Depois que tudo foi organizado e Sekiro comprou uma grande quantidade de dango para Anko como compensação, a caravana finalmente partiu, com as rodas rangendo e os passageiros acomodando-se.
O ar estava fresco, trazendo o cheiro de terra molhada e flores silvestres, uma promessa de uma jornada tranquila.
No início da viagem, dentro das fronteiras do País do Fogo, nada de interessante aconteceu. O mundo estava em paz no momento, e não havia nenhum sinal de guerra, então Sekiro se deu o prazer de relaxar, desfrutando a calmaria que o cercava.
O céu estava limpo, azul e radiante, como um reflexo de seu humor. Ao olhar para o horizonte, ele se sentiu grato por ter um tempo para si, longe das tensões do passado.
Durante os vários dias de viagem pelo País do Fogo, Sekiro seguiu a carruagem a pé, mantendo-se próximo, enquanto treinava sua Respiração do Sol.
Essa técnica é engraçada; embora pareça simples, ela é muito complexa e poderosa. Cada respiração que ele fazia não era apenas um exercício físico, mas um ritual de concentração, envolvendo tanto mente quanto corpo.
Apenas o ato de respirar enquanto executa essa técnica parece ser um esforço tremendo que deixa Sekiro cansado em alguns minutos. O suor escorria por sua testa, e ele podia sentir os músculos das pernas ardendo, mas essa dor era bem-vinda, um sinal de que estava progredindo.
O sol do meio-dia brilhava intensamente, e as sombras das árvores pareciam dançar ao seu redor, criando um ambiente quase mágico.
Mas, mesmo assim, ele não desistiu. Seu corpo já alcançou um ponto em que consegue aguentar esse tipo de estresse. Sekiro fez questão de realizar alguns aprimoramentos para garantir um maior progresso nessa habilidade.
Primeiramente, ele escolheu a classe de primeira grau: Mercenário. Essa classe, embora não tenha habilidades muito úteis, nem deu um talento quando alcançou o nivel 10, apenas aumentando as recompensas em ouro de missões em alguns porcentos.
Mas esse não era o motivo de ele ter escolhido essa classe; o Mercenário possui uma característica que permite subir de nível mais rapidamente ao realizar missões. As centenas de missões de ranque D que ele fez anteriormente influenciaram o crescimento rápido dessa classe.
Então, quando ela alcançou seu nível máximo, Sekiro ganhou 3 pontos de talento, permitindo que ele comprasse talentos na loja ou aprimorasse os já existentes.
Sekiro gastou um ponto para adquirir o talento Sistema Respiratório Aprimorado, uma habilidade que prometia aumentar a eficiência de sua respiração e o tornaria mais resistente durante o combate.
Depois, ele usou dois pontos para aumentar seu nível de 1 para 3, sentindo a energia pulsar em seu corpo como uma corrente elétrica.
No entanto, Sekiro não estava satisfeito. Ele estava decidido a investir ainda mais na Respiração do Sol. Após absorver o conhecimento do que essa técnica realmente era capaz, assistindo à série inteira de Demon Slayer em suas memórias, ele decidiu gastar seus pontos de atributo de maneira estratégica.
A Respiração do Sol, claramente, conferia habilidades sobre-humanas a quem a dominasse. Apenas usá-la algumas vezes já havia melhorado significativamente sua constituição física. Assim, não havia dúvida de que investir seus pontos de atributo em áreas que o ajudassem a treinar mais essa técnica seria uma escolha lógica.
Constituição: 16 (+3) = 19
Percepção: 14 (+3) = 17
Inteligência: 15 (+4) = 19
Com essa contínua melhoria, seu corpo tornou-se ainda mais capaz de suportar a tensão gerada pela técnica, enquanto sua inteligência aumentada lhe permitia compreender a complexidade da Respiração do Sol como nunca antes. Cada movimento se tornava mais intuitivo, mais natural.
Além disso, sua percepção aguçada permitia que ele tomasse consciência de cada parte de seu corpo de uma maneira que nunca havia experimentado. Era como se novas conexões neurais estivessem se formando; partes de seu ser que antes pareciam inativas agora estavam totalmente despertas e vibrantes.
Esse aprimoramento se combinava com músculos três vezes mais densos que o normal, flexibilidade e agilidade impressionantes, e pulmões mais desenvolvidos. Realizar a Respiração do Sol tornou-se muito mais fácil, agora, Sekiro podia passar horas treinando sem parar.
...
"Ei, moleque, o que você está fazendo?" Anko pergunta a Sekiro enquanto se encosta na borda da carroça, observando-o com um olhar curioso.
Ela vê Sekiro, que está fazendo uma dança estranha, quase ritualística, enquanto segue ao lado da caravana. Seus movimentos são fluidos e cheios de graça, como se estivesse em transe.
Ouvindo a pergunta de Anko, Sekiro não quebra o ritmo de sua respiração e responde com linguagem de sinais. "Técnica de... respiração... Respiração do... Sol... muito extenuante... dançar... é... treinar."
Anko levanta uma sobrancelha, intrigada. "Para mim, você só parece estar dançando como um macaco doido." Ela comenta, tirando um dango de sabe-se lá onde e começando a comer. O cheiro doce e convidativo da iguaria permeia o ar, e Sekiro não pode deixar de olhar com curiosidade.
Enquanto ela se delicia com o dango, Sekiro termina o último passo da dança e finalmente para sua concentração, sentindo um leve suor escorrer pela testa.
"Phew... essa é a Dança da Luz do Sol, Hinokami Kagura. É uma versão simplificada da Respiração do Sol," explica ele, recuperando o fôlego. "Ela incorpora alguns movimentos semelhantes às formas da Respiração do Sol, podendo ser usada para treinar o corpo antes de praticar a parte interessante de verdade."
Anko mastiga um pedaço de dango, piscando os olhos para ele. "Parece cansativo."
"A Respiração do Sol em si é muito exigente para meu corpo aguentar por longos períodos de tempo, então eu a treino por algumas horas todos os dias. Hinokami Kagura, por outro lado, posso fazer isso por bastante tempo e, mesmo assim, não vou me cansar."
"Parece legal," Anko admite, inclinando-se levemente para frente, interessada.
"Quer aprender?" Sekiro pergunta, seus olhos brilhando com a ideia de compartilhar seu conhecimento.
"Nah, eu não sou muito de taijutsu," Anko responde, balançando a cabeça, mas não sem uma pitada de hesitação.
"Isso não é taijutsu; essa técnica não envolve nenhum uso de chakra em nenhuma parte," Sekiro afirma, seu tom sério. "É mais sobre entender o corpo e a respiração."
"Uau, isso sim é algo interessante. Onde você aprendeu isso?" Anko pergunta, agora genuinamente curiosa.
"Se eu dissesse que eu mesmo criei, estaria mentindo e seria um grande desrespeito ao homem que a criou. Mas eu não posso dizer como disse," Sekiro responde, uma sombra de humildade em sua voz.
Ele faz uma pausa, olhando para o horizonte antes de continuar. "Mas eu garanto que sou o único no mundo que conhece essa técnica. Então, por enquanto, apenas acredite que eu fui um bom samaritano e que Buda resolveu me agraciar com essa técnica."
"Hahaha! Buda? Sério? Essa foi a desculpa mais esfarrapada que eu já ouvi!" Anko começa a rir alto, sua risada ecoando pela caravana. "Pronto, agora você me fez querer aprender, só para ver se isso realmente funciona!"
Sekiro sorri, aliviado por ter quebrado um pouco o gelo. "Se um dia você mudar de ideia, posso te ensinar. Pode não parecer, mas essa dança pode realmente ajudar a fortalecer o corpo e a mente."
"É, vou pensar no seu convite, mas primeiro, você pode me arranjar mais dango? Eu não posso dançar com fome!" Anko diz, piscando para ele enquanto sorri travessa.
Sekiro riu e acenou com a cabeça, sentindo que, apesar das diferenças evidentes entre ele e Anko, uma amizade peculiar estava começando a se formar. Era estranho para ele, quase inexplicável.
Havia algo na presença de Anko que o intrigava, uma espécie de familiaridade inexplicável que o atraía, mas não de forma romântica ou tradicional. Era como se alguma parte dele reconhecesse algo nela, algo que ele não sabia definir, mas que o fazia baixar a guarda como nunca havia feito antes.
Ele tentou se convencer de que era apenas simpatia, talvez algo a mais, mas, ao mesmo tempo, essa sensação de conforto e atração ia além do habitual.
Ele se pegava sorrindo mais, rindo de suas piadas e falando de coisas triviais que, para ele, geralmente eram insignificantes.
Anko tinha um jeito especial de animá-lo, de fazer o peso de seu dia a dia parecer um pouco mais leve. Era como se a presença dela libertasse algo escondido dentro dele, algo que ansiava por espaço, mas que Sekiro mantinha reprimido.
Sekiro percebeu que, em pouco tempo, ele já havia conversado com Anko mais do que com qualquer outra pessoa nos últimos anos. Essas interações eram únicas, repletas de uma leveza que ele pensava ter esquecido.
Por algum motivo, sentia-se impelido a compartilhar mais e mais de si, a falar sobre memórias e histórias que ele raramente mencionava para alguém. Isso era, para ele, tanto fascinante quanto um pouco perturbador.
Certo dia, ele sentiu que precisava entender o que estava acontecendo. Assim, perguntou ao sistema, que o acompanhava há tempos, se sabia de algo sobre essa estranha conexão.
O sistema, porém, respondeu de forma enigmática:
[Isso é algo muito pessoal, Sekiro. Algo que você deve descobrir sozinho.] A resposta não trouxe as explicações que ele esperava, mas o tranquilizou quando o sistema afirmou que não havia motivo para preocupação.
Com isso, Sekiro permitiu-se relaxar perto de Anko. Ele baixou a guarda de uma maneira que nunca havia feito antes com ninguém.
Conversar com ela era divertido, como uma versão mais ousada e espontânea de alguém que ele conhecia, talvez até como Ino, embora Anko trouxesse um toque próprio, uma intensidade contagiante.
Sekiro sentia que essa amizade, ainda que recente, já era significativa. Ele até mesmo arriscaria dizer que, sem perceber, eles já eram amigos.
Sekiro não sabia onde essa conexão poderia levá-lo, mas estava decidido a aproveitar o que ela lhe oferecia.
Afinal, às vezes, as pessoas certas cruzam nosso caminho no momento exato, não para nos dar respostas, mas para despertar em nós perguntas e possibilidades que jamais imaginamos explorar.
Por isso, mesmo que fosse inconveniente, Sekiro decidiu parar em um dos mercadores que escoltavam e comprou alguns dangos. Era um gesto pequeno, mas que, de certa forma, simbolizava a vontade de compartilhar algo especial.
Com os dangos em mãos, ele caminhou até Anko e os ofereceu, tentando não demonstrar o leve embaraço que sentia.
Quando ela viu o presente, seu rosto se iluminou com um sorriso que parecia contagiar o ambiente ao redor. Anko aceitou os dangos como se fossem a coisa mais preciosa do mundo.
Sem demora, começou a comer, saboreando cada mordida como se fosse uma verdadeira maravilha. Sekiro a observava de perto, intrigado com a alegria que ela conseguia extrair de um momento tão simples.
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