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RECEBA

[Adam Taurus]

Hoje, meus passos me conduziram a um cenário de pesadelo. 

Um posto avançado da White Fang, outrora um ponto estratégico, agora jaz em ruínas. O ar está impregnado com o cheiro metálico de sangue e morte enquanto corpos mutilados estão espalhados pelo chão.

Estamos respondendo um sinal de socorro que pediu por minha presença, outros integrantes me alertaram que podia ser uma armadilha, mas eu os assegurei que nenhum humano ou robô seria capaz de me sobrepujar em combate.

"Comandante Tauros." Disse uma faunus lince que me acompanhou nessa missão. "O senhor precisa ver isso."

Respondo com um aceno de cabeça e o sigo até o local que sou necessário.

Meu coração bate descompassado enquanto percorro os escombros e cadáveres esquartejados. O que aconteceu aqui? Quem poderia infligir tamanha carnificina?

Mais a frente dois dos meus agentes estavam examinando o rádio e ao lado do equipamento o corpo de um Faunus jovem.

"O sinal de socorro que chamou pelo senhor veio daqui." Mencionou o técnico avaliando o rádio. 

Assim que me aproximo, travo ao perceber a situação do jovem faunus.

Ambas as pernas e um de seus braços foram cortados. À primeira vista, parecia que as feridas dos cortes foram cauterizadas com ferro quente. Seus chifres quebrados, sua pele marcada por golpes brutais.

Ele não tinha mais que dezesseis anos.

"Que tipo de monstro faria uma coisa dessas?" Pergunta o técnico.

"Darksteel?" Sugeriu a Faunus lince que me acompanhou até aqui.

Permaneci em silêncio, deixei-os acreditar que isso era obra de Noir Arc, mas o corpo do jovem à minha frente deixa claro que isto não foi um ato de puro sadismo. 

As pernas e um dos braços foram cortados para garantir que ele não conseguisse sair da onde a vítima foi colocada. O braço foi poupado para que ele pudesse manusear o rádio e pedir ajuda.

"Faz quanto tempo que ele morreu?" Perguntei em um tom seco.

"Algumas horas, provavelmente de choque dos ferimentos."

Me levanto pensativo, examinando a chacina.

Portas foram quebradas, mas nenhuma estrutura importante como vigas, torres ou muros foram derrubados. O local só precisa ser limpo e ter suas portas consertadas para ser útil de novo. 

'Para que tanta morte e mutilação sem causar nenhum dano às estruturas?' Pensei comigo mesmo.

Preciso de mais informações.

"Algo foi roubado?" Perguntei para ninguém em específico.

"Não senhor."

Me virei bruscamente assustando o agente, andei até o agente que respondeu minha pergunta e o encarei intensamente.

"Você tem certeza?" 

"S-sim, s-se-senhor." Ele respondeu, gaguejando. "Mantimentos, armas, dust, veículos e outras miscelâneas. Tudo conforme o manifesto do armazém."

"Merda!" Resmunguei com o sangue fervendo. "Isso não foi apenas um ataque, alguém está querendo me mandar uma mensagem."

[Amber Stone]

"Sabe, eu estou começando a me arrepender de ter vindo junto." Reclamo sem usar o disfarce de branquela ruiva.

{{Por qual razão senhorita Stone?}} Pergunta Delta o VA da nave.

"Achei que no segundo dia o garoto fosse fazer algo como explodir a ilha ou declarar guerra, mas ele ficou o dia todo brincando com órfãos e curando feridos."

{{Creio que esta unidade não seja capaz de entender a natureza de sua reclamação.}} Constata a voz digital que parecia mais um robô sem emoções do que o Church. {{Mas posso enviar sua queixa para mestre Arc se for de seu interesse. }}

"Ish… precisa não." Respondo me levantando do colchão inflável que tenho usado para dormir na nave. "Não quero ser conhecida como a mulher que odeia órfãos e que acha chato curar feridos."

Assim que fico em pé, suspiro cansada e caminho em direção ao cooler que Jaune tinha deixado estocado para mim.

"Uma pena que o moleque não colocou umas cervejas." Lamento enquanto pego um achocolatado que nunca havia visto antes. "Toddynho…" Falo o nome em voz alta, tentando me lembrar se vi algo assim circulando, mas nada me vem a memoria.

Tiro o canudo do plástico e espeto na área indicada antes da maravilha de leite achocolatado entrar na minha boca.

"Huuuuuum." Gemo em voz alta, satisfeita. "Isso aqui é bom mesmo, hem." Comento dando outra golada da bebida. "Não gemo assim desde as minhas férias de verão em Vacuo, não é verdade Delta?"

{{Lamento informar que não tenho dados suficientes para uma resposta conclusiva senhorita Stone.}}

Sempre me esqueço que diferente do Church, Delta não é um ser ciente.

"Droga, ficar aqui sozinha já está me deixando nervosa." Murmuro para mim mesma, enquanto tomo mais um gole do Toddynho. 

O gosto doce e cremoso me acalma um pouco, mas a frustração com a situação continua presente.

Olho pela janela da aeronave, observando a paisagem à beira-mar de Menagerie. É um lugar bonito de desertos hipnotizantes e praias paradisíacas. Mas também é um lugar marcado pela pobreza e pela violência.

Jaune está determinado a ajudar os Faunus de Menagerie. Admiro sua compaixão e seu idealismo, mas não posso deixar de me preocupar. Ele é jovem e inexperiente e seus planos não parecem bem elaborados.

"Talvez eu esteja sendo pessimista demais", penso em voz alta. "Talvez Jaune realmente consiga fazer a diferença aqui."

De repente, Delta me interrompe.

{{Senhorita Stone, necessito de sua atenção.}}

"Que foi?" Pergunto entre as goladas de Toddynho. 

{{O senhor Arc solicitou que eu lhe informasse sobre seus planos para Menagerie. Já que a senhora aparentemente está aqui como acompanhante.}}

"Planos?", pergunto, curiosa. "Que tipo de planos?"

Delta me explica o plano de Jaune de fazer Atlas reconhecer Menagerie como uma nação soberana, semelhante aos quatro reinos.

Fico chocada com a notícia. O plano é ambicioso, ousado e até mesmo perigoso.

"Isso é loucura!" Exclamo, cuspindo o Toddynho que estava bebendo, manchando minha roupa. "Ele não pode fazer isso!"

{{Compreendo sua surpresa, senhorita Stone. O plano do senhor Arc é arriscado, mas ele acredita que é a única maneira de garantir um futuro pacífico e próspero para os Faunus de Menagerie.}}

"Mas isso é um convite para o caos!", argumento. "Imagine a reação dos outros reinos! Eles nunca aceitarão Menagerie como igual!"

{{O senhor Arc está ciente dos desafios, senhorita Stone. Ele está confiante de que, com o apoio dos Faunus e de seus aliados, poderá superar qualquer obstáculo.}}

"Eu não sei o que dizer", digo, ainda em choque. "Isso é muita coisa para processar."

Além da atenção dos quatro reinos, ele também atrai os olhos da rainha dos Grimms.

{{Senhorita Stone, o senhor Arc precisa do seu apoio. Ele acredita em você e em suas habilidades.}}

"Eu sei que ele acredita", digo pensativa. "Mas eu não sei se posso ajudá-lo com isso."

{{Cabe a senhorita decidir se vai ajudar ou não o senhor Arc em suas empreitada.}}

"Merda!"

[ORIGINAL POV]

Na casa dos Belladonnas eu estava dormindo profundamente, alguns diriam que eu estava dormindo o sono dos justos.

{Cobras Fumantes, eterna é sua vitória}

Isso é até o arrombado do Church tocar Smoking Snakes do Sabaton no volume máximo. 

{Rise from the blood of your heroes}

"Já tô de pé caralho!" Reclamei me levantando do futon.

{{Bom dia, flor do dia.}} Comentou Church do Scroll do lado do meu travesseiro. {{Ontem você perdeu o café da manhã com os pais da Blake e prometeu que ia cozinhar com Kali de manhã para compensar.}}

"Obrigado." Resmunguei para a Ai que estava se divertindo com meu sofrimento.

{{A propósito, ontem às crianças comeram tanto doce que metade delas foram para cama com dor de barriga, aquela faunus coala te proibiu de voltar lá por uma semana.}}

Apesar de não gostar da ideia de crianças sofrendo, elas precisam de um dia de diversão e festa. Elas haviam sofrido muito, além de terem perdido seus pais e mães. Nos olhos delas, era evidente que elas estavam operando em um modo de sobrevivência.

{{Se você voltar lá manera nas porcarias que você distribui.}}

"Acredite em mim, Church… aqueles órfãos precisavam disso."

O tom sombrio da minha voz tocou Church a ponto dele mudar de assunto.

{{Vamos falar então dos resultados do seu passeio de ontem, conseguiu as informações que queria?}}

Caminhando até o banheiro dou um resumo do que aprendi ontem.

O sofrimento compartilhado uniu os Faunus de Menagerie de uma maneira que vai além das palavras. Eles se apoiam mutuamente, encontrando conforto e força nas dificuldades que compartilham.

Mas mesmo com essa ajuda mútua, a vida é uma dança delicada entre a esperança e o desespero. Eles vivem em casas humildes, construídas com amor e suor. Seus filhos brincam nas ruas empoeiradas, rindo e sonhando com um mundo melhor. De noite, o povo se reúne ao redor das fogueiras, compartilhando histórias de coragem e resistência.

O que dificulta ajudá-los, pois sempre que tentei perguntar diretamente ou oferecer ajuda para qualquer faunus fui repelido com ofensas e promessas de violência.

Se não fosse Aura e o soro do supersoldado, eu temeria pela minha vida só de andar pelas ruas.

{{Eles não me pareciam tão necessitados, ainda mais com crianças tão felizes brincando nas ruas.}}

"As crianças nas ruas têm famílias, seus pais sofrem em silêncio pela felicidade deles." Comento em um tom sombrio.

Termino de me lavar no banheiro e visto meu equipamento de Huntsmen, já que hoje planejo visitar outro hotspot de Grimms.

{{O que você quer dizer com pais que sofrem em silêncio?}}

"A maioria das crianças nas ruas está bem nutrida e vive uma vida feliz com sua família, mas muitos pais e mães apresentam quadro de anemia, vi até alguns idosos literalmente passando fome."

{{Como o Ghira permite uma coisa dessa?}}

"Eles não devem ter comida para todos Church." Comento saindo do quarto. "Em um mindset de sobrevivência, adultos passam fome para crianças poderem se alimentar bem… pelo menos aqueles que são bons pais e mães." 

{{Você fala como se tivesse vivido isso em primeira mão.}}

Respiro cansado ante a perspicácia da AI.

"Sou um livro aberto para você?"

Church responde dando de ombros antes de falar.

{{O ruim de ter os sentimentos a flor da pele é que outros podem se aproveitar deles.}}

Concordo com um aceno de cabeça antes de me abrir.

"Não me lembro direito porque eu era muito novo na época. Mas na minha vida passada, meus tios me informaram das dificuldades que meu pai e mãe passaram para que eu e meu irmão não passássemos pelo mesmo."

{{Pode ter sido difícil para eles, mas ver você e seu irmão felizes e saudáveis era a coisa mais importante do mundo para eles.}}

"Sim…" Respondo murmurando com os olhos levemente marejados. "Tenho orgulho de ser filho deles e espero que o Jaune original tenha tido a mesma sorte que eu com pais tão maravilhosos quanto."

Caminho a passos vagarosos em direção à cozinha, onde Kali me espera com um sorriso no rosto e um avental rosa nas mãos.

[Kali Belladonna]

O aroma de café fresco pairava no ar enquanto eu fritava alguns ovos na frigideira. Jaune estava ao meu lado tirando do forno algo que ele fez por conta própria, o nome do prato é "pão de queijo".

Desde que ele chegou, Jaune sempre foi um jovem alegre, com um sorriso contagiante e um entusiasmo pela vida que era difícil de ignorar. Mas hoje, seus movimentos eram lentos e seu sorriso parecia forçado, como se estivesse escondendo algo.

"Jaune, está tudo bem?" Perguntei, tentando esconder a minha preocupação.

Ele olhou para mim por um breve momento, seus olhos azuis nublados por uma tristeza nostálgica. 

"Sim, claro," ele disse, com a voz vacilante. "Só um pouco cansado."

Claro que não acreditei nele. Havia algo mais acontecendo, algo que ele estava escondendo de mim. Mas eu não queria pressioná-lo, então continuei mexendo a massa em silêncio.

Estendi uma mão e a pousei sobre o ombro dele.

"Sei que te conhecemos há pouco tempo Jaune, mas você já fez tanto por nossa família." Falei tentando confortá-lo. "Por favor, meu filho… se abre comigo." 

O garoto estava parado, parecia até paralisado ante minha declaração. Achei que talvez eu tivesse passado do limite, que talvez eu tenha forçado demais a intimidade que achei que tivesse com o jovem humano, mas assim que um sorriso genuíno, porém cansado, se desabrochou em seu rosto me deixando aliviada.

"A Blake tem muita sorte de ter você como mãe." Disse o jovem sorrindo, mas com uma lágrima escorrendo pelo rosto.

Mesmo com os olhos lacrimejando, era evidente a felicidade genuína nas palavras e sorriso do jovem.

"Oh, Jaune…" Sem conseguir me conter ante o comentário tão maravilhoso e sincero, abracei o jovem humano. "Você pode me contar qualquer coisa."

Jaune suspirou pesadamente, como se estivesse se preparando para fazer um esforço físico.

"Perdão se preocupei a senhora, eu sou assim mesmo…" Ele responde retribuindo o abraço. "Meus sentimentos vem à tona com facilidade… pela manhã, conversando com Church falamos de um assunto delicado para mim."

E então, ele me contou tudo. Contou sobre os pais e mães de Menagerie que passam fome com orgulho para garantir que seus filhos tenham o que comer e como isso ressoou com ele já que seus pai e mãe haviam feito o mesmo por ele e seu irmão.

DING!

"O forno!" Exclama Jaune se separando do abraço.

A princípio achei estranho a declaração, a família Arc é muito antiga e poderosa, é impossível que os pais de Jaune tivessem passado por necessidades. Mas qualquer pessoa que tivesse ouvido a confissão da boca de Jaune saberia que ele estava falando a verdade, não só porque ele não tem motivo para mentir, mas as palavras dele carregam emoções verdadeiras ligadas a seu passado.

"Prova um." Disso o garoto me passando um estranho bolinho branco assado com casca dourada.

Segurando o que Jaune chamou de pão de queijo, sinto o calor emanando de sua superfície dourada, convidando-me a dar a primeira mordida. A crosta crocante cede sob meus dentes, revelando um interior macio e úmido que se desmancha na boca. O sabor salgado do queijo se mistura com a textura leve e aerada, criando uma sinfonia de sensações que me transporta para o paraíso.

Fecho meus olhos e me concentro em cada detalhe da experiência. O aroma amanteigado invade minhas narinas, enquanto o sabor irresistível me faz querer mais e mais. 

"Huuuuum." Sem querer, gemi comendo a delícia.

"Acho que você gostou."

O garoto sorriu de novo como se não tivesse aberto seu coração alguns segundos atrás.

"Senhor Arc." Disse Ghira entrando na cozinha. "Alguém no portão está querendo falar com você."

"Audra?" Perguntou Jaune Curioso.

"Ela também, vai na frente que eu quero falar com minha esposa e provar um desses bolinhos que cheiram tão bem." Responde Ghira alcançando um pão de queijo.

Ainda estranhando a visita surpresa, Jaune removeu o avental e saiu da cozinha em direção ao portão principal.

Assim que ficamos a sós, Ghira se virou para mim e começou a falar.

"Eu ouvi tudo." Comenta meu marido entre mordidas. "Você sabe que é uma história cheia de furos né?"

"Você não o viu Ghira, ele estava emotivo de verdade, não tem como ele ter mentido." Comentei em um tom melancólico.

Com uma mão, Ghira pega vários pães de queijo e se aproxima de mim.

"Sentimentalismo não pode nos cegar Kali, ainda mais com alguém que conhecemos tão pouco."

"O que você está querendo dizer?"

"Sou grato pelo que o jovem está fazendo por nós e os Faunus de Menagerie, mas talvez tenha sido precipitado de nossa parte acolhê-lo em nossa casa."

"Ghira Belladonna!" Exclamei, apontando meu dedo de forma acusatória no peito dele. "Aquele garoto vai trazer nossa filha de volta e pela graça dos irmãos Deuses e do Deus dos animais, ele será o pai de nossos netos."

As palavras saíram da minha boca com tanta força que me surpreendi. A frustração e a raiva borbulhavam dentro de mim, e eu não conseguia me conter.

Ghira me encarou por um momento, seus olhos cheios de surpresa. Mas logo sua expressão se suavizou e ele se sentou ao meu lado, colocando uma mão sobre a minha.

"Kali, querida," ele disse em voz baixa, "sei que você está chateada. Mas precisamos ser racionais sobre isso. Não podemos simplesmente colocar todas as nossas esperanças em um garoto que mal conhecemos."

"Mas Ghira, você o viu!" Eu implorei. "Você viu a paixão em seus olhos quando ele falou da família dele, ele é um jovem tão gentil, sensível, que sabe cozinhar e está disposto a ajudar sempre que pode." Clamei em voz alta. "Ele é perfeito para Blake."

Ghira suspirou cansado. 

"Tem certeza de que não é por Jaune Arc ser o oposto de Adam que você o quer com nossa filha?"

As palavras de Ghira me atingiram como um soco no estômago. Ele tinha razão, eu estava deixando a emoção me dominar. Jaune era um jovem corajoso e gentil, mas eu o conhecia há apenas alguns dias. Era loucura pensar que ele era o salvador de Blake.

"Eu… eu não sei," respondi, minha voz fraca. "Só quero que minha filha esteja segura e feliz."

Ghira me abraçou, puxando-me para perto.

 "Eu também, querida," ele murmurou me abraçando. "Eu também."

[ORIGINAL POV]

{{Por essa eu não esperava.}} Comenta Church na minha orelha.

Apesar de concordar com a voz de que saia pelo Scouter achei prudente não falar em voz alta.

"Saudações e felicitações humano." Disse a figura encapuzada da esquerda com cauda de raposa.

"A White Fang o saúda." Completou a figura encapuzada da direita com orelhas de raposa.

Eram Corsac e Fennec Albain, irmãos de pele morena, cabelos escuros e traços faunus de raposa. Na série original eles não são muito fortes, apesar de terem aura despertada, mas essa vibe de cultista deles somada ao estereótipo sinistro de gêmeos que completam o que o outro fala está me dando calafrios.

"Prazer…" Respondi meio sem graça.

"Ficamos sabendo que sua graça, Chieftain Belladonna, lhe proveu um guia local." Disse Corsac em um som áspero, quase sussurrando.

"Tal declaração seria verdade humano?" Completa Fennec com a pergunta.

"Ish." Chio em voz alta sem querer.

Não quis ofender, mas o tom que eles ficam me chamando de humano e esses dois ainda por cima pareciam uma versão masculina e latina das gêmeas do "Iluminado".

"Sim, isso é verdade." Respondeu uma voz feminina atrás deles. "E a guia gostaria que vocês dois parassem de conversar, como se ela não estivesse aqui."

Audra transbordava irritação e agressividade e apesar de não desejar para ela esse desconforto, era interessante vê-la irritada com alguém que não era eu, para variar.

Querendo acabar logo essa conversa, respondi com um aceno de cabeça.

"Esplêndido." Comentou o gêmeo com orelhas de raposa. "Nós estamos aqui com uma proposta para o senhor."

"Um gesto de boa-fé da White Fang, para demonstrar que podemos coexistir com humanos que nos tratam com devido respeito." Completou o gêmeo com rabo de raposa.

Ambos estavam com um sorriso perturbador estampado na cara.

"Ok…" Meu tom de voz saiu mais desanimado do que eu pensei.

Já não vou com a cara desses dois arrombados da Manson Family, mas aí você soma toda essa pompa e prosa deles de culto sinistro tentando se passar por amigável…

'Isso está muito esquisito, vou ouvir por educação a proposta, mas negarei qualquer merda que eles falarem.' Penso comigo mesmo.

{{A propósito.}} Sussurra Church no Scouter meu ouvido, sem que ninguém mais escute. {{Já que você está brincando de político, não é uma boa ideia negar esses caras sem uma boa desculpa.}}

 

"Merda." Resmunguei alta virando a cara.

[Ilia Amitola]

A Grande líder Khan mandou os Albain fazer uma oferta para o humano, demonstrar que a White Fang não é contra a presença dele na ilha, oferecer um de nossos membros como segurança extra junto com a comandante que já a acompanha.

Pelas expressões faciais de desconforto desse humano, achei que ele tivesse percebido nosso plano de colocar alguém perto dele para obter informações. Mas assim que ouviu a oferta, ele me aceitou na hora como sua guarda-costas.

{Go, go, go, go, go, go, go

Gotta go fast}

Audra Taurus ficou furiosa com a proposta. A última coisa que ela queria é ter envolvimento com a White Fang. Apesar de não concordar com o ponto de vista dela, eu a respeito por tudo que ela fez por Menagerie e os Faunos que a ilha abriga. Se o humano não a tivesse acalmado, Audra teria atacado os irmãos Albian por ajudarem Sienna a levar Adam para o "mal caminho". 

{Gotta go fast

Gotta go faster, faster, faster, faster, faster}

"POR QUE VOCÊ NÃO DESLIGA ESSA DROGA?" Berrou a comandante da Guarda.

Estávamos sentadas em cadeiras de praia no topo de uma duna, uma grande tenda de lona foi erguida para nos proteger do sol. 

"Por que se eu desligar o scroll, ele vai ligar o som do carro na mesma hora." Respondeu a humana ruiva. "Então relaxa e curte a música estranha e repetitiva, que provavelmente deve ser de um desenho animado bem esclerosado."

Não queria concordar com a humana, mas essa música era realmente insuportável e infantil.

{Moving at the speed of sound 

I'm the quickest hedgehog around}

Me levanto da cadeira, me afastando das duas e daquela música horrível. Do alto da duna, avistei meu alvo, Jaune Arc. O homem que eu deveria estar vigiando está patinando com seus "Air Shoes" pelo Savage Sand Sea. O que por si só seria uma cena inusitada.

Porém, enquanto Jaune Arc "patina", ele também está sendo perseguido por um cardume de Sand Jaw.

[Image]

Grimms terríveis que habitam essa região, a fera parecia uma mutação de tubarão que além de ter a capacidade de nadar na areia tem braços e pernas com garras tão afiadas quanto os dentes de sua mandíbula.

"Não sei se ele é corajoso ou louco." Murmuro para mim mesma.

Enquanto observava, um dos Dune Jaw investiu contra o humano, saltando da areia tentando abocanhá-lo.

CHOMP!

Mas o humano se esquiva fazendo uma pirueta.

"You're too slow." Zomba Jaune com uma voz de desenho animado.

Os movimentos dele eram simples, mas seus reflexos, tempo de resposta e velocidades eram incríveis. Ele era rápido demais para ser apenas um aprendiz de Huntsman.

"Ele é louco." Comentei olhando o loiro perseguido por 7 tubarões grimm e com mais 3 se aproximando. "Por que ele está fazendo isso?"

"Treino." Responde a humana ruiva bebendo leite achocolatado de uma caixa marrom.

"Treino?" Questiono a resposta.

Audra se levanta e vem até meu lado e aponta o dedo para Jaune.

"Apesar de talento e aptidão física, o garoto não teve uma educação padrão, quando comparado aos outros aprendizes de Huntsmen em Vale." Comenta Audra examinando calmamente o humano. " Com a patinação, ele treina equilíbrio e agilidade, aprimorando a capacidade dele de se mover com fluidez e precisão em meio a batalhas caóticas. Já a força e resistência são necessárias devido à constante necessidade de impulsionar-se com os patins e desviar de obstáculos, fortalecendo os músculos das pernas e o core do indivíduo, aumentando sua força e resistência física para combates prolongados."

"Mas por que arriscar ser devorado?" Perguntei atônita.

Dessa vez foi Audra que se pronunciou.

"A ameaça constante dos tubarões na areia força Jaune a manter um estado de alerta máximo, aprimorando sua percepção espacial e capacidade de reagir instantaneamente a perigos inesperados." Explica Audra como se patinar com tubarões fosse um treino comum. "Essa habilidade é crucial para antecipar ataques dos oponentes em combate."

"Ele também está treinando controle de Aura." Completa a humana ruiva ainda sentada na cadeira de praia. "Alimentando os músculos com energia quando ele precisa se distanciar e também evita coisas como fadiga muscular e câimbras."

Finalmente entendi o receio de Sienna e o porquê dela suspeitar que ele possa ser tão perigoso. 

Encarei o humano desviando habilmente de outro tubarão que se aproximava.

Ele era mais do que um tolo com recursos e tempo de sobra. Ele é um guerreiro formidável com potencial ilimitado, um estrategista inteligente que sabe utilizar seu tempo da melhor forma possível e é uma figura carismática que está auxiliando os desamparados. 

Aperto meus punhos enquanto desgosto e raiva começam a ferver dentro de minha mente.

Jaune Arc estava moldando seu próprio destino e ele está usando Menagerie como uma ferramenta para isso. 

[Arthur Watts]

Estou ajoelhado diante da imponente figura de Salem, a rainha dos Grimms. Seus olhos vermelhos como brasas me perfuram ao me encarar avaliando minhas intenções. 

"Arthur Watts", ela murmura meu nome com desdém. "Você ousa interromper meus planos com suas petições?"

Minhas mãos tremem, mas mantenho o olhar firme. 

"Mil perdões minha Rainha, mas vim pedir sua permissão para viajar até Atlas. Mas há rumores de uma nova tecnologia que preciso investigar."

Ela inclina a cabeça, os cabelos negros como a noite escorrendo sobre os ombros. 

"Atlas? Por que deveria permitir que você vá lá? O plano para a queda de Beacon está em uma fase crucial."

Respiro fundo reunindo o pouco de coragem que me resta por estar sozinho ante o ser mais poderoso de toda Remnant. 

"Mas a minha parte já foi concluída com sucesso, majestade. O vírus Black Queen já está sob posse de sua aluna." Explico em um tom respeitoso. "Se ela conseguir instalá-la com sucesso na CTT Tower de Beacon, posso dar suporte para ela de qualquer lugar do mundo que tenha cobertura de uma das torres, incluindo Atlas."

Salem franze o cenho, me encarando com desgosto. 

"Não sou conhecida por ser flexível ou por gostar de ser contrariada, Arthur. E não estou convencida de que um brinquedo humano seja digno de colocar minhas maquinações em risco."

Das sombras de seu trono dois Beowulf emergem e começam a me circundar ameaçadoramente.

"P-por favor, minha rainha." As palavras saem antes que eu possa detê-las. "Tenho aliados em Atlas, pessoas que podem me fornecer informações sem levantar suspeitas. Se minha partilha não lhe agrada, posso então tentar contatar um deles."

Ela considera minhas palavras enquanto os monstros de trevas se aproximam rosnando na minha direção. 

" Arthur…" Ela sussurra ameaçadoramente do trono. "Se você falhar em seu pequeno projeto, não haverá perdão. A queda de Beacon é nossa prioridade."

Assinto, sentindo o peso da responsabilidade. 

"Entendido, majestade. Não vou decepcioná-la."

Salem se levanta do trono sombrio. 

"Vá, então. Mas lembre-se de que sua estabilidade no meu conselho é frágil como vidro. Você será devorado vivo se trair a nossa causa."

Com um último olhar, ela me concede sua permissão. Levanto-me, agradecendo silenciosamente. Meu destino está traçado e o reator Arc é minha única esperança de redenção.

[ORIGINAL POV]

'Hoje foi um dia produtivo.' Penso comigo mesmo.

Multiverse Crafting System

O que você gostaria de fazer?

Magic: 85.463 Points

Aura: 100%

Sentado no banco passageiro do Nomad avalio os pontos que ganhei hoje.

Perdi a conta de quanto Sand Jaw eu destruí, mas foi o bastante para recuperar o que gastei na Almshouse com poções de lesser restoration, senzu bean, comida e doces. Levando em conta que cada Grimm que matei hoje me deu mil MP, matei quase trinta deles.

"Mesmo procedimento de ontem?" Pergunta Amber disfarçada enquanto dirige. "Vamos até a nave, dela vocês descem e voltam a pé?"

"Sim." Respondo como se fosse nada de mais.

O problema é que para a nova integrante de nosso grupo isso não era nada de mais.

"Por que você não vai até a cidade com este carro ou sua nave?" Pergunta a faunus camaleão, sentada atrás de mim.

'Guria chata da porra.' Pensei comigo mesmo.

Church até achou que eu estava incomodado só por ela ser lésbica. O que não é verdade, qualquer ruiva que quiser dar um rolé comigo é bem-vinda e Ilia Amitola é gatinha. 

Depois que ela se apresentou como minha guarda-costas de "Cortesia da White Fang" ela passou o dia inteiro me encarando de cara feia com os braços cruzados.

Só não a questionei porque tenho medo de que a alternativa fosse mandar um dos irmãos cultistas no lugar dela.

"Vai chamar atenção e gerar muita comoção, para evitar isso pousamos longe da cidade onde temos cobertura de árvores."

"Sei." Ela responde em um tom seco.

Admito não ser o cara mais perceptivo do mundo se tratando de intenção das outras pessoas, mas até para mim era claro que Ilia estava incomodada com alguma coisa.

Minha linha de pensamento sobre as intenções da Ilia são cortadas por um sinal vindo do painel do Nomad.

PING!

Na mesma hora, o painel do carro deu um zoom no mapa da região, focando nos arredores do veículo.

"Precisa que eu pare o carro?" Pergunta Amber.

"Só desacelera." Murmuro analisando os dados do scanner. "Interessante."

Enquanto eu estava entretido pela informação, Ilia se moveu, colocando seu corpo entre o banco do passageiro e do motorista.

"O que é isso tudo?" Ilia pergunta.

"Não tenho certeza antes de passar para os computadores da nave." Menciono já passando os dados para Church analisar. "Mas com sorte um lençol freático, depósito de minérios, ou até mesmo dust."

Surpresa com o que estava fazendo, Ilia ergue uma sobrancelha confusa, sem entender o porquê de eu estar fazendo isso.

"Se tiver um lençol freático de fácil acesso, podemos instalar um poço artesiano. O que tornaria viável a construção de um posto avançada para avistamento de Grimm ou até mesmo uma cidade satélite."

"Cidade Satélite?" Dessa vez a curiosa era Audra.

"Seria algo como uma pequena cidade com identidade própria" Respondo sem olhar para trás lendo a análise de Church. "Mas administrativamente estaria sob o guarda-chuva de Kuo Kuana e do Chieftain Belladonna."

Audra assobia impressionada com minha explicação.

"Você é mais esperto do que parece garoto."

"Por que todo mundo fala isso para mim?" Pergunto irritado.

Audra e Amber riem da minha frustração, mas Ilia por algum motivo se senta em silêncio olhando para o chão do veículo.

"Os depósitos minerais e de dust são importantes também?" Pergunta à nossa nova integrante sem olhar para mim.

"Com certeza." Respondo prontamente.

"Mas Menagerie não tem recursos para extrair esses recursos."

Como ela retornara para seu assento atrás de mim, não consegui ver o rosto de Ilia, mas o monotom dela a fazia parecer desanimada ou triste com alguma coisa.

"Isso pode ser verdade, mas os direitos de exploração podem ser vendidos." Respondo me focando mais ainda no relatório do Church. "Uma empresa de fora vem fazer a extração e além dela pagar pelo direito de exploração ela divide parte dos lucros com o poder administrativo do país."

Pelo visto esta região tem um lençol freático de fácil acesso e indicações de anomalias magnéticas na leitura podem ser indícios de um grande depósito de ferro a 5 quilômetros ao norte.

"Que história é essa de país?" Pergunto alguém que não consigo identificar pela minha atenção no painel.

Sem pensar duas vezes, abri a porra da minha boca e falei o segredo que eu deveria ter mantido longe de qualquer membro da White Fang.

"Menagerie vai se tornar uma nação Faunos com ajuda de Atlas."

O silêncio desconfortável e a cara de espanto em todas as ruivas passaram despercebidas por mim.

{{SEU IDIOTA!}} Berrou Church no meu ouvido.

Mas antes que eu pudesse perguntar o motivo do escândalo, veio outra pergunta de uma das mulheres do carro.

"Que empresa vocês está pensando em trazer para explorar Menagerie?"

Eu deveria ter percebido o ódio e rancor no tom dessa última pergunta, porém mais uma vez respondi rapidamente sem pensar. 

"S.D.C.-Gak...ghkhhh...glrghhhh." 

Ou pelo menos comecei a responder até alguém me enforcar com um cabo metálico.

Surpreso, levei minhas mãos ao cabo metálico enrolado no meu pescoço, cortando meu suprimento de ar.

"Glrghhh!"

Me debati e fiz força com minhas mãos o bastante para afrouxar o cabo e conseguir perguntar algo.

"Por que- Ahhhh!" Pelo menos tentei perguntar até ser eletrocutado.

"Humano maldito!" Rosnou Ilia. "Você não vai tomar nosso santuário-."

WHACK!

Um som de baque seco estalou atrás de mim, seguido de dois acontecimentos. O primeiro foi o cabo de aço afrouxado completamente, me permitindo respirar novamente. 

BANG-CRUNCH-SHATTER!

O segundo… Ilia saiu voando arrebentando a porta do carro.

[Ilia Amitola]

Meus dedos tremem enquanto seguro Lightning Lash em volta do pescoço de Jaune Arc. 

'Pelo bem maior dos faunos.' Penso em silêncio para mim mesma, como um mantra. 

É o que me mantém firme, o que me impede de hesitar. Mas, no fundo, sei que é mais do que isso. É o medo que me impulsiona, o medo de que eu esteja certa. De que esse humano seja apenas um lobo em pele de cordeiro, um infiltrado de Atlas e do SDC que está preparando o terreno para nos escravizar em tramas políticas.

"Glrghhh!" 

'Mas você não é como os outros humanos… pelo menos parace se importar.' Penso comigo mesma. 'E se eu estiver errada.'

As dúvidas começam a me corroer por dentro. E se eu estiver errada? E se ele for apenas um homem bom, tentando fazer a diferença? O conflito interno me rasga por dentro.

'Eu sou uma simples assassina?' Me questiono internamente.

Me assusto com a corda de aço afrouxando e por reflexo aperto o botão da descarga eletrica.

"Por que- Ahhhh!" 

"Humano maldito!" Rosnei, tentando me livrar das minhas dúvidas. "Você não vai tomar nosso santuário-." Mas sou cortada com um impacto na lateral do meu crânio.

WHACK!

Um soco impacta na minha cara, reverberando por todo meu corpo. Meus olhos se arregalaram enquanto a força do golpe me arremessa contra a porta do veículo em movimento. 

BANG-CRUNCH-SHATTER!

Me jogando para fora do carro.

"EU SABIA!" Ruge uma voz furiosa que eu não esperava. "SUA CARNICEIRA, ESSE ERA SEU PLANO DESDE O COMEÇO?"

"Audra?" Sussurro erguendo minha cara da areia.

Sou nova demais na ilha, então só conheço Audra pela sua reputação. E com apenas um soco, a comandante Audra Taurus comprovou que todas as histórias de louvor sobre seu poder são verdadeiras.

{Aura 32,7%}

"Minha Aura já está no amarelo?" Questiono olhando meu Scroll.

Ela não é apenas uma líder militar, ela é uma força da natureza. 

Mesmo minha Aura tendo absorvido maior parte do impacto, meu corpo inteiro latejava de dor, cada movimento uma agonia.

Com os olhos pesados, observei Audra Tauros se aproximando, sua silhueta imponente cortando o ar gélido da noite do deserto como um espectro da morte. Alta e musculosa, ela era a imagem da fúria desenfreada. Em suas mãos, um machado enorme reluzia com a promessa de violência. 

"É só isso que vocês entendem?" Questiona Audra me encarando de olhos arregalados. "A morte de qualquer humano justifica a sua luta?"

Encaro Audra com determinação, apesar da dor pulsante em todo o meu corpo, me levanto lentamente empunhando Lightning Lash. Por mais que ela seja poderosa, não vou me render sem lutar. 

"Você pode não entender, Audra." Respondo, minha voz firme apesar das dores. "Mas esta luta não é apenas por mim. É por todos os que sofreram às mãos da opressão humana, por todos os que foram tratados como menos do que nada. Eu não sou gado, e não deixarei você ou qualquer outro pensar assim." 

Audra lança um olhar penetrante, seu machado pronto para o ataque enquanto jogo meu braço para trás, dando momentum para meu chicote.

"RAAGH!" Urra Audra investindo na minha direção.

Não importa o quão rápida ou forte ela seja, Audra iniciou sua corrida ainda longe de mim, tornando sua trajetória previsível.

Com um sorriso confiante, eletrifico Lightning Lash e ataco indo ao encontro do corpo de minha adversária.

Em resposta, Audra levanta a mão direita, a tirando de seu machado e a deixa ser enrolada pelo chicote.

O choque percorre o corpo dá faunos bovina, mas ela apenas sorri selvagemente, ainda avançando contra mim ignorando a dor e dano causado em sua aura.

Hesito dando um passo para trás, mas puxo o chicote tentando trazê-la para o chão.

"Idiota!" Exclama Audra pulando aproveitando o impulso do puxão.

A ponta do chicote desenrosca da mão dela, quando olha para cima reparo na imagem da guerreira de machado eclipsa a lua em seu grande salto. 

'Como isso é possível? Como ela pulou tão alto?' Me questiono surpresa com a aparente leveza do corpo dela.

A minha surpresa infelizmente me deixou com a guarda aberta e como se conseguisse controlar sua velocidade, Audra começou a descer com uma rapidez alarmante.

Assustada, forcei meu corpo a dar um passo para trás, mas tropecei e caí de cara.

"Não…" Sussurrei assustada levantando minhas mãos e fechando os olhos.

"RECEBAAAAAAAAAAAAA!" Ela gritou descendo como um meteoro.

KRAKOOOOOOM!

O impacto levantou areia como se uma bomba tivesse explodido, abri meus olhos com uma curiosidade mórbida, porque eu não tinha sentido a dor do meu corpo.

'Será que o corte foi tão limpo que me deixou entorpecida no local de dano?' Me questionei abrindo os olhos.

A poeira começou a assentar, revelando uma estranha sombra à minha frente. Estranha por ser grande demais até mesmo para Audra, era a sombra de duas pessoas.

"Por que você protege essa assassina?" Questiona Audra furiosa. "ME RESPONDA ARC!"

'O humano?'

Sua forma se revela quando o vento da noite do deserto termina de dissipar a nuvem de poeira. O humano que há poucos minutos tentei matar estava na minha frente, empunhando seu escudo colorido, me protegendo do Machado de Audra.

"Por que ela tentou me matar?" Pergunta Jaune em um tom seco.

Audra travou na hora, confusa com a pergunta, mas antes que ela pudesse responder, ele continuou a falar.

"Ela foi coagida por um membro da Fang? Recebeu ordens diretas de Sienna Khan para me eliminar?" O humano se vira, me encarando com olhos frios e calculistas. "Ou ela quis me matar por conta própria?"

Meu corpo se estremece ante o comportamento tão distinto do que havia visto durante o dia.

Se foi a imagem do alegre e bobo humano e no seu lugar estava um ser de lógica fria que me analisava cuidadosamente. 

A grande guerreira sacudiu a cabeça, se livrando da confusão, só para se aproximar do humano com machado abaixado e apontando seu dedo na cara dele.

"E isso importa?" Questiona Audra em voz alta. "É isso que aqueles carniceiros fazem, matam todos que se opõem a seus 'ideais sagrados'."

O escárnio de Audra quando ela falou de 'ideias sagrados' me pegou de surpresa, sei que ela não é fã Fang por Adam cortar relações com ela. Mas eu nunca pensei que os sentimentos negativos dela fossem tão fortes.

"No mínimo, precisamos saber se Ilia agiu por conta própria ou se sou alvo da White Fang."

 

Furiosa, Audra bufou, se afastando de Jaune indo até o carro.

Aproveitando a distração causada pelo clima de tensão, me levantei lentamente sem fazer barulho.

'Preciso sair daqui.'

Mas assim que meu corpo começou a mudar de cor para me camuflar no deserto, algo acertou minha cabeça.

BONK!

"Não senhora." Disse Nikos apontando um bastão de madeira vermelha na minha direção. 

Jaune se virou na nossa direção e me encarou franzindo o cenho.

"Não sou contra segundas chances, mas ainda vou algemá-la." Declara a humana ruiva.

"Com certeza!" Exclama o humano caminhando na minha direção. "Sou misericordioso, não idiota."

{{Há! Boa essa.}} Falou uma voz sarcástica saindo do scroll.

"Então…" Disse Nikos rindo sem graça.

O humano suspirou cansado. 

"Valeu mesmo time... estou me sentindo amado."

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E ai gurizada?

Capítulo mais curto que o normal pq esse mês está difícil…

E fico feliz em ver que muitos gostaram da bebê Blake com um peixinho na boca.

Daniel_rahn:

Adorei a história, ei mano, queria te recomendar uma tecnologia OP ENORME para mc, a jaqueta Tech do universo invencível, é uma tecnologia que liga você para o resto da vida e atualiza as habilidades naturais do seu corpo 100 vezes, tornando um ser humano normal capaz de quase matar um viltrumite e, mais importante, tem uma função que impede o envelhecimento, tornando o usuário imortal desde que ninguém o mate. É como um traje do Homem de Ferro, mas melhor.

Avip:

Isto é muito interessante. Mas não vou dar isso ao protagonista... tenho outro personagem em mente.

Eaglehuntsman:

Achei que Audra fosse irmã de Adam, não mãe.

Avip:

Não se preocupe, há mais alguém que também pensa assim.

Leroy Smith:

Adorei o capítulo e a qualidade do seu trabalho. Tenho certeza de que a única razão pela qual Atlas foi escolhido é porque você tem um enredo em mente. Mas eu esperava que Jaune pudesse criar uma força de trabalho nacional no Menagerie com todos os ex-funcionários feridos do SDC sendo curados e trabalhando para a pátria seria uma vantagem. Vaciuo ajudaria facilmente apenas para irritar o SDC.

Em seguida, tenho a sensação de que, quando Jaune terminar no Menagerie, Audra vai montar Jaune para saber se Adam Tarus vai ter um irmão ou irmã mais novo, deixo isso para você. Os White Fang terão planos de colocá-lo ao seu lado, especialmente quando o boato de que Jaune tem uma queda pelas garotas Fanus se espalhar. E com ele melhorando sua nação aos trancos e barrancos em medicina e tecnologia, é impossível que ele não se torne amigo de Fanus. E, por último, posso Jaune ser visto como uma figura vital na política. Propostas de casamento, garimpeiros, adoração de heróis, etc.

PS, como uma piada, Jaune 'sem saber' flerta com Cinder, o que dá vibrações à vileza Tsudere.

Avip:

Obrigado pelas sugestões.

Como sempre, não vou revelar meus planos aqui por motivos de spoiler.

MAS!

Todo esse arco que estou escrevendo em Menagerie é por causa de uma ideia que tive de escrever uma cena, futuramente quando chegar nessa cena eu mando um salve.