[Belphegor!?] A voz de Rafael encheu-se de terror. Ele interrompeu seu passo e fez com que Calleb quase tropeçasse nele. [Belphegor como um dos sete pecados do inferno?] Ao seu lado, Calleb olhou para ele curioso.
[Sim, era ele.]
[Mas, Torak… a guerra entre os licantropos e os demônios selou o poder deles setecentos anos atrás…] Rafael deixou suas próprias palavras morrerem e de repente algo veio à sua mente enquanto ele soltava, com sua voz ofegante. [A profecia sobre os anjos guardiões!]
Torak encarou a porta do banheiro com ansiedade espessa em sua expressão, quando viu a maçaneta girando, ignorando a preocupação de Rafael sobre a profecia, ele deu a ele sua ordem firme.
[Diga ao nosso caçador para começar a procurar por Serefina. Quero encontrá-la imediatamente.]
Com isso, Torak cortou a ligação mental e deixou Rafael atônito com a ordem que lhe foi dada. Serefina era a bruxa mais poderosa que havia se perdido por várias décadas.
"Onde é que eu tenho que encontrá-la!?" Rafael sibilou em frustração enquanto passava os dedos nos cabelos. Primeiro foi o aparecimento de Belphegor e agora Torak queria que ele encontrasse Serefina… Não era uma tarefa fácil.
Se a profecia fosse verdadeira, não deveria Torak enviar pessoas para encontrar o anjo guardião primeiro antes de caçar a bruxa?
De repente o rosto de Calleb pulou para a linha de visão dele, no seu choque, ele xingou o Gama.
"O quê? O que aconteceu?" Calleb perguntou ruidosamente, ignorando todos os humanos que estavam observando-os.
"Preciso encontrar James agora."
"James?" Calleb inclinou a cabeça, "Quem ele vai caçar?"
James era o melhor caçador deles e Torak raramente atribuía tarefas específicas para ele, mas quando o fazia, seria algo digno de nota.
"Serefina." Rafael respondeu secamente.
No entanto, isso foi o suficiente para fazer o queixo de Calleb cair de espanto. "Bem, ao menos James não vai reclamar da falta de tarefas agora…" Então, ele se deu conta de algo importante. "Você já descobriu quem é o intruso?"
"Hmm." Rafael assentiu. "Belphegor."
Com isso ele se afastou, deixando Calleb petrificado atrás dele.
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Na suíte presidencial.
Torak encerrou a ligação mental com Rafael quando viu Raine emergir do banheiro, seus cabelos ainda úmidos e suas bochechas coradas com uma cor rubra, tão bela quanto sempre, Torak franziu a testa no momento em que pousou os olhos nela.
"Por que você não está usando o vestido que eu comprei para você, meu amor?" Ele se levantou e se aproximou dela.
Raine ainda estava em seu moletom grande demais e seu jeans rasgado. Torak não gostava de vê-la naquelas roupas, ela merecia todas as coisas belas deste mundo e ele estava mais do que feliz por poder proporcioná-las a ela.
Mas, por que ela estava usando aquelas roupas gastas de novo?
Por outro lado, o termo carinhoso nas palavras de Torak nunca falhava em fazer seu coração palpitar. O sentimento era tão estranho, mas estranhamente ao mesmo tempo, parecia tão correto.
"Por que você está usando isso novamente?" Torak inclinou o corpo, de modo que eles ficassem à mesma altura.
Raine se remexeu quando o rosto esculpido de Torak tomou toda sua visão e ela deu um passo para trás, mas Torak não tinha intenção de se afastar dela. Se houvesse algo, ele faria um esforço a mais para subjugar o eu ansioso de Raine.
Na verdade, Torak gostava disso.
Finalmente, quando a pobre garota não encontrou outra forma de escapar, ela tentou pressionar suas costas contra a parede atrás dela, como se quisesse se fundir a ela enquanto seus olhos se fixavam nos dedos dos pés.
"Eu sou o único aqui que precisa da sua atenção, meu amor, não os seus dedos dos pés." Torak fingiu estar ressentido. Ele passou o dedo ao longo da linha do queixo dela e levantou seu rosto para olhar para ele. "Quero te ver naquele vestido."
O jeito como Torak disse aquilo fez as pernas de Raine quase a abandonarem e ceder em rendição, mas em vez disso, ela balançou a cabeça em negação.
Essa rejeição aumentou a carranca no rosto de Torak. "Por quê?"
Por um momento Raine não respondeu. Ela mordia os lábios com olhos tristes.
"Você não gostou do vestido?" Torak tentou adivinhar seu motivo, mas Raine novamente balançou a cabeça. "O vestido não serve…?"
Apenas então, lentamente, Raine dobrou a manga e mostrou-lhe o braço, envergonhada.
Torak captou seu movimento e concentrou sua atenção na coisa que ela queria mostrar para ele, no entanto no momento em que as mangas se dobraram e seu braço ficou à mostra.
Seus olhos se tornaram vermelhos de fúria e ele rugiu. "QUEM FEZ ISSO COM VOCÊ!?"