Eles te machucam e então agem como se você os tivesse machucado e, como ninguém escuta, ela desiste.
Ela apenas se senta ali em silêncio.
-Anônimo-
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"Eu acho que Raine precisa trocar de roupa antes que ela pegue um resfriado." Rafael observou o suéter e os jeans molhados de Raine.
Torak lançou um olhar severo a Rafael, que por sua vez enviou sua parceira para longe, mas concordou com seu argumento. "Sim, você precisa trocar." Ele resmungou.
Torak relutantemente soltou sua pequena parceira que estava tremendo de frio e medo, rapidamente ela se escondeu atrás de Anne.
Raine não foi imediatamente trocar de roupa, mas inclinou a cabeça levemente, pedindo permissão para Anne. Somente depois de Anne acenar com a cabeça, ela se afastou.
Torak não gostou disso.
Por que sua parceira precisava pedir permissão para sair?
"Raine, acho que você esqueceu algo." Rafael levantou a sacola plástica branca que continha o remédio que Raine trouxe antes.
Raine parou e olhou para ele, mas não fez nenhum movimento para se aproximar. Provavelmente ainda com medo de que Torak mudasse de ideia e a capturasse novamente.
De vez em quando, ela olhava na direção de Calleb. Esse gesto confirmou o palpite anterior de Calleb de que ela podia vê-lo.
Torak arrancou a sacola plástica branca da mão de Rafael e caminhou em direção a ela.
Raine ficou tensa ao ponto de considerar fugir, mas Torak prontamente pegou sua mão e entregou a sacola. "Troque de roupa, nós vamos embora imediatamente." Ele disse.
Ele podia ver a confusão e o medo nos olhos dela enquanto ela agarrava a sacola plástica dele e fugia, cortando as faíscas que Torak sentia do contato pele com pele com ela. Ele respirou fundo para acalmar seu lobo interior que tanto queria perseguir sua parceira.
[Siga ela] Torak disse através de ligação mental para Calleb, que estava perseguindo o próprio rabo.
O lobo cinza se colocou de pé sobre as quatro patas e começou a andar levemente em direção ao lugar onde Raine havia desaparecido.
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Dentro do escritório, Anne deixou uma mulher idosa com óculos redondos apoiados na ponte do nariz, antes de sair da sala, dizendo que iria verificar Raine.
A mulher idosa parecia mal-humorada porque seu bom sono noturno foi interrompido.
Contudo, nem Torak nem Rafael deram atenção a esse fato. Eles precisavam resolver o assunto ali o mais rápido possível. Já era educado da parte deles lidar com o papel da adoção e seguir a regra ao invés de simplesmente levá-la embora.
A Sra. Lang, a pessoa responsável pelo orfanato, parecia ansiosa ao entregar todos os papéis que precisavam ser assinados.
"Sr. Donovan, você ainda tem uma sessão de aconselhamento para participar." A Sra. Lang estava segurando o documento de Raine quando ela explicou o procedimento de adoção.
"Eu tenho que voltar para a Cidade de Redriver esta manhã e a levarei comigo, quaisquer procedimentos subsequentes serão tratados pelos meus subordinados." Torak disse com finalidade enquanto pegava os documentos nas mãos da Sra. Lang impacientemente.
Ele sentou no sofá e deixou Rafael lidar com a velha senhora mal-humorada. Ambos conversavam sobre os procedimentos de adoção enquanto Torak folheava o documento de Raine.
"Ela esteve numa instituição mental por três anos?" Torak perguntou em voz alta enquanto ainda segurava o relatório.
"Sim, ela recebeu alta há um ano." A Sra. Lang disse. Ela ajeitou os óculos enquanto continuava. "Ela nunca fala desde a primeira vez que chegou aqui."
"O que aconteceu com ela?" Rafael interveio.
"Baseado no relatório que eu recebi, aos oito anos de idade, ela perdeu ambos os pais, depois disso um amigo próximo de seu pai a adotou, mas essa família encontrou algo errado com Raine e a colocou em uma instituição mental."
"Por qual razão?" Rafael perguntou, embora de alguma forma ele sabia a resposta.
A Sra. Lang deu de ombros. "Eles disseram que ela falava sobre coisas sem sentido."
"Como assim?"
"Ela falava sobre criaturas horríveis ao redor dela e havia uma delas que queria matá-la."
Rafael olhou para Torak, que apertava o papel com força, seu maxilar estava tenso ao ouvir que havia outra criatura sobrenatural caçando sua parceira e esse humano tolo colocou Raine em uma instituição mental ao invés disso.
"A família que adotou Raine não quis recebê-la de volta, então a colocou neste orfanato." A Sra. Lang suspirou. "Posso saber a razão pela qual você insiste em adotá-la?"
Rafael estava prestes a responder, mas Torak se adiantou. "Eu devia um grande favor ao pai dela, então pretendia retribuir a boa ação." Torak mentiu com facilidade.
Pareceu que a Sra. Lang só fez essa pergunta por curiosidade, nem mesmo preocupada em pedir mais detalhes. Aparentemente, ela estava aliviada por haver alguém que quisesse levar a garota.
Honestamente, ela estava um pouco assustada com o comportamento de Raine.
Essa garota é incomum...
Torak não gostou do olhar de desdém que a Sra. Lang demonstrou quando falava sobre sua parceira e subconscientemente soltou um rosnado profundo que a assustou.
Rafael pigarreou quando Anne entrou na sala para salvar a situação constrangedora.
"Onde está Raine?" Torak se levantou em alerta ao ver Anne entrar sozinha.
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