer afiado, seus olhos eram completamente pretos e ele grunhia de forma ..... de forma ..... bizarra."

Fábio olhou para ela por alguns segundos e então voltou o olhar para mim, ele se aproximou parecendo despreocupado e dissertou:

-" Cara ela deve estar com estresse pós-traumático, algum animal deve ter atacado ela, como devia ser vermelho ela poderia ter sido atacado por algum animal ensanguentado, ou por algum com uma cor aproximada como a cor laranja, talvez uma raposa?"

Anderson o olhou e sorriu em pequeno desdém, fechando a cara ele respondeu:

-" Uma raposa fez isso com ela? Tá tirando comigo? É mais provável ter sido algum maluco vestido com uma fantasia realista, feita sob medida que contém garras .... duvido que uma raposa pequena e covarde conseguiria traumatizar Simone .... eu vou dar uma olhada por ai, fica de olho nela e a proteja, ela não aparenta estar bem ...."

-" ... Ok, só .... tome cuidado, pode ter mais de um maluco nessa merda!"

Enquanto Fábio voltava para confortar Simone que tremia um pouco, Anderson voltou para a sala e tirou o celular do bolso, agora havia três novas atualizações em seu celular.

{ Você entrou em uma área com a membrana fraca( levemente machucada ), por causa disso seu Next sobe 0,02%, e irá aumentar a cada hora que você ficar dentro da área com a membrana fina, em torno de 0,0025% }

{ Você ouviu pela primeira vez de uma pessoa sobre uma entidade do outro lado( zumbi de sangue ), seu Next sobe 0,15% }

{ Seu Next atualizado é de 0,28% de exposição paranormal }

-" Uau já subiu tanto? mas demorando dessa forma .... talvez em 2 ou 3 anos eu-"

No momento em que falava mais um "Ding" soou em seu celular, confuso Anderson o olhou e ficou pasmo, sem acreditar nas palavras escritas em seu celular, ele se virou para todos os lados e justamente atrás dele a uns 6 ou 7 metros tinha uma figura humanoide, ela era vermelha graças aos seus músculos expostos devido a falta de pele ele era extremamente feio, tinha dentes longos e afiados, garras grandes e pontudas, parecia estar encurvado e tinha um tamanho baixo, com olhos negros e profundos, ele também grunhia de forma asquerosa, aquilo não era outra coisa além de um zumbi de sangue.

A mensagem em seu celular parecia um prenuncio de algo ruim, pois estava escrito:

{ Parabéns por encontrar sua primeira criatura paranormal cara a cara, Seu Next sobe 0,89% }

{ Agora seu Next é 1,17% de exposição paranormal }

-" Merdaaa-"

Com um grito bem alto vindo de Anderson, a criatura avançou ferozmente e tentou utilizar a garra esquerda para machucar o braço de Anderson que, por muito pouco escapou disso rolando para fora do apartamento, ele levantou a faca para cima e apontou para o monstro.

-" Que porra é essa?"

-" O que é isso? É humano?"

-" Mamãe olha a fantasia daquele moço, parece tãooooo real."

Anderson olhou para atrás e viu todos encolhidos e assustados, exceto o garotinho Rodrigo que achou que tudo era uma encenação, Anderson percebendo que poderia jogar a criatura neles, decisivamente avançou contra ela e deu uma voadeira que forçou o monstro a recuar alguns passos atrás, aproveitando o embalo Anderson tentou cravar a faca no peito do zumbi de sangue, mas errou pois ele havia se esquivado para a esquerda ( a direita de Anderson ), logo outra voz foi ouvida:

-" Anderson o que-"

Fábio tomou um choque ao ver aquela coisa vermelha feia, virar seu rosto em sua direção, ele perdeu as palavras e ficou paralisado, o zumbi de sangue se aproveitou da fraqueza dele e avançou com tudo para cima, sendo mais forte que um humano e ainda mais com alguém paralisado, o zumbi de sangue o derrubou e tentou cravar as garras no pescoço de Fábio, esse mesmo teria morrido se não fosse por Anderson que chutou ele com tudo na mandíbula, o zumbi caiu e grunhiu olhando diretamente para Anderson.

Mais uma vez a criatura avançou e dessa vez Anderson não conseguiu esquivar completamente, uma parte de seu braço foi arranhado, graças a adrenalina em seu sangue, ele quase não sentiu e em resposta deu um soco e cravou a faca na testa da criatura, que mesmo machucada na cara não caiu, todavia perdeu agilidade e agora era mais fácil de administrar, quando a criatura atacava Anderson socava ou chutava, com mais 3 minutos de luta a criatura era muito mais lenta, sendo socado e chutado ele não conseguia mais atacar sem tentar defender, só que os zumbis de sangue são criaturas paranormais burras, então mesmo nesse estado ele ainda tentou atacar mesmo errando muitos golpes, apesar de parecer bem mesmo tendo alguns machucados, Anderson já estava cansando fisicamente com essa luta, ele era meio sedentário e por isso não ia aguentar muito mais se isso continuasse, já tendo descoberto a força de um zumbi de sangue, sem perder tempo ele deu um socão onde deveria ficar o nariz da criatura, ele tomou cuidado para não acerta a faca na testa da criatura, o zumbi de sangue acabou caindo no chão com a força do soco.

Com a criatura caída, Anderson foi até a cozinha e pegou um faca que ele já havia visto ao entrar no apartamento, era uma faca de cortar carne então era longa, quando voltou para a sala, o zumbi de sangue havia terminado de levantar, sem esperar mais ele cravou a faca no pescoço dele, com um grunhido de lamento e dor, a criatura derreteu em sangue e orgãos, e uma poça de sangue havia se formado no chão, Anderson pegou sua faca de volta e limpou o sangue na pia, Fábio ainda estava em choque com aquilo e o Anderson estava contente em ter vencido sua primeira batalha, um "Ding" foi ouvido e ele pegou o celular para ver o quando tinha evoluído.

{ Parabéns por derrotar sua primeira criatura paranormal ( Zumbi de sangue ), seu Next sobe 1% }

{ Agora seu Next é de 2,17% de exposição paranormal }